| Unidade 3 | Módulo 5 | Tela 1 |
1 - Introdução A hipótese de que todos os fatores são variáveis (mão de obra, capital, instalações, matérias-primas etc.) caracteriza a análise de longo prazo, enquanto no curto prazo existe pelo menos um fator fixo. Supondo-se a função de produção simplificada, considerando a participação de apenas dois fatores de produção, a mão de obra (x1 ou L) e o capital (x2 ou K) é representada da seguinte forma:
|
|
|
Tela 2 |
|
|
2 - Isoquantas Os modos
alternativos de produzir determinada quantidade de bens podem ser representados
por esquema geométrico tecnicamente chamado de Curva
de indiferença de produção, Curva
de igual produção e, ainda, Isoproduto;
ou, como é mais comumente conhecida nos livros de economia, Isoquanta
da produção.
A
isoquanta é traçada para determinada taxa de produção
Q1. |
|
Tela 3 |
Pode-se, ainda, representá-la por família de isoquantas, mapa de isoquantas ou mapa de produção, representando o conjunto de isoquantas, como no Gráfico nº 02, correspondente aos diferentes níveis de produção, possíveis de se alcançar com a tecnologia. Os níveis mais baixos de produto são representados pelas isoquantas mais próximas da origem (Q1) e, quanto mais afastado da origem, maiores os níveis de produção (Q2, Q3 etc.).
Nesse mapa, o formato das isoquantas identifica o grau de substitutibilidade, que é tecnicamente possível entre os fatores. Nas curvas mostradas até o momento, trata-se implícita ou explicitamente de funções de produção de proporção variável; ou seja, qualquer combinação de capital e mão de obra pode ser utilizada na produção. No caso de uma linha convexa em relação à origem, os fatores serão substitutos, porém não perfeitos. Entretanto, é possível que dois insumos – tais como carros e volantes, ou um par de sapatos – possam ser utilizados em proporções fixas. É possível demonstrar como deve ser a aparência das isoquantas numa função de produção de proporções fixas. A proporção do capital com a mão de obra é fixada física e imutavelmente.
A proporção é dada pela inclinação do raio ON. As isoquantas são necessariamente ângulos retos. Para a produção Q1 é necessário usar o capital e o trabalho na proporção L1K1. Dada a quantidade de mão de obra L1, não importa se é utilizado mais capital do que K1. De fato, superior a K1, seria tecnicamente ineficiente. O único produto disponível é Q1. Inversamente, dada a quantidade de capital K1, não importa s e é usada mais mão de obra do que L1. Mais do que L1, seria tecnicamente ineficiente e o próximo nível de produção é Q2. Aí, a quantidade necessária de mão de obra é L2 e a quantidade de capital, K2. A proporção L2: K2 é igual à proporção L1: K1. Esta é a natureza das funções de produção de proporção fixa. Nesse caso, os fatores não serão substitutos. O mundo real não exibe grande número de funções de produção de proporção fixa. Quando as isoquantas são perpendiculares, como no Gráfico nº 03, dizemos que os insumos são perfeitamente complementares; isto é, devem ser utilizados em proporções fixas. Nesses casos, é útil falar da demanda de pacotes de dois insumos em sua proporção fixa. |
|
|
Tela 4 |
Quando a isoquanta tiver formatos de linha reta, os fatores serão substitutos perfeitos entre si, como no gráfico que segue.
Assim como as curvas de indiferença do consumidor, as isoquantas apresentam algumas propriedades que devem ser conhecidas e compreendidas. |
|
|
Tela 5 |
|
|
|
Tela 6 |
| 3
- Taxa marginal de substituição técnica
Taxa marginal de substituição técnica (TMST)
indica a declividade da isoquanta em cada ponto. Como já foi mostrado
anteriormente, é dada pela variação do fator capital
dividido pela variação do fator mão de obra |
|
|
Tela 7 |
|
|
|
|
Rendimentos de escala
Os rendimentos de escala podem ser:
Pode apontar-se como causas geradoras dos rendimentos crescentes de escala:
|
|
Tela 8 |
Na representação gráfica dos rendimentos de escala, pode se considerar a condição de que a distância entre as isoquantas representa a escala de produção e identifica o comportamento dos rendimentos marginais de escala (para que possamos compará-las), como representado no Gráfico n0 05.
O produto aumenta na mesma proporção (100) para acréscimos cada vez menores dos fatores envolvidos no processo produtivo (as distâncias entre as isoquantas são cada vez menores), ou seja, os rendimentos dos fatores estão crescendo. |
|
|
Tela 9 |
Os economistas costumam afirmar que os rendimentos constantes de escala representam a fase de pequena duração no desenvolvimento da produção. Embora algumas evidências empíricas revelem, a fase pode ser mais longa do que se imagina. Graficamente, respeitando-se a condição estabelecida, temos:
O
produto aumenta na mesma proporção (100) para acréscimos
também proporcionalmente iguais dos fatores envolvidos no processo
produtivo (as distâncias entre as isoquantas são as mesmas),
ou seja, os rendimentos dos fatores são constantes. |
|
|
Tela 10 |
|
Como principais causas geradoras dos rendimentos decrescentes de escala, podemos apontar:
|
|
Tela 11 |
Observa-se, no Gráfico nº 07, respeitando-se a condição previamente estabelecida:
O produto aumenta na mesma proporção (100) para acréscimos cada vez maiores dos fatores envolvidos no processo produtivo (as distâncias entre as isoquantas são cada vez maiores), ou seja, os rendimentos dos fatores são decrescentes. É importante identificar as diferenças conceituais entre proporção e escala. Na primeira, não é necessário manter constante a proporção de combinação entre os fatores; ocorrem proporções variáveis na combinação entre os fatores. No Gráfico nº 08 que segue, são identificados pela linha AB denominada linha de proporção. Na escala, por definição, são mantidas as proporções de combinações entre os fatores envolvidos. No Gráfico nº 08, a escala é identificada pela linha CD, denominada linha de escala.
|
|
|
Tela 12 |
| Resumo A hipótese de que todos os fatores são variáveis (mão de obra, capital, instalações, matérias-primas etc.) caracteriza-se na análise de longo prazo, que é representada pela função de produção: q = ƒ (x1, x2), ou, ainda, q = ƒ (L, K) em que (x1 ou L) é a mão de obra e (x2 ou K) o capital. Sendo ‘q’ um produto e supondo-se que podemos obter várias combinações de ‘L’ e ‘K’ – que geram nível de produção constante ‘q’, fazendo analogia ao esquema geométrico das curvas de indiferença –, temos a chamada Curva de indiferença de produção. É a Curva de igual produção, isoproduto ou isoquanta da produção. É curva no espaço dos insumos com todas as combinações possíveis de dois insumos (capital e mão de obra) fisicamente capazes de gerar mesma quantidade de produto. Num gráfico, os níveis mais baixos de produto são representados pelas isoquantas mais próximas da origem, enquanto os mais elevados, pelas mais afastadas da origem. As isoquantas são negativamente inclinadas. São convexas em relação à origem, quando os insumos podem ser substitutos entre si, de forma imperfeita ou fixa (curvas perpendiculares) ou em linha reta, quando forem substitutos perfeitos. Elas nunca se cruzam. Taxa marginal de substituição técnica (TMST) indica a declividade da isoquanta em cada ponto; mede a relação entre os acréscimos de um insumo em detrimento dos decréscimos de outro a fim de manter o mesmo produto. Este é também chamado produto físico marginal das unidades adicionais do fator e pode ser positivo (se cresce) ou negativo (se decresce), de forma que a TMST é sempre decrescente (negativa). Os rendimentos de escala ou economias de escala representam a resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção. Podem ser crescentes, quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção; decrescentes, quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação na utilização dos fatores; constantes, quando a variação do produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. A linha de escala de produção representa a identificação de um ritmo de variações da produção ao variar os insumos, respeitada uma proporção de combinação. A linha de proporção de produção não respeita proporção de combinação. |
|
|
| Unidade 3 | Módulo 6 | Tela 13 |
| 1
- Os custos de produção
Para produzirem bens, as firmas necessitam reunir os fatores de produção e combiná-los de acordo com restrições técnicas definidas pela função de produção e escolher o processo produtivo mais eficiente tecnicamente. O empresário escolhe a melhor combinação dos fatores de produção, na geração do produto, com base nas despesas de produção, tendo em vista que insumos não são bens livres; ao contrário, são bens econômicos e, portanto, para poder utilizá-los é necessário pagar um preço. Sob a hipótese de racionalidade dos agentes envolvidos nas decisões econômicas, incluindo-se nesse grupo o produtor, a empresa deverá possuir uma conduta de otimização. Ou seja, para cada nível de produção, a empresa realiza sempre um nível ótimo de custos, que poderá ser obtido quando for possível alcançar um dos dois objetivos seguintes:
Em qualquer uma das situações, a firma estará maximizando ou otimizando seus resultados. Estará, pois, em situação em que na teoria econômica denomina-se equilíbrio da firma. |
|
|
Tela 14 |
|
|
|
|
|
|
|
| Na
análise das curvas de custos em microeconomia, são
considerados, também, os custos de oportunidade ou custos alternativos.
Representam o sacrifício feito, em termos do que se deixa de produzir
de um bem ou produto, ao optar-se por determinada produção
de outro bem ou produto. São custos
implícitos e não apenas custos
contábeis, custos
explícitos, pois envolvem desembolso monetário. Por exemplo,
é considerada nas curvas de custos, no sentido econômico, uma
estimativa do aluguel que a firma, possuidora de prédio próprio,
eventualmente pagaria se precisasse alugá-lo.
Dessa diferença do enfoque contábil para o econômico, resulta clara distinção da avaliação privada, que é financeira e específica da empresa, e avaliação social, que analisa custos e benefícios para toda a sociedade derivada da atividade produtiva; principalmente no que tange a projetos de investimento. São as chamadas externalidades ou economias externas. Por exemplo. As economias externas – por exemplo, as provenientes da pesquisa em tecnologias da informação baratearam os custos da Internet e geraram redução dos custos de informação. Isso talvez explique a expansão on-line dos serviços bancários e dos negócios com ações, que podem representar externalidades positivas. Entretanto, a Internet também torna barata a desinformação, pois nem toda informação é valiosa. Outro efeito é o fato de que essas tecnologias são poupadoras de mão de obra, o que tem gerado, por exemplo, muitas demissões no setor bancário, caso em que foram geradas externalidades negativas com o uso das modernas tecnologias da informação. |
|
Tela 15 |
| 2
- Custos no curto prazo
Os custos de produção estão associados aos insumos e, como na Teoria da produção, existe pelo menos um fator fixo identificado, por exemplo, o tamanho ou dimensão da firma, e fatores variáveis, como mão de obra e matérias-primas. Tal firma apenas poderá aumentar ou diminuir sua produção por meio da utilização dos fatores mão de obra e matérias-primas. Seu tamanho é constante, não podendo ser aumentado ou diminuído em curto prazo.
Os custos associados ao tamanho da firma (K) não mudam, nem quando a firma muda seu nível de produção, nem com produção zero, ou mesmo produzindo em sua capacidade máxima. A firma incorre nos mesmos custos, ocorrendo os então chamados custos fixos totais (CFT), representados pela quantidade utilizada do fator fixo, multiplicado pelo seu preço:
No caso dos custos da mão de obra (L) e das matérias-primas (MP), os custos mudam quando a produção varia dentro de certos limites, dependendo da quantidade produzida. São chamados de custos variáveis totais (CVT).
Havendo insumos fixos e variáveis e respectivos custos, ao se associarem essas relações, pode-se formular a equação do custo total de curto prazo (CTCP). |
|
|
Tela 16 |
Pode-se definir que o custo total de curto prazo é o que depende do nível de produção da empresa associado ao volume de gastos com a utilização dos fatores fixos de produção. Também se pode concluir que, pelo fato de o CFT permanecer constante no curto prazo, as modificações decorrentes do CVT provocarão variações no CTCP. Os gráficos a seguir mostram as curvas de CFT, CVT e CTCP. No primeiro, apresenta-se o caso de rendimentos constantes (linear) e, em seguida, o dos rendimentos variáveis. Gráfico nº 01
Gráfico nº 02
Nota-se ainda que, pelo formato das curvas, tanto o CTCP quanto o CVT crescem a taxas decrescentes e, depois, aumentam a taxas crescentes; ou seja, o início da produção ocorre a custos decrescentes, devido a não “saturação” do fator fixo (instalações) pelos fatores variáveis (mão de obra e matérias-primas). Contudo, no decorrer do processo produtivo, ao acrescentarem mais fatores variáveis ao fator fixo, os custos crescem a taxas crescentes. Esse fenômeno sempre ocorrerá no curto prazo devido à existência de um fator fixo, chamado de lei dos custos crescentes. |
|
|
Tela 17 |
A partir do custo total de curto prazo, é possível definirem-se outros custos de curto prazo fundamentais para a análise do comportamento da produção. São eles:
|
||||||||
|
|
Tela 18 |
O custo marginal é um tipo especial de custo. Relaciona-se com o custo total de produção apenas em decorrência do comportamento do custo variável total. Todos os demais custos podem ser derivados dele. Observem o exemplo da Tabela nº 01.
Com base nos conceitos e na Tabela nº 01, conclui-se que o custo variável total representa a soma dos custos marginais – sendo o custo marginal acrescentado ao custo variável total por unidade adicionada.
Quando o custo variável médio e o custo total de curto prazo forem divididos pela quantidade e o custo variável total for a soma dos custos marginais, o CVMe será, também, a média dos custos marginais.
Finalmente, sendo o CVMe = CVT/Q, pode-se deduzir o CVT como sendo:
Intuitivamente, se o custo marginal (o adicional de custo por unidade produzida) supera o custo médio, é evidente , analogamente, que o médio crescerá. Se o custo marginal for inferior ao custo médio, o médio cairá. A regra vale para a relação de todos os custos médios com o custo marginal, ou seja, pode-se usar como regra que o custo médio tende sempre para o marginal. |
|
|
Tela 19 |
Tem-se, ainda, que o mínimo do CVMe ocorre quando o CMg é igual ao CVMe. A demonstração gráfica a seguir mostra, mais claramente, as afirmações realizadas, tendo em vista que indicam os custos em todos os níveis de produção e não apenas naqueles escolhidos para o exemplo da tabela, como pode ser verificado. Gráfico nº 03
|
|
|
Tela 20 |
3 - Custos no longo prazo
O empresário passa a ser elemento fundamental, pois o comportamento do custo total e do custo médio de longo prazo está intimamente relacionado ao tamanho ou à dimensão da planta produtiva, o qual varia em cada ponto dessas curvas. É resultado exclusivo da tomada de decisão ou da escolha do administrador para operar em longo prazo. Sendo assim, o custo total de longo prazo (CTLP) representa o total de despesas decorrentes da utilização dos fatores de produção; ou seja, decorre da multiplicação de seus preços pelas quantidades utilizadas de cada um deles, sendo todos eles variáveis: |
|
|
Tela 21 |
A partir do custo total de longo prazo, como no curto prazo, definem-se os outros custos. São eles:
Cabe ressaltar que cada dimensão de planta representa a situação de curto prazo até que o empresário opte por outro tamanho de empresa. Isso caracterizaria o longo prazo; logo, para cada ponto ou nível ótimo de produção, serão iguais os custos totais e os custos médios de curto e de longo prazo. |
|
|
Tela 22 |
|
|
| 4
- Curva de isocusto e a conduta de otimização
No estudo do comportamento do produtor – no sentido de alcançar o equilíbrio com a maximização de seus resultados, a Teoria Microeconômica utiliza ferramental análogo à Teoria do consumidor. Vale-se dos conceitos de tabelas de indiferença de produção ou de isoquantas e, ainda, do isocusto para definir o equilíbrio do produtor.
Partindo-se da suposição de os preços dos fatores manterem-se constantes no período da análise, visto que pequenas variações dos preços gerariam mudanças “radicais” na demanda por esses fatores (perfeitamente elástica), apresentamos a tabela seguinte e sua respectiva curva de isocusto representada por uma reta. Tabela nº 02
|
|
Tela 23 |
Assim
como na reta de restrição orçamentária do
consumidor em que a inclinação da curva foi demonstrada
como a relação de preços dos produtos da cesta do
consumidor, a inclinação da curva de isocusto
será dada pela razão dos preços dos fatores
(no exemplo, capital/trabalho) e o intercepto nos eixos,
sendo a razão do custo do fator pelo seu preço;
em outras palavras, no eixo do capital, 60/3=20 no ponto em que o trabalho
é zero e, no eixo do trabalho, 60/2=30 no ponto em que o capital
é zero. Gráfico nº 06
Finalmente, podem-se combinar as curvas de isocustos com o mapa de isoquantas para encontrar a combinação de insumos que maximizará o produto obtido a certo custo "orçado". Portanto, para um determinado custo total, há uma e apenas uma combinação de trabalho e capital que maximizará o produto total. Observe-se que o produto máximo para tal custo não equivale a obter lucros máximos; representa apenas que a produção está sendo maximizada para um dado custo total; ou melhor, a empresa otimiza seus resultados produtivos. O ponto E, em que a isocusto tangencia a isoquanta mais elevada possível (Q2), é o ponto em que a empresa atinge o maior nível de produto, compatível com a restrição de custos imposta pela isocusto. Gráfico nº 07
|
|
|
Tela 24 |
| Outra possibilidade
de equilíbrio seria descobrir o que a empresa pretende produzir com
o menor custo possível. Esse nível de produto encontra-se
num ponto da isocusto mais próxima da origem que tangencia uma isoquanta
do mapa de produção. Neste caso, o ponto E’,
em que a isocusto tangencia a isoquanta mais próxima da origem
possível (Q1), é o ponto em que a empresa pretende
produzir para que atinja o menor nível de custo.
Gráfico nº 08
A possibilidade de escolha de diferentes escalas de produção por parte do empresário – ou seja, de uma entre as várias dimensões ou tamanhos de planta possíveis, dados os infinitos pontos em que isocustos tangenciam isoquantas do mapa de produção – remete ao conceito de via de expansão. Vem a ser o lugar geométrico das tangentes das diferentes linhas de isocustos e das diferentes isoquantas (obtêm-se ao unirem-se todos os pontos de tangência do mapa de produção), como no gráfico a seguir: Gráfico nº 09
|
|
|
Tela 25 |
| 5
- Excedente do produtor
Mede-se o excedente do consumidor como a diferença entre o máximo que uma pessoa pagaria por um produto e o preço de mercado de tal produto. Um conceito análogo aplica-se às empresas. Se o custo marginal, ou seja, a variação do custo ao produzir mais uma unidade estiver aumentando, o preço do produto é superior ao custo marginal para cada unidade produzida, exceto para a última unidade produzida, pois o produtor receberia menos por essa unidade (o preço pago por ela) do que o custo para produzi-la. O excedente do produtor de uma empresa é a soma, para todas as unidades de produção, da diferença entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua produção. Portanto, a dimensão do benefício das empresas com o excedente do produtor dependerá dos seus custos de produção. Empresas de alto custo têm menor excedente do produtor; empresas de baixo custo têm maior excedente. Somando-se os excedentes do produtor de todas as empresas, pode-se determinar o excedente do produtor para o mercado, como no gráfico a seguir. Desta forma, o excedente do produtor mede a área situada acima da curva de oferta de um produtor e abaixo do preço de mercado. Gráfico nº 10
|
|
|
Tela 26 |
| Resumo Como os insumos são bens econômicos e, portanto, é necessário pagar preços para poder utilizá-los, torna-se imperiosa a escolha da melhor combinação dos fatores de produção na geração do produto com base nas despesas de produção. Sob a hipótese de racionalidade, o produtor deverá possuir uma conduta de otimização dos custos, buscando o equilíbrio da firma, mediante a maximização da produção para um dado custo total ou da minimização do custo total para um dado nível de produção. Na análise microeconômica, tratam-se tanto dos custos explícitos (contábeis) como dos custos implícitos (custos de oportunidade), gerando, assim, externalidades que podem ser positivas, caso gerem mais benefícios sociais do que privados, ou negativas, no caso oposto. Na Teoria da Produção, quando existe pelo menos um fator fixo identificado – por exemplo, o tamanho ou dimensão da planta da firma –, dizemos que estamos no curto prazo. A quantidade de fatores fixos (aqueles que não mudam nem com produção zero e nem com máxima) multiplicada pelo seu preço resulta nos chamados custos fixos totais (CFT). Nos fatores que variam com os níveis de produção (mão de obra, matérias-primas etc.), ao multiplicar suas quantidades por seus respectivos preços, temos os custos variáveis totais (CVT). Da soma dos custos dos insumos fixos e variáveis, temos o custo total de curto prazo (CTCP) e a partir deste são definidos os: custo total médio (CMe ou CTMe) = CTCP/Q; custo variável médio (CVMe) = CVT/Q; custo fixo médio (CFMe) = CFT/Q; custo marginal (CMg) = Ao usar como regra que o custo médio tende sempre para o marginal, temos: CVMemínimo A existência de um fator fixo (instalações) gera custos decrescentes no início da produção, mas, no decorrer da produção, devido à“saturação” do fator fixo pelos fatores variáveis (mão de obra e matérias-primas) ao acrescentarmos mais insumos, os custos crescem a taxas crescentes. Esta é a Lei dos Custos Crescentes. O curto prazo é caracterizado pela existência de pelo menos um fator fixo. No longo prazo, todos os fatores de produção são variáveis, incluindo o tamanho ou a dimensão da empresa, e das quantidades utilizadas multiplicadas pelos respectivos preços, temos o custo total de longo prazo (CTLP) e dele derivam o custo médio ou total médio de longo prazo (CMeLP ou CTMeLP) = CTLP/Q; custo marginal de longo prazo (CMgLP) = Isocusto é a linha em que todos os pontos são de combinações de fatores que resultam sempre na mesma despesa total para a empresa. A inclinação da curva é dada pela razão de preços dos fatores. Ao colocarmos no mesmo quadrante o mapa de indiferença de produção e a isocusto, podemos encontrar a combinação de insumos que maximizará o produto obtido a um determinado custo "orçado" no ponto de tangência da curva de indiferença com a isocusto. Via de expansão é o lugar geométrico formado pela união dos pontos de tangência do mapa de produção com as diferentes linhas de isocustos (dada a escala de produção). Excedente do produtor é a soma, para todas as unidades de produção, da diferença entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua produção, portanto, quanto menores os custos de uma empresa, maiores os excedentes do produtor. |
|
|
| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 27 |
|
|
|
|
|
|
|
|
| 1
- Concorrência perfeita
Os vários tipos de mercados são definidos conforme o grau de controle que vendedores e compradores têm sobre o preço pelo qual o produto é operado no mercado e dependem fundamentalmente de três características:
Há dois extremos nos mercados. Num deles, está o monopólio, no qual apenas uma firma vende um determinado bem que não possui similares que o substituam. No outro, está a concorrência perfeita, em que várias firmas vendem bens substitutos entre si. Essas características tornam esses mercados difíceis de serem encontrados. Na prática, são referências na construção de modelos teóricos (abstratos, mais simples que a realidade), tendo em vista que a maioria dos mercados fica entre dois extremos. Analisando cada extremo, é possível combinar suas características para fazer previsões sobre o rumo que determinado mercado está tomando.
|
|
Tela 28 |
2 - Custos no curto prazo em concorrência pura
Por outro lado, o
custo adicional da produção de uma unidade específica
de produto (custo marginal
Depois de a firma incorrer nos custos fixos e entrar num mercado, a decisão não é mais produzir ou não produzir. Deve, sim, produzir até o limite máximo de seus ganhos, ou seja, até o ponto em que o custo marginal for igual à receita marginal que, no mercado de concorrência perfeita, é igual ao preço. Este representa o ponto de equilíbrio para o produtor em concorrência pura.
|
|
Tela 29 |
Mostra-se, assim, que, enquanto a empresa tiver seu custo marginal inferior ao preço, poderá continuar produzindo. Mas qual é o limite mínimo para que a empresa suporte produzir sem fechar as portas? Caso as receitas da firma não cubram seus custos variáveis, a empresa fecha. Portanto, conclui-se que: Receita Total
(RT) Dividindo-se ambos os termos pela quantidade, tem-se:
Algumas regras para que a empresa obtenha o máximo de lucro no curto prazo, podem ser:
Portanto, a curva de oferta de curto prazo da firma, em concorrência perfeita, é a curva de custo marginal acima do custo variável médio mínimo. Gráfico
nº 01 |
|
Tela 30 |
|
| 3
- Custos no longo prazo em concorrência pura
Não existem custos fixos no longo prazo; ou seja, todos os custos são variáveis (salários, aluguéis etc.). Portanto: Custo Total (CT) = Custo variável total (CVT) e CTMe =
CVMe
P > CTMe
P < CTMe
|
|
Tela 31 |
4 - Monopólio
|
|
|
Tela 32 |
|
Algumas
das principais formas de barreiras à entrada de
novas empresas no mercado incluem:
|
|
Tela 33 |
| 5
- O poder de monopólio
Por tratar-se de única firma produzindo um único bem, a demanda da empresa monopolista é a mesma do mercado de bem produzido. A empresa pode aumentar o preço do bem e ainda manter consumidores, mas o produtor não tem poder absoluto sobre o preço. O limite de preço será dado pela curva de demanda.
O preço de monopólio, portanto, sempre estará na curva de demanda. A empresa não pode cobrar mais e não seria aconselhável cobrar menos. Assim sendo, preço mais alto significa menor quantidade vendida. No monopólio, a empresa ajustará a quantidade produzida ao preço. Ao oferecer a mercadoria, o acréscimo na receita total proveniente da venda de mais uma unidade do produto (receita marginal) será abaixo do seu preço de venda. Isso porque todas as unidades têm o mesmo preço e o monopolista precisará abaixar seu preço em todas as unidades para vender mais. Comparativamente, na concorrência RMg = P, na qual não é preciso reduzir o preço para vender mais, o preço é dado pelo mercado.
É importante observar que a empresa monopolista nunca produzirá quando sua receita marginal for negativa. Quando isso ocorrer, significa que os acréscimos na receita total, proveniente da venda de mais uma unidade, são negativos; a receita total estaria se reduzindo. A receita total é maximizada quando a receita marginal for igual a zero; este é o limite.
Ou, ainda, a
Exemplificando: Se uma empresa monopolista vende 50 unidades de mercadoria por 100 unidades monetárias, qual seria a RMg da 51a unidade, sabendo-se que o novo preço é de 99 unidades monetárias? Será: Portanto, a receita marginal é positiva e maior que o preço (99); mas o acréscimo de receita paga o custo de produzir essa unidade adicional (CMg)? Pode-se concluir que,
quanto maior a quantidade, menor o preço de venda, mas a empresa
deve medir o custo de aumentar a quantidade em uma unidade, ou seja, deve
conhecer o custo marginal da unidade adicional e esse custo deverá
ser compensado pela receita marginal. Se a RMg > P; RMg >
0 e RMg > CMg, a empresa deverá aumentar a quantidade produzida,
pois o lucro estará crescendo (
Gráfico
nº 02 |
|
|
Tela 34 |
Quando
a receita marginal for igual ao custo marginal na produção
dos monopólios:
|
|
|
Tela 35 |
| 6
- O curto prazo e o longo prazo para os monopolistas
A única mudança possível para que o monopólio passe do curto para o longo prazoé se seus custos também passarem a ser de longo prazo. Ao contrário do que ocorre a uma firma competitiva, não há entrada no setor. Assim, um monopólio não enfrenta nenhuma pressão competitiva de longo prazo que faça seus preços recuarem até os seus custos. As regras de fechamento comparam o preço ao custo variável médio no curto prazo (CVMe) e o preço ao custo total médio (CTMe) no longo prazo. Graficamente, o monopólio deveria encerrar suas atividades quando sua curva de demanda (D) estivesse completamente abaixo da curva do CVMe no curto prazo (porque em algum Q, P < CVMe) e se completamente abaixo da curva do CTMe no longo prazo (porque em qualquer Q, P < CTMe).
O Gráfico ilustra uma situação em que o monopólio, no curto prazo, produzindo em Q*, ponto em que a curva de demanda está acima do CVMe, deveria continuar funcionando; mas, no longo prazo, tendo em vista que o ponto encontra-se abaixo da curva de CTMe, deveria encerrar suas atividades.
|
|
|
Tela 36 |
| Resumo Três características são fundamentais para definir o tipo de mercado: número de empresas que compõem esse mercado; tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados) e se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Nos extremos dessas características, temos a concorrência, na qual várias empresas vendem bens que são substitutos perfeitos entre si, sem barreiras de forma livre e transparente para os agentes econômicos e o monopólio; apenas uma firma vende um bem no qual não possui similares que o substituam e novas empresas não têm acesso ao mercado. Na concorrência perfeita, temos como hipóteses “ideais”:
o bem padronizado ou homogêneo, considerado como substituto perfeito
pelos consumidores; várias empresas produzem o bem; nenhuma barreira
à entrada; consumidores e firmas completamente informados e empresas
idênticas. No curto prazo, os custos variáveis determinam o fechamento da
empresa que deve produzir apenas se o preço cobrir o custo variável
médio (P Existem três razões para o custo (e o preço) se elevar quando a demanda aumenta: curto prazo para a firma: produto marginal decrescente; longo prazo para a firma: rendimentos decrescentes de escala; e no longo prazo para o setor: elevação no preço dos insumos. No monopólio existe uma única empresa, os bens não possuem nenhum substituto similar ou concorrente próximo, e a empresa não tem nenhum concorrente atual ou potencial por existirem barreiras à entrada de novas firmas, tais como: barreiras legais; patentes e direitos autorais; controle de recursos estratégicos; grandes economias de escala; altos custos iniciais, nomes de marca, superioridade tecnológica via P&D etc. O monopolista tem como limite de preço a capacidade de absorção
de seus bens pelos consumidores, ou seja, a curva de demanda que tem inclinação
descendente e será a de mercado. Quantidade ótima: RMg = CMg, em que o CTMe é maior que o preço, gerando assim as seguintes conclusões: os monopólios não cobrarão o preço mais alto possível; os monopólios não precisam produzir pelo menor custo médio; o monopólio não tem curva de oferta; o preço supera o custo marginal; os monopólios produzem menos do que um ramo competitivo quando os custos são os mesmos; os monopólios não precisam obter lucro e os monopólios produzirão na parte elástica da curva de demanda. Para que uma firma monopolista feche no curto prazo, ela deverá
ter a curva de demanda inteiramente inferior à curva do CVM. |
|
|
| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 37 |
| 1
- Mercados perfeitamente contestáveis
Estruturas intermediárias à concorrência perfeita e o monopólio são objetos de estudo neste módulo: à medida que passamos de uma estrutura de mercado para outra, a força de concorrência será reduzida e a de conluio tornar-se-á cada vez maior. Os mercados perfeitamente contestáveis passam a ser examinados logo após concorrência perfeita e podem ser interpretados como o modelo gerado pelo afrouxamento de algumas condições necessárias à existência da concorrência pura, que representa, diante das rígidas condições de sua existência, modelo meramente teórico. Nos mercados contestáveis, podemos ter: Em consequência, qualquer empresa nova pode produzir imediatamente e comercializar o bem pelo mesmo custo que o das firmas existentes. No caso de
as firmas existentes aumentarem seus preços e imediatamente novas
firmas entrarem em competição, ocorrerá retrocesso
no preço até o preço de custo. O preço iguala-se
ao CTMe no seu mínimo, de forma que o resultado
é o mesmo da concorrência perfeita, apenas não é
preciso grande número de firmas para obtê-lo. |
|
Tela 38 |
| 2
- Concorrência monopolística Concorrência monopolística – ocorre no mercado, em que há:
|
|
|
Tela 39 |
As
consequências de um mercado de concorrência monopolista
são as seguintes:
Gráfico nº 01
|
|
Tela 40 |
Gráfico nº 02
Observando o Gráfico nº 02, pode-se extrair algumas conclusões importantes como citadas anteriormente:
|
|
|
Tela 41 |
| 3
- Oligopólio
No setor oligopolizado, ocorrem as seguintes características:
Outros fatores são comuns também ao monopólio, como:
Normalmente, ao contrário de gerar uma guerra de preços, nos oligopólios as empresas discutem suas estruturas de custos, embora o mesmo não ocorra com relação à estratégia de produção e de marketing. Há uma empresa líder que, geralmente, fixa o preço, respeitando as estruturas de custos das demais e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Essa é uma diferença marcante entre o oligopólio e o monopólio, a demanda de cada firma depende do preço que as outras firmas estabelecem. Há interdependência mútua, pois as ações de uma firma afetam as das outras. Se esta reduz o seu preço, as curvas de demanda das outras firmas deslocam-se para baixo. Similarmente, se uma firma aumentar o seu preço, as curvas de demanda das outras também se deslocam para cima. Esse é o modelo chamado de liderança de preços. Exemplo. |
|
Tela 42 |
|
Quanto aos objetivos da empresa oligopolista, há duas correntes:
A Teoria da organização industrial – baseada em conceitos contábil-financeiros, desenvolvidos a partir de 1930, na qual o objetivo do oligopolista é maximizar mark-up. O modelo do mark-up repousa na constatação empírica de que as empresas não conseguem prever adequadamente a demanda por seu produto, portanto, suas receitas, mas conhecem muito bem o custo. Como têm poder oligopolista, podem, então, fixar os preços com base nos custos. O mark-up é assim definido:
O preço cobrado pela empresa, no modelo de mark-up, é calculado da seguinte forma: P
= (1 + M) C, em que:
P = preço do produto; C = custo direto unitário (que corresponde, na Teoria Marginalista, ao custo variável médio); M = taxa de mark-up, que é a porcentagem sobre os custos diretos.
|
|
Tela 43 |
|
4 - Cartéis Um cartel tem acordo explícito entre firmas, às vezes, apoiado num contrato legalmente constituído, que lhe permite estabelecer preços de forma centralizada e alocar a produção e os lucros entre seus membros. Embora os cartéis sejam ilegais no Brasil, eles são legais em muitas partes do mundo.
Este seria o fim da história (cartel igual monopólio) se os cartéis não enfrentassem um problema que os monopólios não enfrentam. O problema é algum membro fraudar o cartel: cada membro do cartel é incentivado a fraudá-lo, reduzindo os preços. Como no monopólio, o preço é maior que o custo total médio, cada firma pode ampliar seus lucros individuais se puder conseguir novos negócios, mesmo se estabelecidos a preço ligeiramente menor. Assim, cada firma procura novos negócios oferecendo, secretamente, corte em seus preços. |
|
|
Tela 44 |
|
No cartel, essas firmas não podem reduzir seu preço (trair a confiança do grupo) abertamente ou serão punidas pelo cartel. Ao contrário, elas tentam encontrar uma forma dissimulada. Exemplo. Outra forma de reduzir o preço real é oferecer mais qualidade e mais serviço. Essa forma de concorrência, além dos preços, também assume a forma de publicidade. A fraude ao cartel reduz os lucros de todas as firmas. Frequentemente, os compradores jogarão uma firma contra a outra. Mais tarde, a pressão torna-se tão grande e a fraude tão difundida que o cartel entra em colapso. Para evitar isso, na Alemanha, alguns cartéis possuem escritório central que realiza todas as vendas do setor, fixa os seus padrões e impõe as regras. Outro problema enfrentado pelo cartel é o de distribuir os lucros entre as firmas. As maiores recebem a maior parcela dos lucros? Ou todas recebem uma parcela igual? Se as firmas maiores recebem a parcela maior, então, todas elas têm um incentivo a se tornarem maiores. Isso leva a uma capacidade excessiva. Quando isso ocorre, além da demanda do setor se reduzir (talvez devido à economia estar em recessão), o cartel geralmente se separa e uma guerra de redução de preços estoura. |
|
Tela 45 |
|
O quadro nº 01 resume as quatro principais estruturas de mercado, acompanhado de suas principais características. Quadro nº 01
|
|
|
Tela 46 |
|
5 - Estruturas de mercados particulares (fatores de produção) Diferentemente do mercado de bens e serviços, o mercado de fatores de produção (mão de obra, capital, terra e tecnologia) depende da demanda de insumos pelos setores produtores de bens e serviços, ou seja, deriva do mesmo. A demanda por esses fatores é chamada de demanda derivada. Suas estruturas de mercado são particulares e resumidas em:
|
|
|
Tela 47 |
|
6 - Concentração econômica na indústria e comércio
É calculada a proporção do valor do faturamento das quatro maiores empresas de cada ramo de atividades sobre o total faturado no ramo respectivo. Em termos percentuais, quanto mais próximo de 100%, maior o grau de concentração do setor (as quatro maiores respondem com a quase totalidade do faturamento); quanto mais próximo de 0, menor o grau de concentração – e, portanto, maior o grau de concorrência do setor. Exemplo. Recentemente com as privatizações e a entrada de algumas gigantes privadas, tem aumentado as preocupações das autoridades e pesquisadores; esses últimos estudam “nova” linha de pesquisa com o objetivo de disciplinar os conhecimentos dessa área, novo ramo da ciência, que se chama economia da regulação. |
|
Tela 48 |
|
Resumo Estruturas intermediárias à concorrência perfeita e o monopólio são objetos de estudo à medida que passamos de uma estrutura de mercado para outra, a força de concorrência será reduzida e a de conluio tornar-se-á cada vez maior. Os mercados perfeitamente contestáveis passam a ser examinados logo após concorrência perfeita e podem ser interpretados como o modelo gerado pelo afrouxamento de algumas condições necessárias para ocorrer a concorrência pura, que representa, diante das rígidas condições de sua existência, modelo meramente teórico. Os baixos custos iniciais e pequenas barreiras à entrada de novas empresas levam os preços ao CTMemínimo (custo total médio mínimo) como na concorrência perfeita, apenas com menos empresas e sem lucro algum. A competição monopolista ocorre no mercado em que há muitas firmas com certo poder concorrencial, com custos fixos relativamente baixos; porém, com segmentos de mercados e produtos diferenciados; nenhuma barreira de longo prazo à entrada, mas as firmas vendem um produto similar, mas não idêntico, desta forma, agem, no curto prazo, como no monopólio, conseguindo aumentar seus preços, sem perder todos os seus consumidores. Desta forma, atraem novas empresas que dividem os mesmos consumidores, as entradas continuam até que os lucros econômicos se reduzam a zero, fazendo que as curvas de demanda e receita marginal declinem de forma que, no longo prazo, as empresas ajam como na concorrência perfeita. No oligopólio há apenas algumas firmas; as barreiras à entrada são elevadas, de modo que não haja nenhuma entrada de longo prazo no setor e cada firma produza bens idênticos. O oligopolista maximiza seu lucro baseando-se na possibilidade de conhecer sua demanda e, portanto, sua receita (teoria marginalista ou neoclássica), desta forma fixa o seu preço no lucro máximo, igualando suas RMg aos CMg, e o preço é determinado pela intersecção entre demanda e oferta de mercado, ou, ainda, fixam os preços com base nos custos estabelecendo uma margem de lucro, visto que têm poder oligopolista. Neste caso não precisam conhecer sua receita, sendo, portanto, mais realistas (teoria da organização industrial). O cartel tem um acordo explícito entre firmas, às vezes, apoiado num contrato legalmente constituído que lhe permite estabelecer preços de forma centralizada e alocar a produção e os lucros entre seus membros. Como no oligopólio, participam poucas firmas e a entrada é limitada, porém, com preço determinado e imposto de forma centralizada, tácita; as firmas atuam de forma semelhante, restringindo o produto, supondo que as demais o fazem também. Algumas vezes empresas cartelizadas podem até incorrer em prejuízos de curto prazo na crença de ganhos de longo prazo da “cooperação”. Os lucros são distribuídos privilegiando as empresas maiores, o que motiva as menores a crescerem, mas sob as regras do cartel torna-se mais difícil. Disso, surge o maior problema para a estrutura: algum membro fraudar o cartel, reduzindo os preços ampliando seus lucros individuais e, por vezes, conseguindo novos negócios, mesmo a um preço ligeiramente menor; desta forma seus membros são incentivados, mesmo que o façam secretamente, a cortes nos preços, desestruturando o cartel. As estruturas de mercado derivadas da demanda, em especial a de fatores de produção pelos setores produtores de bens e serviços, são particulares e resumidas em: concorrência perfeita no mercado de fatores, que representa um mercado no qual existe uma oferta abundante do fator de produção; monopsônio, que se trata de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos; oligopsônio, que é um mercado no qual existem poucos compradores dominando o mercado para muitos vendedores, e monopólio bilateral, que ocorre quando um monopsonista, na compra do fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda desse fator. |
|
|