| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
| 1 - “Customização” As empresas vivem, hoje, em uma concorrência global. Não somente em relação a uma abrangência geográfica, mas também pelo fato de não se saber de onde vem a concorrência. Por exemplo, qual é o maior concorrente da “Enciclopédia Britânica” tradicional, aparentemente inabalável? Se você pensou no software “Encarta” da Microsoft, acertou. Desta maneira, um fabricante de software, começa a competir com um tradicional fornecedor de enciclopédias, fato impensável há algum tempo.
Na Grã-Bretanha, a cadeia Tesco de supermercados é a empresa de seguros que mais cresce e possui uma agência de turismo bem-sucedida. A pergunta é: como isso pode acontecer? Conhecendo e acompanhando os hábitos de compra de seus clientes, exatamente como fazia o dono da venda da esquina com nossos avós, a Tesco é capaz de perceber mudanças nesses hábitos e assim identificar eventos na vida de seus clientes. Esses eventos levam a mudanças de necessidades e a Tesco tem a oportunidade de oferecer produtos para suprir essas necessidades. Se, por meio da mudança de hábitos de consumo, a Tesco percebe que em uma família nasceu uma criança, ela tem a oportunidade de oferecer, além dos produtos básicos relacionados a um bebê recém-nascido, outras coisas como seguro de vida para os pais ou, quem sabe, um seguro-saúde. Em outro
exemplo, se um britânico compra um filtro solar em um supermercado
Tesco, nota-se que não deve ser para utilizar na Inglaterra, onde
o sol é um evento não muito freqüente. Essa pessoa
deve estar planejando viajar. Portanto, aí aparece uma oportunidade
para oferecer-lhe um pacote turístico e quem sabe até diferenciar
o pacote em função da sofisticação do filtro
solar comprado. |
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Tela 2 |
| Observe que, em ambos os casos, a Tesco não usou a abordagem tradicional de criar um novo produto, como um seguro ou um pacote de viagem para depois promover para toda uma massa de clientes. Em vez disso, conhecendo cada um de seus clientes, criou produtos que satisfizessem suas necessidades específicas. O Tesco não tem um estoque de produtos, tem um estoque de clientes. A idéia que está por traz disso é muito simples. Se um cliente tem uma necessidade, ele vai satisfazê-la, mais cedo ou mais tarde. Se for sua a empresa que vai fornecer os produtos necessários à satisfação desse cliente, do ponto de vista dele, isso é uma mera casualidade. Por esse motivo, saber identificar a ocorrência de eventos que determinam mudanças nas necessidades é fundamental para cada vez mais participar da vida de cada um dos clientes que têm contato com a empresa. No Brasil,
ainda que muito tímidas, podem ser observadas algumas iniciativas
nessa direção. Há uma grande cadeia de supermercados
oferecendo, em alguns pontos, a troca de óleo do carro, enquanto
o cliente está na loja. Esse supermercado está concorrendo
com postos de gasolina e com postos de troca de óleo. Mas, de alguma
forma, por intermédio de suas lojas de conveniências, os
postos de gasolina começaram antes a concorrer com os supermercados.
A idéia central é estar próximo ao cliente quando
ele desejar satisfazer uma necessidade. |
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Tela 3 |
| Qualidade e tecnologia não fazem mais a diferença - Houve um tempo em que a qualidade e a tecnologia eram os grandes diferenciais entre os produtos concorrentes. Agora não são mais. Os clientes têm a disposição, uma quantidade cada vez maior de opções de produtos de alta qualidade e a tecnologia evolui a tal ponto que sua banalização ocorre rapidamente. O grande avanço tecnológico de hoje é totalmente obsoleto e previsível amanhã. Coisas óbvias hoje foram revoluções tecnológicas no passado. Por exemplo, o controle remoto, especialmente em televisores. Acredite se quiser, houve um tempo em que os televisores não possuíam controle remoto. Hoje já não se concebe tal fato, mas esse era o diferencial que permitia cobrar mais por um modelo de televisor. Hoje, todos os modelos possuem controle remoto e o diferencial já não existe. A pergunta que fica é: como competir então?
A maioria das empresas, quando vê suas vendas caírem, fazem promoções e campanhas publicitárias para o mercado de massa. Fazem o que se chama de “spray and pray”, isto é, invadem o mercado com campanhas promocionais e rezam para dar certo. Ou então, a partir de pesquisas de segmentos, lançam um produto novo para aumentar a participação de mercado. Quando dá certo, excelente. Quando não, a explicação é “o mercado está louco!”. Nesse sentido,
deve-se pensar que aquilo que se faz hoje pode ser feito melhor pela concorrência,
amanhã. Basta ter dinheiro. A tecnologia está disponível
e vulgarizada. As vantagens competitivas estão cada vez mais efêmeras. |
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Tela 4 |
| O “clique” aproximou o concorrente de seu cliente - a popularização cada vez maior da Web tem mudado totalmente, em muitas áreas, a forma de fazer negócios. Ainda usando o supermercado como exemplo, ao terminar as compras do supermercado sem sair de casa, o comprador tem a sua lista de produtos na tela, com o valor total. Normalmente é feita uma sugestão de “conversão” das marcas escolhidas para as marcas próprias do distribuidor (ex.: produtos Carrefour) que, supostamente, têm a mesma qualidade. É apresentada a lista com um custo substancialmente inferior. A conversão está literalmente a um clique, pois basta clicar um botão do mouse e todos os produtos disponíveis são convertidos. É claro que o cliente tem a opção de assinalar os produtos que não quer converter, o que permite que o supermercado tenha ainda mais respeito para com as preferências do consumidor.
Isso sem falar que o cliente tem a opção de verificar a sua lista de pedidos em vários supermercados antes de escolher aonde irá realizar suas compras, sem sair de casa. A Web somente leva às últimas conseqüências a questão do número de opções, que é tão gigantesco e o acesso tão rápido que em vez de guerra de preços, comum no mercado tradicional, serão feitos leilões. O cliente diz quanto está disposto a pagar por um determinado bem ou serviço, fazendo lances. Isso já está ocorrendo e tende a crescer. Concentrar-se
ao cliente é a única saída. |
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Tela 5 |
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| 2 - Os benefícios da relação um a um Um a um quer dizer relacionar-se com clientes de forma individual, um de cada vez. Assim, conhecendo cada um dos clientes, pode-se identificar suas necessidades e tratá-lo de forma personalizada. Um a um, em poucas palavras, significa simplesmente “tratar clientes diferentes de forma diferente”. Os clientes são diferentes. Ignorar as diferenças, ou não saber quais são elas, não as eliminam nem faz com que os clientes tornem-se todos iguais.
Conforme a Lei de Pareto, alguns clientes dão lucro, enquanto outros dão prejuízo. Assim, para aqueles que dão lucro, deve-se buscar desenvolver uma relação personalizada um a um, de forma que seja cada vez mais conveniente que o cliente siga fazendo negócio com a empresa e seja cada vez mais inconveniente mudar para um concorrente. Em outras palavras, que a fidelidade traga conveniência para ele, o cliente. Da mesma forma que é mais barato para uma empresa ter um cliente fiel do que conquistar outro, para o cliente também é mais barato manter-se fiel à empresa, por que sempre existe o custo de troca. Porém, tudo tem um limite. Quando o grau de insatisfação é maior que o custo da mudança, o cliente muda. Recuperá-lo depois é tarefa virtualmente impossível, principalmente se o novo fornecedor estiver satisfazendo as necessidades antes não atendidas. Alguns dados são alarmantes: a maioria das empresas perde 50% de seus clientes a cada 5 anos e 70% dos negócios perdidos tem como causa um mau relacionamento com o cliente. |
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Tela 6 |
| A migração para o um a um - migrar para o um a um é voltar a fazer negócios como nossos avós. Conhecer cada um dos clientes, seus hábitos e necessidades. Claro que hoje, com a quantidade de clientes que existem em uma empresa, é impossível fazê-lo sem o auxílio da tecnologia. Entretanto, o custo da tecnologia de processamento de dados baixou de forma significativa, o que a tornou acessível para a imensa maioria das empresas. Mas, muito mais importante do que a tecnologia, é preciso mudar a forma de fazer negócios. Em primeiro lugar, é preciso mudar a forma de avaliar o sucesso da empresa. À primeira vista, implantar o sistema um a um na empresa é um esforço muito grande e caro. É muito importante ressaltar que um a um não é para todos os clientes. Um a um é para os melhores clientes, ou seja, os de melhor valor e maior potencial. Para os outros clientes, deve-se seguir utilizando a abordagem convencional e para alguns, os piores, simplesmente deve-se atender, mas sem maiores iniciativas. Outro ponto
importante do um a um é que não se trata de uma iniciativa
do tipo tudo ou nada. O início deve ser com poucos clientes e,
à medida que a cultura vai sendo assimilada pela empresa e os resultados
vão sendo comprovados, avança-se lenta e gradualmente, até
chegar ao ponto onde não é mais possível justificar
o investimento em novas iniciativas um a um. |
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Tela 7 |
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| 3 - Foco em produtos X Foco em clientes A maioria das empresas trabalha com total foco em produtos. Assim, com produtos absolutamente padronizados, não há diferenciação de clientes, que na prática são totalmente intercambiáveis. Se, por exemplo, a empresa perde 50 clientes, mas ganha outros 50 novos, seu “mercado” fica estável. A forma de comunicação com os clientes é unidirecional, por meio da mídia de massa. Todas as avaliações são relativas à participação de mercado (Market Share). Por isso, o critério de sucesso dessas empresas é a busca de um número cada vez maior de clientes, para assim aumentar a sua participação no mercado. Todo o conhecimento do mercado vem de pesquisas, segmentações, amostragens etc. Essa segmentação leva ao conceito de cliente médio. Claro que esse trabalho admite um erro estatístico calculado, mas o conceito parte do princípio que no segmento todos os clientes são iguais. A forma de remunerar os vendedores é provavelmente o melhor indicador de como as empresas trabalham. Se os vendedores têm quota de produtos, claramente a empresa mede a venda de produtos e não o desenvolvimento e a retenção de seus melhores clientes. Ainda que os vendedores tenham em seus cartões o cargo de “Gerente de Clientes”, se são medidos pela venda de produtos, não há como fugir do foco em produtos. |
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Tela 8 |
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| As empresas realmente focadas em clientes utilizam a “personalização em massa” para criar pacotes de produtos e serviços agregados de forma a satisfazer as necessidades específicas de cada um de seus clientes. As empresas de telefonia celular, por exemplo, colocam ao redor do serviço básico (a ligação telefônica), outros serviços como o correio de voz, mensagens digitais, ligação em espera, conferência, identificador de chamadas etc. além de oferecer distintos pacotes de número de minutos incluídos na assinatura básica. As várias combinações dessas opções criam produtos distintos, que são “personalizados” para as necessidades de cada cliente. Não se está criando um produto novo e sim uma combinação de opções ao redor do produto, o que permite um grande número de versões personalizadas dele mesmo. Quando o foco está no cliente, cada cliente é único. Dessa forma, toda a comunicação é individual e bidirecional. Aprende-se com cada um dos clientes, através de seu feedback, do diálogo. Na realidade, o diálogo é incentivado, de forma que a empresa possa conhecer as necessidades particulares de cada um de seus clientes, com o objetivo de desenvolver bens e serviços personalizados. Nesse tipo de empresa, o sucesso é medido não simplesmente pela venda de bens e serviços, e sim pela retenção e desenvolvimento dos melhores clientes. Claro que não se está dizendo que a empresa focada no cliente não deva medir a participação no mercado e muito menos que não se deve ter iniciativas de comunicação através dos meios de massa. É que isto não basta. É preciso também trabalhar em iniciativas de desenvolvimento e retenção de clientes, e isso deve ser medido e acompanhado pela gerência da empresa. |
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Tela 9 |
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| 4 - Participação no mercado X Participação no cliente Na empresa um a um, a participação no mercado (share of market) é secundária à participação no cliente (share of customer). Quando se busca a participação no mercado a qualquer custo, concentra-se em atender uma necessidade específica de um grupo muito grande de consumidores. Dessa forma, por meio de um produto único que visa satisfazer essa necessidade, atinge-se todo o mercado de massa. Como os consumidores têm muitas opções, a luta pela participação de mercado é intensa e a principal arma é a redução de preços. A corrosão das margens é inevitável e nada de valor se entrega ao consumidor além, é claro, do produto. Quando se busca a participação no cliente, o objetivo é identificar nos clientes de maior valor ou maior potencial outras necessidades, relacionadas ou não às necessidades básicas, que os levou a fazer negócios com a empresa. O objetivo é ampliar o número de necessidades para as quais se fornece bens e serviços. Quanto maior o número de necessidades, menor a pressão sobre as margens e maior a conveniência do cliente continuar com a empresa. Para descobrir este conjunto ampliado de necessidades é preciso incentivar o diálogo com o cliente.
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Tela 10 |
| Um bom exemplo dessa abordagem é o supermercado americano Streamline, que faz entrega de compras em domicílio, Para os melhores clientes, o supermercado, além de entregar as compras, faz serviços de tinturaria, revela filmes fotográficos, fornece vinhos finos, entrega e recolhe filmes de locadora etc. Ao desenvolver esse tipo de relação com seus clientes, o Streamline aprende com cada um deles. Seus gostos e preferências agora são conhecidos e por isso é muito mais fácil para os clientes fazerem negócios com a empresa. O resultado é a diminuição da pressão sobre as margens e o aumento da fidelidade e satisfação dos clientes. Apesar de outras empresas fornecerem serviços semelhantes, a personalização dos serviços é tão grande, que o custo de mudança é muito alto. Note que o Streamline não entra no ramo de aluguel de filmes. O que eles fizeram foi uma aliança com a Blockbuster. Esse tipo de aliança é muito comum em empresas que estão preocupadas em suprir um leque cada vez maior de necessidades de seus clientes. Outro exemplo é a Amazon.com. A empresa começou vendendo livros e agora, além de livros, vende fitas de vídeo, DVD’s, produtos eletrônicos, brinquedos, software etc. A lista não para de crescer. Com isso, a Amazon.com está cada vez mais conhecendo e suprindo as necessidades de seus clientes. Com mais de 15 milhões de clientes, a empresa tem registrado as preferências e os gostos de cada cliente e tem a possibilidade de interagir com cada um deles. A Amazon.com tem um estoque de clientes, para os quais vai buscar mais produtos, a fim de participar cada vez mais na vida do cliente. Tanto a Streamline
quanto a Amazon.com são empresas que, sem dúvida, estão
buscando novos clientes. Porém, pela forma com que fazem negócios,
percebe-se claramente que não são empresas que buscam somente
a participação no mercado, mas a participação
cada vez maior na vida ou na carteira de seus clientes. Lembre-se: se
um cliente tem uma necessidade, ele vai satisfazê-la. Por que deixar
outro atendê-lo? |
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Tela 11 |
| 5 - A relação de aprendizado É necessário desenvolver-se o que se denomina “Relação de Aprendizado” com os melhores clientes. Nessa relação, o cliente participa ativamente das reclamações, sugestões e feedback. Com isso faz-se com que as ações da empresa sejam conduzidas pelas necessidades dos clientes, respondendo a elas e muitas vezes, antecipando novas necessidades. Esse tipo de relação torna-se cada vez mais inteligente e faz com que o cliente invista seu tempo e muitas vezes seu dinheiro para preservá-la. É simples: quanto mais o cliente investe na relação, maior seu esforço para mantê-la funcionando.
No mundo do um a um, a única vantagem competitiva real é a informação que se tem dos clientes e que os concorrentes não possuem. Essas informações têm de vir do cliente, por meio do exercício do diálogo, o qual é único durante toda a relação com ele. Cada nova conversa é baseada na anterior, construindo um longo e único diálogo. |
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Tela 12 |
| Independentemente do meio utilizado pelo cliente para contatar a empresa – pessoalmente, por meio do telefone, fax, caixa eletrônico ou Web – deve-se lembrar de todas as interações e transações anteriores, de cada detalhe. A razão para isso é simples: o cliente se lembra de tudo e, se eles se lembram, a empresa também tem de lembrar. Lembrar-se do que o cliente disse é simplesmente nunca fazer com que o cliente lhe diga a mesma coisa mais de uma vez! Nesse tipo de relação, os interesses dos clientes sempre têm de ser preservados. Afinal, se o cliente é incentivado a dar informações sobre si e sua vida, deve-se garantir que algo será fornecido em troca. Todas as ações devem estar alinhadas às necessidades do cliente para que ele perceba que houve valor no fornecimento das informações e que vale a pena continuar investindo na relação, fornecendo mais informações. É muito importante deixar claros o objetivo e a política de privacidade. Não se pode utilizar as informações fornecidas de maneira diferente daquela expressa por ocasião de sua coleta e sempre que possível deve-se mostrar que é dada importância aos dados fornecidos pelo cliente. |
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Tela 13 |
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| Uma forma bastante simples, mas muito eficaz de mostrar que a empresa se importa, é preencher formulários e documentos para o cliente. Afinal, se a empresa detém todos os dados necessários, por que fazer com que o cliente tenha que informar tudo de novo? Apesar de tão simples solução, os bancos ainda não aprenderam a fazê-lo. Sempre pedem para preencher papéis e mais papéis com dados que eles já têm há muito tempo. Às vezes até cobram por isso. Quem nunca pagou uma renovação de cadastro? Como dito anteriormente, quanto mais o cliente investe na relação, mais interesse tem que ela funcione. Isso faz com que a fidelidade seja conveniente, porque mudar para um concorrente é reinventar a relação, começar do zero. Isso, além de inconveniente, é caro. Começar uma nova relação, desde o princípio, implica em ensinar ao novo fornecedor tudo aquilo que já havia sido ensinado ao fornecedor antigo: necessidades, gostos e preferências. Como nesse caso a infidelidade é inconveniente, a tolerância aumenta. Com isso o cliente está disposto a reclamar mais, para garantir que a relação funcione. É fundamental que a empresa tenha consciência disso treinando e incentivando o seu pessoal de atendimento a valorizar as reclamações dos clientes, além de estabelecer os canais e processos para que estas reclamações possam ser conduzidas e solucionadas de forma adequada. Sábias são as palavras de Jack Welsh, CEO da General Electric, a respeito da estratégia competitiva da GE para o século XXI: “Nós temos somente duas fontes de vantagem competitiva, a capacidade de aprender mais sobre nossos clientes, mais rápido que nossos concorrentes e a capacidade de transformar esse conhecimento em ações, mais rápido que nossos concorrentes”. É exatamente disso que se está falando! |
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Tela 14 |
| Resumo
As empresas vivem, hoje, em uma concorrência global. Não somente em relação a uma abrangência geográfica, mas também pelo fato de não se saber de onde vem a concorrência. Se um cliente tem uma necessidade, ele vai satisfazê-la. Se a sua empresa vai fornecer os produtos necessários à satisfação desse cliente, do ponto de vista dele, isso é uma mera casualidade. Um a um quer
dizer relacionar-se com clientes de forma individual, um de cada vez.
Assim, conhecendo cada um dos clientes, pode-se identificar suas necessidades
e tratá-lo de forma personalizada. Um a um é para os melhores
clientes, ou seja, os de melhor valor e maior potencial. Na empresa um
a um, a participação no mercado (share of market)
à secundária à participação no cliente
(share of customer). Quando o grau de insatisfação é maior que o custo da mudança, o cliente muda. Recuperá-lo depois é tarefa virtualmente impossível, principalmente se o novo fornecedor estiver satisfazendo as necessidades antes não atendidas. A maioria das empresas trabalha com total foco em produtos,com produtos padronizados, sem diferenciação de clientes, que na prática são totalmente intercambiáveis. As empresas focadas em clientes utilizam a “personalização em massa” para criar pacotes de produtos e serviços agregados de forma a satisfazer as necessidades específicas de cada um de seus clientes. Quando o foco está no cliente, cada cliente é único. Dessa forma, toda a comunicação é individual e bidirecional. Aprende-se com cada um dos clientes, através de seu feedback, do diálogo. Com os melhores clientes, é preciso desenvolver o que se denomina “Relação de Aprendizado”, em que o cliente participa ativamente das reclamações, sugestões e feedback. Quanto mais o cliente investe na relação, mais interesse tem que ela funcione. Isso faz com que a fidelidade seja conveniente, porque mudar para um concorrente é reinventar a relação, começar do zero. Isso, além de inconveniente, é caro. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 15 |
| 1 - A Filosofia “um a um” “Atendam seus clientes como gostariam de ser atendidos”. Para Don Peppers, um dos gurus mundiais em marketing e autoridade em marketing de relacionamento, criador do conceito “um a um”, é este o pensamento que as empresas precisam ter para poder prosperar no século XXI. Para ele, o sucesso de vendas não depende apenas da obtenção de novos clientes, mas da retenção dos clientes já existentes. Segundo Peppers, “Aqueles que implementaram o CRM em suas organizações descobriram que a continuidade desse programa tornou-se tão importante, ou mais, do que as próprias finanças da empresa. Afinal, para que serve uma empresa sem clientes?” Se existe alguma dúvida quanto á eficiência do marketing um a um, algumas estatísticas são esclarecedoras:
Claramente, a filosofia um a um ainda vai levar tempo para ser incorporado nas empresas. De qualquer maneira, o processo de implementação de um programa de marketing um a um ou de uma iniciativa de CRM pode ser pensado como uma série de quatro passos básicos: identificar, diferenciar, interagir e personalizar. |
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Tela 16 |
| 2 - Passo 1: Identificar os clientes O primeiro
passo para iniciar uma relação um a um com seus clientes
é identificar
cada um deles, sempre lembrando que um a um não é aplicado
a todos os clientes. Entretanto, sem identificar cada um deles é
impossível saber com quais clientes vale a pena iniciar uma relação
um a um.
Assim,
o que aconteceria se o gerente ou vendedor que atende os melhores clientes
da empresa desaparecesse? A empresa perderia algo além de um bom
funcionário? Pois a grande maioria das empresas perderia toda a
relação com o cliente, em outras palavras, deveria aprender
tudo de novo em relação a ele, pois de fato nunca foi dona
da relação. O funcionário desaparecido era o dono. |
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Tela 17 |
| Apesar de ser um grande desafio, a identificação de clientes pela empresa é condição primordial para o estabelecimento de iniciativas um a um. Sem identificar o cliente é impossível conhecê-lo. A identificação de clientes já faz parte de muitos negócios. Ao abrir uma conta em um banco, ao comprar um automóvel ou uma passagem aérea, o cliente é obrigado a fornecer seu nome, telefone, endereço etc. Além de ser desses dados exigido o registro, o cliente, muitas vezes, tem que prová-los com documentos. Isso não causa espanto, pois se pode entender as razões que estão por trás dessas exigências. Entretanto, há
um grande número de negócios nos quais a identificação
do cliente não é exigida ou esperada: uma banca de jornal
não solicitará nome e endereço para vender uma revista.
O mesmo acontece em supermercados, farmácias (exceto no caso de
remédios controlados), lojas de música, livrarias e postos
de gasolina (também exceto no caso de pagamento em cheques). Nesses
casos e, na maioria das transações do dia-a-dia de uma pessoa,
ela não se identifica. Compra e sai do estabelecimento como se
nunca o tivesse feito. |
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Tela 18 |
| Por que “Programa
de Fidelidade” não é um bom nome? Simples: eles não
servem para fidelizar o cliente. Serve apenas para identificá-los.
A quase totalidade desses programas baseiam-se em algum tipo de pontuação,
que premia o cliente que compra com freqüência. Quanto mais
o cliente compra, mais ele ganha. É claro que, de alguma forma,
esses programas fazem com que as vendas cresçam e que os clientes
prefiram comprar bens e serviços da empresa. Entretanto, se o programa
parar aí, ele está fadado ao fracasso, pois basta que um
concorrente ofereça um programa semelhante ou mais agressivo para
que o cliente fique tentado a mudar. Há muitas empresas que possuem tais programas, mas não armazenam os dados transacionais dos clientes. Joga-os fora. É necessário identificar os clientes e, sobre cada um, ter dados como:
Deve-se disponibilizar estes dados em todos os pontos de contato do cliente, lembrando-se de nunca fazer o cliente dizer a mesma coisa mais de uma vez! |
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Tela 19 |
| 3 - Passo 2 – Diferenciar os clientes Os clientes são diferentes e como já foi dito, ignorar essas diferenças não os faz iguais. Os clientes são diferentes em seu valor para a empresa e em suas necessidades. O objetivo da diferenciação de clientes é encontrar os clientes de maior valor (CMV) e os clientes de maior potencial (CMP). Assim, com esses clientes, pode-se desenvolver uma relação de aprendizado. Quando se fala em
valor, deve-se sempre pensar em “Valor Vitalício” (LTV
– Lifetime Value), que é o valor que o cliente tem em toda
a sua história transacional com a empresa, as referências
que ele fez e que se transformaram em vendas etc. Deve-se sempre exprimir
o valor em termos de lucratividade. Portanto receita, apesar de ser uma
das métricas mais utilizadas, não é a mais adequada.
Deve-se também medir quanto custa atender cada um dos clientes,
pelo simples fato de que os custos são diferentes de cliente para
cliente. |
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Tela 20 |
| Quando
se pensa em LTV tudo muda. Por exemplo, segundo Carl Sewell, em seu livro
Customers for life, um comprador de automóveis tem em média
um potencial LTV de US$ 300.000, entre as compras de automóveis,
peças e serviços. Será que um vendedor de automóveis
sabe disso? Ou será que somente está vendo à sua
frente o cheque de poucas centenas de reais de sua comissão pela
venda daquele carro?
Sempre pensando em LTV, o valor do cliente pode ser medido em termos reais, ou seja, toda a lucratividade do cliente ao longo de sua relação com a empresa e, em termos potenciais, ou seja, a lucratividade dos negócios futuros que o cliente pode realizar com a empresa. O valor real é simplesmente a soma de toda a lucratividade gerada pelo cliente em suas transações com a empresa e os negócios gerados por sua referência. Esses dados geralmente estão armazenados nos sistemas contábeis da empresa e servem para iniciar o processo de diferenciação dos clientes. O valor potencial é mais difícil de ser medido, pois envolve dados externos à empresa, além de inferências estatísticas. Porém ele existe e deve ser medido. Uma forma objetiva de medi-lo e saber quantas vezes o cliente comprou ou utilizou os serviços de um concorrente. É claro que se o cliente compra da empresa, mas também compra de concorrentes, ele tem um potencial a ser desenvolvido pela empresa. O valor real é dividido pelo valor estratégico e fornece a participação no cliente. |
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Tela 21 |
| Um exemplo interessante é o de uma cadeia de hotéis que considerava como clientes especiais aqueles que ficavam 6 ou mais vezes por ano em um de seus hotéis. Após o cruzamento de seus dados com os dados de uma administradora de cartões de crédito, descobriu-se que alguns clientes ficavam somente 5 vezes por ano em seus hotéis porque viajavam apenas 5 vezes por ano – excelentes clientes, embora fossem tratados como clientes quaisquer. Enquanto isso havia clientes que ficavam no hotel 8 vezes por ano, por exemplo, mas viajavam 20 vezes por ano, ficando em outros hotéis. É claro que após essa descoberta, houve uma mudança nas estratégias de tratamento desses clientes. Trabalhou-se para reter o primeiro tipo de cliente e desenvolver o segundo. O tipo de valor, menos tangível, é o chamado valor estratégico. Ele não é medido, mas interpretado. Clientes que colaboram com a empresa com reclamações, sugestões, são usados como referência. São clientes que têm um valor distinto dos clientes passivos. Embora seja difícil, esse valor deve ser interpretado e armazenado na base de dados de clientes. Por ser interpretado, o valor estratégico deve ser refinado ao longo do tempo, à medida que se aprende mais sobre o clientes. Outra forma de diferenciar os clientes é por meio de suas necessidades. Quanto maior o número de necessidades conhecidas, maior a oportunidade de participação do cliente. Primeiramente, pode-se diferenciar os clientes tendo como base necessidades inferidas pela empresa, para depois, idealmente, chegar ao nível individual. |
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Tela 22 |
| Por exemplo, usuários de computador têm necessidades claramente distintas quando se discute o uso doméstico e o uso na empresa. Usuários domésticos necessitam, por exemplo, de uma placa de som para ouvir música ou jogar, de um modem para conexão à Internet etc. Já o cliente corporativo necessita de uma placa de rede, dispensa o modem, pois a rede o conecta ao mundo e tem na placa de som um item desejável, mas não fundamental. Da mesma forma, pessoas que viajam a passeio têm necessidades diferentes de pessoas que viajam a trabalho.
Assim, começa-se pela diferenciação das necessidades de grupos, para depois chegar ao nível individual à medida que se conhece melhor o cliente. Isso sempre lembrando que descobri novas necessidades é descobrir novas oportunidades. Quanto mais se sabe sobre as necessidades dos clientes, mais valor se tem para ele. Quanto mais se entende e responde a essas necessidades, mais os serviços são percebidos como diferenciados. |
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Tela 23 |
| Com base nos critérios discutidos, deve-se implementar iniciativas distintas para os diferentes estratos de clientes. Para os CMVs, deve-se implementar programas de retenção. Programas de reconhecimento e possibilidade de utilização de canais de comunicação exclusivos são formas de recompensar os melhores clientes. Porém, é por meio da relação de aprendizado e da personalização que se torna cada vez mais forte a relação com esses clientes. Somente assim se garante a retenção desse tipo de cliente. Os CMPs pedem tratamento distinto. Necessitam desenvolver esses clientes através de incentivos, como concessão prematura de privilégios, cross-selling e up-selling. É preciso investir para entendê-los, buscando participação da empresa nesses clientes, que mesmo fazendo negócios com a empresa, apresentam enorme potencial, possível de ser desenvolvido. E o que fazer com
os BZs
(Below Zeros), isto é, aqueles que dão prejuízo?
Livrar-se deles? Bem, pelo menos cobrar o valor real dos serviços
que são prestados a eles. Deve-se ainda suprimir seus nomes das
listas de mala direta e de outras iniciativas de contatos, sem, entretanto,
eliminar seus nomes da base de dados. Em resumo, deve-se atendê-los,
cobrando o valor do serviço, mas não incentivá-los
a continuar na empresa, fazendo com que isso seja inconveniente. |
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Tela 24 |
| Uma coisa que deve ser ressaltada em relação aos BZs, é que eles têm o seu valor real e estratégico abaixo do custo de atendimento, ou seja, não há perspectiva de lucratividade. Por outro lado, se um banco, por exemplo, resolve investir em universitários porque espera mais tarde ter lucro com o profissional formado, é porque, embora o valor real atual seja baixo (eventualmente fique abaixo do custo de atendimento), esse cliente tem um valor potencial muito acima desse custo e, portanto não pode ser considerado um BZ. Para se ter uma idéia de como a estratificação de clientes é importante, um banco, após analisar a lucratividade de seus clientes, chegou a números bastante interessantes: 27% da base de clientes eram responsáveis por 100% da lucratividade; 31% davam prejuízos ao banco e 42% não davam nem lucro nem prejuízo. Chegaram também à conclusão que se eliminassem 73% de seus clientes, perderiam apenas 7% de seu faturamento.
É claro que não se está dizendo que o banco deveria eliminar 73% de seus clientes, más é claro que não se pode tratar a todos da mesma forma. |
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Tela 25 |
| 4 - Passo 3 – interagir com os clientes Uma vez que os clientes de maior valor (CMV) e de maior potencial (CMP) tenham sido descobertos, o próximo passo é incentivá-los a interagir com a empresa. A interação é a única forma de conhecer cada vez mais os clientes. Com esses clientes, o objetivo final deve ser o estabelecimento de uma relação de aprendizado em que se personaliza cada vez mais os produtos para que o cliente veja conveniência em continuar com a empresa. Há uma relação íntima entre interação e diferenciação. Na realidade, as duas estratégias caminham juntas, pois uma depende da outra.
As interações iniciadas pelo cliente têm um potencial muito maior do que as interações iniciadas pela empresa. É claro que quando o cliente liga para o call center da empresa ele está em busca de atendimento e de algum serviço. Nesse instante ele está “à disposição”, com total atenção. Essa é uma excelente oportunidade para conhecer melhor este cliente. Mas cuidado, pois sempre que for feita uma pergunta ao cliente, ele deve ver algum valor em respondê-la. Não tente vender nada que não tenha a ver com as necessidades do cliente. Cada nova pergunta respondida é conhecimento acumulado a respeito dos clientes e os funcionários que têm contato com ele devem ser treinados e incentivados a conhecê-lo melhor e registrar esse conhecimento nas bases de dados de clientes da empresa. Muitas empresas desperdiçam
grandes oportunidades de conhecer melhor seus clientes. As empresas aéreas,
por exemplo, têm na sala VIP seus melhores clientes, entretanto
não fazem nada com eles. Não lhes perguntam nada, apesar
do fato deles estarem ali por horas, à disposição
de qualquer interação. |
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Tela 26 |
| Quando a interação é iniciada pela empresa, ela deve obedecer a duas regras básicas:
Uma mensagem da empresa enviada por correio eletrônico a seus clientes, sem que eles tenham dado permissão, pode gerar uma antipatia e fazer com que o cliente simplesmente feche esse canal de interação. Além dessas regras básicas, as mensagens devem ter algo de valor para o cliente. Se apesar de ter autorizado esse tipo de interação, o cliente recebe mensagens insistentes sem valor algum, ele também pode acabar por cancelar a autorização e nunca mais abrir esse canal de comunicação.
Um exemplo do que não fazer foi dado por uma operadora de telefonia celular que usou a caixa postal de seus clientes para deixar uma propaganda de um produto. Não só o produto ofertado nada tinha a ver com as necessidades da maioria dos clientes, como eles tiveram que pagar para ouvir a mensagem. Pode-se imaginar o atrito que isso acabou gerando. |
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Tela 27 |
| Algumas perguntas básicas devem fazer parte do diálogo:
Existem outras dicas importantes:
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Tela 28 |
| 5 - Passo 4 – Personalizar os produtos da empresa A partir do conhecimento das necessidades dos clientes, deve-se personalizar os produtos e serviços agregados para fazer com que a experiência de fazer negócios com a empresa seja única. Quanto mais se personaliza, mais valor entrega-se ao cliente, que vê conveniência em continuar com a empresa. Deve-se criar um círculo de personalização e feedback para que se possa, cada vez mais, entendendo o cliente, fornecer o que ele espera e na forma que ele espera. Deve-se ainda adequar a mensagem e o diálogo à forma preferida pelo cliente. A personalização é algo bem simples quando se conhecem as necessidades e as preferências do cliente, mas exige flexibilidade da empresa e treinamento adequado das pessoas que têm contato com ele. Elas devem estar preparadas para mudar seu comportamento de acordo com cada cliente. Se a empresa possui um Web site, a personalização pode ser levada ao extremo, com a disponibilização de conteúdo que tenha a ver exatamente com os gostos e preferências de cada um dos clientes. Porém, é importante ressaltar que o cliente espera essa personalização em todos os canais de contato com a empresa. Quanto mais sucesso se tem na personalização, mais simples e conveniente para o cliente é fazer negócios com a empresa. |
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| Resumo O sucesso de vendas não depende apenas da obtenção de novos clientes, mas da retenção dos clientes já existentes. O processo de implementação de um programa de marketing um a um ou de uma iniciativa de CRM pode ser pensado como uma série de quatro passos básicos: identificar, diferenciar, interagir e personalizar. Há um grande número de negócios nos quais a identificação do cliente não é exigida ou esperada: uma banca de jornal não solicitará nome e endereço para vender uma revista. O objetivo da diferenciação de clientes é encontrar os clientes de maior valor (CMV) e os clientes de maior potencial (CMP). Assim, com esses clientes, pode-se desenvolver uma relação de aprendizado. Outra forma de diferenciar os clientes é através de suas necessidades. Quanto maior o número de necessidades conhecidas, maior a oportunidade de participação do cliente. Uma vez que os clientes de maior valor (CMV) e de maior potencial (CMP) tenham sido descobertos, o próximo passo é incentivá-lo a interagir com a empresa. A interação é a única forma de conhecer cada vez mais os clientes. As interações iniciadas pelo cliente têm um potencial muito maior do que as interações iniciadas pela empresa.Quando a interação é iniciada pela empresa, ela deve obedecer a duas regras básicas: deve utilizar o canal de comunicação preferido do cliente e ter a permissão do cliente para utilizar este canal; além disso, as mensagens devem ter algo de valor para o cliente. A partir do conhecimento das necessidades dos clientes, deve-se personalizar os produtos e serviços agregados para fazer com que a experiência de fazer negócios com a empresa seja única. A personalização
é algo bem simples quando se conhecem as necessidades e as preferências
do cliente, mas exige flexibilidade da empresa e treinamento adequado
das pessoas que têm contato com ele. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 30 |
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| 1
- Banco de dados de clientes
A premissa do conceito de banco de dados de clientes é bem antiga – conhecimento é poder. Quanto mais a empresa souber acerca do histórico de compra e demais dados sobre seus clientes, maiores sucessos terão suas estratégias, incluídas as de relacionamento. Muitas empresas confundem listas de mala direta de clientes com banco de dados. Uma lista de mala direta é simplesmente uma série de nomes, endereços e números de telefone. Um banco de dados de clientes possui muito mais informações:
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O Database Marketing é mais freqüentemente utilizado no marketing de relacionamento entre empresas e no varejo de serviços (hotéis, bancos e empresas aéreas). É utilizado em menor escala por varejistas de bens de consumo (supermercados, farmácias), embora algumas ainda estejam experimentando o processo. Um ótimo banco de dados de clientes é um bem de propriedade da empresa e pode dar a ela uma vantagem competitiva.
Dispondo de informações em seu banco de dados, uma empresa pode definir seu mercado-alvo com muito mais precisão que poderia com o marketing de massa, marketing de segmento ou marketing de nicho. A empresa é capaz de identificar pequenos grupos de consumidores que recebem ofertas de marketing e comunicações adequadas às suas necessidades. |
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As empresas usam seus bancos de dados em quatro situações:
O uso de Database Marketing requer um grande investimento. As empresas devem investir em hardware, software de banco de dados, programas analíticos, links de comunicação, e pessoal habilitado em informática. O sistema de banco de dados deve ser fácil de usar e disponível aos grupos-chave de marketing. Um banco de dados bem gerenciado significa ganhos em vendas que cobrem em muito os custos. Porém, muitas coisas podem dar errado se o database não for cuidadosamente desenvolvido. Mesmo se codificados corretamente, os dados devem ser atualizados constantemente, uma vez que as pessoas se mudam, desaparecem ou mesmo mudam de interesses. |
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| 2
- Benefícios de um banco de dados de clientes
As aplicações do database crescem e evoluem constantemente, à medida que novos conceitos de marketing são desenvolvidos. Nos dias de hoje, os databases são comumente usados para:
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Particularmente
nos programas de pós-marketing, o banco de dados de clientes ajuda
de várias formas:
Entretanto, esses benefícios levam a uma decorrente responsabilidade do pós-marketing apoiado em bancos de dados. A sua utilização requer que a empresa repense a maneira como conduz os negócios. Os planos de marketing devem ser totalmente re-projetados para explorar propriamente o banco de dados. O
banco de dados é capaz de vincular clientes às empresas
como nunca feito antes. Esse vínculo sustenta o pós-marketing
pela retenção de clientes de duas maneiras especiais: reconhecimento
e relevância. |
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| Além
dos benefícios já descritos, o banco de dados de clientes
permite à empresa avaliar o valor de clientes individuais de maneira
nunca antes possível com o marketing convencional. Três das
mais importantes mensurações são:
Determinação
do valor de duração de um cliente - Um dos resultados
mais úteis de um banco de dados de clientes é a habilidade
de calcular o valor de duração de um cliente. Essa medição
informa à empresa quanto cada cliente vale. Os procedimentos para
calcular esse valor podem ser pragmáticos ou envolver modelos sofisticados. O primeiro passo é definir quais clientes devem ser considerados ativos. Os clientes têm uma vida distinta, com uma organização, desde sua primeira compra até a última. O problema é que, embora a primeira compra seja facilmente identificada, a última compra de um cliente não é tão evidente. Mas o cliente, em algum momento, vai parar de comprar os produtos de uma empresa. Qualquer que seja a razão – recebimento de serviço inferior, compra de um produto defeituoso, mudança da empresa para local afastado etc. – chega um tempo em que o cliente não quer mais comprar da empresa. A
definição de quem é um cliente ativo deve depender
do ciclo de compra da categoria ou da indústria. Um cliente que
não aparece em três ciclos
de compra, provavelmente, deve ser considerado perdido. É da
natureza humana tentar evitar a perda de um cliente, mas isso não
deve servir de propósito para alguém se iludir “otimisticamente"
estendendo a definição de cliente ativo além de certo
número de ciclos de compra perdidos. Então, a definição
de um cliente ativo é utilizada para identificar todos os clientes
que atendem esse critério. |
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Uma estimativa agregada do valor de duração de um cliente pode ser feita determinando o valor total de suas compras dividido pelo número de clientes ativos. Assim:
Então, o valor médio de duração é definido como o valor monetário médio das compras realizadas por determinado cliente durante seu tempo de duração como comprador. Uma estimativa mais precisa do valor de duração de um cliente utiliza a análise conjunta. É calculado um peso médio de duração de um cliente típico. Esse peso é multiplicado pela média mensal ou anual conhecida das compras dentro do conjunto (L¹ = número de clientes do último período e L² = número de clientes do penúltimo período, e assim por diante).
Então,
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| A
magnitude do valor de duração é completamente dependente
da definição de tempo dada para um cliente ativo. Se mais
extensa for a definição de tempo, o valor de duração
necessariamente aumentará. Da mesma forma, se menor a definição
de tempo, o valor de duração também diminuirá.
A mensagem do conceito de valor de duração é que quanto mais tempo um cliente permanecer fiel a uma empresa, maior seu valor. Se um cliente permanecer mais tempo, seu valor de duração aumenta. Se esse cliente permanece menos tempo, seu valor de duração diminui. Em outras palavras, algumas empresas operam como se fossem totalmente inconscientes da existência do valor de duração de um cliente. Uma vez que a duração de vendas seja calculada, é fácil determinar o lucro líquido associado a cada cliente ativo. Identificação dos custos de conquistar um novo cliente - o cálculo do valor de duração estimula o cálculo do custo para conquistar um cliente. Estes podem ser menos reais no marketing convencional do que no marketing direto tradicional. Em qualquer campanha ou promoção nas quais os resultados podem ser traçados, esses custos serão muito mais facilmente obtidos. Deve ficar aparente que o custo de conquista deve ser menor que o lucro líquido de duração antes dos impostos para a empresa sobreviver e ter lucro. Possibilidade de o cliente “dar
uma nota à empresa” e construir um modelo de afinidade -
significa atribuir pontos à probabilidade de compra de
cada cliente tomando por base uma oferta típica. As empresas de
marketing direto tradicionais usam modelos de pontuação
para alocar mais eficientemente seus esforços de marketing, apresentando
novos produtos, serviços ou ofertas apenas para aqueles clientes
que evidenciam maior probabilidade de compra e tratando clientes potenciais
diferentemente, de acordo com suas probabilidades de compra. |
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| 3
- Como construir um banco de dados de clientes
Existem quatro orientações básicas para se elaborar um banco de dados de clientes:
A chave para projetar um banco de dados “bem sucedido” é torná-lo acessível e dinâmico. Ao se iniciar a elaboração de um banco de dados, cinco perguntas estratégicas devem ser respondidas:
Qual o departamento, setor ou área da organização será responsável pelo banco de dados ? - Considerar quem elaborará o banco de dados de clientes inclui a questão de sua propriedade. Geralmente, se um banco de dados é elaborado internamente, ele será de propriedade da empresa. Diversas combinações de origem e acesso podem ser imaginadas. No caso de um proprietário de um banco de dados contratar os serviços de uma empresa externa, o banco de dados poderia, no final, ser operado na empresa proprietária para manutenção e atualização diária.
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A
decisão de elaborar um banco de dados internamente ou externamente
é difícil. Poucos gerentes desejam optar por custos de terceiros
em relação ao uso de recursos internos disponíveis.
Entretanto, muitos especialistas advertem sobre os prováveis problemas
de confiar ao departamento de sistemas interno a elaboração
e manutenção do banco de dados de clientes, pois:
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A decisão modera o controle. Marketing raramente ou nunca dirige a função SIG. Assim, o departamento de marketing terá pouca força junto ao departamento de SIG. A velocidade pela qual as mudanças são realizadas dependerá da disponibilidade de programadores. Por outro lado, um fornecedor externo de bancos de dados terá a especialização adequada e deverá atender às solicitações em tempo hábil para manter o negócio. O assunto de acesso é igualmente complicado. Elaborar um banco de dados internamente pode ser um processo muito oneroso. Por essa razão, muitas empresas optam por serviços de fornecedores externos de bancos de dados. Bancos
de dados compartilhados estão também se tornando populares.
O compartilhamento significa que duas ou mais empresas não-concorrentes,
cujos produtos são provavelmente comprados pelos mesmos clientes,
unem esforços para a formação de um banco de dados
que possa ser usado por todos eles. Compartilhar é uma alternativa
atraente, mas pode ser difícil encontrar sócios adequados
para o trabalho cooperativo. Uma empresa deve fazer um esforço
extra para organizar a associação. Geralmente, um fornecedor
externo pode elaborar e manter um banco de dados compartilhado. |
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Quem será incluído no banco de dados de clientes? - Embora existam muitos grupos específicos a serem considerados, geralmente quatro grupos devem ser incluídos no banco de dados:
Outros grupos podem ser incluídos para aplicações específicas. Flexibilidade e imaginação devem prevalecer na escolha de cada grupo componente. Quais informações serão implantadas no banco de dados de clientes? - As informações incluídas no banco de dados de clientes devem ser necessariamente sob medida às necessidades específicas do cliente, embora existam alguns componentes quase universais. Tradicionalmente, os três componentes mais importantes de um banco de dados de clientes são:
Como os custos de armazenamento de um banco de dados no computador vem caindo vertiginosamente, as empresas tornaram-se mais ambiciosas sobre a gama de informações que gostariam de incluir nele. |
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Assim,
as informações mais desejadas em um banco de dados são:
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| Como
o banco de dados será organizado? - O tipo físico
de armazenagem de dados usado tem três ramificações
profundas sobre a flexibilidade e facilidade de atualização
do banco de dados. Mas isso afeta também a facilidade de entendimento
de sua estrutura de construção.
Existem dois tipos de construções para o banco de dados de clientes:
O hardware é uma segunda consideração. Embora geralmente assuma-se que um arquivo de informações extenso significa armazenagem e acesso por meio de um mainframe, os poderosos computadores pessoais vêm se tornando uma alternativa viável para quase todas as aplicações. Por
fim, outro fator a ser considerado é o software. Programas
de “prateleira”, ou seja: produtos prontos e comerciais. Eles
são adequados para lidar com aplicações padrões
ou para iniciar uma operação em nível de aprendizagem.
Mas para aplicações altamente personalizadas, será
necessário um software mais sofisticado ou programa preparado
sob medida para a empresa. |
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| Como
o banco de dados será utilizado? - O principal uso pós-marketing
do banco de dados de clientes (diferente do uso limitado da perspectiva
de marketing direto tradicional) é assumir que os clientes são
conhecidos, aprovados, apreciados e satisfeitos.
O banco de dados de cliente pode ser usado para uma variedade de atividades práticas:
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| Custos
de implantação de um banco de dados de clientes - A elaboração
de um banco de dados custa tempo e dinheiro. O custo potencial pode ser
negociado com relativa facilidade. As empresas parecem bem menos razoáveis
quando chega a hora de decidir sobre o tempo. Ninguém deseja defender
a elaboração de um banco de dados inferior, de modo que todos
podem dar opiniões para um banco de dados de qualidade “inatingível”.
Especialistas concordam que é melhor experimentar o valor de um banco de dados imperfeito do que aspirar um perfeito, mas inatingível. Devido á estrutura e composição geralmente fluída na maioria dos bancos de dados de clientes, eles nunca conterão tudo que cada usuário deseja. Assim, como ocorre na aprendizagem para usar qualquer nova ferramenta, o uso efetivo fornecerá idéias para mais aplicações. Existem três custos distintos envolvidos na elaboração de um banco de dados de clientes: dados (informações brutas e complementares), processamento e produção. |
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Tela 46 |
| Resumo
Banco de dados de clientes é um conjunto organizado de dados abrangentes sobre os clientes existentes ou potenciais que seja atual, acessível e prático para atividades de marketing como a geração de indicadores, a qualificação das indicações, a venda de um bem ou serviço e a manutenção de relacionamentos com os clientes. Database Marketing é o processo de construir manter e usar bancos de dados de clientes e outros registros para efetuar contatos e transações. As empresas usam seus bancos de dados em quatro situações: identificar clientes potenciais, decidir que clientes devem receber uma oferta em particular, aprofundar o relacionamento com os clientes ou reativar clientes perdidos. O uso de Database Marketing requer um grande investimento. As empresas devem investir em hardware, software de banco de dados, programas analíticos, links de comunicação, e pessoal habilitado em informática. As aplicações do database crescem e evoluem constantemente, à medida que novos conceitos de marketing são desenvolvidos. O banco de dados é capaz de vincular clientes às empresas como nunca feito antes. Esse vínculo sustenta o pós-marketing pela retenção de clientes de duas maneiras especiais: reconhecimento e relevância. O banco de dados de clientes permite à empresa avaliar o valor de clientes individuais de maneira nunca antes possível com o marketing convencional. Três das mais importantes mensurações são: valor de duração do cliente, custos de conquista de novos clientes e modelos de afinidade. Ao se iniciar a elaboração de um banco de dados deve-se considerar: qual o departamento ou setor será responsável pelo banco de dados? Quem será incluído no banco de dados? Que informações serão implantadas no banco de dados? Como o banco de dados será organizado? Como o banco de dados será utilizado? A elaboração de um banco de dados custa tempo e dinheiro. O custo potencial pode ser negociado com relativa facilidade. As empresas parecem bem menos razoáveis quando chega a hora de decidir sobre o tempo. Existem três custos distintos envolvidos na elaboração de um banco de dados de clientes: dados (informações brutas e complementares), processamento e produção. |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 47 |
| 1 - Quem são exatamente os clientes? O banco de dados de clientes é o segundo fator de importância para a prestação da maioria dos serviços financeiros. Todavia, apesar de sua familiaridade, poucas empresas desse setor têm explorado verdadeiramente o potencial de marketing de um banco de dados de clientes em seus negócios. Por outro lado, poucas empresas fornecedoras de bens de consumo têm pensado em instituir um banco de dados de clientes. No mercado de informações intensivas do século XXI, o sucesso das empresas não dependerá apenas da extensão pela qual se coletam informações sobre seus clientes atuais, mas também da forma como usarão essas informações. Empresas que vendem itens de grande valor e que coletam, rotineiramente, informações de seus clientes adaptar-se-ão com certa facilidade a essa exigência. Empresas, que vendem itens de pequeno valor, encontrarão um desafio maior. Mas os esforços de ambos os tipos de empresas em implantar o banco de dados de clientes serão recompensados pelo aumento da lealdade dos mesmos.
A promessa
de um banco de dados de clientes é muito grande. Os concorrentes
podem aumentar os gastos de propaganda, reduzir os preços e intensificar
a distribuição, mas se uma empresa implantou forte relacionamento
com seus clientes atuais baseando-se em um banco de dados, é improvável
que ela seja imediatamente vulnerável. |
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Tela 48 |
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| A ênfase
dos anos 60, 70, 80 e 90 em aumentar a distribuição resultou
no crescimento do número de intermediários. A teoria da administração
sugere que quanto maior o número de níveis organizacionais
que uma reclamação deve percorrer, menor a probabilidade dela
chegar ao destino correto. Quanto maior o número de níveis
existente, mais socialmente distanciadas ficam as pessoas da administração.
Os canais de marketing seguem regras semelhantes. Muitas empresas, reconhecendo
sua distância do consumidor final, começam a encurtar os seus
canais de distribuição na tentativa de reassumir o controle
sobre o marketing para servir e atender seus consumidores finais.
Tipicamente,
canais desenvolvidos extensivamente têm sido encorajados pelas maiores
empresas, cuja amplitude das ofertas de produtos e natureza das operações
têm feito uso de distribuidores independentes e varejistas atraentes.
Entretanto, nem todas as grandes empresas têm adotado esta perspectiva.
A IBM tem favorecido tradicionalmente o marketing
direto em detrimento aos representantes de canal e, quando experimentou
o uso de intermediários, geralmente ficou desapontada. |
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Tela 49 |
| À medida que
os intermediários proliferam, separando a empresa de seus clientes,
existe menor identificação do consumidor com o fabricante
de quem se originam os bens ou serviços. Em canais mais estreitos,
a empresa e um intermediário podem estar em contato relativamente
próximo, possibilitando que o intermediário possa, de alguma
maneira, identificar-se com o fabricante.
O intermediário pode adotar alguns dos valores do fabricante e pode internalizar o desejo deste para que seus produtos possam ser mostrados adequadamente, ativamente vendidos e com um bom nível de serviços. Entretanto, como as
empresas dependem de vasto número de intermediários desconhecidos
para representar seus produtos e negócios, é provável
que esses intermediários assumam compromissos limitados com os
fornecedores. Intermediários pensam apenas em seu próprio
negócio e não assumem lealdade com os fabricantes, fazem
pouco para reforçar a percepção dos consumidores
em relação a uma empresa ou à qualidade de seus produtos.
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Tela 50 |
| É da natureza
humana que os intermediários busquem seus interesses – assim,
percebem o seu papel de vender para si próprios em vez de representar
produtos e serviços de outra empresa. Mas onde eles estariam sem
os bens e serviços de outras empresas? Em lugar algum, sem dúvida.
Mas, geralmente, essa lógica falha em motivá-los a investir
na idéia de estar representando outra empresa.
A severidade da situação é obviamente intensificada na organização interna dos intermediários, isto é, entre os funcionários que interagem com os clientes. Com apenas uma fraca lealdade passada pelo pessoal da administração, os cuidados com os produtos dos fabricantes são ainda menores no nível de vendas e balcão.
As empresas que confiam em intermediários colocam-se em risco. Elas não têm oportunidade de encontrar diretamente com seus clientes. Conseqüentemente, o produto da empresa é confiado ao mercado sem o cuidado e a supervisão que ela desejaria. Existe uma resposta
fácil para esse problema: a implantação de banco
de dados de clientes. |
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Tela 51 |
| 2 - Oportunidades
para implantar banco de dados de clientes A maioria das empresas tem numerosas oportunidades à mão para coletar informações de seus clientes sem instituir estudos especiais e sem comprar bancos de dados caros. Qualquer interação com clientes pode ser uma oportunidade para coletar informações. A organização típica de marketing tem incontáveis oportunidades de responder às perguntas de seus clientes. As empresas prestadoras de serviços, para as quais um formulário já faz parte natural do processo de negociação, têm um veículo próprio para coletar informações de seus clientes. Tudo que tem que ser feito é aumentar o formulário acrescentando perguntas para coletar informações de marketing mais críticas. Em razão de os clientes necessitarem de serviços da empresa e estarem “treinados” para responder perguntas em um formulário, provavelmente responderão à maioria das questões, sem problemas. Outras oportunidades devem ser verificadas:
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Tela 52 |
| Às
vezes, as empresas são relutantes em exigir que seus clientes respondam
perguntas típicas de marketing em um formulário ou questionário.
Tais problemas podem ser contornados abrindo-se o questionário com
o título “Apenas para informação interna. O preenchimento
não é obrigatório”. Geralmente, as empresas ficam
surpresas com o número de clientes que dedicam tempo para dar informações
voluntárias sobre si mesmos. Isso é resultado de dois fenômenos:
primeiro, os clientes geralmente acreditam que uma empresa se preocupa com
eles e podem perceber que quanto mais a empresa os conhece, mais habilitada
está em satisfazer suas necessidades; segundo, existe satisfação
da maioria das pessoas em falar sobre si mesmos.
As empresas fabricantes de bens duráveis (eletrodomésticos, equipamentos esportivos, automóveis etc.) têm a vantagem de estarem altamente envolvidas com a compra, devido a sua natureza e ao preço relativamente alto de seus bens. Essas qualidades tornam mais provável o comprador identificar-se com o fabricante. Quase sempre tais produtos são despachados ou entregues aos compradores com um certificado de garantia ou um questionário. Parece que a maioria dos compradores compreende que é de seu próprio interesse informar ao fabricante sobre si mesmos e sobre o uso que farão do produto. Alguns compradores podem também ficar na expectativa ou na esperança de receberem informações adicionais do fabricante sobre o uso ou cuidados com o equipamento adquirido. As taxas
de resposta para tais questionários são geralmente muito
boas, especialmente quando o fabricante promete algo pela devolução
do questionário preenchido. Um incentivo é mais eficaz quando
está relacionado diretamente ao produto. |
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Tela 53 |
| Geralmente, quanto
mais relevante for o incentivo prometido, mais questionários preenchidos
ele trará. Um incentivo natural para oferecer ao cliente pela devolução
do questionário é um manual de usos e cuidados ou algo mais
a ser feito para melhor manutenção e utilização
do produto. Por exemplo, oferecer a capa protetora para um computador adquirido.
A garantia ou certificado do proprietário oferece uma oportunidade natural para coletar informações básicas sobre o cliente de uma empresa. Quanto mais importante for a compra, mais importante será para o comprador o seu registro, principalmente para fornecer ao fabricante informações sobre a verdadeira necessidade de um produto comprado. A quantidade de informações sobre os clientes que pode ser coletada por meio de um cartão de garantia, além de assegurar a impressão de um processo de garantia é, de alguma forma, limitada. É inteligente se pensar sobre algumas dificuldades. O objetivo mais importante deve ser o início de uma troca de informações entre o cliente e a empresa que possa prosseguir no futuro. O nome e o endereço do cliente são fundamentais. Mas, as questões de marketing mais importantes sobre o processo de escolha da marca pelo cliente são:
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| As empresas devem ser
parcimoniosas nesse estágio crítico. Não é interessante
fazer todas as questões desejadas porque existirão oportunidades
futuras para informações adicionais, após o cliente
devolver o formulário com seu nome e endereço. Se a empresa
falhar no processo de levantamento de dados, a taxa de devolução
dos questionários cairá, prejudicando o seu objetivo.
As empresas de fabricante de bens não-duráveis (de consumo) representam uma área que exige maior destreza para descobrir informações de identificação do consumidor para instalar ou expandir bancos de dados de clientes. Mas, mesmo nesses casos, existem numerosas oportunidades para uma empresa astuta:
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Tela 55 |
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| Entre os varejistas,
as lojas de departamento vêm tendo transações orientadas
por bancos de dados. Qualquer loja de departamentos com cartão de
crédito próprio está coletando informações
úteis, como os supermercados que utilizam hoje caros sistemas de
scanners.
Interessante é que isso já existia de forma gratuita. O problema é que poucas lojas de departamento reconheciam o valor do relacionamento de marketing que possuíam. As informações foram relegadas ao departamento de contabilidade e seu potencial de marketing nunca foi explorado.
Alguns varejistas
estão começando a usar arquivos de informações
de clientes. As funções do banco de dados são tanto
de ferramenta de apoio à decisão (adotar mudanças
nos hábitos e padrões de compra em estágio anterior),
como de ferramenta de alvo (ajudar a identificar grupos de compradores
semelhantes para promoções futuras). |
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| 3 - Construção
e crescimento da lealdade O crescimento e desenvolvimento de lealdade dos clientes, estimulada por um banco de dados, pode ser bem representado pela “escada de lealdade”, paradigma que ilustra o processo que as empresas devem usar para intensificar o relacionamento do cliente com a empresa. A noção é que os clientes atuais e potenciais devem subir uma escada ou dar passos em termos de intensidade de lealdade em relação à empresa. Os passos são os seguintes:
Freqüentemente se observa que as empresas param no meio do caminho, ficando satisfeitas ao converter um cliente potencial em um repetidor de compras. O valor real em implantar um banco de dados de clientes é a vantagem de o mesmo proporcionar à empresa condições de conduzir o cliente em sua escada de lealdade. O objetivo do pós-marketing, em termos desse paradigma, é transformar o maior número possível de experimentadores em defensores. Por um banco de dados de clientes facilitar a transformação de compradores potenciais em compradores reais, ele é a única ferramenta para implementar a escada de lealdade. |
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Tela 57 |
| 4 - “Disparadores”
de compras Uma das maneiras mais eficazes de utilizar um banco de dados de clientes é incorporar informações sobre mudanças de estilo de vida. Acredita-se que as mudanças são muito mais importantes para as empresas do que informações diretas sobre estilo de vida. ![]() Considerem-se as compras substanciais que ocorrem quando nasce o primeiro filho de uma família ou as mudanças de consumo quando um trabalhador se aposenta. Existem numerosas mudanças de estilo de vida, maiores ou menores, que podem ser identificadas nos consumidores:
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Richard Black sugere que uma empresa adote uma abordagem matricial, onde as referencias cruzadas dos clientes podem estar em termos de posição na escada de lealdade e o estágio do ciclo de vida da família. A matriz resultante fornece duas coisas: o negócio total de uma empresa nessas duas dimensões, fornecendo informações para planejamento estratégico e pode sugerir qual das muitas táticas disponíveis pode ser usada para cada cliente conforme a célula matriz que o descreve. Privacidade e Ética : Declarada em termos mais básicos, a questão é de uma confrontação direta entre liberdade de informação e direito à privacidade. Grandes corporações que contratam empresas especializadas em processamento de dados e alugam bancos de dados possuem capacidade de dados disponíveis por algum tempo, até este ser alugado a outro. Alguns sugerem que pode não haver nenhum problema com os bancos de dados disponíveis no mercado desde que os consumidores estejam conscientes do uso que será feito das informações que fornecem na forma de questionários ou levantamentos de mercado. A questão de
recompensar consumidores pelo uso de seus nomes e informações
também estão em debate. Pode-se argumentar que a compensação
já é fornecida aos consumidores pelos prêmios e cupons
de desconto enviados em troca de questionários preenchidos. Alguns
observadores acreditam que os consumidores serão pagos no final
pelo uso de seus nomes e seus dados de compra. Existe também a
possibilidade de os consumidores se tornarem muito mais cautelosos ao
revelarem informações sobre si mesmos. |
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Tela 59 |
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| Mas, mesmo
sem o consentimento totalmente voluntário, qualquer empresa pode
compilar dados significativos sobre hábitos de compra. Existem também
empresas que, sem muita solicitação, recebem informações
significativas de consumidores ansiosos. A fonte de informações contidas nos bancos de dados é obviamente o assunto mais sensível. São descritas quatro categorias dos tipos de informação possíveis para uma empresa sobre um consumidor. Cada fonte de informação tem relevância para a ética da informação:
Os profissionais de
marketing e seus clientes normalmente se beneficiam de relacionamentos
mutuamente recompensadores. Ocasionalmente, contudo, ocorrem pontos negativos
como a irritação com o número crescente de solicitações
e comunicações de marketing direto. Aborrecimentos especialmente
desagradáveis são as ligações na hora do jantar
ou tarde da noite, operadores mal treinados ou ligações
computadorizadas com discagem automática e mensagens gravadas. |
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Tela 60 |
| Resumo
A promessa de um banco de dados de clientes é muito grande. Os concorrentes podem aumentar os gastos de propaganda, reduzir os preços e intensificar a distribuição, mas se uma empresa implantou forte relacionamento com seus clientes atuais baseando-se em um banco de dados, é improvável que ela seja imediatamente vulnerável. À medida que os intermediários proliferam, separando a empresa de seus clientes, existe menor identificação do consumidor com o fabricante de quem se originam os bens ou serviços. As empresas que confiam em intermediários colocam-se em risco. pois não têm oportunidade de encontrar diretamente com seus clientes. Conseqüentemente, o produto da empresa é confiado ao mercado sem o cuidado e a supervisão que ela desejaria. Existe uma resposta fácil para esse problema: a implantação de um banco de dados de clientes. Não é interessante fazer todas as questões desejadas porque existirão oportunidades futuras para informações adicionais, após o cliente devolver o formulário com seu nome e endereço. O crescimento e desenvolvimento de lealdade dos clientes, estimulada por um banco de dados, pode ser bem representado pela “escada de lealdade”, paradigma que ilustra o processo que as empresas devem usar para intensificar o relacionamento do cliente com a empresa. O objetivo do pós-marketing, em termos desse paradigma, é transformar o maior número possível de experimentadores em defensores. Uma das maneiras mais eficazes de utilizar um banco de dados de clientes é incorporar informações sobre mudanças de estilo de vida. Acredita-se que as mudanças são muito mais importantes para as empresas do que informações diretas sobre estilo de vida. Declarada em termos mais básicos, a questão sobre privacidade e ética é de uma confrontação direta entre liberdade de informação e direito à privacidade. A fonte de informações contidas nos bancos de dados são assunto mais sensível. Cada fonte de informação tem relevância para a ética da informação. Os profissionais de
marketing e seus clientes normalmente se beneficiam de relacionamentos
mutuamente recompensadores. Ocasionalmente, contudo, ocorrem pontos negativos. |
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