| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
1 - Política de capitalização As cooperativas, freqüentemente, financiam seus investimentos mediante utilização de capital de associados ou dos resultados operacionais retidos.
A condução inadequada das políticas referentes ao capital social dos associados tende a gerar vícios que se perpetuam dentro das instituições resultando nas ineficiências retro mencionadas. Cooperativas apresentam peculiaridades que não estão presentes em empresas comerciais. Embora cooperativas surjam em circunstâncias e culturas diversas, três princípios básicos geralmente distinguem as cooperativas das empresas comerciais.
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Tela 2 |
| Primeiramente,
os associados são os que financiam e utilizam suas cooperativas.
As cooperativas são controladas pelos associados que são os
donos da cooperativa e, finalmente, os benefícios gerados pela cooperativa
são distribuídos para os associados de acordo com a utilização
da organização. A
falta de estímulo dos associados ao investir capital em suas cooperativas
deve-se ao fato da não existência de mercados secundários
para o capital da cooperativa, pois tais ações não
são negociadas em pregões. |
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Tela 3 |
| 2
- Distribuição de sobras
Os associados também exercem pressão pela imediata distribuição dos resultados do exercício fiscal, não estando dispostos a permitir que fundos e reservas indivisíveis da cooperativa cresçam com a alocação das receitas geradas à custa do crescimento de seu capital social. Como conseqüência, os benefícios dos associados estão vinculados ao uso corrente da cooperativa e existe grande incentivo para investimentos de curto prazo que podem beneficiar os associados presentes, enquanto a organização como um todo, poderia beneficiar-se mais com projetos de longo prazo. Os fluxos de caixa presentes são preferidos aos resultados futuros da cooperativa. Programas de restituição do capital social tendem a atenuar este problema. Estes programas mantêm o direito de propriedade nas mãos dos associados que estão de fato operando com a cooperativa. A combinação
de ações não negociadas e a pressão imediata
pela distribuição dos resultados sugerem que as cooperativas
tendem a confiar mais em financiamento externo. |
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Tela 4 |
A falta de um programa
de restituição do capital social é considerada sério
obstáculo para o desempenho da cooperativa, gerando ineficiências
organizacionais. Os planos de restituição
do capital social asseguram o retorno dos recursos investidos pelos associados
que investiram na cooperativa e forneceram capital de acordo com o seu
uso em anos anteriores. |
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Tela 5 |
| O problema
da alocação dos resultados é também comumente
encontrado em cooperativas. Esse problema existe devido aos existentes conflitos
de incentivo entre os gerentes de cooperativas e seus respectivos associados,
e os princípios cooperativos de controle democrático, retorno
limitado de capital, distribuição dos benefícios de
acordo com a utilização da cooperativa e operação
a custo.
O uso indiscriminado da alocação do resultado do exercício para fundos e reservas indivisíveis é criticado porque esta forma de alocação infringe o princípio cooperativo de operar a custo. Os recursos que acumulam nas reservas e fundos indivisíveis não são retornados aos associados. Além do mais, o direito de propriedade é diluído e ninguém sabe quem na verdade é dono dos fundos e reservas indivisíveis até que a cooperativa liquide e todos os credores preferenciais aos associados sejam pagos. O sentido de propriedade é perdido e associados sentem-se menos compelidos a controlar os gerentes nas cooperativas que utilizam extensivamente o uso de fundos e reservas indivisíveis porque a reivindicação direta sobre os investimentos da cooperativa é pequena. Incorporação de resultados ao capital - O custo zero atribuído aos fundos e reservas indivisíveis leva gerentes a subestimarem o verdadeiro custo de capital para a cooperativa levando ao excesso de investimentos de capital nas cooperativas, problema este comumente mencionado na literatura. Como o custo médio
do capital é subestimado, gerentes de cooperativas tendem a aprovar
projetos com taxas de retorno inferior ao custo médio de capital
verdadeiro da cooperativa. Com a facilidade de utilizar os fundos e reservas
indivisíveis, gerentes e diretores tentam evitar empréstimos
levando várias cooperativas a sub-utilização do débito
de longo prazo. |
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Tela 6 |
3 - Formação de fundos indivisíveis A pequena participação do passivo de longo prazo sobre o passivo total da maioria das cooperativas brasileiras evidencia, em parte, este problema. O amplo uso dos fundos e reservas indivisíveis sempre foi um fator comum nas cooperativas brasileiras. Os principais fundos e reservas são descritos a seguir:
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Tela 7 |
4 - Políticas de restituição de capital Quando o associado se aposenta ou quer deixar a cooperativa, o valor que este vem a receber mediante a restituição do capital é bem menor do que o valor que ele ou ela contribuíram na verdade. As cooperativas não pagam dividendos sobre o capital social. A legislação cooperativa não possui mecanismos explícitos de proteção do capital social. Este é um grande fator de desmotivação tanto dos associados mais velhos como dos futuros associados que almejam filiar-se à cooperativa, pois estes sabem que parte do capital investido em sua cooperativa jamais retornará de forma integral no momento de seu desligamento da cooperativa. |
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Tela 8 |
A retenção de capital, que é o percentual retido pela cooperativa durante o momento de entrega da produção do associado, é na verdade percebido pelos associados como um desconto do preço pago por seus produtos entregue à cooperativa. A Assembléia
Geral decide, comumente, se a conta reserva de capital será totalmente
incorporada ou não à conta capital social para o próximo
exercício fiscal. |
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Tela 9 |
Este
procedimento, quando repetido sistematicamente, subestima gradualmente
o verdadeiro valor do capital dos associados e com freqüência
é utilizado nas cooperativas brasileiras. Quando o associado se desliga da cooperativa, os recursos alocados nestes fundos e reservas não são restituídos. Os restantes 85% do resultado do exercício fiscal (ou menos, se o percentual alocado ao FATES e a reserva legal for maior do que o mínimo exigido) é alocado de acordo com as decisões da Assembléia Geral Ordinária de cada cooperativa.
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Tela 10 |
Geralmente
a Assembléia decide por “capitalizar” a cooperativa,
o que significa que grande parcela dos resultados do exercício
vão para fundos e reservas indivisíveis e apenas uma pequena
parcela (quando de fato existe) vai para a conta capital social. Embora
sejam os associados que votam pela “capitalização”
dos recursos gerados, pode-se questionar a forma como as Assembléias
Gerais Ordinárias são conduzidas. Isto leva aos problemas relatados na literatura, como o excesso de investimentos de capital, o pouco uso de débito e excesso de poderes aos gerentes e diretores que tomam as decisões da cooperativa. |
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Tela 11 |
Como conseqüência, tanto o monitoramento do setor bancário como o monitoramento do corpo de associados sobre as operações da cooperativa é reduzido, o que pode levar a falta de disciplina financeira dos gerentes. Como a legislação cooperativa obriga um percentual mínimo alocado dos resultados ao FATES e a conta reserva legal, várias cooperativas acabam aumentando este percentual de forma que menos recursos fiquem disponíveis para serem alocados para a conta capital social. A fácil disponibilidade
de utilização dos recursos internos acaba levando aos problemas
discutidos na literatura e presenciados por várias cooperativas
em outros países. |
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Tela 12 |
As cooperativas não possuem programas sistemáticos de restituição do capital de seus associados. O capital é geralmente resgatado (redistribuído, retornado ou aposentado) quando os associados aposentam, morrem, mudam ou abandonam suas operações com a cooperativa. Os estatutos das cooperativas especificam as condições em termos em que o capital social dos associados deve ser restituído. Uma vez que os associados
podem deixar a cooperativa a qualquer momento, algumas medidas de proteção
existem para salvaguardar a cooperativa em casos de grande retirada do
capital social.
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Tela 13 |
A maior parte da restituição do capital dos associados ocorre quando os associados deixam as suas cooperativas. Os programas de restituição do capital social são necessários para reduzir o excesso de investimento na cooperativa dos associados mais velhos. Associados com excesso de capital na cooperativa são aqueles que investiram de acordo com a utilização dos serviços das cooperativas no passado.
Como os princípios
cooperativos definem que os benefícios gerados sejam distribuídos
de acordo com o uso da cooperativa, não faz sentido observar associados
mais velhos que pouco usam a cooperativa com grande montante de recursos
na conta capital social. |
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Tela 14 |
O uso de planos sistemáticos de restituição do capital tende a corrigir estas distorções na conta capital social de modo que esta conta venha a ser mais representativa dos associados que utilizam a cooperativa no presente. Várias cooperativas
sofrem pressões de membros mais velhos para resgatar o seu capital
social. Estes associados são provavelmente os que fundaram a cooperativa
e forneceram grande parte do capital para a construção do
ativo existente. |
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Tela 15 |
Resumo Este módulo
abordou os aspectos referentes à estrutura do capital das cooperativas
brasileiras, particularmente quanto à não atualização
integral do capital dos associados; indiscriminada alocação
de resultados em fundos e reservas indivisíveis, que não
pertencem diretamente aos associados, e falta de programas sistemáticos
de restituição do capital aos associados. O valor alocado a
estes fundos e reservas é proveniente de um percentual sobre o
resultado da cooperativa estipulado e aprovado pela assembléia
geral ou definido pelo estatuto da cooperativa. O grande montante
de fundos e reservas indivisíveis leva gerentes e diretores de
cooperativas a subestimar o real custo de capital, levando a aprovação
de projetos com taxas de retorno inferiores ao custo de capital da cooperativa
e ao excesso de investimentos. O uso de recursos internos reduz não só o monitoramento da cooperativa pelas instituições bancárias como também reduz o interesse dos associados pelas decisões da cooperativa e conseqüentemente o monitoramento dos gerentes. A falta de programas sistemáticos de restituição do capital social acaba deixando associados mais velhos com excesso de capital na cooperativa. O desequilíbrio da proporção do capital dos associados com a proporção da utilização corrente dos serviços da cooperativa pode ser amenizado com programas de restituição do capital social dos associados mais velhos. O compromisso de restituir o capital social obriga gerentes a alocar provisões para tais recursos, ao invés de considerá-los indefinidamente disponíveis. Programas sistemáticos de restituição do capital também exercem uma maior disciplina financeira dos gerentes e diretores da cooperativa. A legislação
cooperativa deve ser aperfeiçoada para endereçar aspectos
referentes ao capital social, uso de fundos e reservas e programas de
restituição do capital social. Programas de restituição
do capital dos associados devem ser mais transparentes e sistemáticos. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 16 |
1 - Objetivos de finanças corporativas A administração financeira ocupa-se do gerenciamento de fundos, procurando selecionar as aplicações mais rentáveis para determinado nível de risco admitido pelos investidores.Constituem exemplos de aplicações ou ativos os seguintes empreendimentos:
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Tela 17 |
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2 - Função de utilidade da organização O objetivo de uma
organização cooperativa é maximizar a riqueza dos
proprietários da empresa (cooperados). Por conseguinte, o objetivo
de todos os gerentes e empregados da cooperativa, também, deveria
ser o mesmo. Nem sempre o interesse dos aludidos agentes converge para
a mesma direção. |
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Tela 18 |
3 - Problema de agência Em princípio,
a maioria dos administradores financeiros concordaria com o objetivo de
maximização da riqueza dos proprietários (cooperados).
Na prática, no entanto, os administradores estão, também,
preocupados com sua riqueza pessoal, estabilidade no emprego, prestígio
social e outros benefícios derivados. |
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Tela 19 |
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4 - Decisões financeiras em condições de risco Para maximizar a
riqueza do cooperado, o administrador financeiro da cooperativa deve avaliar
os dois determinantes-chave de sucesso: risco e retorno.
Em sentido mais restrito,
risco é a probabilidade de perda financeira. |
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Tela 20 |
Retorno
é o total de ganhos ou de perdas ocorridos em um dado período.
Ele é comumente mensurado como a variação do valor
do ativo durante certo lapso temporal, expresso como uma percentagem do
valor de investimento de início do período.
Aversão
ao risco denota a atitude na qual se exige um aumento no retorno
por um aumento no risco. Geralmente, administradores financeiros procuram
evitar o risco. Em geral, a maioria deles tem aversão ao risco.
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Tela 21 |
O coeficiente de variação é uma medida da dispersão relativa, também, bastante utilizada para comparar o risco de ativos com retornos distintos esperados.
A grande utilidade do coeficiente de variação revela-se útil ao se comparar o risco de ativos que têm retornos diferentes. O risco de qualquer
investimento proposto em um único ativo não deve ser visto
independentemente de outros ativos.
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Tela 22 |
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O conceito
estatístico de correlação está
subjacente ao processo de diversificação utilizado para
estruturar um portfólio eficiente. |
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Tela 23 |
A combinação
de ativos correlacionados negativamente reduz a variância global
dos retornos. Mesmo se os ativos não são negativamente correlacionados,
quanto menor a correlação positiva entre eles, menor o risco
resultante. Risco diversificável
é a porção do risco que é atribuível
a causas específicas da empresa (aleatórias), podendo ser
eliminado por meio da diversificação da carteira. |
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Tela 24 |
5 - Modelo de precificação de ativos de capital O modelo
de precificação de ativos de capital – CAPM –
associa o risco não diversificável e o retorno para todos
os ativos. Usando o coeficiente beta, b, para medir o risco não
diversificável.
Exemplo: A Cooperativa Agropecuária Mista de Uberaba Limitada, beneficiadora de leite, deseja mensurar o retorno que deverá ser exigido de um novo posto de coleta de matéria-prima (ativo), a fim de deliberar sobre pleito apresentado por parcela de seus associados, que há muito reclama dos elevados custos de transporte. Sabe-se que esse ativo tem um índice de risco não diversificável (beta) de 1,75. A taxa de retorno livre de risco encontrada no mercado é de 6% e o retorno sobre a carteira de ativos de mercado é de 9%. Nesse contexto, de acordo com o Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) , qual o retorno mínimo que deverá ser exigido sobre o referido ativo para que o investimento seja realizado? Resolução: Substituindo os parâmetros na Equação 4 ,obtém-se: Kj=6%+ [1,75. (9%-6%)] Kj=6%+ [1,75. (3%)] Kj=6%+5,25% Kj=11,25% O prêmio de risco de mercado 3% (9%-6%), quando ajustado pelo índice de risco não diversificável do ativo (beta) de 1,75,resulta em um prêmio de risco de 5,25% (1,75 x 3%), que, somado à taxa livre de risco de 6%, gera um retorno exigido de 11,25%. Em resumo:
Portanto, coeteris paribus, quanto maior for o fator beta, maior será o retorno exigido sobre o ativo. |
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Tela 25 |
O retorno
exigido sobre um ativo, Kj, é uma função
cada vez maior de beta, bj, que mensura o risco não diversificável.
Em outras palavras, quanto maior o risco, maior o retorno exigido e quanto
menor o risco, menor o retorno exigido.
Esses são,
respectivamente, os dois elementos em qualquer um dos lados do sinal de
adição da equação precedente.
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Tela 26 |
Resumo O objetivo de uma organização cooperativa é maximizar a riqueza dos proprietários da empresa (cooperados). Contudo, pode haver conflito de interesse entre cooperados, administradores e cooperativa, o que pode gerar aversão a riscos e conseqüente queda na rentabilidade dos empreendimentos explorados. Para maximizar a riqueza
do cooperado, os dirigentes da cooperativa devem avaliar os dois determinantes-chave
de sucesso: risco e retorno. A combinação de ativos correlacionados negativamente ou com que apresente baixa correlação positiva pode reduzir a variância global dos retornos. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 27 |
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| 1
- Novos desafios para o cooperativismo O
processo de abertura e desregulação
da economia brasileira coloca novos desafios ao cooperativismo, exigindo
a adoção de modelos de gestão mais ágeis,
assim como a estruturação de organizações
integradas aos novos processos produtivos.
Todas as
ações acima listadas devem ser conduzidas à luz dos
princípios doutrinários do cooperativismo, para que não
se perca de vista o foco central do empreendimento que é o cooperado. |
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Tela 28 |
| 2
- Fragilidades
estruturais do cooperativismo
Como
se sabe, o sistema cooperativista, devido a sua linha doutrinária,
possui menor flexibilidade administrativa, o que, em geral, prejudica
a performance econômico-social do empreendimento cooperativo. Dessa forma, a gestão da empresa cooperativa deverá ser ao mesmo tempo uma atividade voltada, diretamente, para os desejos dos consumidores de serviços e produtos no mercado e, por outro lado, sensível às necessidades de crescimento e consolidação das diversas empresas associadas ao empreendimento cooperativista. Portanto, cada associado é uma unidade de produção que deverá crescer forte em conjunto com o seu empreendimento cooperativo.
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Tela 29 |
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| 3 - Novas diretrizes para a gestão cooperativa A organização
cooperativa mostra-se superior às demais sociedades econômicas
quando os associados que nela atuam agem cooperativamente sem a necessidade
de monitoramento, sem oportunismos e buscando alcançar os interesses
coletivos.
Com vistas a preservar, doutrinariamente, o empreendimento cooperativo e possibilitar maior eficiência econômico-social, aproveitando-se das vantagens da “arquitetura” desta empresa, deve-se implementar as seguintes medidas:
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Tela 30 |
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Todas as medidas acima aduzidas possibilitam o surgimento de um novo padrão de crescimento, de capitalização e um importante aumento de confiabilidade perante o sistema financeiro, devido à melhoria do monitoramento e da auditoria. Em suma, são condições necessárias para a institucionalização de uma nova geração de empreendimentos cooperativos que sejam eficientes econômica e socialmente. |
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Tela 31 |
| 4
- Programas de capacitação gerencial
Os programas de capacitação voltados para empresas cooperativas devem considerar duas vertentes distintas e complementares:
Ademais, os programas de capacitação devem envolver a unidade produtora cooperada, a empresa cooperativa e as organizações que dão suporte ao funcionamento do sistema cooperativista.
a) Capacitação cooperativista – Em virtude da grande abrangência do sistema cooperativista brasileiro, em termos de regiões e de ramos, as necessidades de treinamento assumem características muito heterogêneas. Há casos de cooperativas bem estruturadas em que seus membros possuem alto grau de identificação e unidade. Nelas, os princípios doutrinários da participação democrática e empreendedora estão fortemente consolidados. Contudo,
não é incomum a existência de cooperativas cujos membros
apresentam considerável despreparo para o exercício da cooperação.
Essas organizações possuem baixa coesão e identificação
entre seus membros e estão muito mais expostas a ações
oportunistas, como, por exemplo, na utilização dos serviços
de compra e venda na cooperativa apenas quando convém, numa visão
estritamente de curto prazo. |
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Tela 32 |
| A educação
cooperativista poderá reduzir a freqüência das ações
oportunistas, mas não se pode esperar que elas sejam eliminadas.
O grande desafio para as cooperativas é a harmonização da organização democrática com as exigências técnicas e econômicas da dimensão empresa. Para que
a democracia cooperativa seja efetiva, é preciso evitar que o poder
seja capturado pelos executivos e técnicos contratados e não
eleitos. Isto implica que o cooperado deve ser treinado para realizar
ações de monitoramento dos gestores contratados. |
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Tela 33 |
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Os comitês educativos, comissões, núcleos ou outras formas de organização do quadro social têm neste contexto uma função estratégica para o desenvolvimento do sistema cooperativista.
A educação cooperativista deve ser utilizada não no sentido do convencimento inquestionável do cooperado, mas sim propiciando um claro entendimento do que é o cooperativismo, oferecendo condições ao indivíduo para avaliar as vantagens de ser cooperado. Assim sendo, poderá o cooperado conduzir-se adequadamente perante a sua sociedade cooperativa. Em suma, é importante que os cooperados, os dirigentes, e os potenciais candidatos a constituírem uma cooperativa compreendam a noção de cooperativa e as relações derivadas da condição de cooperado, o que difere uma cooperativa de uma empresa comercial, quais são os valores e princípios cooperativistas e ter bem claro quais são os seus direitos e deveres, numa visão de longo prazo, continuada e sustentável para ambas as partes. |
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Tela 34 |
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b)
Capacitação profissional – Atualmente, apenas
o cumprimento dos princípios doutrinários não é
suficiente para garantir o adequado desempenho da empresa cooperativa.
É necessário, também, que se desenvolvam habilidades
técnico-gerenciais. A complexidade
da gestão de uma cooperativa no contexto dos negócios atuais
é crescente, necessitando de profissionais altamente qualificados
para gerirem as cooperativas nos seus diversos níveis. Para atuar
no mercado com empresas das mais diversas naturezas, com o desafio nada
fácil de manterem competitivas e ao mesmo tempo atenderem aos objetivos
dos seus cooperados, razão de ser de sua própria existência,
as cooperativas necessitam dispor de quadros profissionais capacitados.
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Tela 35 |
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5 - Política de capacitação cooperativa Atualmente,
as ações de capacitação variam em função
das regiões e segmentos e devem cumprir o papel de preencher as
lacunas na formação cooperativista básica de técnicos,
executivos, dirigentes e cooperados.
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Tela 36 |
| Resumo
O cooperativismo brasileiro passa por um momento de inflexão que envolve a reestruturação dos processos de gestão da empresa cooperativa, de autogestão do sistema cooperativista e de captação de fontes alternativas de financiamento e capitalização. O sistema cooperativista, devido a sua linha doutrinária, possui menor flexibilidade administrativa, o que, em geral, prejudica a performance econômico-social do empreendimento cooperativo. Em linhas gerais, os principais pontos de estrangulamento do cooperativismo podem ser resumidos em: falta de profissionalização da gestão; incipiente organização administrativa e dificuldade de capitalização da empresa. Visando solucionar
os problemas emergentes do cooperativismo brasileiro, faz-se necessária
a implementação das seguintes medidas: melhorar o sistema
de informação e de participação do associado;
promover mudanças organizacionais; implementar adequado sistema
de auditoria independente para efetuar o monitoramento dos elementos contábeis
e fiscais, e investir em treinamento e capacitação. |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 37 |
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1 - Estratégias de marketing
As estratégias de marketing nas organizações cooperativas envolvem o estabelecimento da estratégia central, a definição do negócio e o estabelecimento da missão organizacional. |
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Tela 38 |
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| 2 - Demanda Gráfico da demanda de mercado
A demanda
agregada por um produto é o volume total que seria adquirido por
um grupo definido de consumidores, de determinado território, por
unidade de tempo, em um ambiente de mercado definido sob um determinado
programa de marketing.
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Tela 39 |
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O conhecimento das características intrínsecas da demanda é de vital importância para as decisões corporativas, notadamente no que diz respeito à política de preço. Com efeito, parcela significativa dos bens econômicos é preço inelástico, significando que uma elevação de preço, digamos de 10%, reduz a quantidade demandada em menor magnitude, por exemplo, em 6%. Nestas condições, o faturamento de uma cooperativa monopolista elevar-se-ia em 3,4%, conforme ilustrado abaixo:
Por outro
lado, há bens cuja demanda é elástica em relação
ao preço. Uma elevação de preço, digamos de
10%, reduz a quantidade demandada em maior magnitude, digamos em 14%.
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Tela 40 |
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| 3
- Canais de distribuição
A cooperativa tem a função de concentrar a oferta e coordenar a distribuição dos produtos e serviços em canais adequados. Em geral, a empresa cooperativa permite que o produto do associado chegue a mercados que estariam fora do alcance do produtor caso este operasse isoladamente. Por canal
de distribuição entende-se o fluxo de bens, serviços,
informações e recursos financeiros entre fabricante, intermediários
do mercado e usuário final do produto.
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Tela 41 |
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Os
participantes do canal de distribuição
desenvolvem atividades indispensáveis que proporcionam utilidades
de tempo, lugar
e posse
para os compradores. |
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Tela 42 |
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4 - Tipos de intermediários A tipologia dos intermediários integrantes do canal de distribuição é definida pela função desempenhada no processo de escoamento da produção, destacando-se: varejistas – compram mercadorias para revendê-las a consumidores finais; atacadistas – compram mercadorias em grosso e as revendem a varejistas, usuários empresariais, outros atacadistas menores, exportadores e órgãos governamentais; agentes – desempenham funções facilitadoras na troca, porém, geralmente, não adquirem a propriedade das mercadorias; corretores – trabalham no sentido de aproximar compradores e vendedores em mercados em que, de outra forma, seria difícil fazer o contato. Os corretores não adquirem a posse de mercadorias e costumam ser designados para negociar produtos sazonais, sendo remunerados por comissões. Nota-se que a empresa cooperativa insere-se bem na função de ligação entre o produtor (cooperado) e o consumidor ou usuário final do produto. Dessa forma, o produtor pode aumentar o valor adicionado ao produto, melhorando sua renda.
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Tela 43 |
| Distribuição
física (ou logística) é o conjunto de atividades
relacionadas à disponibilidade do produto no ponto de venda em condições
adequadas e suficientes para suprir às necessidades do consumidor. O consumidor não compra apenas o produto em si. Ele adquire produtos que satisfaçam suas expectativas de tempo e lugar. Assim, uma rede logística bem gerida e bem operada tem o potencial de somar valor para o consumidor ainda que o produto da cooperativa não seja substancialmente diferente dos produtos da concorrência.
Para atingir tais propósitos, os componentes do sistema de distribuição física devem cumprir adequadamente as seguintes funções:
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Tela 44 |
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Tela 45 |
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| 5
- Estratégia de posicionamento competitivo
Normalmente, as cooperativas atuam em mercados imperfeitos,
isto é, aqueles em que o produtor ou o comprador detém poder
de mercado. a)
Fatores de mercado – O tamanho do mercado constitui elemento básico
para a estratégia de posicionamento da cooperativa. Mercados amplos
oferecem condições para alcançar ganhos de escala,
enquanto mercados especializados são mais adequados à política
de diferenciação de produto. |
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Tela 46 |
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Nos mercados mais sensíveis a preço existem maiores probabilidades de ocorrência de guerra de preços com a expulsão dos fornecedores menos eficientes. Os mercados em que os compradores (clientes finais ou intermediários na cadeia de distribuição) detêm poder de negociação são, freqüentemente, menos atraentes do que aqueles em que o fornecedor pode dominar e ditar as regras para o mercado. O grau de flutuação da demanda em função da estação ou de outro ciclo também afeta a atratividade de um segmento potencial. Para uma empresa que já atenda um mercado altamente sazonal, uma nova oportunidade em um mercado contra-sazonal pode ser recomendável, possibilitando-lhe utilizar sua capacidade todo o ano. |
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Tela 47 |
b)
Fatores econômicos – Mercados em que existem fortes barreiras
de entrada são atraentes para as empresas já instaladas,
pois inibe concorrentes potenciais. Os custos para superar estas barreiras
podem tornar o empreendimento proibitivamente caro e antieconômico.
O uso e o nível da tecnologia afetam a atratividade do mercado-alvo de formas diferentes para distintos concorrentes. Os mais desenvolvidos tecnologicamente serão atraídos para mercados que utilizam seus conhecimentos de modo mais completo e como barreira de entrada para outras empresas. No caso de empresas menos desenvolvidas tecnologicamente, com aptidões e pontos fortes em outras áreas, tais como pessoal, os mercados com menor teor tecnológico podem ser mais adequados. O tamanho do investimento
necessário, em termos financeiros e de outros comprometimentos,
também afetará a atratividade de mercado, podendo vir a
estabelecer a quase impossibilidade de que alguns mercados-alvo sejam
atingidos por algumas empresas. |
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Tela 48 |
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c) Fatores competitivos – Os mercados podem ser dominados por um (monopólio), dois (duopólio), alguns (oligopólio) ou por nenhum (concorrência perfeita) dos participantes. A entrada em mercados dominados por um ou poucos concorrentes exige algum tipo de vantagem competitiva sobre eles, que possa ser usada para estabelecer diferenciação.
Em concorrência perfeita ou quase perfeita,
a competitividade de preço é bem acirrada. Os participantes
muito pequenos oferecem, em condições competitivas, produtos
semelhantes, de forma que a diferenciação raramente é
obtida e, quando é conseguida, então geralmente é
com base no preço e não no desempenho ou na qualidade.
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Tela 49 |
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d)
Fatores ambientais – Alguns mercados são mais vulneráveis
a oscilações econômicas do que outros. Os mercados
de commodities são muito sensíveis a mudanças econômicas
mais amplas, o que significa que há um controle menos direto no
mercado por parte das empresas que dele participam. A extensão
da regulamentação dos mercados em consideração
afetará o grau de liberdade de ação que uma empresa
goza em suas operações. Em geral, um mercado menos regulamentado
oferece mais oportunidades para operadores inovadores do que aqueles que
são muito controlados. |
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Tela 50 |
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Resumo O posicionamento competitivo está no âmago da implementação do marketing bem-sucedido, e, para muitas empresas, é a chave para a estratégia de mercado. O objetivo do marketing consiste na escolha do foco das operações. A criação de uma vantagem competitiva na área escolhida pode ser feita tanto por meio de liderança de custo quanto pela diferenciação. Para criar uma posição forte e defensável no mercado, a preocupação inicial deverá ser a diferenciação da oferta da empresa em relação aos seus concorrentes em algumas bases de valor para o cliente, não perdendo de vista que essa diferenciação deve envolver o menor custo possível. |
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| Unidade 4 | Módulo 5 | Tela 51 |
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1 - Administração financeira em sociedades cooperativas Em geral, as cooperativas têm dificuldade de autofinanciar seus ativos e suas operações. A principal causa dessa deficiência pode ser creditada ao inadequado planejamento da política de preço e distribuição de sobras. A solução destes problemas passa pela estruturação de programas de investimento e de financiamento que promovam a eficiência econômica global da organização. Visando a permitir a avaliação da eficiência gerencial e social dos negócios da cooperativa, será desenvolvido um conjunto de indicadores de performance econômico-financeira, observadas as nuances dessas organizações.
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Tela 52 |
| 2 - Indicadores de performance econômico-financeira Os índices financeiros são segmentados em quatro grupos ou categorias básicas:
O financiamento de
empreendimentos corporativos pode ser feito de duas principais maneiras,
não necessariamente excludentes. |
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Tela 53 |
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| Em
todo caso, a sociedade cooperativa deve demonstrar capacidade econômica
de gerar recursos suficientes para remuneração de seus investidores
(cooperados) e credores financeiros (terceiros). De acordo com o direito
empresarial que regula as sociedades comerciais e as sociedades civis
de fins econômicos, os acionistas e/ou sócios têm apenas
direitos residuais sobre os resultados econômicos. |
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Tela 54 |
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| Estrutura de capital
Nível de endividamento - O indicador de endividamento de uso mais freqüente é representado pela expressão 1, em que, no numerador, estão reunidas as contas integrantes do passivo circulante e do passivo exigível de longo prazo, e, no denominador, todas as contas do passivo, inclusive as representativas de capitais permanentes (de propriedade dos cooperados).
NE = Nível
de endividamento total; Composição
patrimonial
- Os índices de liquidez
têm o objetivo de avaliar a capacidade de pagamento de uma organização,
isto é, o cumprimento dos reembolsos das obrigações
assumidas. |
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Tela 55 |
A liquidez corrente é a relação entre ativo circulante e passivo circulante, conforme expressão 2:
LC = Liquidez corrente; A liquidez geral é a relação entre os ativos realizáveis e o passivo exigível, segundo a expressão 3:
LG = Liquidez geral; Um dos problemas ligados
a estes indicadores consiste em seu caráter estático, que
deixa de captar a magnitude e a distribuição temporal dos
fluxos financeiros ativos e passivos. |
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Tela 56 |
Os índices
de rentabilidade procuram comparar os resultados líquidos obtidos
pela cooperativa em relação à universalidade de recursos
utilizados nas operações econômicas.
RSA = Taxa de retorno
sobre o ativo total; |
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Tela 57 |
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Nas organizações
cooperativas, em geral, os índices de rentabilidade apresentam-se
abaixo do desempenho das empresas não-cooperativas. Contudo, apesar de as cooperativas não visarem lucro (no sentido de remuneração de capital), elas dependem essencialmente da obtenção de resultados econômicos para financiar seu desenvolvimento empresarial. Assim, observados os princípios do cooperativismo, as sobras poderão ser destinadas ao aumento de capital, com o propósito de realizar investimentos comuns, ou distribuídas aos associados na proporção de suas operações com a cooperativa. |
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Tela 58 |
Os
índices de atividade são usados para
medir a rapidez com que os ativos são convertidos em vendas ou
em caixa. Em geral, adota-se como medida de atividade os seguintes indicadores:
giro de estoque, prazo médio de pagamento, período médio
de cobrança, giro do ativo permanente e giro do ativo total.
GAT
= Giro do ativo total; |
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Tela 59 |
| 3 - Avaliação
da eficiência social
Nas sociedades cooperativas somente a eficiência econômica
não é suficiente para determinar o cumprimento dos objetivos
da organização. Desse modo, as cooperativas dependem do
êxito social para obter sucesso econômico. a) Faturamento por associado – Este indicador procura mensurar a participação dos associados no ato cooperativo.
FMA = Faturamento
por associado; b) Participação social – Este indicador mede o grau de envolvimento dos agentes produtivos localizados na área de atuação geoeconômica da cooperativa.
PS = Participação
social; |
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Tela 60 |
c) Participação em assembléias – Este indicador mede o nível de interesse dos cooperados em participar das decisões do empreendimento cooperativo.
PAS
= Participação em assembléia; d) Representatividade social – Este indicador mede o grau de representatividade dos associados junto à direção da empresa cooperativa.
RS
= Representatividade social;
RTS
= Relação de técnicos por associado; |
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Tela 61 |
| Resumo
Visando a avaliar a eficiência gerencial dos negócios da cooperativa foram desenvolvidos os seguintes grupos de índices financeiros: índices de liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices de rentabilidade. Para fins de avaliação
da eficiência social das cooperativas, foram selecionados os indicadores:
avaliação da eficiência social, participação
social, participação em assembléias, representatividade
social e número de associados por técnicos. |
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