Quando lemos, realizamos uma atividade de produção de sentidos e significados que é feita com base nos elementos linguísticos presentes no texto e na sua organização. Essa atividade requer a mobilização de vários conhecimentos.

Tanto na fala como na escrita, os produtores de texto usam inúmeros recursos, muito além das simples palavras que compõem as estruturas. Dessa forma, a produção de sentido se faz à medida que o leitor considera aspectos contextuais que dizem respeito ao conhecimento da língua, do mundo, da situação comunicativa etc.

Ao entrarmos em interação (ato comunicativo), trazemos, cada um a seu modo, uma bagagem de conhecimentos que, por si só, é um contexto. No decorrer dessa interação, esse contexto é alterado, ampliado e nos vemos obrigados a nos ajustarmos aos novos contextos. É o que acontece sempre que lemos um livro: aprendemos algo novo, ainda que seja uma única palavra da qual não tínhamos conhecimento antes.

Imagine uma situação, que acontece com muita frequência. Suponha que você tenha nascido numa pequena e pacata cidade do sertão da Bahia. Com um sotaque peculiar, hábitos e costumes, vocabulário etc., muda-se para o centro da cidade de Porto Alegre. Além da necessidade de habituar-se ao clima frio da cidade, você também deverá se acostumar ao novo vocabulário, à alimentação, aos hábitos e demais costumes próprios da região. É possível que, com alguns anos ou até meses, você modifique o seu sotaque, adquira novos hábitos como, por exemplo, tomar chimarrão (uma bebida típica da região). Tudo isso terá acontecido sem que você tenha esquecido sua terra natal e suas características.



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