| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1- A Universalidade e a Localidade da Administração
Nos debates brasileiros sobre administração temos visto questionamentos sobre a validade universal das teorias administrativas internacionais, produzidas em contexto específico, e sua aplicabilidade em contextos outros.
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Estudiosos diversos apontam que a globalização trouxe um paradoxo irônico: as abordagens administrativas e as organizações estão se tornando múltiplas e diferenciadas, com altos níveis de variação em todas as partes do mundo (PIETERSE, 1994). Cada população tem as suas particularidades, seus próprios ideais, cultura, objetivos, sentimentos, credo, ídolos. Enfim, cada povo tem suas próprias características. Mas, cuidado com ideias equivocadas:
Lembrou-se
do etnocentrismo, não é mesmo? Então, também
se lembre dos prejuízos que ideias equivocadas podem trazer! |
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Tela 3 |
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Pense globalmente, aja localmente
Esta frase já se tornou um jargão empresarial, mas ela resume a questão do GLOBAL x LOCAL! Mesmo as empresas transnacionais já perceberam a força das peculiaridades locais nos segmentos nacionais de mercado, o que leva os produtos e serviços, as estratégias organizacionais e a própria gestão dos negócios a se ajustarem às legislações e aos costumes próprios de cada lugar. Conheça as diferentes estratégias de penetração da Whirlpool Corporation!
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Tela 4 |
| Nós,
brasileiros, temos nossas próprias características. Somos
um povo criativo, pacífico, emotivo, caloroso, alegre, humanitário,
e estabelecemos relações em bases mais afetuosas. E isso faz
diferença!
Porém,
há alguns aspectos sobre o global e o local para analisarmos:
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Tela 5 |
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2 - Falando do Brasil Quando analisamos a realidade brasileira, podemos ter a impressão de estar olhando para situações empresariais parecidas com a de outras partes do mundo. Pode não ser o caso! Muitos pressupostos e práticas “de fora”, normalmente empregados nas ações administrativas e em estudos organizacionais, podem ser pouco úteis ou até mesmo inaplicáveis ao contexto brasileiro.
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Tela 6 |
| Quanto à peculiaridade brasileira, encontramos tentativas de mostrar as relações entre a cultura nacional e as organizações locais e estudos para desenvolver uma teoria administrativa brasileira; porém ainda são poucas as análises das organizações brasileiras que examinem nossos próprios processos híbridos. Antropólogos, sociólogos e historiadores defendem que temos alguns outros traços culturais marcantes como, por exemplo:
Vejamos,
a seguir, cada um desses traços! |
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Tela 7 |
3 - Traços Tipicamente Brasileiros
O Brasil, desde o início, é uma mistura de brancos, índios e negros. Mais recentemente, assimilou cultura de diversos imigrantes (italianos, alemães, sírios, libaneses, japoneses, coreanos etc.). A isso, podemos somar nossas diferenças regionais. Para pessoas “de fora”, pode haver a impressão de que vivemos um país de imenso caos cultural. No entanto, temos uma unidade, um núcleo central que evidencia alma plural de um povo! Certamente, essa história penetra no mundo organizacional.
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Tela 8 |
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O paternalismo apresenta duas facetas: o patriarcalismo e o patrimonialismo. Esses dois aspectos nos levam a fazermos trocas objetivas de trabalho por remuneração, com dimensões essencialmente afetivas. Falando em termos simples: trocamos emocionalmente a colaboração e a dedicação pelos laços de intimidade pessoal. O paternalismo existe tanto nos liderados quanto nos líderes; por isso, as organizações são lideradas tão paternalisticamente quanto permitem os seus membros. O paternalismo pode abrir caminho para a identificação e para sentirmos pertencimento a um grupo, o que traz uma recompensa: um grau maior de segurança proporcionado pelo grupo. Porém, há um custo: um menor nível de liberdade e autonomia para seus membros.
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Tela 9 |
O “jeitinho” não é a malandragem (predisposição para tirar vantagem, passar para trás, enganar pela “lábia”, ou seja, pelo discurso, e até mesmo algumas formas de corrupção). O “jeitinho brasileiro” é uma prática cordial pessoal utilizada para conseguir um percurso intermediário entre o “pode” e o “não pode”; é uma forma de sobreviver. É agir com inteligência, simpatia e sensibilidade para vincular o impessoal ao pessoal (DaMatta, 1986). Por exemplo, quando uma pessoa descobre que outra torce apaixonadamente pelo mesmo time de futebol, ou que é de uma cidade natal comum (o famoso conterrâneo) ou, ainda, que tem um interesse comum qualquer, essa pode ser uma ponte para formar uma relação que renda frutos interessantes.
Esse “jeitinho” não é a mesma coisa que apelar para um status mais alto de um parente ou de um conhecido importante. Porém, as duas coisas são frequentes em nosso país e, por vezes, aparecem habilmente combinadas. No meio organizacional, isso fica no "não dito". |
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Tela 10 |
Existe, no Brasil, uma grande capacidade para elaboração de leis, regulamentos, normas. Pense na nossa Constituição: 245 artigos (possivelmente, uma das maiores constituições do mundo)! Na vida real, aceitam-se as normas e regras, mas a sua prática é distorcida. Assim, formalismo é a distância entre a conduta (a prática) e as normas prescritas. (RAMOS, 1983). Portanto,
o formalismo desvincula aquilo do que se diz daquilo do que é efetivamente
feito (prática). Por exemplo, muitas vezes adotamos tecnologias
administrativas importantes, “mas não muito”.
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Tela 11 |
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A hierarquização tem raízes históricas:
Cenário atual: uma sociedade hierarquizada e desigual, na qual as pessoas recebem tratamentos diferentes, o que promove mobilidades sociais fundadas em relações interpessoais, laços de família e amizade e por comandos hierárquicos. Tais condições
se refletem nas organizações e geram a “Distância
do Poder”. Também a desigualdade ou hierarquização
faz que alguns se julguem, de alguma forma, mais competentes porque detêm
um poder que os separam dos “simples mortais”. |
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Tela 12 |
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Tomando por base esses pensamentos, o que as cenas abaixo revelam?
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Tela 13 |
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O contexto brasileiro relaciona-se a um ambiente empresarial marcado pelo hibridismo (Calás e Arias, 1997). O hibridismo relaciona-se a dois conceitos: heterogeneidade e convivência entre moderno e arcaico, que traduzem uma realidade única e dificilmente poderia ser reduzida a observações simples e definitivas. Existem muitas expressões do hibridismo. Uma das manifestações mais interessantes é o comportamento de fachada, com ações que nem sempre condizem com a realidade (Caldas e Wood, 1997; Meyer e Rowan, 1977). Provavelmente,
esse é o comportamento organizacional brasileiro mais característico
diante da adoção de tecnologia gerencial importada. Quando
isso acontece, percebemos uma pseudorrealidade que parece ajustar-se a
modelos globalizados de gestão. Entretanto, a substância
híbrida permanece, o que torna parcial a receptividade a modelos
estrangeiros. |
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Tela 14 |
Desde que fomos “descobertos” e colonizados, fomos “educados” de forma a acreditar, ou pelo menos a aceitar, que as “coisas de muitos países” são melhores do que as nossas (nacionais). Essa ideia tem se suavizado com o tempo, mas ainda existe a crença, muito forte, em: “o que é importado lá de fora (modelos, produtos, profissionais, conceitos etc.) é de alta qualidade e serve para nós”. Lembra-nos o conhecido pensamento: Santo de casa não faz milagre. Mas, como já vimos, o que é bom “lá”, pode não ser bom “aqui”.
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Tela 15 |
O “estrangeirismo nacional” acontece quando organizações brasileiras menores encantam-se com as soluções das empresas maiores e “melhores” e buscam adotá-las. As organizações tendem a “transplantar” pressupostos, ideias e ações sem qualquer ajuste, ou mesmo resistência, desconsiderando a realidade local.
Na verdade, devemos apropriar-nos da essência do que for bom e moldá-lo às nossas características. Tudo o que
vimos até agora leva-nos a perceber a importância dos traços
e contextos locais, bem como do ambiente global. Sobre o contexto empresarial
brasileiro veremos, a seguir, no Módulo II. |
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Tela 16 |
| Resumo
Neste módulo tivemos um foco inicial na discussão entre aceitar as teorias organizacionais como algo a ser utilizado universalmente, a partir da consideração de que a moderna Administração, em especial com a globalização, extrapola a restrição das fronteiras nacionais. Porém, também considerando o debate brasileiro sobre a importância das peculiaridades nacionais, a validade universal foi estudada. Sobre as dimensões global/local, vimos que existem ações e ideias mundializadas que podem servir ao mundo organizacional, apesar das diversidades culturais; mas também tais ações e ideias são filtradas, refiltradas e temperadas pela sociedade e pelas organizações, adequando às especificidades regionais. Defensores da ideia de que as economias em desenvolvimento adotariam instituições e políticas industriais similares às dos países desenvolvidos desconsideram que não podemos saber com exatidão a velocidade de amadurecimento dessas instituições e nem mesmo que desse amadurecimento surgirá uma estrutura organizacional similar à dos países desenvolvidos. Alguns estudos tentam explicar e mostrar as relações entre a cultura nacional e as organizações locais e desenvolver uma teoria organizacional brasileira, mas ainda são poucos em número reduzido. A sociedade brasileira apresenta traços culturais marcantes: nossas raízes miscigenadas; a preferência de relações sociais decorrentes de uma orientação da família-paternalista; o “jeitinho brasileiro”; o formalismo; a hierarquização; o hibridismo – composto pela heterogeneidade e convivência entre moderno e arcaico – e a receptividade ao estrangeirismo. Rejeitar possibilidades apenas porque são de outros países é uma posição xenofóbica e sem sentido. Muitas coisas apresentam propriedades em comum que podem ser aproveitadas. Porém, ainda que possamos nos apropriar de ideias, de forma universal, é necessário compreendermos os traços essenciais da cultura local e do contexto mais amplo brasileiro. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 17 |
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1 - Evolução do contexto brasileiro, a partir da década de 1980 Percebemos, hoje, uma grande mudança no que era o empresariado de 25 anos atrás. Naquela época, havia a busca constante da proteção do Estado. O empresariado brasileiro praticamente não falia e o mercado era fechado. Para entendermos as mudanças organizacionais brasileiras, vejamos o que aconteceu de mais importante no nosso contexto entre os anos 1980 e 1990.
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Tela 18 |
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Tela 20 |
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2 - Novamente, a mudança organizacional Até este momento, encontramos as mais diversas formas de “enxergarmos” a mudança organizacional. Pelo que pudemos perceber, até bem recentemente, as teorias gerenciais eram pensadas, construídas e aceitas a partir daquilo que o gestor poderia, racionalmente, planejar, controlar, dominar. Porém, esta crença exagerada na racionalidade está cedendo espaço para reflexões mais próximas da realidade instável que tem se apresentado. A mudança é um fenômeno que tem acontecido e nada indica que voltaremos aos tempos de ventos calmos, à estabilidade e às grandes certezas administrativas. Antes, pensávamos que a organização era algo simples, claro, com fronteiras bem visíveis e delimitadas. Mas, todas as teorias contemporâneas que estudamos nos mostram que o mundo organizacional é complexo, ambíguo, paradoxal, muitas vezes, chegando mesmo à beira do caos.
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Tela 21 |
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Ainda que a velocidade das mudanças seja algo que está acontecendo no mundo, não podemos simplesmente nos apropriarmos de tudo o que é global para gerir a empresa brasileira. Como veremos neste módulo, a maioria das corporações pode utilizar, de forma mais geral, aspectos de teorias importadas; entretanto, não podemos, jamais, nos esquecer de que o contexto do país em que a organização “nasceu” e se estabeleceu merece atenção especial para que ela possa se manter ou expandir. As mudanças acontecem de forma e em compasso diferente para cada país e para as organizações desses países. Agora, para nós, interessa nos aprofundarmos nos níveis de mudanças existentes, levando em conta o nosso cenário e contexto brasileiros.
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Tela 22 |
| 3
- Os níveis das mudanças e o contexto brasileiro
Até aqui, pudemos ver que as políticas públicas, as leis, além das peculiaridades locais se refletem na dinâmica organizacional e, na maioria das vezes, orientam e reorientam os tipos e níveis de mudanças empresariais. Estudiosos apontam que as mudanças podem acontecer nos seguintes níveis:
Vejamos cada um desses níveis de mudança.
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Tela 23 |
| Tais iniciativas
foram implantadas sobretudo no chão de fábrica, o que alterou
consideravelmente o padrão de controle, indo do controle externo
para o autocontrole.
Com o passar do tempo, estes procedimentos foram associados à redução dos níveis intermediários de supervisão e a mudanças nos limites de autoridade e responsabilidade.
Mas a maioria dos trabalhadores teve uma visão positiva das mudanças. O pessoal do chão de fábrica assimilou rapidamente o novo discurso gerencial e até opôs-se a grupos mais conservadores. |
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Tela 24 |
| Em meados da década de noventa, a implantação de grupos de trabalho tomou corpo e seu uso permanece até hoje, mas há empresas que, ao mudarem seus focos, adotaram modelos híbridos de forma em que diferentes formatos convivem (trabalho individualizado e trabalho em equipe). Às vezes, vemos configurações diferenciadas de trabalho no mesmo ambiente.
A) Indústria do management com ênfase para as empresas de consultoria – ajudou a disseminar novas ideias de gestão, mas trouxe um conjunto de modismos gerenciais (Wood, 1999b). O ambiente organizacional tornou-se um espaço em que coexistiam novas e antigas configurações, gerando discursos “modernos” controversos: às vezes, antecipava uma realidade almejada; outras sustentavam o status quo utilizando-se de comportamentos de fachada;
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B) Esforço empresarial verdadeiro para modernizar seus modelos de gestão e organização – algumas empresas adotaram princípios elementares de gestão, indo da informalidade para modelos burocráticos básicos que trouxessem clareza para o funcionamento da organização. Outras introduziram modelos mais flexíveis e orgânicos. Veja as mudanças mais comuns que ocorreram em razão desse esforço. C) O movimento de transformação gerencial atingiu apenas uma parte do mundo empresarial e de forma limitada. D)
Existência de experimentos de ponta em relação a configurações
organizacionais – tomam por base modelos híbridos,
com mudanças que extrapolam as corporações, atingindo
toda a cadeia produtiva, combinando ideias de matricialidade, virtualidade
e sustentação estrutural em processos e projetos. A indústria
aeronáutica e a automobilística são os setores em
que tais experimentos mais vêm acontecendo. |
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Tela 26 |
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Para entendermos esse terceiro nível, vejamos as principais mudanças entre 1990 e 2000:
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Tela 27 |
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Tela 28 |
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Na nova configuração ambiental, muitas das empresas que trabalham com e-Business e Internet são como “fonte de nutrição” das grandes organizações. Já outras corporações, como as ONGs, complementam muitas empresas. Em algumas situações, as ONGs também podem assumir um papel moderador.
E é nesse contexto turbulento que as organizações precisam ser capazes de idealizar e colocar em prática seus projetos. O empresariado tem percebido a necessidade de correr riscos e entrar em segmentos nunca antes imaginados. Não resta outra alternativa às empresas senão enfrentar desafios diversos e modificar suas configurações. Em meio a todo esse processo estão os gestores, perplexos, com a responsabilidade de acompanhar as mudanças e “convidados” a se modificarem. |
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Tela 30 |
Resumo Neste módulo, pudemos consolidar todo o pensamento da disciplina: a organização não é atividade simples, clara, bem delimitada e sim uma composição social ambígua e complexa, que beira o caos. Vimos também que algumas partes das teorias administrativas podem ser aproveitas pela maioria das organizações; porém, os responsáveis pela organização precisam sempre se lembrar de que há um contexto a ser considerado para decisões serem tomadas. Cada país tem sua história, seu próprio ritmo de desenvolvimento e sua forma de lidar com as mudanças. Valendo-se dessa consciência, estudamos os níveis de mudanças organizacionais existentes, levando em conta o nosso cenário brasileiro, que são: 1) níveis intraorganizacional, 2) organizacional e 3) interorganizacional. As mudanças intraorganizacionais são as relações entre elementos de uma composição ou entre subunidades (modelos de gestão baseados em grupos). A dinâmica de trabalho em equipe foi associada à redução dos níveis hierárquicos intermediários e a mudanças nos limites de autoridade e responsabilidade. Apesar de esta configuração prevalecer nos dias de hoje, ainda encontramos formas híbridas convivendo em um mesmo espaço organizacional. A mudança no nível organizacional caracterizou-se por consultorias que disseminaram o management com seus modelos de gestão, por experimentos de ponta sobre configurações organizacionais, um real esforço do empresariado para modernizar seus modelos de gestão, mas com uma transformação gerencial que atingiu somente parte do mundo organizacional. O nível das mudanças interorganizacionais diz respeito às relações entre as organizações e seu meio externo marcadas pelo avanço da privatização, pela redução do peso das empresas estatais na economia, pelo crescimento no número de fusões e aquisições, pelas acentuadas alterações nas cadeias produtivas, pelo aumento do número das ONGs e pelo surgimento de novas formas de empreendimentos, com ênfase em e-Business e Internet. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 31 |
1 - Compreendendo o trabalho do dirigente contemporâneo As livrarias estão cheias de livros de gerência, biografias, estudos de caso e histórias de sucesso. Mas poucas vezes podem ser aplicados em outros contextos porque, geralmente, são exemplos isolados. Também existem vários estudos acadêmicos, rigorosos e repletos de conceituações e categorizações. Porém, raramente é possível transformar essas ideias em algo útil porque possuem natureza mais abstrata e nem sempre apresentam aderência prática às ações organizacionais. Os dirigentes, por sua vez, ocupados na rotina diária, têm pouco tempo para estudarem textos e analisarem ideias que apontem novos comportamentos gerenciais.
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Tela 32 |
| A
função gerencial já é aceita como algo repleto
de dualidades e a sua definição ainda é um tanto imprecisa.
Por isso, ainda estamos aprendendo a avaliá-la adequadamente. Também
n ão sabemos associar concretamente, ainda, muitos tipos de comportamentos
gerenciais a vitórias e derrotas.
Existe uma crença da visão tradicional das funções gerenciais, ainda em vigor: o dirigente deve ser capaz de decidir racionalmente, planejar de modo sistemático e coordenar eficientemente as atividades organizacionais. No entanto, pesquisas sobre o assunto têm revelado exatamente o contrário. |
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Tela 33 |
Questionados sobre o seu trabalho, os gestores argumentam que:
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Tela 34 |
A função gerencial, muitas vezes, é criticada por pessoas que agem como torcedores de futebol: ao assistirem os atacantes de seu time, em situação aparentemente simples, chutarem e perder o gol, gritam de fora:
Fatores circunstanciais (equilíbrio, visão, terreno, ansiedade etc.) são intervenientes importantes, mas quem melhor os conhece é quem está naquela posição e naquele momento determinado. Por outro lado, geralmente, os dirigentes julgam-se preparados para responder aos propósitos da empresa. Porém, são surpreendidos ao enfrentarem fatores não controláveis que acabam por conduzir o seu comportamento administrativo. Como já estudamos, cada organização exige um novo aprendizado porque uma é diferente da outra. No entanto, sem desconsiderar o aspecto local da gestão, existem comportamentos e habilidades gerenciais comuns entre os dirigentes que podem ser aproveitadas. Existem habilidades gerenciais que têm de ser desenvolvidas no dia a dia; outras, já sistematizadas, podem ser ensinadas e apreendidas por aqueles que se dedicam ou querem se dedicar à gerência como profissão. Podemos aprender a ser gestores! |
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| 2 - Aprendendo a ser gestor
• A formação do gestor Devemos compreender a formação do gestor contemporâneo sob dois aspectos: 1) formação
no lado
racional e técnico da gerência; • O aprendizado gerencial O aprendizado gerencial
envolve conhecimentos sistematizados pela teoria e incorpora experiências
práticas individuais.
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O pensamento mais comum de gestores que não têm uma perspectiva clara da natureza da função gerencial é de que os problemas administrativos são específicos. Ou, então, adquirem a visão do clássico senso comum sobre a função gerencial. O aprendizado gerencial é o processo pelo qual uma pessoa desenvolve novos conhecimentos, atitudes e valores em relação ao trabalho administrativo. Vejamos o diagrama abaixo, o qual apresenta as quatro dimensões básicas que envolvem esse aprendizado:
Novos conhecimentos e novas atitudes não levam, necessariamente, à ação esperada ou desejada. Ter domínio cognitivo, analítico ou conhecer alternativas de comportamento só faz sentido, na gerência, se esse domínio conduzir a uma ação mais eficaz. Então, podemos dizer que o objetivo principal de todo o aprendizado gerencial é fortalecer a capacidade de ação dos dirigentes. |
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Tela 37 |
3 - Competências e habilidades gerenciais contemporâneas O modelo racional deve ser levado em conta pelos gestores, mas as suas limitações também precisam ser consideradas. A complexidade do mundo organizacional contemporâneo tem modificado dimensões clássicas de gestão e substituído formas rígidas e precisas pelas ambíguas e flexíveis.
Para gerenciar eficazmente, nesse contexto, é preciso:
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Tela 38 |
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Tela 39 |
4 - O gestor e os desafios das mudanças
O gestor também é mencionado como agente de mudança, um líder democrático e, sobretudo humano. Sempre esperamos que ele conheça muito bem a realidade organizacional em que atua, seja empreendedor e disposto a criar e inovar estratégias, produtos, serviços e situações que propiciem o desenvolvimento organizacional. Por isso, atualmente, os gestores são constantemente pressionados a mudar, mas, no entanto, não compreendem muito bem porque mudar, o que precisa ser mudado, os beneficiados com a mudança e como ela acontecerá. |
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Tela 40 |
| Podemos
dizer que há uma “perplexidade gerencial”! Os gestores
estão diante de alterações que acontecem “a galope”,
com uma competitividade que aturde e com equipes que têm uma cultura
organizacional concretizada.
Diante dessa configuração, os gestores preocupam-se fundamentalmente em “como mudar”, buscando respostas instrumentais em planejamentos estratégicos, reengenharia, qualidade total, empreendedorismo, e assim por diante. Porém, na maioria das vezes, os gestores se satisfazem com um novo documento, um novo relatório, sem elaborar uma nova concepção de mundo para construir uma postura, um credo, uma nova maneira de intervir.
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Tela 41 |
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É necessária a consciência de que todo gestor age conforme uma visão de mundo e esta constrói uma imagem de organização diretamente relacionada à compreensão do que é uma mudança corporativa. Mas, normalmente, essas coisas são pouco claras, por isso a maioria gerencial se restringe a seguir as receitas mais em moda no momento.
É fato que o nível da gestão, no contexto da mudança, adquiriu dimensões vitais e indispensáveis para a melhoria da qualidade de vida de seu ambiente de trabalho e para propor soluções que afligem a organização. O gestor não poderá furtar-se de sua responsabilidade com o seu pessoal, os seus clientes e a sua corporação. Ele representa a organização em todas as suas relações. |
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Tela 42 |
| Resumo
Neste módulo final, vimos o quanto a prática das funções gerenciais são fragmentadas e intermitentes. Os gestores não têm tempo para estudos e os textos disponíveis nem sempre colaboram com suas atuações. Além disso, a função gerencial é dual e sua definição ambígua, e ainda estamos aprendendo a avaliá-la. Pesquisas sobre as funções gerenciais têm revelado que, contrariamente à visão tradicional, os dirigentes lidam com uma carga inesperada de tarefas imprevistas, com reuniões, interrupções e trabalhos administrativos intensos e de natureza variável; desconcentram-se das suas ações em virtude de inúmeros chamados; tomam decisões e buscam soluções com base em informações parciais; aproximam-se dos problemas conforme estes vão surgindo; são pressionados por demandas urgentes; e dedicam-se intensamente à função, preocupando-se com ela fora dos horários de jornada de trabalho. Os dirigentes precisam preparar-se para não serem surpreendidos pela existência de fatores não controláveis. É possível a aprendizagem da gestão porque existem comportamentos e habilidades gerenciais comuns entre os dirigentes que podem ser aproveitadas. A formação do gestor deve compreender o aspecto racional e técnico da gerência e aprender a lidar com a imprevisibilidade e a interação humana. O aprendizado gerencial envolve conhecimentos sistematizados pela teoria e incorpora experiências práticas individuais. Esse aprendizado apresenta quatro dimensões básicas: 1) cognitiva; 2) analítica; 3) comportamental; e 4) habilidade de ação. O objetivo principal é fortalecer a capacidade de ação dos dirigentes. As atuais competências gerenciais referem-se ao entendimento de que nem todas as situações se encaixam nas regras; uso de múltiplos fatores para examinar o mesmo problema; capacidade de diferenciação; ser flexível na definição de objetivos e na diversificação dos métodos de trabalho; lidar com as irracionalidades inerentes à organização complexa; deter competências políticas e exercer liderança. O gestor, no contexto da mudança, precisa entender o que mudar, por que mudar e as consequências das mudanças propostas. Sem essa compreensão ele não visualizará a relevância do seu papel para a melhoria da qualidade de vida de seu ambiente de trabalho e para propor soluções que afligem a organização. |
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