| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
1 - Riscos inerentes às Políticas Econômicas Os dirigentes responsáveis pela condução de políticas econômicas gostariam que fosse possível, simultaneamente, aumentar o nível de renda da economia, manter a estabilidade monetária e o equilíbrio das contas externas.
Contudo, na prática, não é possível a obtenção de sucesso em todas as áreas que compõem o sistema econômico. Quase sempre os possíveis resultados esperados são divergentes, o que leva os formuladores de políticas públicas a tomarem decisões de alto risco político. Não é incomum que uma política econômica que vise a estimular a criação de emprego apresente como efeito colateral geração de déficit no balanço de pagamentos ou pressões inflacionárias. |
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Tela 2 |
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| 2 - Política monetária expansionista Vamos, agora, analisar a Figura 1, a seguir.
Considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0. Por estar em equilíbrio, no ponto A:
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Tela 3 |
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No caso que estamos estudando, podemos notar que a economia possui capacidade para produzir uma renda maior (Y*), o que daria oportunidade de envolver um maior número de trabalhadores no processo econômico e promover o crescimento das atividades produtivas e comerciais. Assim sendo, as autoridades do país resolveram adotar uma política monetária expansionista, mediante o aumento da oferta de moeda.
Agora, analise o seguinte: o que acontece com o aumento da oferta monetária? Explicação |
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Tela 4 |
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A
resultante desse processo é a geração de déficits
no balanço de pagamentos. Note que todos os pontos abaixo da curva
balanço de pagamentos (BP) indicam situação deficitária.
De forma contrária, todos os pontos acima da curva balanço
de pagamentos (BP) representam situação superavitária
(superávit
do balanço de pagamentos).
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Tela 5 |
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3
- Superávit externo decorrente de política
fiscal expansionista
Considere, novamente, que a economia de um país encontra-se em
equilíbrio no ponto A, na qual a renda de equilíbrio
é Y0 e a taxa de juros é r0.
Neste caso, estamos admitindo as seguintes hipóteses básicas: |
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Tela 6 |
Nessas
condições, a curva balanço de pagamentos (BP) possui
menor inclinação do que a curva LM que equilibra o mercado
monetário. Buscando promover o crescimento da economia, o governo
resolveu aumentar os gastos públicos (G). E qual a consequência
desta ação?
Como a oferta monetária mantém-se inalterada, o crescimento da renda aumenta a demanda de moeda para transação, o que exige uma taxa de juros maior para manter em equilíbrio o mercado monetário.
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Tela 7 |
| Desta
forma, o equilíbrio interno deverá descolar-se do ponto
A para o ponto B, em que a taxa de juros é
maior (r1) e a renda é maior (Y1).
Observe que o aumento da taxa de juros para r1 aumenta
a capacidade de o país atrair capitais autônomos em grau maior
do que o aumento da renda estimula as importações.
Pensando em tudo isto, o que você imagina resultar desse processo? A resultante desse processo é a geração de um superávit no balanço de pagamentos. Lembre-se de que pontos situados acima da curva balanço de pagamentos (BP) indicam situação superavitária.
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Tela 8 |
| 4
- Déficit externo decorrente de política fiscal expansionista
Estudemos, agora, a Figura 3.
Vamos
fazer as análises, a partir das mesmas condições
iniciais antes apresentadas: a economia de um país encontra-se
em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio
é Y0 e a taxa de juros é r0.
Buscando promover o crescimento da economia que apresentava fortes sinais
de debilidade, o governo resolveu reduzir a carga tributária
(T). |
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Tela 9 |
| Agora,
lembrando-se do raciocínio traçado nas explicações
anteriores, qual seria a consequência da ação governamental
de reduzir a carga tributária?
Esta iniciativa causa, de imediato, um aumento na demanda agregada, deslocando da curva IS para a direita (expansão econômica), de IS0 para IS1. Como a oferta monetária mantém-se inalterada, o crescimento da renda aumenta a demanda de moeda para transação, o que exige uma taxa de juros maior para manter em equilíbrio o mercado monetário. Assim, o equilíbrio interno deverá descolar-se do ponto A para o ponto B, em que a taxa de juros é maior (r1) e a renda é maior (Y1). Observe que, agora, o aumento da taxa de juros para r1 não é suficiente para evitar a fuga de divisas estrangeiras. Em reforço, o crescimento da renda eleva a demanda por bens importados.
Resulta desse
processo a geração de um déficit no balanço
de pagamentos. Mais uma vez, lembre-se de que pontos situados abaixo da
curva balanço de pagamentos (BP) indicam situação
deficitária. |
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Tela 10 |
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5 - Política monetária contracionista Há situações em que a economia apresenta pressões de preço que podem afetar os custos de produção, tornando os produtos do país menos competitivos no mercado externo. Essas tensões podem causar elevação do nível geral de preços da economia (inflação).
Em geral,
esses sintomas ocorrem quando a economia está operando acima de
seu produto
potencial. Nesta situação, pode ser recomendável
“desaquecer” a atividade econômica, provocando uma pequena
e breve recessão.
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Tela 11 |
Vejamos, agora, a Figura 4. Considerando que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0. O nível de renda desejável é y* (produto potencial). Para se chegar a esse nível, as autoridades do país resolveram adotar uma política monetária contracionista, reduzindo a oferta de moeda.
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Tela 12 |
A redução da oferta monetária desloca a curva LM para a esquerda, de LM0 para LM1. Isto ocorre porque a contração monetária, para o nível de renda vigente, torna a oferta de moeda menor que a demanda por moeda.
O excesso de demanda provoca um aumento da taxa de juros de r0 para r1. Para que a demanda por moeda volte a equilibrar-se com a nova oferta monetária, a renda deverá reduzir-se de Y0 para Y1. Assim, o equilíbrio interno deverá deslocar-se do ponto A para o ponto B, em que a taxa de juros é maior e a renda é menor. |
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Tela 13 |
Observe que o aumento da taxa de juros para r1 aumenta a capacidade de o país atrair capitais autônomos. Adicionalmente, a redução da renda provoca uma redução das importações de bens e serviços. A resultante desse processo é a geração de um superávit no balanço de pagamentos.
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Tela 14 |
| Resumo
Estudamos, neste ponto, o ajustamento da economia após a adoção de medidas de política econômica de caráter expansionista e contracionista sob o regime de taxas de câmbio fixo e na presença de mobilidade imperfeita de capitais. Nessas condições (taxas de câmbio fixo e na presença de mobilidade imperfeita de capitais), a política monetária expansionista provoca redução das taxas de juros e expansão da renda. Com juros mais baixos, há fuga de capitais. Nesse cenário, as autoridades se desfazem de divisas estrangeiras (redução das reservas internacionais) com o objetivo de manter o câmbio fixo (política de proteção da moeda nacional). Por outro lado, uma política fiscal expansionista provoca elevação das taxas de juros e expansão da renda. O efeito no balanço de pagamentos poderá ser a geração de superávit ou de déficit, conforme seja a elasticidade da curva BP (balanço de pagamentos) relativamente à curva LM (mercado monetário). Uma política
monetária contracionista provoca elevação das taxas
de juros e redução da renda. Com juros mais elevados, há
entrada de capitais externos e consequente geração de superávit
no balanço de pagamentos. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 15 |
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1 - Formação da Taxa de Câmbio No regime de taxa de câmbio flexível, as autoridades monetárias não realizam intervenções no mercado de câmbio com o objetivo de manter a paridade da moeda nacional relativamente às estrangeiras em determinado patamar. Assim, a taxa de câmbio é formada livremente no mercado de divisas internacionais, segundo a lei da oferta e da procura. Havendo abundante oferta de moeda estrangeira, a taxa de câmbio tenderá a cair, isto é, ocorrerá uma valorização da moeda nacional. Na situação inversa, quando há escassez de divisas internacionais no mercado, a taxa de câmbio tenderá a elevar-se, ou seja, a moeda nacional sofrerá desvalorização.
Em ambas as situações, o equilíbrio do balanço de pagamentos ocorre automaticamente, não havendo espaço para a geração de déficit ou de superávit. |
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Tela 16 |
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2 - Política monetária expansionista Agora, vamos estudar a Figura 1, abaixo.
Considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0. Pensemos um pouco (utilize os raciocínios estudados nos gráficos dos módulos anteriores): por estar em equilíbrio, no ponto A, o que acontece entre a oferta monetária e a demanda por moeda? E entre a demanda agregada e a oferta agregada? E entre o fluxo de mercadorias e de capitais com o resto do mundo? |
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Tela 17 |
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| No caso em estudo, podemos notar que a economia possui capacidade para produzir uma renda maior (Y*). Então, para estimular o crescimento econômico, as autoridades do país implementam uma política monetária expansionista, mediante o aumento da oferta de moeda.
O aumento da oferta monetária desloca a curva LM para a direita, de LM0 para LM1. Isto ocorre porque a expansão monetária, para o nível de renda vigente, torna a oferta de moeda maior que a demanda por moeda. O excesso de oferta de moeda provoca uma redução da taxa de juros de r0 para r1. Para que a demanda por moeda volte a equilibrar-se com a nova oferta monetária, a renda deverá crescer de Y0 para Y1. Desse modo, o ponto de equilíbrio interno desloca-se para o ponto B, em que a taxa de juros é menor e a renda é maior. |
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Tela 18 |
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| A
redução da taxa de juros para r1
reduz a capacidade de o país atrair capitais autônomos. Adicionalmente,
o crescimento da renda provoca um aumento das importações
de bens e serviços, o que gera uma situação
temporária de déficit no balanço de pagamentos.
Note que todos os pontos abaixo da curva balanço de pagamentos (BP)
indicam situação deficitária.
A redução da taxa de juros provoca uma retração da oferta de moeda estrangeira no país (fuga de capitais). Em reforço, o crescimento da renda nacional ocasiona o aumento das importações. Para importar mais, o que você acha que precisa acontecer em relação à moeda estrangeira e qual a consequência dessa ocorrência para o câmbio? Portanto, a taxa de câmbio será elevada, deslocando a curva BP (lócus de equilíbrio do balanço de pagamentos) para a direita, de BP0 para BP1. |
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Tela 19 |
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Considerando que a renda e os preços internacionais não se modificaram, a desvalorização da moeda nacional tem o efeito de tornar o preço dos produtos do país mais competitivo no mercado externo. Esses produtos podem ser comercializados com desconto ou prazo de pagamento maior.
Desse modo, as exportações são incentivadas, fazendo a curva IS (lócus de equilíbrio do mercado de produto) deslocar-se para a direita, de IS0 para IS1. O crescimento da renda derivada das vendas externas aumenta a demanda de moeda para transação, o que provoca um aumento da taxa de juros. Desse modo, o ponto de equilíbrio da economia desloca-se do ponto B para o ponto C, em que a taxa de juros é maior e a renda é maior. |
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Tela 20 |
| No ponto C, a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y2 e r2. No ponto C, os três mercados considerados estão, novamente, em equilíbrio:
Neste momento, é importante destacar as seguintes considerações:
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Tela 21 |
3 - Política fiscal expansionista sob câmbio flexível Vejamos a Figura 2, abaixo.
Agora, considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0. |
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Tela 22 |
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| Estamos
admitindo, aqui, as seguintes hipóteses básicas: H1 – Os investidores estrangeiros são sensíveis a pequenas variações na taxa de juros; H2 – A propensão marginal a importar é moderada. Nessas condições, a curva balanço de pagamentos (BP) é menos inclinada do que a curva LM, que equilibra o mercado monetário. Considere, agora, que o governo resolveu aumentar os gastos públicos (G), buscando promover o crescimento da economia. O que você acha que acontece devido a essa iniciativa? Dado que
a oferta
monetária mantém-se inalterada, o crescimento da renda
aumenta a demanda de moeda para transação, o que exige uma
taxa de juros maior para manter em equilíbrio o mercado monetário. |
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Tela 23 |
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Assim sendo, o equilíbrio interno deverá deslocar-se do ponto A para o ponto B, em que a taxa de juros é maior (r1) e a renda é maior (Y1). Observe que o aumento da taxa de juros para r1 aumenta a capacidade de o país atrair capitais autônomos em grau maior do que o aumento da renda estimula as importações. A resultante do processo descrito é a geração de um superávit no balanço de pagamentos. Não se esqueça de que pontos situados acima da curva balanço de pagamentos (BP) indicam situação superavitária. O aumento da taxa de juros incentiva o ingresso de capitais autônomos no país. As importações crescem porque houve aumento da renda.
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Tela 24 |
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Assim sendo, dado que o mercado de câmbio é livre, o câmbio será valorizado (valorização cambial). A taxa de câmbio será reduzida, deslocando a curva BP (lócus de equilíbrio do balanço de pagamentos) para a esquerda, de BP0 para BP1. Considerando que os preços internacionais não se modificaram, a valorização da moeda nacional tem o efeito de tornar o preço dos produtos do país menos competitivo no mercado externo (mais caros).
Desse modo, as exportações são inibidas, fazendo a curva IS (lócus de equilíbrio do mercado de produto) deslocar-se para a esquerda, de IS1 para IS2. A redução
das exportações provoca uma redução da renda
do país, reduzindo a demanda de moeda para transação,
o que provoca uma queda da taxa de juros. Desse modo, o ponto de equilíbrio
da economia desloca-se do ponto B para o ponto
C, em que a taxa de juros é menor e a renda é,
também, menor. |
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Tela 25 |
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No ponto C, a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y2 e r2. No ponto C, os três mercados considerados estão, novamente, em equilíbrio. Finalmente, enfatizamos as seguintes considerações a respeito do ajustamento da economia sob exame:
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Tela 26 |
Resumo Estudamos, neste ponto, o ajustamento da economia, após a adoção de medidas de política econômica de caráter expansionista sob o regime de taxas de câmbio flexíveis e mobilidade imperfeita de capitais. Nessas condições, a política monetária expansionista provoca redução das taxas de juros e expansão da renda. Com juros mais baixos, há fuga de capitais e a taxa de câmbio é desvalorizada. Assim, as exportações são estimuladas, ampliando o efeito de crescimento da renda. Por outro lado, uma política fiscal expansionista provoca elevação das taxas de juros e expansão da renda. Com juros mais altos, há atração de capitais autônomos e câmbio valorizado. Em decorrência, os dispêndios com importações crescem, o que reduz parcela do efeito de crescimento da renda causado pela expansão do déficit público (ou redução da poupança pública). Podemos concluir,
então, que sob regime de câmbio flexível, a política
monetária expansionista é mais eficaz do
que a política fiscal expansionista no esforço de geração
de renda. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 27 |
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| 1 - Trânsito de Capitais Os investidores gozarão de ampla liberdade para decidir em que nação aplicar seus recursos financeiros, se em situação de mobilidade perfeita de capitais. As eventuais diferenças de risco-atividade e/ou de risco-país não são significativas, bem como os custos de transação, para fins de orientação das decisões de investimento. Desse modo, caso a taxa de juros de um país seja elevada de forma exógena para um nível superior à do resto do mundo, haverá uma forte entrada de capitais de seu território.
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Tela 28 |
De maneira idêntica, caso a taxa de juros do país seja reduzida de forma exógena para um nível inferior à do resto do mundo, haverá uma forte saída de capitais em seu território. A fuga de capitais provocará uma retração da oferta monetária (oferta de capitais), que resultará na elevação endógena da taxa de juros até que se atinja o nível da taxa de juros externa.
Esse início de estudo já nos permite concluir que, no plano formado pela taxa de juros e pela renda nacional, a curva balanço de pagamentos é horizontal porque a economia somente admite uma taxa de juros para quaisquer níveis de renda da economia. |
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Tela 29 |
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| 2
- Política monetária expansionista
Agora, estudemos a Figura 1, abaixo.
Consideremos que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0 (igual à taxa de juros mundial). Pensemos um pouco: o que este equilíbrio, no ponto A, nos indica em relação à oferta monetária, à demanda e oferta agregada e ao fluxo de mercadorias e de capitais? |
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Tela 30 |
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No caso que estamos estudando, podemos notar que a economia possui capacidade para produzir uma renda maior (Y*). Então, para estimular o crescimento econômico, as autoridades do país implementam uma política monetária expansionista, mediante o aumento da oferta de moeda. O aumento da oferta monetária desloca a curva LM para a direita, de LM0 para LM1. Isto ocorre porque a expansão monetária, para o nível de renda vigente, torna a oferta de moeda maior que a demanda por moeda.
O excesso de oferta de moeda provoca redução da taxa de juros de r0 para r1. Para que a demanda por moeda volte a equilibrar-se com a nova oferta monetária, a renda deverá crescer de Y0 para Y1. Desse modo, o ponto de equilíbrio interno desloca-se para o ponto B, em que a taxa de juros é menor e a renda é maior. |
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Tela 31 |
A redução da taxa de juros para r1 — que agora se situa abaixo da taxa de juros mundial — provoca forte saída de capitais do país, o que gera uma situação de déficit no balanço de pagamentos. Como você já sabe, todos os pontos abaixo da curva balanço de pagamentos (BP) indicam situação deficitária.
Contudo, dado que o sistema de câmbio é fixo, a taxa de câmbio não será desvalorizada. Logo, a curva balanço de pagamentos (BP) não se altera, pois a taxa de câmbio não se modificou. Para manter a paridade da taxa de câmbio, as autoridades
monetárias deverão atuar no mercado de divisas vendendo
moeda estrangeira ao câmbio estabelecido (redução
das reservas internacionais). A venda de moeda estrangeira, pelo Banco
Central, implica a compra de moeda nacional, o que promove uma redução
da oferta monetária. |
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Tela 32 |
| O
reequilíbrio da economia será alcançado quando a taxa
de juros subir até o nível vigente no mercado internacional
(r*), ou seja, r0. Assim sendo, o equilíbrio final da economia será coincidente com o ponto A; a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y0 e r0. Pelo o que vimos até aqui, podemos concluir que sob o regime de taxa de câmbio fixa e mobilidade perfeita de capitais:
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Tela 33 |
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| 3 - Política fiscal expansionista sob câmbio fixo Vejamos, agora, a Figura 2, abaixo.
Consideremos, novamente, que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0 (igual à taxa de juros mundial). O governo resolveu aumentar os gastos públicos (G) a fim de promover o crescimento da economia. Esta iniciativa causa, de imediato, um aumento na demanda agregada, deslocando da curva IS para a direita (expansão econômica), de IS0 para IS1. |
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Tela 34 |
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Como a oferta monetária mantém-se inalterada, o crescimento da renda aumenta a demanda de moeda para transação, o que exige uma taxa de juros maior para manter em equilíbrio o mercado monetário. Assim, o equilíbrio interno deverá desloca-se do ponto A para o ponto B, em que a taxa de juros é maior (r1) e a renda é maior (Y1). Observe que o aumento da taxa de juros para r1 aumenta a capacidade de o país atrair capitais autônomos. A forte entrada de capitais estrangeiros provoca pressões no sentido de valorização da moeda nacional, isto é, a taxa de câmbio tende a reduzir-se. Voltemos a refletir: qual será o resultado do processo descrito? Dado que
a taxa de câmbio é fixa, as autoridades monetárias
deverão intervir no mercado cambial com o objetivo de manter a
paridade da moeda nacional. O Banco Central intervém no mercado
de câmbio, comprando moeda estrangeira, segundo a cotação
estabelecida. Esta transação implica expansão da
oferta monetária, o que desloca a curva LM para
a direita, de LM0 para LM1. |
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Tela 35 |
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| O reequilíbrio da economia será alcançado quando a taxa de juros cair até o nível praticado no mercado internacional (r*), ou seja, r0. O equilíbrio final da economia se dará no ponto C, em que a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y2 e r0. Pelo que vimos, podemos concluir que sob o regime de taxa de câmbio fixa e mobilidade perfeita de capitais:
Por
fim, é oportuno lembrar que a adoção de uma política
fiscal contracionista terá ajustamento simétrico ao
descrito nos parágrafos anteriores, ou seja, promove retração
da renda agregada e mantém inalterada a taxa de juros no ponto
de equilíbrio final alcançado. |
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Tela 36 |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 37 |
1 - Livre Movimentação de Capitais
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Tela 38 |
| 2
- Política monetária expansionista
Conforme apresentado na Figura 1, considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0 (esta taxa de juros corresponde à taxa de juros mundial).
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Tela 39 |
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| Considerando
que a renda gerada apresenta-se aquém do potencial permitido pela
estrutura da economia do país, as autoridades do país implementam
uma política monetária expansionista, isto
é, que resulta no aumento da oferta de moeda.
O aumento da oferta monetária desloca a curva LM para a direita, de LM0 para LM1. Isto ocorre porque a expansão monetária, para o nível de renda vigente, torna a oferta de moeda maior que a demanda por moeda. O excesso de oferta de moeda provoca uma redução da taxa de juros de r0 para r1. Para que a demanda por moeda volte a equilibrar-se com a nova oferta monetária, a renda deverá crescer de Y0 para Y1. Agora, a partir do que já vimos, para onde você acha que o ponto de equilíbrio interno se deslocará? Neste novo ponto, como estarão a taxa de juros e a renda? |
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Tela 40 |
| A
redução da taxa de juros para r1 —
que agora se situa abaixo do nível mundial — provoca uma forte
saída de capitais do país, o que gera uma situação
de déficit no balanço de pagamentos. Note que todos
os pontos abaixo da curva balanço de pagamentos
(BP) indicam situação deficitária.
Portanto, a redução da taxa de juros provoca uma retração da oferta de moeda estrangeira no país, gerando um excesso de demanda por divisas estrangeiras. Esta situação provoca fortes pressões no sentido de desvalorização da moeda nacional. Considerando que o sistema de câmbio é flutuante, ou seja, a taxa de câmbio é formada no mercado de divisas estrangeiras, as autoridades monetárias não fazem intervenção com o objetivo de manter a paridade cambial. |
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Tela 41 |
Dessa forma, a moeda nacional sofrerá uma desvalorização em relação às moedas estrangeiras. Logo, a taxa de câmbio deverá elevar-se. Considerando que a renda e os preços internacionais não se modificaram, a desvalorização da moeda nacional tem o efeito de tornar o preço dos produtos do país mais competitivos no mercado externo. Por conseguinte, as exportações são incentivadas, fazendo a curva IS (lócus de equilíbrio do mercado de produto) deslocar-se para a direita, de IS0 para IS1.
O crescimento da renda derivada das vendas externas aumenta a demanda de moeda para transação, o que provoca um aumento da taxa de juros. Desse modo, o ponto de equilíbrio da economia desloca-se, novamente, do ponto B para o ponto C, em que a taxa de juros é maior (igualando-se à taxa de juros internacional) e a renda é maior. No ponto C, a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y2 e r0. Portanto, no equilíbrio final da economia, a renda será maior e a taxa de juros mantém paridade com o mercado internacional. |
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Tela 42 |
| Do
que foi visto, podemos, então, concluir que, sob o regime de taxa
de câmbio flutuante e na presença de mobilidade perfeita de
capitais, a política monetária expansionista:
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Tela 43 |
| 3
- Política fiscal expansionista sob câmbio flexível
Conforme apresentado na Figura 2, considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0 (esta taxa de juros corresponde à taxa de juros praticada no mercado internacional).
Para promover o crescimento da economia, o governo resolveu aumentar os gastos públicos (G). Esta iniciativa causou, de imediato, um aumento na demanda agregada, deslocando a curva IS para a direita (expansão econômica), de IS0 para IS1. |
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Tela 44 |
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| Vamos
pensar, novamente: considerando que a oferta monetária mantém-se
inalterada, qual a relação que ocorreria entre a renda e a
moeda de transação? E quais as consequências deste acontecimento,
em relação à taxa de juros, para que o equilíbrio
do mercado monetário seja mantido?
Assim sendo, o equilíbrio interno deverá deslocar-se do
ponto A para o ponto B, em que a taxa
de juros é maior (r1) e a renda é
maior (Y1). |
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Tela 45 |
Dado que o sistema de câmbio é flutuante, as autoridades monetárias não fazem intervenção no mercado de câmbio. Em decorrência, a moeda nacional é valorizada, ou seja, a taxa de câmbio se reduz. A redução da taxa de câmbio torna menos competitivas as exportações do país e estimula o consumo de bens importados, o que desloca a curva IS para a esquerda, de IS1 para IS0. Assim, o equilíbrio final da economia se situará no ponto A, em que a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y0 e r0.
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Tela 46 |
| Do
exposto, podemos concluir que, sob o regime de taxa de câmbio flexível
e mobilidade perfeita de capitais, a política fiscal expansionista:
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Tela 47 |
| 4
- Política fiscal contracionista
Conforme apresentado na Figura 3, considere que a economia de um país encontra-se em equilíbrio no ponto A, em que a renda de equilíbrio é Y0 e a taxa de juros é r0 (esta taxa de juros corresponde à taxa de juros praticada no mercado internacional).
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Tela 48 |
| Buscando
reduzir o ritmo de crescimento da economia, o governo resolveu aumentar
a carga tributária (T). Esta iniciativa causa, de imediato,
uma redução da demanda agregada, deslocando a curva IS
para a esquerda (contração econômica), de IS0
para IS1.
Dado que a oferta monetária mantém-se inalterada, a redução da renda diminui a demanda de moeda para transação, o que exige uma taxa de juros menor para manter em equilíbrio o mercado monetário. Desta forma, o equilíbrio interno deverá deslocar-se do ponto A para o ponto B, em que a taxa de juros é menor (r1) e a renda é menor (Y1). Observe que a redução da taxa de juros para r1 diminui a capacidade de o país atrair capitais autônomos. A forte saída de capitais estrangeiros provoca pressões no sentido de desvalorização da moeda nacional, isto é, a taxa de câmbio tende a elevar. A resultante do processo descrito é a geração de um déficit no balanço de pagamentos.
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Tela 49 |
| Dado
que o sistema de câmbio é flutuante, as autoridades monetárias
não fazem intervenção no mercado de câmbio. Em
decorrência, a moeda nacional é desvalorizada, ou seja, a taxa
de câmbio eleva-se. A elevação da taxa de câmbio
torna mais competitivas as exportações do país e desestimula
o consumo de bens importados, o que desloca a curva IS para a direita, de
IS1 até IS0.
Desta forma, o equilíbrio final da economia se situará no ponto A, em que a renda e a taxa de juros da economia são, respectivamente, Y0 e r0. Diante disso, pode-se concluir que, sob o regime de taxa de câmbio flexível e mobilidade perfeita de capitais, a política fiscal contracionista é ineficaz como medida anticíclica.
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Tela 50 |
| Resumo
Para se obter a livre movimentação de capitais, é preciso que não exista qualquer tipo de restrição institucional ao capital estrangeiro. A adoção de uma política monetária expansionista apresenta o seguinte ajustamento:
A adoção de uma política fiscal expansionista apresenta o seguinte ajustamento:
É bom lembrar que a política fiscal contracionista, no sistema de câmbio flutuante e na presença de mobilidade perfeita de capital, é ineficaz como medida de estabilização. |
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