| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - A imagem, o texto e as ideias Observe os anúncios abaixo e reflita sobre suas informações.
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Bem, vamos analisar a publicidade do jornal Diário do Grande ABC, que você acabou de visualizar e analisar. Podemos perceber, inicialmente, que há vários indícios “sugeridos” pelo anunciante e que não estão explícitos no texto. Esses indícios podem nos levar a entender e apreender o tema e a tese de qualquer tipo de texto, mesmo os não literários, como é o caso destes anúncios. A partir disso, podemos ver as relações estabelecidas entre a tese e as ideias, ou os argumentos que nos são sugeridos para sustentá-la. Ou seja, nos anúncios do Diário do Grande ABC há vários indícios, como a foto do animal em questão, e a sugestão de uma “ideia” associada a essa imagem, como o que está explícito no item (f) do exercício: as imagens escolhidas para os anúncios fazem inferência a ideias já conhecidas do grande público, por exemplo, associando a imagem da avestruz com a ideia de um animal que “se esconde”; da zebra, com a ideia de ”um resultado inesperado” ou a ideia de “dar errado ou de fracasso” e a imagem do lobo com a ideia de “traidor e devorador”. O próprio autor, seja de uma história em quadrinhos, uma peça publicitária, um texto literário ou um filme, deve oferecer os elementos para que o leitor identifique a relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la, ou seja, o autor deve ter em mente a noção de que o seu ponto de vista sobre determinado assunto será percebido pelo leitor por meio dos vários procedimentos utilizados na exposição de seus argumentos e deverá trabalhá-los para que o leitor os apreenda. |
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Tela 3 |
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2 - Relações
entre tema e elementos no texto
Para identificar
a tese em um texto argumentativo, primeiro devemos entender que
o seu produtor procura convencer ou persuadir alguém daquilo
que ele (quem escreveu o texto) acredita. Por isso defende uma tese,
utilizando vários recursos lógicos e linguísticos
para atingir sua intenção persuasiva. Contudo, outros
elementos e outras “formas” também podem ser utilizados
para persuadir o leitor ou fazê-lo chegar a determinada ideia.
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Tela 4 |
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Vejamos a charge a seguir:
Na charge
acima, temos um exemplo simples: no contexto do jornal que a publicou,
no dia em que foi publicada (em 22 de janeiro de 2008, quando houve
uma queda na Bolsa de Valores), a charge faz sentido. Mas se ela for
publicada em um dia qualquer, em outro contexto, talvez faltem elementos
para que o leitor compreenda a mensagem plenamente. |
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Tela 5 |
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3
- Quando o texto é uma imagem
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Tela 6 |
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As imagens
da publicidade que você viu foram feitas por uma agência
em Shanghai (China), para a empresa Y+ Yoga Center.
Elas fazem parte de uma campanha e são compostas apenas por imagens.
Você percebeu que a única informação adicional
é o nome da empresa, que, aliás, diz tudo que o leitor
precisa saber. Além disso, esse nome da Y+ Yoga Center
aparece de forma sutil nos anúncios (no caso do relógio,
por exemplo, aparece como se fosse “a marca” do mesmo.). |
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Tela 7 |
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4
- Quando o texto é escrito
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| Então,
analisando o texto por partes:
1. O texto trata do quê? Inicialmente, o autor do texto utiliza recursos para estabelecer relações de sentido entre o título de seu texto e as ideias que vai explorar em seguida. Também utiliza recursos para expor seu ponto de vista, ou determinada evidência (ou seja, estabelece relações entre a tese e os argumentos ou evidências que a explicam). O autor inicia seu texto com uma abordagem acerca da discussão entre os domínios “público” e “privado”, apresenta uma possível explicação para o interesse por esse assunto e também coloca que esse fator de interesse não é decisivo na atualização do debate. Observe isso no primeiro parágrafo:
2. Depois, o autor apresenta, já no segundo parágrafo, outra explicação para a necessidade ou interesse por este debate, relacionando isso à breve análise sobre as modificações ocorridas entre as fronteiras destes domínios, as transformações nos parâmetros (a partir de novas relações econômicas, novas formas de organização na sociedade pós-industrial) e as obrigações do Estado. Veja a construção do segundo parágrafo:
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3. O argumento central, que é a própria “necessidade de discussão” e a “necessidade de atribuição de novos significados” em função dessas transformações e diante do despreparo das classes dirigentes, pode ser extraído de parte do primeiro parágrafo e parte nos parágrafos seguintes:
Assim, observe que, no terceiro parágrafo, ele conclui:
Observe
também que ele utiliza recursos, como palavras, expressões,
elementos que ligam ideias para construir seu texto de forma encadeada
nos três parágrafos. Na
verdade, a tese (ou argumento central deste texto discursivo) está
“diluída” nos diversos parágrafos, e mesmo
assim faz sentido. Por quê? Simplesmente porque
o autor utiliza conectivos adequados para “ligar” as ideias,
ou que formam “a teia” de argumentos e evidências, para
levar o leitor a entender sua posição. |
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5
- Elementos que valorizam a mensagem
Agora, assista ao filme publicitário a seguir. Observe, em especial, o desenrolar das cenas, a organização de espaço e os eventos que vão acontecendo para chegar ao objetivo do anunciante.
Você
percebeu que todo o filme foi construído a partir da ídea
de uma "evolução de acontecimentos" se "precipitando
uns sobre os outros"? Um pequeno acidente vai gerando outros acidentes
e outros e outros e transformando-se em uma "bola" de "acidentes"
incontrolável. A capacidade de o
leitor refletir sobre um dos aspectos relacionados à forma do texto,
lendo suas imagens, códigos e outros elementos implícitos,
e a capacidade de perceber sutilezas da linguagem que interferem na construção
de sentidos também estão relacionadas à leitura e
ao universo maior ou menor de conhecimentos que ele possui. Assim, é
sempre interessante ampliar as próprias possibilidades interpretativas
com leitura constante e diversificada. |
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Resumo O próprio autor, seja de uma história em quadrinhos, uma peça publicitária, um texto literário ou um filme, deve oferecer os elementos para que o leitor identifique a relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. Independente
do tipo de texto apresentado, o leitor deve identificar os elementos
que constroem o texto. Deve também desenvolver e reconhecer
o efeito de sentido decorrente de uma determinada palavra ou
expressão. Quanto maior o universo do leitor, mais fácil
será a identificação destes elementos e das ideias
implícitas em qualquer texto. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 15 |
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1
- O que articula as ideias do texto
Os pronomes sua e lhe referem-se a um mesmo termo já mencionado, conhecido como referente: João. Sua função, no período acima, é retomar um assunto já tratado anteriormente (João), retirando as repetições indevidas e tornando o texto adequado à norma culta. Um bom leitor, portanto, deve compreender o texto não como um simples agrupamento de frases justapostas, mas como um conjunto harmonioso em que há laços, interligações, relações entre suas partes.
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Vamos ver se você consegue estabelecer as relações entre os elementos conectivos do texto e seus referentes. Leia o texto a seguir.
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| Além
dos pronomes, há diversos outros recursos da língua que podem
ser utilizados para interligar as partes de um texto, o que lhe garante
coesão. Podemos dizer, a grosso modo, que coesão
é qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as orações,
os períodos ou os parágrafos.
Vimos que toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão, são elementos conectivos e os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Vejamos outros conectivos importantes.
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| 2
- Os elementos da narrativa
Em relação aos textos narrativos, ou seja, aqueles que contam fatos, acontecimentos, o leitor necessita identificar, além dos conectivos, os elementos que compõem o texto e quais são as relações entre eles na construção da narrativa. Nos textos narrativos podemos perceber a presença dos seguintes elementos:
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Tela 23 |
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Faça uma leitura atenta do texto a seguir e procure identificar os elementos da narrativa que se fazem presentes.
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Tela 24 |
Veja mais um exemplo de narração, agora com o narrador-personagem.
Leia as questões e tente respondê-las em pensamento, em seguida, clique na seta para ver a resposta.
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Tela 25 |
O rato do mato e o rato da cidade
Alfabetização:
livro do aluno 2ª ed. rev. e atual. / Ana Rosa Abreu... [et al.] |
Após identificarmos os elementos que compõem o texto narrativo, o passo seguinte é reconhecer os fatos que causam o conflito ou que motivam as ações dos personagens, originando o enredo do texto. O leitor atento deve identificar os acontecimentos desencadeadores de fatos apresentados na narrativa, ou seja, o conflito gerador, bem como o personagem principal, o narrador da história, o desfecho da narrativa. Vamos ver como isso se dá, na prática. Lembra-se do texto sobre os ratos? Leia-o novamente, clicando aqui.
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Tela 26 |
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Como vimos, o bom leitor deve reconhecer a função dos elementos que dão sentido e correção ao texto. Para isso, deve identificar as informações do texto como um todo, as relações entre as partes e apontar os termos que estão sendo substituídos e/ou repetidos para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido. Vamos praticar? Leia o texto a seguir.
Agora, com base no texto, faça o exercício a seguir.
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Tela 27 |
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3 - Como interpretar tabelas e gráficos As tabelas e gráficos são tipos de texto muito utilizados para transmitir informações rápidas, pois possibilitam a representação visual dos dados, portanto, não necessitam dos conectivos usuais do texto escrito. É preciso,
entretanto, ter clareza que interpretar tabelas e gráficos refere-se
à habilidade de ler, ou seja, de extrair sentido dos dados. Para
interpretar rapidamente esse tipo de informação, é
necessário dominar essa linguagem, que utiliza números,
palavras e recursos gráficos. A tabela é muito utilizada na organização dos resultados de uma pesquisa estatística. Não é por acaso que os matemáticos chamam isso de tabular os dados. O gráfico, por sua vez, possibilita a representação visual dos dados.
Os gráficos
e as tabelas são recursos muito presentes em jornais e revistas,
mas não devem ser vistos apenas como figuras ilustrativas ou como
uma coleção de dados isolados. Da mesma forma que ocorre
com os textos discursivos, é necessário extrair os dados
importantes que são apresentados e transformá-los em informação
útil. |
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Tela 28 |
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Na tabela, a informação é apresentada em linhas e colunas, possibilitando uma primeira análise, como nas tabelas abaixo. Entretanto, nem sempre ela permite que você veja rapidamente o que a pesquisa indica. Nesse caso, a solução é transformar os dados em um gráfico, mas é preciso que, antes, eles sejam analisados.
Observando as tabelas e o gráfico acima, mesmo que não tenhamos um detalhamento dos dados, é possível extrairmos algumas informações. Vamos verificar?
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Tela 29 |
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Tempo médio de funcionário na empresa
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Uma tabela não é necessariamente feita só com números. Há tabelas que não podem ou não precisam ser transformadas em gráficos, como a da classificação do campeonato de futebol. Ela serve para ordenar os times.
Os gráficos, por sua vez, demonstram o comportamento de um conjunto de variáveis que se relacionam e podem ser comparadas. São três os tipos mais comuns: de barras, de linhas e de setores, cada um com sua aplicação e finalidade. Uma forma de desenvolver a capacidade de analisar criticamente gráficos e tabelas publicados em jornais e revistas é perguntar a si mesmo quais são as informações contidas neles que não constam da reportagem que os apresenta. Ou, ao contrário, quais dados estão no texto, mas não aparecem no gráfico. Assim, você perceberá que gráficos e tabelas ajudam, mas não bastam, na compreensão do tema abordado. Para responder a esses questionamentos, é necessário prestar atenção aos detalhes e às informações transmitidas por uma tabela ou gráfico, pois todos os elementos (números, imagens etc.) são colocados intencionalmente, nenhum dado está disposto de forma aleatória. |
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| O gráfico
a seguir reflete dados de uma pesquisa sobre desemprego, realizada em 2004
pela Fundação Seade/Dieese.
O estudo foi publicado em diversos jornais. O texto publicado no site Folha On-line – "Desemprego iguala recorde histórico de 20,6% em SP; renda cai" - veio acompanhado de um gráfico de linha.
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Tela 31 |
Muita informação
chega até nós por gráficos, tabelas ou imagens. É
muito comum encontrarmos em provas dos mais diversos níveis de ensino
e concursos, questões que utilizam esses recursos para abordar as
variadas temáticas. Grande parte dessas questões se resolve
facilmente a partir da interpretação dos dados fornecidos.
Acompanhe a questão a seguir.
Atrás de uma “nuvem de fumaça” criada com palavras desconhecidas, essa questão parece integrar alguma prova de concurso para admissão de médicos ou farmacólogos, entretanto, foi obtida de uma prova do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. Não exige, portanto, conhecimentos prévios sobre o assunto para sua resolução. É necessário tão somente capacidade de compreensão leitora e atenção redobrada para compreender o que é pedido. Lendo com calma, vê-se que o que se pede é simples e está claro no esquema: dizer qual é a afinidade de cada medicamento com COX-1 e COX-2, mostrado por uma seta e os sinais + e -. Quanto maior a afinidade com COX-1, menor a com COX-2, e vice-versa.
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Tela 32 |
| Resumo
Para interpretar um texto, é fundamental compreender como a ideia apresentada se relaciona ao todo textual dentro de uma sequência lógica e progressiva. Para isso, é necessário identificar todos os elementos que fazem a articulação entre as diversas partes de um texto. O pronome atua como um desses conectivos, com a finalidade de ligar partes do texto e retomar termos já mencionados (conhecidos como referentes), evitando repetições indevidas. Além dos pronomes, outros recursos também são utilizados com o objetivo de dar coesão ao texto, tais como substantivos, preposições, advérbio e conjunções, entre outros. Os textos narrativos contam também com outros elementos – além dos conectivos – que caracterizam essa modalidade de texto: narrador, personagens, enredo, tempo, espaço. Os personagens do texto narrativo, ao se expressarem, o fazem por meio do discurso direto, indireto ou indireto livre. Identificar os elementos da narrativa e reconhecer os fatos que causam o conflito ou que motivam as ações dos personagens é essencial para a interpretação desse tipo de texto. O bom leitor deve reconhecer a função dos elementos que dão sentido e correção ao texto, identificando as informações do texto como um todo, as relações entre as partes e os termos que estão sendo substituídos ou repetidos para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido. As tabelas e gráficos são tipos de texto muito utilizados para transmitir informações, pois possibilitam a representação visual dos dados, portanto, não necessitam dos conectivos usuais do texto escrito. Todavia, é importante saber lê-los e interpretá-los e não apenas vê-los como figuras ilustrativas ou como uma coleção de dados isolados. Uma forma de desenvolver a habilidade de analisar criticamente gráficos e tabelas é perguntar a si mesmo que informações estão contidas neles e que não constam nos textos que os acompanham ou que dados estão no texto, mas não estão representados no gráfico. Cada dado é importante, uma vez que nenhum elemento – seja número ou imagem – está disposto de forma aleatória. |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 33 |
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| 1
- Lendo por partes
Leia com atenção os textos a seguir.
Ao ler o texto acima, observe que muitas palavras funcionam como conexão entre ideias, o que chamamos de coesão. Ou seja, as várias partes de uma frase devem se apresentar bem “amarradas”, para que o texto cumpra sua função primordial, de veículo de interação entre o autor e seu leitor. No texto 1, a fábula A raposa e as uvas,
observe os termos e expressões que ajudam a dar coesão às
construções: |
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Tela 34 |
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Agora, leia atentamente o quadrinho de Dilbert. Vamos exercitar um pouco.
Ao fazer este exercício, você percebeu que o uso dos elementos de coesão faz toda a diferença na significação de cada parte de um texto, não é mesmo? Pois bem,
os sentidos do texto são "fios entrelaçados",
não são palavras soltas ou frases desconectas. Os termos
e expressões que usamos para ligar uma parte à
outra funcionam como elementos de organização do texto e
constituem também sua coerência. |
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Tela 35 |
Um exemplo
de elemento de coesão, na fábula A raposa e
as uvas, é a expressão “Só que",
a qual, além de ligar as duas partes do texto (uma que se refere
à atitude da raposa quando viu as uvas e a outra, sua incapacidade
física de pegá-las para comer), estabelece uma relação
entre elas, isto é, um contraste e é
feito por antecipação, pois antecipa a relação.
Nesse sentido,
a coesão textual — ou pistas linguísticas —
tem uma importante função na produção de todo
e qualquer texto, pois tão importante quanto “aprender a
ler é encontrar as pistas” e saber “construir e fornecer”
tais pistas. |
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Leia, com atenção, o texto a seguir.
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Tela 37 |
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Agora, faça a leitura do texto abaixo.
Pode-se
observar, portanto, que certas palavras são usadas no texto para
criar um determinado efeito. Da mesma forma,
no texto 1, a palavra "vivia" (em "Vivia deitado...")
indica um hábito do personagem; no texto 1, "onde"
(em "... a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu,
onde campeava sua guerreira tribo...") indica espaço (onde
campeava as matas do Ipu). A coesão de um texto, pelo que estudamos até esse momento, consiste do emprego correto dos termos conectivos da linguagem, o que permite expressar uma coisa de cada vez, e estabelecendo as relações existentes entre as diversas ideias que o compõem. Além
dos recursos citados, que dão coesão, outros elementos redacionais
proporcionam coesão ao parágrafo por encadeamento
de ideias. |
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Tela 38 |
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| 2
- A construção de ideias
Além dos aspectos já abordados, um autor deve cuidar da construção das ideias para que seu texto seja compreendido pelo leitor. Isso quer dizer que ele deve cuidar da construção de sentidos e dos períodos, propriamente, estabelecendo um discurso coeso e coerente, ou seja, a unidade textual.
Muitas falhas frequentemente encontradas em textos estão relacionadas ao uso de expressões ambíguas, coloquiais, à repetição desnecessária de ideias ou à ausência de organização dessas ideias. Por exemplo, vejamos a seguinte frase. Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias. Vejamos: As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente ou são frequentemente mais sadias porque recebem leite? De que forma poderíamos eliminar a ambiguidade? Observe: Crianças
que recebem frequentemente leite materno são mais sadias. |
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Tela 39 |
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| Observe outro
exemplo.
Feliciana pegou a capa vazia do CD que estava sobre a escrivaninha. O que estava sobre a escrivaninha: a capa vazia ou o CD? Agora, eliminando a ambiguidade, temos:Feliciana pegou a capa vazia do CD a qual
estava sobre a escrivaninha. Neste exemplo, pelo fato de os substantivos “capa” e “CD” pertencerem a gêneros diferentes, o problema foi resolvido trocando os substantivos por o qual /a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.
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Tela 40 |
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3
- Detectando problemas nas construções
Para que uma sequência de palavras seja admitida
como frase, é necessário que respeite certa ordem combinatória,
ou seja, é preciso que essa sequência seja construída
tendo em conta o sistema da língua, que sejam estabelecidas ligações
entre as ideias e os recursos linguísticos para que façam
sentido, por isso dissemos anteriormente que a construção
das ideias deve ser cuidada, de forma a criar uma unidade textual. A garota estava apavorada teria de enfrentar o pai furioso.
O que
parece haver de “errado” na frase
siamesa, acima? Não podemos pensar que são ideias distintas,
que deveriam possuir enunciado completo mas que são apresentadas
numa só oração, por não haver elemento de
ligação entre elas, como sinais de pontuação
ou conectivos? |
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Tela 41 |
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Voltando à frase: A garota estava apavorada teria de enfrentar o pai furioso.
Veja como fica a frase, se eliminarmos o problema:
A garota esta apavorada; teria de enfrentar o pai furioso. Observe que as ideias já se tornam compreensíveis com a simples utilização da pontuação adequada. 2ª opção: esta será de sua responsabilidade. Tente solucionar o problema, escrevendo, abaixo, outra frase com as mesmas ideias.
3ª
opção: uso de conectivos que dão ideia de
causalidade entre as frases. Vejamos: Na primeira frase, observe que o conectivo “como” dá uma ideia de causa, assim, há um “vínculo” entre as duas frases, ou seja, uma passa a depender da outra, não sendo compreensível sozinha: Como teria de enfrentar o pai furioso. Esta frase, graças ao conectivo usado, está “subordinada” à outra, que a explicará, para que a ideia faça sentido Como teria de enfrentar o pai furioso, a garota estava apavorada. Na segunda,
o conectivo “porque” também liga as frases e oferece
a possibilidade de interpretação seguinte: a
garota estava apavorada porque teria de enfrentar o pai furioso.
Mas observe, como na solução anterior, que o conectivo usado,
embora ligue as frases, também é subordinativo,
ou seja, causal e a frase não faz sentido sozinha, como a anterior:
porque teria de enfrentar o pai furioso. Para
fazer sentido, ela depende da ideia anterior: A garota estava
apavorada, porque teria de enfrentar o pai furioso. |
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Tela 42 |
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Vejamos mais um exemplo de encadeamento no trecho: A Empresa investe em promoções para os atendentes. Que se destacarem nas vendas. Com este objetivo todos se esforçam para vender mais e se destacarem. Sendo recompensados com premiações.
Outra solução é usar outros conectivos, por exemplo: A Empresa investe em promoções para os atendentes que se destacarem nas vendas. Com este objetivo todos se esforçam para vender mais e se destacarem, e assim são recompensados com premiações.
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Tela 43 |
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Tela 44 |
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Tela 45 |
| Leia a frase
abaixo com atenção.
A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e que, na volta, passasse na farmácia. Se você prestou atenção à frase acima, percebeu que existe um problema na sua construção. Qual? Vamos analisá-la. A oração “para a menina ir ao supermercado” é reduzida de infinitivo; a oração “que, na volta, passasse na farmácia” é uma oração desenvolvida. Tal estrutura apresenta incorreção, pois orações coordenadas entre si devem apresentar a mesma estrutura gramatical, ou seja, deve haver paralelismo entre elas. Veja como fica a frase, respeitando-se o paralelismo: A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e, na volta, passar na farmácia.
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Tela 46 |
| 4
- Incorreções a serem evitadas
Muitos erros prejudicam a estrutura das ideias de um texto, e afetam diretamente na coesão do mesmo. Além disso, erros ortográficos, erros de sintaxe e outros podem prejudicar todo o texto.
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Tela 47 |
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Além de todos os exemplos que estudamos, há outros problemas que afetam a compreensão e a análise de um texto, como os vícios de linguagem. Assim, sabemos que o uso inadequado de palavras e expressões afeta a estrutura e sintaxe do texto, acarretando impropriedades. Algumas mais comuns são: prolixidade, clichês etc.. Vejamos alguns exemplos de algumas incorreções, que deverão ser evitadas: • Palavras de introdução embromatória . Na fala do personagem, há um excesso de palavras que acabam por “embromar”, ou seja, ele poderia ir direto ao assunto: “Sucessivas agressões ao meio ambiente têm gerado catástrofes e não podem ser evitadas.” • Intromissão (achismos, participação indevida no texto)
Aqui, podemos estabelecer uma diferença: numa conversa informal, os “achismos” são comuns, ou seja, ao conversarmos com amigos, informalmente, podemos ater-nos à opinião. Mas no texto escrito, quando se vai discorrer sobre algo, é necessário evitar a opinião pessoal. O mais importante é a objetividade e a coesão. • Prolixidade/ausência de objetividade A prolixidade é outro elemento que deve ser evitado. Observe que, no quadrinho (Mafalda, de Quino), Suzanita não consegue ser objetiva e acaba por estender-se ao contar o que ouviu do colega. Ela acaba por falar muito além do essencial, sendo extremamente prolixa. |
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• Lugar comum ou clichê
Nesta tirinha do Angeli, percebemos que o discurso dos personagens é um tanto “vazio”, utilizando clichês que não acrescentam nada ao assunto, ou seja, este é tratado com superficialidade. Enfim, o clichê é a “mesmice”, a pobreza de vocabulário e de ideias. Para que um texto sobressaia (independente de ser impresso ou visual) o autor deve ousar, criar, ou seja, sair do lugar comum. Saiba + sobre clichês e chavões. • Uso do pronome relativo “onde” Tal pronome equivale a “em que, no qual, nos quais, na qual, nas quais”. Só deve ser empregado quando fizer referência a lugar.
• Gerundismo
Para usar o gerúndio é preciso ter cuidado. O gerúndio indica ação em curso. Não deve, portanto, ser expresso com construção no futuro (estarei fazendo/ estarei anotando etc.).
Assim, como regra
geral, pode-se dizer que o gerúndio está bem-empregado quando
há predominância do caráter verbal ou adverbial, quando
o caráter de duração da ação está
claro e quando a ação expressa é coexistente ou imediatamente
anterior à ação principal. Clique e saiba como
usar o gerúndio. |
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Resumo |
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