| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Comércio Internacional
Comércio internacional é o intercâmbio de bens e serviços entre países, resultante de suas especializações na divisão internacional do trabalho. Esse comércio é motivado pela diversidade de possibilidades de produção, pelas relações de troca e pelas relações de dependência. Veja o diagrama abaixo para melhor sintetizar essa definição:
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Tela 2 |
| 2
- Vantagens Comparativas das Nações
Vantagens comparativas representam o conceito de custos relativos introduzido na teoria do comércio exterior por David Ricardo, em 1817, que justifica a especialização internacional. A Teoria da Vantagem Comparativa defende que, mesmo se dois países possam produzir os mesmos produtos, a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos. Vejamos o exemplo abaixo, em que são apresentados dados hipotéticos de custos de produção, em termos de horas necessárias para a produção de uma saca de 60 kg de café e de uma saca de 60 kg de soja, no Brasil e na Argentina, respectivamente.
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Tela 3 |
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A partir do caso representado, podemos observar que:
À
primeira vista, pode parecer que o comércio entre Brasil e Argentina
seja completamente inviável, pois o primeiro apresenta vantagem
absoluta em ambos os produtos considerados, ou seja, possui menores
custos tanto na produção de café quanto na produção
de soja. Contudo,
conforme veremos a seguir, o comércio entre os dois países
é capaz de melhorar a situação de ambos. |
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Tela 4 |
| Remuneração
do trabalho na ausência de comércio
O quadro abaixo apresenta a estrutura de produção para dois países, antes de iniciado o comércio bilateral.
Agora, sigamos o raciocínio: |
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Tela 5 |
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Na ausência de comércio, o trabalhador brasileiro receberia uma remuneração de US$ 1.67 e US$ 0.20 por hora para produzir, respectivamente, café e soja. Nas mesmas condições, a situação do trabalhador argentino seria pior, pois faria jus a US$ 0.56 e US$ 0.10 por hora para produzir, respectivamente, café e soja.
A Teoria da Vantagem Comparativa defende, mesmo se dois países possam produzir os mesmos produtos, que a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos. |
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Tela 6 |
| Remuneração
do trabalho na presença de comércio
Agora, afastando as barreiras de comércio e tornando livre o comércio entre as duas nações, haverá uma realocação dos fatores de produção, provocando mudança nos preços relativos. Como o custo de produção de café na Argentina é três vezes maior, esse país poderia importar café brasileiro ao custo de 30 horas de trabalho a saca de 60 kg. Com essa medida, poderia direcionar sua força de trabalho para a exploração de soja. Podemos notar que, para cada saca de café que a Argentina importa
do Brasil, há liberação de 90 horas de trabalho que
poderão ser utilizadas para produzir soja. O Brasil poderia produzir
soja a custo mais baixo que a Argentina. Contudo, interessa ao Brasil
adquirir soja da Argentina, mesmo a um custo mais alto, pois poderá
liberar 60 horas de trabalho para utilização na produção
de café, pois o país é mais competitivo neste produto. |
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Tela 7 |
Desse modo, admitamos que o intercâmbio entre as duas economias consideradas provocou a reestruturação econômica indicada no Quadro 4.
Observe que a produção de soja no Brasil reduziu-se de 30 milhões de sacas para 15 milhões de sacas, enquanto a produção de café dobrou para 30 milhões de sacas. Na Argentina, por outro lado, houve um movimento inverso. A produção de café foi reduzida à metade, ficando situada em 5 milhões de sacas, enquanto a produção de soja mais que dobrou, alcançando 60 milhões de sacas. |
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Tela 8 |
Mantidas as considerações anteriores sobre a formação de preços, a renda ficaria distribuída segundo indicação disposta no Quadro 5 abaixo.
Observe que houve inquestionáveis ganhos de comércio para ambas as partes. A renda agregada dos dois países passou de US$ 1.910 milhão para US$ 2.650 milhão. A renda agregada brasileira passou de US$ 1.110 milhão para US$
1.680 milhão, ou seja, a redução da renda gerada
pela soja foi mais que compensada pelo aumento da renda gerada pelo café. |
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Tela 9 |
| Vantagem
comparativa: exemplo numérico
Agora, consideremos os dados do Quadro 6, abaixo, representando a produtividade do trabalho, medida em toneladas por homem-hora, na atividade de mineração de cobre e mineração de prata no Chile e no Peru, respectivamente.
Podemos notar que o Chile possui vantagem absoluta em relação ao Peru na produção de minério de cobre e na produção de minério de prata. No Chile, em uma hora de trabalho, a produtividade per capita é seis vezes maior (6/1) na produção de cobre e 33,33% maior na produção de prata (4/3). Certamente, esta vantagem absoluta do Chile em relação ao Peru, em ambos os produtos considerados, decorre da utilização de processo tecnológico mais avançado e/ou da disponibilidade de jazidas de minério com maior grau de pureza ou cuja extração envolva menores dificuldades operacionais. Contudo, nota-se que o Peru possui vantagem comparativa em relação ao Chile na produção de minério de prata. A produtividade nesse setor é três vezes superior à produção de cobre (3/1).
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Tela 10 |
O Chile, por sua vez, apresenta vantagem comparativa em relação ao Peru na produção de minério de cobre, pois a produtividade desse setor é 50% maior em relação à produção de prata (6/4).
Dessa forma, espera-se que a economia do Chile se especialize na produção de cobre e a economia do Peru se especialize na produção de prata, o que favorecerá a realização de trocas internacionais. É importante destacar que as trocas de comércio somente ocorrerão se for possível melhorar a situação de uma das partes envolvidas sem prejudicar a outra. |
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Tela 11 |
| Vejamos,
agora, os impactos da seguinte relação de troca:
O Chile troca com o Peru seis toneladas de cobre por seis toneladas de prata.
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Tela 12 |
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Generalização da teoria de vantagens comparativas Segundo Paul Samuelson, se de duas regiões (ou países) uma for ou não absolutamente mais eficiente na produção de todos os produtos do que a outra, e se cada uma delas se especializar nas atividades econômicas em que tiver uma vantagem comparativa (maior eficiência relativa), o comércio será mutuamente vantajoso para ambas e os salários subirão nas duas. |
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Tela 13 |
| Visões
equivocadas sobre as vantagens comparativas
Krugman & Obstfeld
chamam a atenção para as interpretações
equivocadas da teoria de vantagens comparativas, a saber: Esses equívocos decorrem da confusão que se estabelece entre vantagens absolutas e vantagens relativas.
Com efeito, as vantagens competitivas de uma indústria dependem de sua produtividade relativamente à indústria estrangeira e do salário local relativamente ao salário do estrangeiro. Finalmente, deve-se destacar que a Teoria das Vantagens Comparativas apresenta a limitação de ser estática, não levando em consideração a evolução das estruturas da oferta e da demanda, bem como das relações de preços entre produtos negociados no mercado internacional, à medida que as economias se desenvolvem e seu nível de renda cresce |
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Tela 14 |
| Resumo
Comércio Internacional é o intercâmbio de bens e serviços entre residentes e não residentes de um país. A diversidade de possibilidades de produção, as relações de trocas e as relações de dependência são os motivos da existência do comércio internacional. A Teoria das Vantagens Comparativas preconiza, ainda, que dois países possam produzir os mesmos produtos, que a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos. A especialização propicia aumento da eficiência econômica, permitindo a elevação da renda e do padrão de vida. As nações concentram seus recursos em artigos cuja produção apresenta vantagens comparativas e importam os produtos cuja fabricação interna não apresenta competitividade internacional. É por esta razão que as nações realizam trocas comerciais entre si. Limitação da Teoria das Vantagens Comparativas: • Não leva em conta a evolução das relações
de trocas e das estruturas da oferta e da demanda, sendo, portanto, estática. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 15 |
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| 1
- Modelo de Heckscher-Ohlin
O modelo de trocas internacionais, desenvolvido por Heckscher-Ohlin, defende que a economia do país será mais eficaz na produção de bens e serviços que façam uso de fatores de produção largamente disponíveis em seu território em dado período. A teoria desenvolvida pelos dois economistas preconiza que as diferentes proporções dos fatores em distintas regiões do mundo, utilizadas no processo de produção de bens e serviços, explicam a dinâmica do comércio entre as nações. Diante desse pensamento, o modelo de Heckscher-Ohlin é conhecido como teoria das proporções dos fatores. |
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Tela 16 |
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| 2
- Escolha do Processo Produtivo
O processo produtivo envolve a escolha da combinação ótima de recursos (fatores de produção), que torna mínimo o custo de produção por unidade de produto. A partir dessa informação, vamos, agora, analisar a Figura 1, a seguir.
Qualquer ponto ao longo da curva de indiferença de produção é indiferente para a firma; qualquer combinação de fatores produz a mesma quantidade de produto. Assim, a ilustração mostra que em qualquer ponto da curva de indiferença produz-se uma tonelada de soja. O ponto C representa uma situação de ineficiência da economia, pois seria possível produzir mais com aquela dotação de recursos produtivos. |
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Tela 17 |
| O ponto
D representa uma situação de impossibilidade,
pois o processo tecnológico somente permite uma produção
inferior para a dotação de recursos produtivos empregados.
No ponto
A, produz-se uma tonelada de soja com a utilização
da combinação L0 – unidades
de mão de obra – e K0 –
unidades de capital. Note que o processo de produção representado
pelo ponto A utiliza maior proporção de
capital relativamente ao fator de produção trabalho. Portanto,
a relação entre capital e trabalho é maior que a
unidade:
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Tela 18 |
| Observamos
que, no ponto A, o processo de produção é
intensivo em capital, ou seja, utiliza uma proporção maior
de capital relativamente ao fator trabalho. Isto ocorre porque, nessas condições,
a tecnologia de produção adotada procura poupar o fator de
produção mais escasso, no caso o trabalho.
Sendo o trabalho o fator de produção mais escasso, seu custo de contratação será maior que o custo de capital. Portanto, espera-se que o processo produtivo empregue menor proporção do fator trabalho. No caso de produção de soja, com tecnologia intensiva em capital, poder-se-ia pensar em um processo produtivo que envolva a utilização de equipamentos de mecanização e automação dos procedimentos de preparo do solo, tratos culturais, colheita, armazenamento e transporte. |
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Tela 19 |
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Nessa modalidade de exploração, menor quantidade de mão de obra seria exigida. A produtividade dos poucos trabalhadores empregados seria alta, em razão da elevada relação capital trabalho.
Já no ponto B, seria possível produzir a mesma quantidade de soja que no ponto A (uma tonelada), mediante a combinação L1 unidades de mão de obra e K1 unidades de capital.
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Tela 20 |
Agora,
perceba que o processo de produção representado pelo ponto
B utiliza maior proporção de trabalho relativamente
ao fator de produção capital. Portanto, a relação
entre capital e trabalho é menor que a unidade: No caso de produção de soja, com tecnologia intensiva em trabalho, pode-se pensar em um processo produtivo que envolva, predominantemente, a utilização de procedimentos manuais de preparo de solo, tratos culturais, colheita, armazenamento e transporte. Nessa modalidade de exploração, maior quantidade de mão de obra seria exigida. A produtividade dos muitos trabalhadores empregados seria baixa, em razão da reduzida relação capital trabalho.
A escolha de um processo de produção intensivo no fator trabalho decorre de sua maior disponibilidade. Portanto, relativamente ao capital, o custo de contratação do trabalho é menor. |
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Tela 21 |
Ainda pensando na escolha do processo produtivo, vejamos a Figura 2 abaixo, a qual apresenta o resumo das conclusões do modelo de comércio internacional de Hecksher-Ohlin:
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Tela 22 |
Podemos, a partir do esquema, constatar que:
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Tela 23 |
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| 3
- Comércio internacional
Vejamos a Figura 3 a seguir:
Agora, considere o seguinte: na ausência de comércio
internacional, uma determinada região (ou país) que apresente
vantagem comparativa na produção de determinado produto
(soja, por exemplo) estaria em equilíbrio em que ponto do gráfico?
E quando o equilíbrio de mercado aconteceria? |
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Tela 24 |
| No país
estrangeiro, a curva de oferta intercepta a curva de demanda mais à
esquerda, pois seus custos de produção são maiores
do que o observado no país nacional.
O equilíbrio aconteceria no ponto A, em que a quantidade produzida é Q1 comercializada ao preço P1. Note que este preço é maior do que P0, bem como a produção é menor do que Q0. Caso seja mantido um intercâmbio comercial entre as duas regiões, o equilíbrio de mercado será deslocado para o ponto C que se situará em algum lugar entre os pontos A e B ao longo da curva de demanda.
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Tela 25 |
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Efeito do comércio internacional na economia nacional – Suponha que a mão de obra seja o fator abundante na economia nacional: o processo de produção seria intensivo nesse fator. Assim, observe que no país nacional, por possuir menor custo de produção, o aumento do preço relativo da soja beneficia os agentes econômicos que atuam na produção desse produto. O aumento do preço relativo da soja provoca uma redução da quantidade demandada no plano local, permitindo que o excedente de produção seja destinado para exportação.
Os agentes econômicos envolvidos na produção de bens cujo processo de produção seja intensivo em capital sairão prejudicados, pois o preço relativo de seus produtos cairá relativamente ao preço da soja.
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Tela 26 |
| Efeito
do comércio internacional na economia estrangeira – No país
estrangeiro haveria uma redução do preço relativo da
soja, o que provocaria um crescimento da quantidade demandada. Os produtores
de soja, assim como os trabalhadores empregados nesse setor produtivo, teriam
sua renda reduzida. Observe que a redução do preço
relativo da soja beneficiaria os consumidores.
De uma maneira geral, a importação de soja, a um preço menor, liberaria a escassa mão de obra disponível no país estrangeiro para a produção de produtos intensivos em capital.
Conclusão: o comércio internacional
entre as nações pode beneficiar, simultaneamente, as duas
partes envolvidas no processo de trocas. Cada economia será especializada
nos produtos que façam uso dos fatores de produção
mais abundante. O comércio internacional gera efeitos assimétricos
na distribuição de renda, beneficiando o fator de produção
mais abundante. |
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Tela 27 |
| Resumo
O modelo de trocas internacionais desenvolvido por Heckscher-Ohlin defende a tese de que a economia do país será mais eficaz na produção de bens e serviços que façam uso de fatores de produção largamente disponíveis em seu território em dado período. Esse modelo indica que:
A teoria do modelo afirma que as diferentes proporções dos fatores em distintas regiões do mundo, utilizadas no processo de produção de bens e serviços, explicam a dinâmica do comércio entre as nações. A escolha do processo de produção depende do custo relativo de contratação dos fatores de produção disponível. Assim, a tecnologia adotada será intensiva em capital nas regiões onde o custo da mão de obra é mais alto. De forma idêntica, a tecnologia será intensiva no fator trabalho em regiões onde o custo de contratação da mão de obra for mais baixo. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 28 |
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| 1
- O comércio de divisas estrangeiras
Discutiremos, a seguir, os mecanismos de funcionamento do mercado de câmbio, considerando os principais fatores determinantes da oferta e da demanda de divisas estrangeiras. Os países não produzem tudo o que precisam. Necessitam, portanto, adquirir mercadorias e serviços produzidos em território estrangeiro. Assim, os consumidores brasileiros, por exemplo, demandam automóveis japoneses, relógios suíços, calças jeans americanas e milho argentino.
Contudo, os consumidores dispõem apenas de reais (moeda nacional brasileira) para pagar as importações, visto que o Estado brasileiro (assim como os demais) proíbe a livre circulação de moedas estrangeiras. Por outro lado, os produtores americanos exigem receber sua remuneração em dólares dos Estados Unidos da América. |
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Tela 29 |
| Os produtores
japoneses preferem receber seu rendimento em ienes, embora,
em determinadas condições, seja de interesse aceitar dólares
americanos ou euro, pois essas moedas poderiam ser utilizadas,
mais adiante, para cumprir obrigações de importações
japonesas oriundas dos Estados Unidos e/ou da Europa. Muito remotamente,
eles aceitariam o peso ou real, em virtude
da inexpressiva participação da Argentina e do Brasil no mercado
mundial de câmbio.
Desse modo, para cumprir as obrigações geradas por transações originadas no exterior, os residentes no Brasil demandam moedas estrangeiras.
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Tela 30 |
| 2
- Demanda de moeda estrangeira
A demanda de divisas estrangeiras envolve a procura por letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento etc., que sejam conversíveis em moeda estrangeiras, e as próprias moedas estrangeiras. São demandantes de moedas estrangeiras:
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Tela 31 |
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Resumindo, a taxa de câmbio é inversamente correlacionada com a quantidade demandada de moeda estrangeira, conforme veremos na Figura 1, a seguir. |
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Tela 32 |
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O que o gráfico nos mostra? Caso a taxa de câmbio seja TC1 (mais elevada), a quantidade demandada de moeda será Q1 (menor). Para uma taxa de câmbio mais baixa, TC2, a quantidade demandada de moeda será Q2 (maior). |
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Tela 33 |
No mercado internacional, geralmente, a oferta de produtos apresenta elasticidade quase infinita indicando que o preço dos produtos comercializados independe da quantidade adquirida por um consumidor, firma ou país individualmente. Portanto, o preço é uma variável exógena. Relaxando os efeitos sazonais, neste mercado, em curto prazo, os preços são praticamente fixos. Para ilustrar, acompanhe o seguinte exemplo:
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Tela 34 |
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Observe que, no processo de conversão de dólar para real, a unidade de moeda estrangeira aparece no numerador e no denominador, desaparecendo do resultado final. Caso haja uma desvalorização cambial de 15%, a taxa de câmbio subiria para R$ 3,47/US$ 1.00. O custo de importação de trigo aumentaria para R$ 27,76.
Qual seria a reação dos consumidores?
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Tela 35 |
| Com esse
novo preço, os consumidores reduziriam o consumo de derivados de
trigo e, consequentemente, a demanda agregada por divisas estrangeiras.
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Tela 36 |
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| 3
- Oferta de moeda estrangeira
A oferta de divisas estrangeiras depende das relações de troca do país com os agentes econômicos do resto do mundo. Caso sua economia seja competitiva, mantido o mesmo padrão de qualidade observado no mercado, o preço de seus produtos será menor do que a média de seus concorrentes. Assim, o país terá sucesso nas exportações, o que permite o ingresso regular de divisas estrangeiras em seu território. Da mesma forma, se a taxa média de retorno sobre o capital aplicado for elevada, o país receberá aportes de recursos sob a modalidade de investimentos externos, o que também contribui para a formação da oferta de moeda estrangeira. São ofertantes de moedas estrangeiras:
Os ofertantes de moedas estrangeiras:
A oferta de moeda estrangeira é determinada, basicamente, pela taxa de câmbio. Espera-se que, quanto maior a taxa de câmbio, maior será a oferta de moeda estrangeira. Portanto a oferta de divisas estrangeiras e a taxa de câmbio são variáveis diretamente associadas. |
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Tela 37 |
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Vejamos
o exemplo seguinte, ilustrando as razões econômicas:
Vamos admitir que esse preço cubra todos os custos de produção e de remuneração do capital próprio. Caso haja uma desvalorização cambial de 15%, a taxa de câmbio subiria para R$ 3,47/US$ 1.00, o que aumenta a margem de ganho dos exportadores brasileiros.
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Tela 38 |
O que nos mostra a Figura 2? Caso a taxa de câmbio seja TC1 (mais baixa), a quantidade ofertada de moeda será Q1 (menor). Para uma taxa de câmbio mais elevada, TC2, a quantidade ofertada de moeda será Q2 (maior).
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Tela 39 |
| 4
- Equilíbrio do mercado de câmbio
O equilíbrio do mercado de câmbio é alcançado no ponto em que a quantidade de moeda ofertada é igual à quantidade demandada de moeda estrangeira, conforme observamos na Figura 3, a seguir.
O que nos mostra a Figura 3? A curva de demanda de moeda estrangeira D1 cruza a curva de oferta estrangeira S1 no ponto A, indicando que, à taxa de câmbio TC1, os demandantes e ofertantes concordam em realizar trocas de moeda no montante Q1. |
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Tela 40 |
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| Mas, admitindo
que a renda disponível do país tenha apresentado crescimento,
as pessoas desejarão aumentar o consumo de produtos importados. Para
tanto, demandarão uma quantidade maior de moeda estrangeira. Para
a taxa de câmbio TC1, a procura de câmbio
será Q3 no ponto AA
que se localiza na curva de demanda de moeda estrangeira D2.
Como a curva de oferta não se alterou, a oferta de moeda estrangeira será Q1. Haverá um excesso de demanda, representado pelo segmento Q3Q1. Esse desequilíbrio temporário, causado pela escassez de moeda estrangeira, provocará uma desvalorização cambial.
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Tela 41 |
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Vamos supor, agora, que ocorreu uma “quebra” de safra agrícola. Em decorrência, o país reduziu o volume exportado de commodities. Portanto, a oferta de divisas estrangeiras sofreu contração, deslocando-se para a esquerda (curva de oferta S2).
Para a taxa de câmbio TC1, a oferta de moeda será Q4, enquanto a demanda se mantém inalterada em Q1. Outrossim, no ponto AAA, o mercado de câmbio estará desequilibrado, pois há insuficiência de oferta representada pelo segmento Q4Q1. Esse desequilíbrio temporário, causado pela escassez de moeda estrangeira, provocará uma desvalorização cambial. O novo equilíbrio
ocorrerá no ponto D, no qual a curva de demanda
D1 e a curva de oferta S2
se cruzam. A taxa de câmbio subirá e os demandantes e ofertantes
concordarão em realizar trocas de moedas estrangeiras em montante
situado entre Q1 e Q4.
Neste caso, a desvalorização cambial é explicada
por pressões de oferta. |
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Tela 42 |
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Variação
real da taxa de câmbio - A
taxa de câmbio real mede a competitividade dos produtos nacionais
no comércio exterior. Define-se como a relação entre
preços externos e preços domésticos, ambos medidos
na moeda nacional (no caso brasileiro, em reais).
TCR = Taxa de Câmbio
Real; Suponha que, em dado ano, a taxa de câmbio apresente desvalorização nominal de 5%. Se, no mesmo período, a taxa de inflação do país tenha sido 7% e a taxa de inflação internacional tenha sido 2%, não ocorreu variação cambial em termos reais, pois a desvalorização nominal corresponde à diferença entre a inflação interna e a inflação externa. Exemplo: Suponha que, em 2006, a taxa de inflação do país A foi de 8%. A taxa de inflação mundial foi de 3%. Considerando que no país a taxa de câmbio desvalorizou-se de N$2,10/US$1.00 para N$2,40/US$1.00, qual foi a variação da taxa de câmbio real? |
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Tela 43 |
| Resumo
O comércio de divisas estrangeiras tem o objetivo de permitir o cumprimento de obrigações geradas por transações comerciais ou financeiras realizadas entre residentes e não residentes de um país. A demanda de divisas estrangeiras envolve a procura por letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento etc., que sejam conversíveis em moeda estrangeiras, e as próprias moedas estrangeiras. Quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda por produtos importados. Portanto, menor a demanda por divisas estrangeiras. São demandantes da moeda estrangeira: importadores; turistas em viagem no exterior; devedores de recursos tomados no exterior; firmas estrangeiras que precisam remeter lucros para a matriz. A oferta de moeda estrangeira é determinada, basicamente, pela taxa de câmbio. Espera-se que quanto for maior a taxa de câmbio, maior será a oferta de moeda estrangeira. Portanto, a oferta de divisas estrangeiras e a taxa de câmbio são variáveis positivamente correlacionadas. São ofertantes de moeda estrangeira: exportadores; turistas estrangeiros em viagem no país; credores de recursos aplicados no exterior; firmas estrangeiras que aportam capitais em filial instalada no país. Desvalorização cambial define-se por: quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda por produtos importados. Portanto, menor a demanda por divisas estrangeiras. Ocorre quando: a taxa de câmbio é desvalorizada, ou seja, precisa-se de uma maior quantidade de moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda estrangeira; ou quando a taxa de câmbio é valorizada, ou seja, precisa-se de uma menor quantidade de moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda estrangeira. O equilíbrio do mercado de câmbio é alcançado no ponto em que a quantidade de moeda ofertada é igual à quantidade demandada de moeda estrangeira. |
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| Unidade 1 | Módulo 4 | Tela 44 |
| 1
- Introdução
No presente módulo, serão discutidos os instrumentos de proteção da economia nacional dos concorrentes estrangeiros para melhorar os termos de troca, proteger a indústria nascente, proteger o emprego, gerar autossuficiência da indústria local e manter o equilíbrio das contas externas (balanço de pagamentos). Ainda que haja argumentos favoráveis ao livre comércio, quase todas as nações adotam medidas com o objetivo de proteger seu mercado interno contra concorrentes estrangeiros. Assim, é possível que se obtenha maior nível de renda e de geração de emprego, mediante o adequado gerenciamento da política comercial. A proteção do mercado doméstico contra a concorrência estrangeira pode ser feita por meio de barreira tarifária (imposição de tributo sobre bens importados) ou por barreira não tarifária. A quota de importação (limitação da quantidade máxima permitida de bens importados) é a principal barreira não tarifária utilizada pelas nações atualmente. Entre os demais mecanismos de proteção não tarifária, destacam-se: restrições voluntárias às exportações; regulamentações técnicas, administrativas e outras; normas sanitárias, cartéis internacionais; dumping e subsídios às exportações.
Como veremos nas
seções seguintes, as políticas de proteção
da economia nacional buscam alcançar maior bem-estar socioeconômico.
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Tela 45 |
|
| 2
- Melhoria dos termos de troca
Segundo Kindleberger, a imposição de uma tarifa externa
pode, em circunstâncias apropriadas, melhorar as relações
de troca da economia nacional, isto é, a obtenção
de importações a preços mais baixos. |
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Tela 46 |
|
O que a figura nos mostra? Na ausência
de restrições ao comércio internacional, as curvas
de oferta do Brasil e da Argentina são, respectivamente, as linhas
grafadas em preto (linhas cheias). Tais curvas se interceptam no Ponto
A. Este equilíbrio define o preço relativo OA
entre as duas mercadorias consideradas. |
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Tela 47 |
| Considere,
agora, que o Brasil resolveu adotar uma tarifa sobre o preço da soja
em grãos proveniente da Argentina. Essa medida está representada
pela nova curva de oferta brasileira situada à esquerda da curva
de oferta original, pois a distorção provocada pela tributação
modifica os preços relativos das mercadorias envolvidas no processo
de troca. O deslocamento da curva de oferta para a esquerda modifica as
relações de troca de AO para OB.
Isto constitui uma melhora dos termos de troca do Brasil. Para adquirir a quantidade OW de soja em grãos, o Brasil pagará a quantidade WB de óleos vegetais e cobra BC em impostos, quando anteriormente pagava WC.
É importante destacar que a política externa agressiva de um país somente surte efeito se não houver retaliação da contraparte. |
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Tela 48 |
|
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| No caso
hipotético que estamos examinando, a Argentina poderia reagir, estabelecendo
também tarifas mais elevadas para suas importações,
o que reduziria o volume das transações comerciais. No limite,
como resultado da guerra comercial, o intercâmbio comercial seria
interrompido, prejudicando os consumidores das duas nações.
Para que um país possa melhorar seus termos de comércio, isto é, o preço relativo de suas exportações, deve ter algum poder de monopólio. Isto significa que, de maneira semelhante a uma firma monopolista, deve possuir uma demanda relativamente inelástica. Assim, se um país possui algum poder de monopólio, pode usar este poder com o objetivo de melhorar os termos de trocas. |
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Tela 49 |
| 3 - Proteção à indústria nascente Caso um país
subdesenvolvido cuja produção esteja baseada no setor primário
da economia (agricultura ou mineração), o livre mercado
não permitirá o seu desenvolvimento industrial, pois as
indústrias estrangeiras serão mais competitivas.
A expansão de uma indústria protegida pode reduzir os custos de produção à medida que desenvolve uma força de trabalho treinada e acumula conhecimentos de técnicas de produção. |
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Tela 50 |
| O investimento
social em capacitação da força de trabalho e em desenvolvimento
tecnológico tornaria lucrativa a expansão da produção
para as firmas da indústria, sem incorrer em custos que não
produzem benefícios exclusivamente para firmas individuais.
Considere o diagrama apresentado na Figura 2 a seguir.
O que a figura nos mostra? Os custos privados são maiores do que os custos sociais. Por essa razão, a curva de oferta privada situa-se à esquerda e acima da curva de oferta social. Nessas condições,
caso o preço no mercado interno seja P1, o equilíbrio
estará situado no ponto A, pois os custos privados
são maiores que o custo social. A indústria nacional produzirá,
então, a quantidade 0Q1. |
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Tela 51 |
| Desta forma,
buscando proteger a indústria nacional, o governo poderia realizar
investimentos sociais que seriam indiretamente apropriados pela indústria,
tais como:
1 implantação de escolas
de profissionalização;
Na presença das referidas externalidades, a curva de oferta seria deslocada para a direita e para baixo, indicando uma redução global do custo de produção em termos sociais. O novo equilíbrio estaria localizado no ponto B em que o preço de consumo seria P2 e a produção nacional, mais expandida, seria representada pelo segmento 0Q3. A diferença entre P2P1 representa o subsídio a ser transferido para a indústria protegida. O uso de políticas de proteção industrial deve ser utilizado com cautela e deve estar associado a um compromisso formal de desenvolvimento tecnológico capaz de tornar a indústria beneficiária autossuficiente, de forma que possa, num futuro breve, competir com indústrias estrangeiras. Caso essa condição não se concretize, o instrumento
não será eficaz e servirá apenas para esconder ineficiências
internas cujo ônus seria transferido ao consumidor ou ao contribuinte. |
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Tela 52 |
| 4
- Defesa do emprego
A defesa da manutenção do emprego da mão de obra e do capital nacional é um forte argumento contra o livre comércio.
A restrição de entrada de produtos estrangeiros gera uma demanda insatisfeita que poderá ser suprida por fornecedores nacionais menos eficientes. A expansão dos investimentos em atividades produtivas cria novos
postos de trabalho no país, amenizando a difícil situação
social dos agentes econômicos que atuam em setores econômicos
menos dinâmicos. |
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Tela 53 |
| 5
- Defesa nacional
Não é incomum a preocupação política em garantir a autossuficiência da nação, notadamente quando se trata de questões envolvendo interesses político-militares. Em geral, regiões que viveram conflitos bélicos têm grande preocupação em se manterem autônomas nos seguintes setores: agropecuária, transporte, comunicações e energia.
A preocupação com a autossuficiência também se justifica, do ponto de vista econômico, quando pretende reduzir a dependência externa de artigos cuja oferta apresenta fortes e recorrentes oscilações. Tal volatilidade da oferta internacional faz com que os preços
apresentem grandes variações, podendo constituir fonte de
perturbação no ajustamento do balanço de pagamentos
e no equilíbrio monetário do país. |
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Tela 54 |
| Resumo
Apesar dos argumentos favoráveis ao livre comércio, as nações fazem uso de políticas comerciais com o objetivo de proteger o mercado interno da concorrência externa. Durante o processo de industrialização de uma nação, é comum proteger-se a indústria nacional contra a concorrência externa, mediante a adoção de benefícios como isenções fiscais, crédito subsidiado e prestação de serviços externos. São objetivos do protecionismo: a melhora das relações de trocas; a proteção do emprego; a proteção à indústria nascente; a defesa nacional e o equilíbrio das contas externas. O estabelecimento de um cinturão de tarifa externa pode, em circunstâncias apropriadas, melhorar as relações de troca da economia nacional. Melhora nas Relações de trocas significa que, mantido o mesmo volume de exportações, há um aumento da capacidade de importação. Para que um país possa melhorar seus termos de comércio, isto é, o preço relativo de suas exportações, deve ter algum poder de monopólio. Os principais instrumentos de proteção à concorrência
de produtores estrangeiros são: instituição de tarifas
aduaneiras incidentes sobre bens importados, estabelecimento de quotas
de importação, subsídios à exportação
e controles monetários e cambiais. |
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| Unidade 1 | Módulo 5 | Tela 55 |
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| 1
- Considerações sobre o efeito de proteção
A política comercial visa a atingir um ou mais dos seguintes objetivos:
Para análise do efeito de proteção, considere a estrutura econômica representada na Figura 1, a seguir, no qual estão representadas a curva de oferta agregada e a curva de demanda agregada da economia.
Ao preço OP, os produtores locais estão dispostos a ofertar a quantidade OQ. Por outro lado, os consumidores estão dispostos a consumir a quantidade OQ3. Caso a economia mantenha livre intercâmbio comercial com o exterior, a quantidade Q3-Q representa as importações realizadas ao preço OP. Agora considere que, pressionado pelos produtores nacionais, o governo adote uma tarifa P-P1. Dado que a participação do país é suficientemente pequena em relação ao volume do comércio internacional, esta tarifa não é capaz de alterar o preço do produto no mercado externo nem sua oferta. Ao preço OP a oferta internacional é infinitamente elástica. |
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Tela 56 |
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Estimulados pela implantação da tarifa de proteção (ou quota de importação), os produtores nacionais aumentarão sua produção em Q-Q1. O consumo interno se reduz de Q2- Q3. As receitas fiscais do governo elevam-se. O Retângulo C representa os tributos devidos ao governo, produto da tarifa adotada (P-P1) pelas importações (Q1-Q2). O Quadrilátero A representa o efeito distributivo da renda adicional paga aos produtores nacionais já existentes, mais o arrendamento econômico adicional aos novos produtores acima de seu preço de oferta. |
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Tela 57 |
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| 2
- Efetividade da proteção tarifária
A dimensão do efeito protetor, em relação a uma dada tarifa comercial, é determinada pela elasticidade da curva de oferta. Considere a estrutura econômica representada na Figura 2, a seguir, em que estão representadas a curva de demanda e duas alternativas de curva de oferta. Uma oferta inelástica, mais inclinada, está grafada em cor vermelha. Outra, elástica, menos inclinada, está grafada na cor azul.
Caso o preço de mercado seja P0, equivalente ao preço internacional, numa economia aberta, e a oferta seja inelástica, a indústria interna produzirá Q0. Nessas condições, a produção interna é insuficiente para satisfazer a demanda interna e as importações serão correspondentes a Q6-Q0. Contudo, na hipótese de a curva de oferta ser elástica, ao nível de preço P0, a indústria interna produziria Q1 e as importações corresponderiam a Q6-Q1. |
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Tela 58 |
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Agora, considere ter sido adotada uma tarifa para proteção da indústria nacional contra a concorrência estrangeira. Note que o preço interno torna-se maior do que o preço internacional. O novo preço é P1 (a tarifa é P1- P0).
No cenário em que a curva de oferta é inelástica, a indústria interna produziria Q2 e as importações corresponderiam a Q5-Q2. Porém, na hipótese de a curva de oferta ser elástica, a indústria interna produziria Q3 e as importações corresponderiam a Q5-Q3. Note que, quando a curva de oferta é elástica, os produtores nacionais reagem mais rapidamente ao novo preço, elevando a produção interna (Q3-Q1). Esta variação é maior que a verificada para a situação em que a curva de oferta é inelástica (Q2-Q0).
Para obter o mesmo efeito em um mercado que apresente curva de oferta inelástica, a tarifa deverá ser mais elevada, muitas vezes impeditiva. |
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Tela 59 |
| No Quadro
1, a seguir, são apresentados os equilíbrios parciais para
as situações descritas na Figura 2.
Do exposto, pode-se chegar às seguintes conclusões: Uma tarifa será proibitiva quando o efeito protetor for suficientemente alto para expandir a produção nacional até o ponto em que toda a demanda interna possa ser atendida sem que se faça uso de importações.
Note que na hipótese de a curva de oferta ser elástica, ao nível de preço P2, a indústria interna produziria Q4 e não seria realizada nenhuma importação do produto. |
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Tela 60 |
| 3
- Efeito da proteção tarifária sobre o consumo
O efeito final da adoção de uma política de proteção tarifária é a redução do tamanho do mercado interno. E por que isto ocorre? Porque a implementação de uma tarifa sobre o produto importado provoca um aumento no preço interno do produto cuja indústria se pretende favorecer. Vejamos, agora, o Quadro 2, a seguir:
O que o quadro 2 nos mostra? Os efeitos da política de proteção tarifária sobre o consumo para as situações representadas na Figura 2. |
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Tela 61 |
Note-se que o efeito direto de uma tarifa de proteção comercial é o aumento do preço interno do produto majorado. Além disso, a elevação do preço provoca uma redução da quantidade demandada, pois os consumidores que detêm menores rendimentos são afastados do mercado. A excessiva proteção tarifária somente se justifica por período limitado de tempo e em determinadas situações.
Por exemplo, justifica-se a proteção à indústria nascente, ou seja, durante o período de desenvolvimento de determinado ramo industrial no país com o objetivo de isolá-lo da concorrência de indústrias estrangeiras cujos custos de produção são menores. Tão logo a indústria nacional adquira escala adequada e reúna condições suficientes para dominar o processo tecnológico, deve-se, paulatinamente, promover uma gradual abertura econômica, mediante redução das tarifas de importações. |
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Tela 62 |
| 4
- Efeito da proteção tarifária sobre a renda
O efeito da adoção de uma política de proteção tarifária sobre a distribuição de renda, conforme mostra a Figura 2, consiste na transferência de renda dos consumidores para os produtores internos já existentes e potenciais. Também, há aumento de participação da indústria nacional no mercado, pois as importações se reduzem em virtude da redução do mercado.
Adicionalmente, políticas de restrições ao comércio internacional tendem a melhorar a renda dos detentores de recursos escassos da economia, modificando os preços relativos do sistema econômico. |
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Tela 63 |
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| 5
- Efeito da proteção tarifária sobre o balanço
de pagamentos
A tarifa tem o efeito de elevar os preços internos, o que concorre para a redução da demanda agregada. O aumento dos preços promove um crescimento da oferta interna, reduzindo os gastos com as importações de produtos tarifados. O déficit da balança comercial será atenuado (ou o superávit será incrementado), atuando favoravelmente no ajustamento do balanço de pagamentos do país. Na oportunidade, cumpre destacar que as considerações feitas nos parágrafos anteriores são válidas quando a economia está operando abaixo do pleno emprego dos fatores de produção. Em condições de pleno emprego, é possível que a elevação de preço decorrente da cobrança de tarifa aduaneira gere inflação, provocando perda do poder de compra. |
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Tela 64 |
| Resumo
A política comercial exerce influência significativa na determinação dos preços relativos e, consequentemente, na distribuição da renda. As razões que justificam a adoção de políticas comerciais restritivas são as seguintes:
O efeito da proteção tarifária pode ser resumido da seguinte forma:
A efetividade da política de proteção comercial depende do comportamento da demanda:
São efeitos da proteção comercial:
Como a tarifa tem o efeito de elevar os preços internos, verifica-se uma redução da demanda agregada. O aumento dos preços promove um crescimento da oferta interna, o que contribui para redução das importações do produto. Desse modo, a balança comercial tende a tornar-se mais favorável, melhorando o balanço de pagamentos do país. |
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