| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Introdução – coeteris paribus Para analisar determinado mercado isoladamente, supõe-se que todos os demais são constantes; ou seja, o mercado estudado não afeta nem é afetado pelos demais. O mesmo vale para o estudo de variáveis isoladas e seus efeitos. Dessa forma, pode-se saber o efeito isolado de uma variável. Exemplo.
Observando a reação
das pessoas, pode ser verificado que existe uma relação
de causalidade, inversamente proporcional, entre a quantidade demandada
e o preço. Quando o preço cai (causa), a quantidade
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Tela 2 |
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| 2 - Relação entre a quantidade demandada do bem Qxd e o preço do próprio bem (Px)
Representação matemática A primeira derivada
da função demanda de um bem em relação ao
seu preço ( Representação gráfica Gráfico
nº 1
Mas por que ocorre essa relação inversa entre o preço e a quantidade demandada dos bens normais? Porque quando o preço aumenta (positivo), a quantidade consumida diminui (negativo) e vice-versa. Assim, um número positivo dividido por um número negativo resulta num número negativo, ou seja, <0. Não pode ser esquecido que: Q0 =
quantidade inicial consumida. |
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Tela 3 |
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| A curva
de demanda tem relação inversa entre a quantidade
demandada do bem X (Qxd) e o seu preço (Px), o que determina a inclinação
negativa da curva de demanda, devido ao efeito conjunto do aumento do preço
de um bem e da queda da quantidade demandada.
O chamado efeito preço total subdivide-se em dois outros efeitos:
Cabe ressaltar as ineficiências associadas à tributação no que tange aos efeitos renda e substituição. O propósito de um imposto é obter receita para que o governo possa adquirir bens; ele representa uma transferência de poder de compra das famílias para o governo. Se o governo tem de obter mais receita, as famílias têm de consumir menos. Assim, qualquer imposto traz um efeito renda.
No entanto, além disso, os impostos com frequência distorcem a atividade econômica. A distorção causada pelos tributos está associada ao efeito substituição. Nesse caso, de forma muito sutil, são geradas as distorções mais sérias: se o efeito substituição é pequeno, a distorção é pequena; se é grande, a distorção também é grande. Reduzir o consumo de produtos que são contra os interesses da sociedade pode ser um fim legítimo da tributação. Mas o governo, na busca de receita, gera redução de consumo de bens e serviços, mesmo não sendo produtos ou serviços ruins (passagens aéreas, alimentos essenciais, ligações telefônicas etc.). |
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Tela 4 |
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No Brasil, no ano de 2002, houve grande escassez de energia e risco de “apagão”. As principais empresas fornecedoras de eletricidade do Estado tinham de adquirir a energia no mercado aberto, enquanto a vendiam aos consumidores a preço pré-fixado (foi criada uma bolsa de negócios para compra e venda de energia). Com o grande aumento dos custos no atacado, as empresas viram-se obrigadas a vender a energia muito abaixo do custo. A demanda superava a oferta. Nessas situações, há duas soluções possíveis:
Num sistema de mercado desregulamentado, o preço da eletricidade teria aumentado e os preços mais elevados proporcionariam aos consumidores incentivos para poupar energia. O preço mais alto reduz a demanda por dois caminhos. Quando os preços da eletricidade aumentam em relação aos preços de outros bens que as famílias compram, cada família tem incentivo para economizar eletricidade. É o efeito substituição. No entanto, há também o efeito renda. Como a eletricidade se tornou mais cara, a renda real da família se reduz, porque tem de gastar mais para obter a mesma quantidade de bens (incluindo a eletricidade) que consumia. Com renda real menor, a família corta despesas com todos os tipos de bens, incluindo a eletricidade. É o efeito renda.
Devido aos custos de energia mais altos poderem ter impacto desproporcional sobre as famílias de baixa renda, os políticos, muitas vezes, relutam em permitir aumento nos preços de energia. Contudo, a solução não é impedir o aumento (pois preços baixos reduzem os incentivos) para que todas as famílias poupem um recurso escasso. Exemplo. A demanda
por bens e serviços não é influenciada apenas pelo
preço, também é afetada pelo preço dos bens
substitutos (ou concorrentes), pelo preço dos bens complementares,
pela renda dos consumidores e por preferências ou hábitos. |
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Tela 5 |
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3 - Relação entre Qxd e o preço dos outros bens (Ps e Pc)
Bens substitutos (ou concorrentes) São aqueles em que o consumo de um bem substitui o consumo do outro. Exemplo. Sendo: Ps preço dos bens substitutos.
Exemplo: Ocorreu no mercado o aumento do preço do guaraná (bem s), conseguentemente aumentou a demanda por Coca-cola (bem x - Gráfico 04).
Atenção: o preço da Coca-cola P0 não aumentou. Por exemplo: Seja,
Qxd = 10 – 2Px + Ps.
Trace a curva de demanda Qxd =
Qxd
= 10 – 2Px + Ps
Procedendo o aumento de 20% no bem substituto (10 x 20% = 12), tem-se: Qxd
= 10 – 2Px + Ps
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Tela 6 |
4 - Bens complementares
Qxd
=
O aumento no preço do bem complementar desloca ou modifica a condição coeteris paribus e provoca deslocamento da curva de demanda para a esquerda.
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Tela 7 |
| Exemplo: Aumentou o preço do bem automóvel (Bem C), consequentemente, diminui a demanda por gasolina (Bem X), pois menos pessoas irão comprar automóveis.
Atenção: o preço da gasolina P0 não aumentou. Por
exemplo: Seja Qxd = 10 - 2Px
- Pc. Trace a curva de demanda Qxd
= Qxd
= 10 - 2Px - Pc
Procedendo o aumento de 20% do bem complementar (5 X 20% = 6), tem-se: Qxd
= 10 – 2Px – Pc
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Tela 8 |
| Relação
entre Qxd e a renda do consumidor (R)
Qxd = f(R) supondo Px, Ps, Pc, G constantes
Supondo um deslocamento da curva de demanda decorrente de um aumento da renda, o que ocorre?
Exemplo: Seja Qxd = 10 – 2Px + 0,004R. Trace a curva de demanda Qxd = f (R), considerando R = 5.000 e o aumento na renda de 20%. Qxd
= 10 – 2Px + 0,004R
Qxd
= 10 – 2Px + Ps
Quando aumenta a renda do consumidor, ocorre a diminuição do consumo de bens mais simples, ou mais baratos, como por exemplo, a carne de 2ª, ou roupas mais modestas, sendo estes denominados bens inferiores.
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Tela 9 |
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| A situação
de consumo saciado ocorre não apenas no caso de
bens de consumo saciado, mas também em qualquer outro tipo de bem
ou serviço no qual a renda não tenha grande influência
em seu consumo. Ou seja, a variável renda não é importante
para explicar o comportamento da demanda nesse mercado. São exemplos:
sal, arroz, açúcar.
Como no dito popular “toda regra tem sua exceção”, a Lei da Demanda tem no bem de Giffen, ou Paradoxo de Giffen, um caso de bem inferior especial (efeito renda mais forte que o efeito substituição), a única exceção à regra. Tal situação, improvável na prática, ocorre no aumento do poder aquisitivo, as pessoas, em vez de gastarem mais no consumo, reduzem-no, por estarem saturadas, demandando outros bens. Exemplo. Portanto, há uma relação de causalidade direta entre preço e quantidade, e sua curva de demanda é positivamente inclinada (a quantidade demandada cresce ao subir o preço da mercadoria e vice-versa). É o caso especial de bem inferior que possui relação negativa com o preço. Outro fato relevante é que essa classificação de bens depende da renda do consumidor em análise. Para consumidores de baixa renda, praticamente, não existem bens inferiores. Quanto mais elevada a renda, maior o número de produtos classificados como bens inferiores, passa-se, então, a consumir produtos de melhor qualidade, classificados como bens normais, em detrimento dos de pior qualidade. |
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Tela 10 |
5 - Relação entre Qxd e hábitos do consumidor (G)
Os hábitos são “manipulados” por propagandas e campanhas promocionais para aumentar o consumo (leite) ou para diminuí-lo o consumo de bens (cigarro).
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Tela 11 |
| Resumo Coeteris paribus representa a expressão em latim ‘tudo o mais constante’. Sob essa suposição, uma análise será isolada, ou seja, o objeto estudado não afeta nem é afetado pelos demais, possibilitando estudar o efeito sobre ele, de forma independente. Demanda representa a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo (semana, ano, mês). Por isso, representa um fluxo. Observando a demanda, verificou-se uma relação inversa, de causa e efeito, entre o preço e a quantidade demandada, tida como lei geral da demanda: quando o preço cai (causa), a quantidade comprada se eleva (efeito) e, quando o preço sobe (causa), a quantidade comprada se reduz (efeito), mantidos os demais fatores constantes (coeteris paribus). A representação matemática é dada por coeteris paribus Qxd = O efeito conjunto das variações no preço do bem e da quantidade demandada é chamado efeito preço total. O efeito preço total se subdivide em efeito renda proveniente do aumento (queda no preço) ou redução (aumento do preço) do poder de compra do consumidor e efeito substituição, que é sempre negativo, pois resulta da substituição, pelo consumidor, dos bens relativamente mais caros pelos relativamente mais baratos, mesmo que estes não tenham mudado de preço. A quantidade demandada de um produto também é afetada pelo preço de outros bens: os concorrentes ou substitutos e também pelos bens complementares. Os substitutos são descritos matematicamente por: Qxd = Os complementares são descritos matematicamente por: Qxd = A renda também afeta a quantidade demandada pelo consumidor. Sua relação matemática é: Qxd = Quando a primeira derivada de Qxd = Os hábitos do consumidor também afetam as quantidades demandadas. No caso, podem ser relações diretas ou inversas com a demanda, pois têm por base a cultura dos consumidores e a influência de propagandas e campanhas promocionais sobre eles. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 12 |
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| 1
- Busca da escolha ótima
Os seres humanos têm desejos ilimitados, porém,
seus recursos, ao contrário, têm limites. Desta forma, o
homem, como consumidor, enfrenta uma série de dificuldades, como:
orçamento disponível insuficiente, poucas informações
sobre os bens de consumo e influências diversas que alteram seu
padrão de preferência etc.
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Tela 13 |
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| Utilidade
e escalas de preferência
Os economistas se referem aos benefícios provenientes do consumo como a utilidade que os indivíduos obtêm da combinação de bens que consomem. Dessa forma, supõe-se que uma pessoa racional seja capaz de informar se preferiu ou não certa combinação de bens a outra. Com base na preferência declarada, os indivíduos escolhem um conjunto de bens que maximizará a sua utilidade, dados os limites do seu orçamento.
É importante observar que a pesquisa
sobre as preferências dos indivíduos indica o quanto eles
estão dispostos a pagar; isso é diferente do que são
obrigados a pagar. O que os indivíduos têm de pagar irá
depender do preço de mercado; o que ele está disposto a
pagar reflete as suas preferências. Exemplo.
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Tela 14 |
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À
medida que o conjunto de bens de um indivíduo inclui mais de um
bem, cada incremento sucessivo aumenta menos a sua utilidade. Essa é
a Lei da
Utilidade Marginal Decrescente. A primeira camiseta é muito
desejável e uma adicional é atraente também. Mas
outra camiseta não aumenta a utilidade, tanto quanto a anterior;
em algum ponto, a pessoa em análise não terá nenhum
prazer em acrescentar mais uma camiseta ao seu guarda-roupa. Ao escolher entre dois bens, um consumidor ajustará suas escolhas até que as utilidades marginais sejam proporcionais aos preços. Assim, a última unidade comprada de um bem que custa o dobro de outro deve proporcionar o dobro da utilidade marginal da última unidade comprada do outro bem; a última unidade de um bem que custa o triplo de outro deve gerar três vezes mais utilidade marginal que a última unidade comprada do outro bem e assim por diante. A expressão pode ser escrita da seguinte forma:
Pode-se
concluir, portanto, que os consumidores alocam sua renda entre bens diferentes
de tal modo que a utilidade marginal associada à última
unidade comprada, por unidade de dinheiro gasto, seja a mesma para todos
os bens. |
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Tela 15 |
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| 2
- Excedente do consumidor / Produto
2.1 - Excedente do consumidor
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Tela 16 |
Então, o excedente do consumidor, ou seja, a disposição de pagar mais por um produto depende das preferências individuais dos consumidores. Outro exemplo para dada mercadoria:
O excedente do consumidor pode ser calculado pela curva de demanda: No exemplo: Escala de demanda por
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Tela 17 |
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2.2 - Excedente do Produtor
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Tela 18 |
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| 3
- Curvas de indiferença
Observa-se, com base na Lei de Benefícios Marginais Equiproporcionais, que o consumidor racional só trocaria bens e serviços que oferecessem a mesma utilidade marginal, dados os preços de mercado dos bens em análise (constantes), ou seja, existe uma relação estável entre as utilidades e preços para que o consumidor possa realizar sua escolha. Para facilitar a análise mais rigorosa das escolhas e das consequências da mudança de preços, os economistas desenvolveram um instrumento muito útil chamado curvas de indiferença. Curvas de indiferença informam a combinação de bens em relação às quais o indivíduo é indiferente (daí o nome) ou que lhe proporcionam o mesmo nível de utilidade; às vezes, são chamadas Curvas de Utilidade. Podem ser usadas para gerar a curva de demanda, bem como para separar as mudanças no consumo devidas ao efeito-renda decorrente do efeito substituição.
As quantidades e as combinações dos bens X e Y estão dispostas pelo consumidor, de tal forma que ele não manifesta preferência por nenhuma delas; todas são igualmente desejáveis e qualquer das combinações é satisfatória. Apesar de indiferentes ao consumidor, a participação de X e Y em cada combinação é diferente; seu nível de satisfação não muda, apesar de seu patrimônio se modificar em termos de quantidades possuídas de cada um dos bens. Quando colocadas em um gráfico, surgem as curvas de indiferença. Elas são como curvas de nível ou altitude em um mapa. Quanto mais altas as linhas, maiores os níveis de satisfação obtidos pelo consumidor. Ao mover-se descendentemente ao longo da curva de indiferença Ia, o consumidor está disposto a aceitar mais de X em troca de menos de Y. Contudo, se o consumidor conseguir obter a mesma quantidade de X e mais de Y, ou mesmo mais de ambos os bens, ele obviamente obteria mais satisfação; mas isso só ocorreria numa curva de indiferença mais afastada da origem ou mais alta (Ib ou Ic).
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Tela 19 |
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| Por
definição, podem traçar-se curvas de indiferença
para qualquer espaço de um diagrama pertinente. Para cada nível
de utilidade, há uma curva de indiferença separada e distinta,
porque o plano de consumo do consumidor é representado por diversas
curvas de indiferença. Ou seja, identifica as várias escalas
de preferência do consumidor, e tal conjunto de curvas de indiferença
chama-se mapa
de indiferença. Também, por definição, as
curvas de indiferença não se cruzam nem se tocam. Por representarem
níveis de satisfação de um consumidor racional, é
inadmissível atingir satisfações mais altas e mais
baixas ao mesmo tempo. As curvas de indiferença têm declividade
negativa. Na combinação A, existem 10 unidades de Y e nenhuma de X: na B, há 7 de Y e 1 de X. Se o consumidor é indiferente a essas combinações, pode-se concluir que, para o consumidor, a perda de 3 unidades de Y é perfeitamente compensada em termos subjetivos de bem-estar pelo ganho de 1 unidade de X. Então, só é possível manter o nível de bem-estar constante quando houver perfeita compensação entre a quantidade do bem que se reduz e a do bem que é aumentado na nova combinação. A necessidade de compensação de perdas e ganhos subjetivos de satisfação, quando as combinações entre os bens se modificam, remete a outro conceito importante, o de Taxa marginal de substituição.
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Tela 20 |
| Taxa
marginal de substituição
A Taxa Marginal de Substituição (TMS) irá sempre relacionar duas variações: a primeira, representando a redução da participação de um dos bens, e a segunda, representando o aumento da participação do outro bem. Sendo opostos os sentidos das variações, os sinais serão diferentes entre o numerador e o denominador da expressão – um positivo e outro negativo – de forma que toda a relação passa a ter sinal negativo e ser decrescente (indicativo de serem convexas em relação à origem). Isso significa que a TMS é decrescente e a inclinação da curva de indiferença vai, à medida que se move, tornando-se achatada ao longo da curva, da esquerda para a direita.
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Tela 21 |
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4 -Orçamentos e preços: restrição orçamentária Representa
a parte objetiva da análise de decisão do consumo; isto
é, os preços das mercadorias e o orçamento que o
consumidor dispõe para os gastos. O instrumento que permite sintetizar
o orçamento do consumidor e os preços dos bens relacionados
é denominado Linha de Preços, Linha de Orçamento
ou ainda restrição
orçamentária.
É representada por uma linha reta. É dada pela relação entre os preços constantes dos bens (ao menos durante o período da análise) e tem declividade negativa também constante (conforme demonstração abaixo). Isso, pelo fato de serem substitutos entre si: para adquirir mais de um bem, o consumidor obrigatoriamente deverá abrir mão do outro bem.
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Tela 22 |
| Equilíbrio
do consumidor
A curva de indiferença mostra o que o consumidor deseja: quanto mais elevada, melhor para ele. As restrições orçamentárias mostram o que o consumidor pode obter, dadas as limitações de renda disponível para o consumo. Graficamente, se o mapa de indiferença do consumidor representar a sua restrição orçamentária, pode-se afirmar que o ponto de equilíbrio do consumidor – ou do ponto em que o consumidor maximiza o seu bem-estar dentro das limitações de sua renda – é o ponto em que a reta de restrição orçamentária tangencia a curva de indiferença mais elevada do mapa (no caso, o ponto E no gráfico nº 4). É evidente que o consumidor desejaria se usufruir de um nível de bem-estar mais elevado – representado por uma curva de indiferença mais distante da origem –, mas essa possibilidade não é possível devido ao seu orçamento insuficiente para permitir o nível de bem-estar desejado.
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Tela 23 |
Resumo |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 24 |
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1
- Lei geral da oferta e sua função
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Tela 25 |
2
- Relação entre função e oferta
Qx0 = ƒ(Px) = a quantidade ofertada do bem X é função do preço do bem X, supõe constantes Ps, Pc, Pf, T e todas as demais variáveis que possam influenciar a oferta.
A
oferta do bem X é uma curva ascendente
da esquerda para a direita, mostrando que quanto maior o preço,
maior será a quantidade que os produtores desejarão oferecer
no mercado. É, portanto, uma função direta e crescente
do preço. |
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Tela 26 |
Este é o caso da soja e do milho, os quais concorrem entre si quanto à utilização dos recursos produtivos. Um aumento no preço da soja poderá tornar essa cultura mais lucrativa e, portanto, mais atraente que o cultivo do milho. Qx0
= f (Ps) supondo Px,
Pc, Pf, T constantes
Ex.: Se diminui o preço do guaraná (bem S), aumenta-se a quantidade produzida de coca-cola (bem x).
Por exemplo, seja: Qx0 = 10 + 2Px– 2Ps. Traça-se a curva de oferta Qx0 = ƒ (Ps), considerando Ps=10 e o aumento no preço do bem substituto (Ps) de 20%.
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Tela 27 |
Este é o caso em que o aumento da oferta de um bem vem acompanhado de um aumento na produção de outro bem. Esses bens possuem a característica de serem produtos consumidos em conjunto: café com leite, pão com manteiga, carro e gasolina etc. Qx0
= ƒ (Pc) supondo Px,
Ps, Pf, T constantes
Por exemplo, seja: Qx0 = 10 + 2Px + 2Pc. Traça-se a curva de oferta Qx0 = f (Pc), considerando-se Pc=10 e o aumento no preço do bem complementar Pc de 20%.
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Tela 28 |
Os custos de produção dependem dos preços dos fatores de produção e da intensidade em que tais fatores são utilizados. Assim, aumentos nos preços dos fatores produtivos utilizados na fabricação de um produto qualquer acarretarão aumentos de custos, fazendo que o produtor ofereça quantidade menor a cada preço. Tem-se, neste caso, diminuição da oferta.
Qx0
= ƒ (Pf)
supondo Px,
Ps, Pc, T constantes
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Tela 29 |
As inovações tecnológicas determinam, quase sempre, elevação nos índices de produção. Se a inovação possibilitar a obtenção de maior volume de produção a custos menores, os produtores do produto beneficiado pela inovação poderão produzir quantidade maior a cada preço.
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Tela 30 |
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3 - Observações sobre as funções oferta e demanda
Dependendo de como os dados numéricos coletados se apresentarem, as curvas de demanda ou da oferta podem ter formato linear, potência, hiperbólica etc. Exemplo, nas curvas de demanda.
Na função oferta, a variável “objetivos da Empresa” também não é expressa por meio de números e o uso é basicamente na análise teórica da função. Nos estudos empíricos, observa-se que a oferta depende mais do preço no período anterior do que no próprio período da análise. As decisões para alterar a produção não são tomadas de imediato, considerando-se a necessidade de as empresas precisarem adequar suas plantas de produção aos novos preços. Em função do exposto, os economistas demonstram que as curvas de demanda movem-se mais rapidamente a estímulos de preços do que as curvas de oferta. |
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Tela 31 |
Distinguir entre os movimentos ao longo da curva e os deslocamentos da curva é tão importante tanto no caso da oferta como no caso da demanda.
Portanto, a oferta ou a demanda, no que tange
a deslocamentos, enquanto mudanças na quantidade ofertada ou demandada,
considerando as variações da própria curva, refere-se
a pontos específicos das curvas. |
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Tela 32 |
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Na Microeconomia, são relevantes os preços
relativos ou a relação entre os preços dos vários
bens mais do que os preços absolutos (específicos do bem
ou serviço) das mercadorias. Exemplo. |
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Tela 33 |
| Resumo
A Oferta representa a quantidade de determinado
bem ou serviço que os produtores desejam vender em determinado
período de tempo (semana, ano, mês). Por isso, representa
um fluxo. No estudo, pressupõe-se um plano ou
intenção dos produtores e vendedores. Utiliza-se
também o conceito teórico do coeteris paribus,
ou tudo o mais é mantido constante. A representação matemática é
dada por coeteris paribus Qx0
= ƒ(Px),
sendo ƒ’(Px) > 0, ou seja, a
primeira derivada é positiva, mostrando relação direta
entre as variáveis (declividade positiva da curva de oferta) e
confirmando a Lei Geral da Oferta. Os substitutos são descritos matematicamente por: Qx0 = ƒ(Ps) supondo coeteris paribus, sendo ƒ’(Ps)<0. Ou seja, a primeira derivada é negativa, a relação entre as variáveis é inversa; portanto, ao variar o preço de um bem substituto do bem X, a quantidade ofertada de X varia no sentido oposto; concorrem, em termos de recursos de produção. A estimular X, automaticamente, seu substituto torna-se menos atraente. Os complementares são descritos
matematicamente por: Qx0
= ƒ(Pc),
supondo-se tudo o mais constante e sendo ƒ’(Pc)>
0; ou seja, a primeira derivada é positiva, a relação
entre as variáveis é direta; portanto, variações
no preço de um bem complementar de X geram variações
da quantidade ofertada do bem X no mesmo sentido, pois
são produtos ‘conjuntos’ em seus recursos de produção. Na Microeconomia, são relevantes os preços
relativos ou relação entre os preços dos vários
bens, mais do que os preços absolutos (específicos
do bem ou serviço) das mercadorias. Caso os preços dos bens
analisados variem na mesma proporção, diz-se que, em termos
absolutos, variaram; mas, em termos relativos, não houve mudança.
Portanto, não gerou efeitos sobre as curvas. |
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| Unidade 3 | Módulo 4 | Tela 34 |
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1 - Teoria da produção
O primeiro conceito a ser definindo é o de produção, que é o processo de transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado. A organização na qual há empregador ou empresário, e um ou mais empregados, é apenas intermediária. É importante ressaltar que o conceito de produção não se refere apenas aos bens físicos e materiais, mas também a serviços, como transportes, atividades financeiras, comércio e outras atividades.
No processo de produção, diferentes insumos ou fatores de produção são combinados, de forma a produzir o bem ou serviço final. As formas como os insumos são combinados constituem os chamados métodos de produção, que podem ser intensivos em mão de obra (utilizam mais mão de obra em relação a outros insumos), intensivos em capital ou intensivos em terrenos etc. Se,
a partir da combinação de fatores, for possível produzir
um único produto ou output, tem-se o processo de produção
simples; se for possível produzir mais de um produto, tem-se o
processo de produção múltiplo ou produção
múltipla. |
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Tela 35 |
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Considere a situação na qual um novo processo foi descoberto. Suponha que os mesmos tipos de insumos foram utilizados para produzir o mesmo tipo de produto do processo anterior. Entretanto, o novo processo usa menos ou mais dos mesmos insumos e não um insumo a mais para produzir a mesma quantidade do produto. Alternativamente, pode-se produzir mais do produto com as mesmas quantidades de cada insumo. Numa situação como essa, o velho processo tornou-se, agora, tecnicamente ineficiente. É evidente que nenhum produtor para a maximização dos lucros usaria mais insumos do que o necessário para determinado nível de produto. Portanto, é razoável a suposição de que uma vez que o processo se torne tecnicamente ineficiente, não mais será utilizado.
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Tela 36 |
A alteração tecnológica, em que é descoberto um novo processo, utilizando os mesmos insumos para gerar o mesmo processo anterior, pode empregar menos de alguns insumos e mais de outros para produzir certa quantidade de produto. Não se pode dizer que o velho processo é tecnicamente ineficiente. De fato, o antigo processo pode continuar a ser usado em algumas situações e o novo, em outras. A escolha do processo a ser utilizado em cada caso dependerá do preço dos insumos. Atualmente, tem-se um processo "novo" para a construção de estradas, utilizam-se trabalhadores e maquinaria sofisticada. No processo antigo, utilizavam-se trabalhadores, picaretas e pás, ou seja, o processo antigo usava mais mão de obra e menos máquinas sofisticadas. Em uma sociedade na qual haja muita mão de obra, o processo antigo continuará a ser utilizado, apesar do fato de as empresas nela atuantes conhecerem a existência de novos métodos. A escolha do processo passa a ser opção econômica, em vez de puramente técnica. O engenheiro deve ficar à parte; o economista entra em cena.
A eficiência econômica requer que o valor em unidades monetárias do produto, na relação com unidades monetárias do recurso insumo, seja maximizado. O uso do recurso é economicamente eficiente quando o produto resultante maximiza a satisfação total, e agrega os desejos de todos os indivíduos da sociedade. O método
é tecnicamente eficiente (eficiência técnica
ou tecnológica) quando, comparado com outros métodos, utiliza
menor quantidade de insumos, para produzir quantidade equivalente do produto.
A eficiência econômica está associada
ao método de produção mais barato (os custos de produção
menores) relativamente a outros métodos. Ele permite produzir a
mesma quantidade de um produto com menor custo de produção. |
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Tela 37 |
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2 - Função de produção O empresário, ao decidir o que, como e quanto produzir, com base nas respostas do mercado consumidor, procura variar a quantidade utilizada dos fatores para, com isso, variar a quantidade produzida do produto.
A função produção, assim definida, admite sempre que o empresário esteja utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores e, consequentemente, obter a maior quantidade do bem produzido, supondo-se que a questão da melhor tecnologia de produção já esteja resolvida pela área de Engenharia. É possível representar a função produção, analiticamente, da seguinte maneira: Onde:
Para efeitos didáticos, tornando a função genérica operacional, é adotada uma simplificação que a reduz a uma função de apenas duas variáveis:
Onde:
Supõe-se que todas as variáveis (Q, L, K) são expressas num fluxo no tempo; isto é, consideradas ao longo de um dado período de tempo (produção mensal, produção anual etc.). Supõe-se também que o nível tecnológico é dado ou determinado, tendo em vista ser questão pertinente à área de engenharia, que interessa à eficiência econômica. Como exemplo, há possíveis formas específicas de funções de produção, como: Cabe ressaltar que essas formulações da função de produção buscam medir a contribuição dos fatores de produção provenientes do estágio que estiver sendo analisado. Calcula-se o valor “acrescentado” ou “agregado” de produção criada nesse processo (Q). Portanto, não são contabilizadas as produções provenientes de estágios produtivos anteriores. |
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Tela 38 |
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Distinção entre os fatores de produção fixos e variáveis – curto e longo prazo Na teoria microeconômica, a questão do elemento “tempo” é fundamental para a interpretação das relações entre quantidade produzida e quantidade de fatores de produção. Quanto mais tempo o empresário dispuser para planejar, supõe-se que melhor será a combinação dos insumos. Para se examinar o tempo, convém dividi-lo em dois extremos: Os fatores de produção também recebem classificação, em razão da sua relação com a produção e sua variabilidade. Isso, posteriormente, facilitará a análise da teoria dos custos da produção. Dividem-se em dois tipos:
Numa distinção
arbitrária entre o curto e o longo prazo
aplicados a fatores de produção fixos e variáveis,
diz-se que o fator fixo de produção é
aquele cuja quantidade não pode ser expandida em período
curto de tempo, sem aumento substancial do custo, por unidade, do fator
fixo. Mas a quantidade pode ser alterada no longo prazo,
sem que haja aumento no custo por unidade. |
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Tela 39 |
Análise de curto prazo O comportamento da produção no período de curto prazo requer que se caracterize a função de produção nesse período de oferta. Assim, é preciso considerá-lo, pelo menos, um fator fixo. Considerando uma função de produção de dois fatores, teremos então:
Onde, Q é a quantidade produzida, x1 ou L é o fator variável e x2 ou K é o fator fixo. A função
só pode ser definida para níveis positivos dos fatores de
produção e do produto; ou seja, Q> 0,
x1> 0 ou N> 0, x2>
0 ou K> 0. Outra consideração
importante é que a função de produção
se modifica com o nível de tecnologia. Portanto, para realizar
a análise, estuda-se o fator variável mantendo-se não
apenas todos os demais fatores constantes, mas também todas a condições
(coeteris paribus). |
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Tela 40 |
3 - Produto total e suas derivações
Produtividade média do fator (Pme) representa o resultado do quociente da quantidade total produzida pela quantidade utilizada desse fator. Temos então: |
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Tela 41 |
Produtividade
marginal do fator (Pmg) representa a relação
entre as variações do produto total e as variações
da quantidade utilizada do fator. Ou seja, é a variação
do produto total quando ocorre uma variação no fator de
produção.
Quando
a função de produção é
contínua e diferencial, ou seja, podem ocorrer variações
infinitesimais e não apenas variações Considere-se 10 alqueires de terra (fator fixo) utilizados para produzir arroz. Variando a mão de obra utilizada na lavoura (fator variável) – de maneira que os aumentos de produção dependerão do aumento de mão de obra, já que quantidade de alqueires que disponho para plantio se mantém constante –, como se comportará a produção, alterando-se as proporções dos fatores fixos e variáveis? Veja na tabela nº 01. Tabela nº 01
Nesse caso, a produção de arroz aumentará até certo ponto e depois decrescerá. A maior quantidade de homens para trabalhar, associada à área constante de terra, permitirá que a produção cresça até um máximo e, depois, passe a decrescer. Isso ocorre devido à Lei das proporções variáveis, ou ainda, como é mais conhecida Lei dos rendimentos decrescentes. |
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Tela 42 |
4 - Lei dos rendimentos decrescentes
Verifica-se que, de início, podem ocorrer rendimentos crescentes, isto é, os acréscimos de utilização do fator variável provocam incrementos na produção. A partir da quarta unidade de mão de obra incluída no processo produtivo, começam a surgir os rendimentos decrescentes. A oitava unidade, associada a 10 unidades do fator fixo terra, maximiza o produto (44 unidades). A produtividade marginal dessa oitava unidade é nula. Daí por diante, cada unidade do fator variável mão de obra, associada às 10 unidades do fator fixo terra, passará a ser ineficiente; ou seja, sua produtividade marginal torna-se negativa.
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Tela 43 |
A Lei dos rendimentos decrescentes é fenômeno de curto prazo com, pelo menos, um insumo fixo. Se, no exemplo anterior, a quantidade de terra também fosse variável (por exemplo, passasse de 10 para 15 alqueires), o produto total teria comportamento completamente diferente. Se isso ocorrer, sairemos de uma análise de curto prazo e entraremos na análise de longo prazo, pois também o fator capital variará.
Como pode ser observada, a curva do produto (físico) total inicialmente sobe a taxas crescentes, depois a taxas decrescentes, até atingir seu máximo; em seguida, decresce. As curvas de produtividade média e marginal são construídas a partir da curva do produto total. |
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Tela 44 |
Ao relacionar-se
a produção total (produto físico total) com o comportamento
das respectivas produtividades média (produto físico médio)
e marginal (produto físico marginal), podem ser identificados três
estágios distintos da produção (representados
no gráfico):
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Tela 45 |
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Desemprego disfarçado Pode ser
verificado em agriculturas de subsistência, não voltadas
ao mercado (por exemplo, a de roça) em famílias muito numerosas,
onde os filhos dos agricultores permanecem na região, ajudando
no plantio, sem que isso represente aumento no produto agrícola.
De forma que a retirada de parte dessa população do campo
não provocaria queda do produto agrícola (ou seja, a produtividade
marginal na mão de obra é nula). A transferência desse
tipo de mão de obra para as regiões urbanas, embora em atividades
de pouca qualificação, pode ser um dos primeiros requisitos
para que um país inicie um processo de industrialização
e de crescimento econômico. |
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Tela 46 |
| Resumo A teoria
da produção preocupa-se com a relação técnica
ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs)
e de fatores de produção (inputs), tratando apenas das relações
físicas. A eficiência
técnica inerente a um processo diz respeito à sua capacidade
de produzir utilizando certa quantidade de insumos. Uma tecnologia é
mais eficiente quando produz a uma quantia de bens ou serviços
utilizando menos insumos. Sob a ótica econômica, será
eficiente aquela que permite produzir a mesma quantidade de um produto
com o menor custo de produção. No estudo
econômico, o “tempo” é fundamental para interpretação
das relações entre as variáveis. A lei dos
rendimentos decrescentes demonstra que, ao acrescentar um fator mantendo
os demais constantes, a produção crescerá inicialmente
as taxas crescentes; depois as taxas decrescentes e, por fim, novas unidades
do fator reduzem a produção total. Isso pode ser observado
por meio da produtividade marginal do fator variável. |
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