A revolucionária análise de Galbraith, como era de se esperar, desagradou tanto à direita conservadora quanto à esquerda marxista. De fato, ao constatar o fim dos mercados competitivos e sua substituição pelo "Sistema de Planejamento" (multinacionais e estatais), atacou de frente o monetarismo, o neoclassicismo e o keynesianismo. Ao negar a substituição do capitalismo pelo socialismo e prever a interpenetração ou convergência dos dois em um terceiro tipo, abalou as bases dos marxistas, que defendiam - e lutavam - justamente por essa substituição (neste aspecto, um dos grandes críticos de Galbraith tem sido o neomarxista P. Sweezy, em Capitalismo Monopolista, Zahar Ed.). Como tem ocorrido geralmente com os gênios da economia que o precederam - Smith, Marx e Keynes -, algum tempo ainda vai passar até que Galbraith seja bem assimilado pelo "Establishment". Mas, dada a atualidade e originalidade de suas teses, dia virá em que "O novo estado industrial" se tornará lugar comum. Nesse dia, no entanto, como ele mesmo enfatizou, talvez suas ideias já estejam necessitando de uma nova readaptação à realidade, que caminha muito mais rapidamente que o pensamento econômico estabelecido. Pelo menos aquele que é ensinado nas escolas. A contribuição das abordagens alternativas tem sido fundamental para corrigir as falhas existentes na teoria tradicional, bem como para apontar novos caminhos para a evolução da ciência econômica. |
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