| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Redescobrindo a mudança organizacional
A maioria das metáforas que vimos até agora aborda a questão da mudança organizacional. As comparações remetem à necessidade de as corporações atentarem para as transformações ambientais internas e externas. Muito temos lido e ouvido sobre mudança organizacional, mas esse assunto, na verdade, não é algo tão novo assim. Em poucas décadas, na história ocidental, muitas mudanças ocorreram. Porém, é recente a preocupação em estudar esse fenômeno.
Também a evolução tecnológica e suas consequências praticamente obrigaram os teóricos administrativos a aprofundarem suas análises, o que passou a acontecer em meados de 1970. Então,
qual é a redescoberta sobre a mudança organizacional? Bem,
há duas novas forças principais: |
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2 - O que é mudança organizacional?
Muitas pessoas têm discutido e escrito sobre mudança organizacional, mas os conceitos são mais voltados para o que não é uma mudança organizacional. Essa dificuldade em definir mudança organizacional ocorre em razão de sua própria natureza. Araújo (1982:11),
pesquisando sobre mudança organizacional na administração
pública federal brasileira, adverte que qualquer estudioso do tema
“... provavelmente ficará levemente aturdido com a pouca
sintonia entre as várias colocações existentes nos
textos sobre mudança no âmbito das organizações.”
Ainda que seja um terreno pantanoso, é importante conhecermos alguns conceitos: |
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Tela 3 |
Para firmar o nosso entendimento, nos valemos do conceito de Bressan (2001:64) sobre mudança organizacional:
Fatores propulsores
da mudança organizacional - Como vimos pelas várias
metáforas, as modificações organizacionais ocorrem
diante de um conjunto de fatores. Alguns estudiosos apontam algumas forças
gerais:
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Dimensões e Níveis da Mudança
A mudança pode tanto ser um processo planejado (intencional) quanto emergente. Estas duas formas têm concepções diferentes e trazem com elas distintas formas de gestão.
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Desvantagens: |
A mudança emergente consiste no surgimento de novos padrões diante da necessidade de ajustes às contingências locais quando não se tem um programa preestabelecido.
Weick e Quinn (1999) consideram que a mudança acontece a todo tempo o tempo todo, significando que ela é um estado natural das coisas, havendo ou não planejamento ou intencionalidade. Os processos emergentes são complexos, de caráter imprevisível, difíceis de serem controlados pela gestão, sensíveis às particularidades locais e contextuais, e não decorrentes de planos abstratos idealizados por uma elite pensante. A mudança emergente acontece como reação a mudanças inesperadas. Se são respostas a problemas locais, proporcionam respostas mais imediatas aos envolvidos, possibilitando, dentre outras coisas, um processo mais natural de aprendizagem. Porém, a mudança emergente apresenta desvantagens em relação à planejada e leva os dirigentes corporativos a compreendê-la como um aspecto menor, quase invisível da vida organizacional. Geralmente, as organizações
preferem a mudança planejada, deixando “de lado” a
mudança emergente. Isso porque a mudança planejada, por
ser controlada e gerida, normalmente corresponde aos desejos dos líderes
de topo. Já a mudança emergente, ao contrário da
mudança planejada, é resultado das interações
no sistema e não da vontade de quem gere. |
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• Tipos de mudança Precisamos atentar para a importância de diferenciar os níveis de mudança porque isto também diferencia as técnicas e as estratégias gerenciais para trabalhar com cada tipo de mudança. Vejamos duas formas principais de mudança. 1) mudança
de alguns aspectos da organização – ocorre
nos momentos em que o ambiente é mais estável, o que requer
ajustes menores e contínuos;
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Tela 7 |
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- Resistências à Mudança
Antes de falarmos sobre as resistências à mudança, pense um pouco no outro extremo da organização que resiste às mudanças...
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| A literatura
traz um entendimento “meio oculto” de que há o desejo
de que venha a mudança organizacional. Mas essa é uma premissa
que deve ser firmemente rejeitada. Sabemos que é possível
haver consequências indesejáveis para as organizações
e seus membros quando uma mudança acontece. Daí, muitas resistências
legítimas podem surgir.
Por outro lado, simplesmente negar a necessidade de mudanças e dizer não às novas oportunidades significa uma resistência sem sentido à mudança.
Portanto, precisamos diferenciar os motivos da resistência! Kaufman (1971: 8-23) descreve os fatores organizacionais que geram resistências às mudanças: • a intimidade
com padrões já existentes; Há vários
mecanismos que rejeitam as incertezas trazidas pelas mudanças;
por isso, membros ou a própria organização se mobilizam
para assegurar a estabilidade (KATZ e KAHN, 1978). |
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Tela 9 |
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- Para haver a mudança organizacional
Há uma grande aceitação da ideia de que para haver
a mudança corporativa é preciso mudar sua cultura e o clima
organizacional. A chave para viabilizar o processo de mudança é o gerenciamento das pessoas, mantendo o alto nível de motivação e evitando desapontamentos.
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Tela 10 |
Cada organização é um sistema complexo e humano, com sua própria cultura, singularidades específicas e clima organizacional próprio. Para mudar a cultura e o clima organizacionais, a organização precisa ter as seguintes características:
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Tela 11 |
| Resumo
A mudança organizacional não é um fato novo, mas sim o enfoque desse tema nos estudos administrativos mais recentes. A mudança organizacional busca a sustentabilidade organizacional e precisa considerar a velocidade das modificações, as forças competitivas, a evolução tecnológica e dos transportes, bem como as alterações sociais e políticas. Não há um consenso em torno do conceito de mudança organizacional, mas pudemos perceber que elas podem ser planejadas (intencionais) sem programas a priori (emergentes). A gestão da mudança planejada envolve a fase da preparação, implementação e reforço. A mudança emergente não é consequência de planos elaborados pela cúpula, é imprevisível, sensível às especificidades contextuais e locais, difícil de ser controlada pela gestão, e ocorre em reação a mudanças inesperadas. No âmbito interno das corporações, a cultura organizacional jamais poderá ser deixada de lado porque ela é a sustentação de uma transformação ou das resistências a ela. E não são raras as resistências frente a mudanças. Porém, precisamos saber os motivos e os objetivos da mudança para que ela não seja um modismo ou pano de fundo para interesses particulares. Existem barreiras mais legítimas às mudanças: receio de perda de poder, falta de compreensão do processo, incapacidade financeira ou de pessoal, bloqueios mentais, apego aos costumes informais, dentre outras. Para viabilizar o
processo de mudança, é imprescindível gerenciar as
pessoas, mantendo o alto nível de motivação, e trabalhar
a cultura e o clima organizacional. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 12 |
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- Noções iniciais sobre as lógicas das mudanças
Neste módulo, nos voltaremos para as forças sistêmicas que prendem as organizações ao status quo ou que dirigem sua transformação. É claro que essas dimensões não estão bem visíveis nas corporações. Para conhecermos novas perspectivas que ajudem a intervir e a mudar, usaremos imagens para nos auxiliar a “enxergar” como as organizações podem mudar de um modelo de operação para outro.
A metáfora da Lógica do Caos fará parte dos estudos deste módulo para nos mostrar como a realidade organizacional é formada e transformada por processos com uma ordem ou lógica própria. |
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Tela 13 |
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- A Lógica do Caos
Recentemente, surgiu um importante pensamento administrativo que nos oferece elementos para analisar a lógica da mudança em sistemas complexos. Estamos falando da Teoria do Caos. Antes, porém, vamos tentar entender o sentido da complexidade. O termo complexidade nos leva a pensar em dificuldades, complicações, falta de domínio. Como nos diz Bauer (1999:19):
Experiências do final da década de 1970, nas áreas
da Química e da Física, constataram que alguns sistemas
que chegam “à beira do caos” realizam a auto-organização,
tornando-se mais complexos. |
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Tela 14 |
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E qual o sentido do termo caos? Geralmente, vinculamos o termo caos à desordem, à confusão. Porém, para a ciência, caótico é o resultado de uma aleatoriedade (casual) oculta, na qual pequenas perturbações podem causar grandes efeitos devido ao universo não ser uma linha reta (não linearidade). Por isso, não há uma relação linear de causa e efeito. A Lógica do Caos compartilha dessa definição. Podemos também entender o caos como algo distante de seu equilíbrio. Bem, podemos, então, compreender que os sistemas complexos possuem interações que, ao mesmo tempo, são caóticas e ordenadas e têm uma ordem que emerge da aleatoriedade.
É interessante notar que, apesar de as organizações reconhecerem que estão cercadas de conturbações e instabilidades, a maioria delas insiste em tradicionais modelos de gestão que enfocam a ordem e o equilíbrio. Porém, corporações com visões mais abertas têm considerado a Teoria do Caos porque perceberam que pequenas mudanças podem gerar grandes desvios. Veja a experiência de Edward Lorezn (1960) como exemplo dessa teoria!
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Tela 15 |
| A
Teoria do Caos e os Fatores de Atração - Vamos a
um exercício para melhor compreendermos o que significa um fator
de atração! Imagine
as seguintes cenas:
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Tela 16 |
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| É
isso! Falando de forma simples: quando você está em situações
totalmente diferentes e é “puxado” para uma delas, a
situação que o “puxou” se torna a sua realidade.
As outras situações ficam em um plano insignificante. Isso
significa que você está entre dois fatores de atração.
Os teóricos do caos observaram que os sistemas complexos tendem a
cair na tensão de diferentes “fatores de atração”.
Alguns fatores de atração empurram um sistema para um estado de equilíbrio ou de quase equilíbrio; outros, para estados completamente novos.
Lembra-se
que os fatores de atração geram bifurcações
(encruzilhadas) que conduzem a caminhos e futuros diferentes? Pois bem,
o gestor do caos precisa considerar as encruzilhadas e criar um contexto
que dê suporte a uma nova forma de desenvolvimento, por meio de
intervenções que extrapolem ou tornem os paradoxos insignificantes. |
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Tela 17 |
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- Implicações da Teoria do Caos para a prática gerencial
Essa teoria reorienta as práticas de gestão no sentido
de repensar, pelo menos, três aspectos: a) a natureza da hierarquia
de controle; b) a arte de mudar contextos e administrar; e c) a utilização
de pequenas alterações para obter grandes efeitos.
Uma nova ordem emerge livremente dos movimentos externos e internos. E a natureza exata dessa nova ordem não pode ser predeterminada ou planejada. Diante disso, as atitudes dos gestores precisam facilitar o processo e fluir com a mudança em vez de se verem fora do fluxo e de tentarem o tradicional controle. |
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Tela 18 |
b) A arte de mudar contexto e administrar
Isso quer dizer que os gestores podem ajudar a desenhar os processos emergentes e a evitar o controle exagerado ao criar “especificações mínimas” que definam um contexto adequado. Lembra-se das forças de atração? Pensando nelas, podemos perceber uma administração entre a mudança e a estabilidade. A mudança sugere a criação de contextos novos que podem romper com os padrões predominantes e atrair novos padrões.
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Tela 19 |
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Vejamos um exemplo prático que Morgan (2001) nos oferece: Um hospital precisa modificar sua forma de atender a comunidade, usando novos modos de prestação de serviço. O que um gestor pode fazer para mudar esse contexto? Bem, de início, ele precisará encontrar maneiras de quebrar o padrão de atração estabelecido (que são as velhas formas de atendimento), buscando médicos e administradores-chave para lhes mostrar a necessidade de mudança e a viabilidade de alguma inovação nessa área. Depois, ele pode tentar algumas coalizões de pessoas-chave para lançar um protótipo de um novo sistema. Também há a alternativa de passar a responsabilidade do atendimento para uma organização que preste esse tipo de serviço. Claro que tudo isso está sujeito à legislação específica de cada país. Provavelmente, você já percebeu que tudo isso tem a ver com mudanças. O autor que escreve sobre o caos, Jeffrey Goldstein, entende que o desafio da mudança é alterar o ponto de equilíbrio. Fazendo uma revisão da literatura sobre mudança organizacional, Goldstein verificou que a maioria dos autores foca a questão da resistência às mudanças e não se concentram no modo que os novos fatores de atração podem “roubar” energia de um sistema até o momento de sua reorganização.
Veja comentário! |
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Tela 20 |
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Criar novos contextos nos leva a uma nova compreensão de uma situação. Os novos contextos podem ser criados também por novas ações, que auxiliam no direcionamento do sistema rumo a um novo estado, e pela ocorrência de outros fatos. Uma nova compreensão pode nos fazer perceber a necessidade da mudança e do rumo que a organização precisa tomar; novas ações ajudam a corporação a chegar no estado pretendido. A teoria do caos inverte o sentido sequencial dado pela ordem tradicional de se pensar a mudança organizacional: novos entendimentos podem ser catalisados por uma nova ação. Resumindo: para haver a mudança contextual, é vital a geração de novos entendimentos e de novas ações, independente da ordem em que ocorram.
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Tela 21 |
| c)
Pequenas mudanças, grandes efeitos
Uma terceira implicação relevante à tarefa de gerenciar e mudar contextos toma por base a seguinte ideia:
Entretanto, qualquer iniciativa de mudança de contexto deve procurar ações que realmente são possíveis de serem realizadas e capazes de impulsionar a passagem de um padrão de atração para outro. Mas onde os gestores “podem achar” essas iniciativas?
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Tela 22 |
Essas ideias nos auxiliam a superar a impressão de que é quase impossível gerenciar sistemas complexos. Realmente, é um desafio, mas podemos nos centrar em alguns pontos-chave com potencial para trazer a mudança quântica, de forma incremental. Bem, você certamente deve estar se perguntando:
Não se assuste, porque podemos facilmente compreender o significado de cada uma dessas mudanças. A mudança incremental é algo que ocorre de maneira paulatina, gradativa. É uma mudança que acontece a partir de pequenas iniciativas e que trazem, pouco a pouco, as transformações. Já a mudança quântica traz resultados de grandes efeitos, com grandes e mais completas reestruturações, processos e pontos-chave transformados. Por exemplo: quando temos situações em que há resultados que mostram grandes reestruturações em partes ou processos fundamentais da organização, temos uma mudança quântica. E se o processo que gerou esse grande resultado ocorreu devagarzinho, passo a passo, tivemos uma mudança incremental que contribuiu, pouco a pouco, para essa mudança quântica. |
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Tela 23 |
Lembra-se do exemplo do atendimento hospitalar que precisava ser modificado? Bem, dependendo das ações adotadas, a mudança na forma de atendimento poderá ser uma pequena iniciativa (incremental) que poderá gerar uma mudança com grande resultados (melhoria na qualidade do atendimento, por exemplo). Geralmente, a mudança quântica é produzida, sobretudo, pelas grandes iniciativas.
• mudanças
pequenas podem agilizar uma grande mudança se essa mudança
for vital; |
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Tela 24 |
| Resumo
A mudança, pela Lógica do Caos, é vista como uma força independente que transforma o mundo a nossa volta, trazendo toda sorte de problemas novos que precisamos tratar. Porém, existe uma lógica interna nas mudanças que também desenha o nosso mundo. Ao invés de respondermos a situações isoladas, talvez possamos influenciar os processos que produzem novos acontecimentos. Isso significa que a sobrevivência não é uma relação contra o contexto ou o ambiente, mas a sobrevivência com eles, o que requer novas posturas e redimensionamento dos limites para agregar concorrentes, clientes e demais componentes relevantes do ambiente. A Lógica do caos nos mostra que as relações entre o ambiente e as organizações são parte de um padrão de atração. Há uma busca organizacional em firmar as regras que sustentam o padrão básico existente. Quando as corporações são empurradas para situações quase caóticas, esse padrão básico pode transformar-se em novas formas. Nesse sentido, quando associamos pequenas mudanças podem surgir significativos efeitos. Aos gestores cabe iniciar essas mudanças menores, com grande impacto, para conduzir os sistemas complexos a trajetos almejados. A Teoria do Caos trata do emergente e da forma que os organismos vivos aprendem e se ajustam, tornando-se mais complexos (capacidade de auto-organização), trazendo a ideia da incerteza e do indeterminismo. Diante disso, surgem
alguns desafios gerenciais: Vimos, então, que apesar de desafiador, é possível gerenciar sistemas complexos, adotando mudanças incrementais (pequenas iniciativas com crescimento gradativo) para se chegar a mudanças quânticas (resultados de grandes efeitos). |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 25 |
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| 1 - Causalidade Mútua No módulo II, vimos os pensamentos sobre a mudança a partir de da Teoria do Caos. Agora, veremos outra perspectiva que Morgan (2002) nos apresenta para explicar a mudança: a Lógica da Causalidade Mútua. A Teoria do Caos nos incentiva a pensar sobre a mudança não como causalidades em linhas (linearidade), mas como um circuito circular da causalidade mútua.
Vejamos então
como podemos compreender as relações de causalidade mútua
e trazê-las para o âmbito das organizações. |
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Tela 26 |
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| 2 - As relações da causalidade mútua As organizações tanto evoluem quanto desaparecem com as mudanças que surgem. Diante disso, a administração das empresas precisa entender esse contexto como um sistema de relações circulares. Destacando-se dentre os estudos da cibernética que investigaram a causalidade mútua, está Magorah Maruyama (1963), com a sua análise que supera a noção de um encadeamento linear causa-efeito. Seu estudo nos mostra a importância do feedback positivo e do feedback negativo nas relações de um sistema.
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Vejamos um exemplo: lembra-se da Revolução Industrial? O processo que desembocou na Revolução Industrial foi alimentado, entre outras coisas, pelo fato de as pessoas terem saído do campo para a cidade. A Revolução Industrial, por sua vez, continuou a trazer mais pessoas do campo para a cidade, devido ao crescimento das indústrias e dos empregos que produziam. Essa dinâmica também nos mostra que estes feedbacks juntos podem explicar porque sistemas mantêm ou adquirem uma forma determinada e como esta forma pode ser elaborada e transformada com o passar do tempo.
O projeto
do Clube de Roma se apropriou da idea dos circuitos de feedback
ao “interpretar a economia mundial como um sistema de circuitos”.
No relatório produzido, Limites do Crescimento, os casos da poluição,
dos esgotamentos dos recursos, da produção de alimentos
e das tendências da população mundial foram tratados
como fatores determinados por círculos de feedback positivo. |
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Entender o processo de criação e sustentação da inflação não é fácil porque se trata de um sistema composto por muitas forças interagentes (taxa de juros, políticas cambiais, crescimento da oferta da moeda, dentre muitos outros)! O exemplo de Morgan sugere que os circuitos de feedback positivo aumentam os preços e os de feedback negativo podem estabilizar essa situação. Para conter a inflação, podem ser feedback negativo os controles sobre preços e salários e políticas para lidar com o desemprego como circuitos que tentam moderar a relação salário-preço. Porém, as intervenções dependem do tipo de transformação do sistema desejado. Por exemplo, se políticas governamentais tentam enfraquecer o circuito de feedback positivo entre apoio popular e poder sindical, as críticas aos sindicatos, feitas pela imprensa ou pelo próprio governo, podem representar o circuito de feedback negativo.
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3 - Descobrindo padrões-chave A análise de situações como circuitos é muito vantajosa por que:
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Uma das formas pode ser identificar o desenho específico dos feedback positivo e negativo que definem uma situação. Peter Senge nos diz que, em muitas situações, é possível identificar diferentes arquétipos de sistemas. Uma vez reconhecidos, ajudam a criar estratégias gerais de administração de sistemas. Bem, agora façamos uma relação desse tipo de abordagem com os problemas corporativos: mais uma vez, Senge indica que muitos problemas organizacionais decorrem da tendência de muitos sistemas à instabilidade devido à demora entre feedback e resposta. Essa relação faz com que as pessoas ou exagerem ou minimizem seus comportamentos. Mas o que isso quer dizer? Vejamos, a seguir, o caso da “vaca louca”.
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Tela 32 |
Bem, o que podemos perceber por esse exemplo extremo?
Agora, transportemos essas ideias para o mundo organizacional. Pare e pense na seguinte situação:
Uma estratégia eficiente de feedback negativo para lidar com tal situação pode ser a introdução de modificações no sistema por meios de circuitos novos que criam situações em que todo mundo ganha, de modo que o interesse individual, o da equipe e o da organização encontrem um equilíbrio e uma integração! De tudo
isso, podemos constatar que a Lógica da Causalidade Mútua
abre a nossa visão para percebermos o quanto é inadequada
a análise linear de causa e efeito, a importância do exame
no formato de circuito e a relevância de identificarmos padrões-chave
por meio do feedback positivo e negativo, buscando mudanças direcionadas
pela intenção organizacional. |
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Tela 33 |
Resumo A teoria do Caos nos leva a compreender a mudança como um circuito circular da causalidade mútua e não como causalidades lineares. Os estudos cibernéticos de Maruyama (1963) revelam a importância das relações circulares de um sistema, em que o circuito de feedback positivo e negativo se destaca O feedback positivo refere-se a fatores que podem iniciar uma mudança de um sistema complexo e apresentar resultados impossíveis de serem mantidos no longo prazo. O feedback negativo apresenta forças que levam a mudanças na direção oposta. Explica a estabilidade dos sistemas. A Lógica da Causalidade Mútua revela que um efeito pode ser, simultaneamente, causa de outro efeito e que esse efeito pode realimentar as causas originais. É um processo circular. Estes feedbacks juntos podem explicar os motivos de os sistemas preservarem ou elaborarem uma forma determinada e como esta forma pode ser transformada ao longo do tempo. Uma das possibilidades de análise em circuito é a metodologia da identificação de padrões-chave. Esses padrões podem ser encontrados quando nos atemos em verificar e reconhecer a configuração própria de circuitos de feedback positivo e negativo. Muitas vezes, os problemas se formam nas organizações com tendências instáveis porque há uma grande demora entre feedback e resposta, o que leva as pessoas a exagerarem ou minimizarem seus comportamentos. A Lógica da Causalidade Mútua nos mostra que a análise linear de causa e efeito é inadequada, a relevância de fazermos estudos no formato de circuito e a importância de identificarmos padrões-chave por meio do feedback positivo e negativo. |
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