Resumo

Neste Módulo, vimos que a metáfora nos ajuda a perceber a política como natureza inerente às organizações. Entretanto, ainda que as pessoas reconheçam a sua existência não se sentem livres para discutir sobre ela, tornando-se conversas de bastidores. Assim, a política assume um caráter negativo, de negociata, em detrimento de sua dimensão positiva.

As corporações são sistemas governamentais, lideradas por vários perfis de administradores, com diferentes conexões ou facilidades de conquistar prestígios, o que lhes confere grande poder.

Podemos ter comandos reconhecidos e legitimados e poderes ilegítimos – esses últimos são baseados na coerção, o que gera resistências e dificuldades à administração corporativa.

Temos lideranças autocráticas, democráticas, burocráticas ou tecnocratas, ainda que não em suas formas puras, pois, normalmente, elas são mescladas. Essa nomenclatura já caracteriza uma comparação com os sistemas políticos.

As organizações também são como sistemas de atividade política, que tem nascedouro nas intrigas, nos jogos de poder e nos conflitos (divergência de interesses). A política organizacional surge quando as pessoas que pensam diferente também querem agir de forma diferente quando confrontadas em determinados caminhos.

Os interesses por tarefa organizacional, carreira e vida pessoal são inter-relacionados. Os interesses da tarefa estão vinculados à realização do trabalho; os interesses da carreira independem da tarefa executada, pois as pessoas trazem para o ambiente de trabalho desejos e aspirações diferentes; e os interesses da vida pessoal são os valores e compromissos fora do trabalho que definem a forma de agir em relação ao trabalho e à carreira.

A organização também age como coalizões, que são formadas por diferentes grupos, formais e informais, com interesses comuns em jogo. Quando há divergências de interesses, o conflito pode surgir.

Precisamos entender o conflito não como algo negativo a ser eliminado, mas sim algo a ser administrado, pois é ocorrência normal nas organizações. Entretanto, a própria organização pode ser geradora dos conflitos ao orientar trabalhos cooperativos ao tempo em que estimula competições individuais para progredir na carreira.

Outra forma de administrar é explorando o poder, pois o poder pode ser um meio de resolução dos conflitos.

Além disso, é importante identificarmos as fontes de poder, dentre as quais destacamos:

Autoridade formal; Controle de recursos escassos; Uso de estrutura organizacional, regras e regulamentações; Controle de processos decisórios;
Controle de conhecimentos e de informações; Controle de fronteiras;
Habilidade para lidar com a incerteza; Controle de tecnologia;
Alianças interpessoais, redes e controle de "organizações informais";
Controle de contra-organizações; Simbolismos e o gerenciamento de significados; Gênero e gerenciamento de relações entre os gêneros;
Fatores estruturais que definem o palco da ação; O poder que alguém já tem.

As fontes de poder dão aos membros organizacionais uma variedade de meios de impor seus interesses e resolver ou perpetuar o conflito organizacional.



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