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- Os Investidores
Nesta unidade, estudaremos o mercado de capitais sobre a ótica dos investidores. Inicialmente, vamos considerar que no mundo globalizado vem surgindo um novo capitalismo, onde as empresas não têm mais “dono”. Por isso, hoje, os donos das empresas são os Fundos de Pensão e os Fundos de Investimento dos bancos. Na verdade, a partir de R$200,00 (duzentos reais), qualquer pessoa pode colocar seu dinheiro num fundo de investimento de um banco, fazendo com que os donos das empresas sejam milhares de pequenos investidores. Esta mudança de conceito obrigou as empresas a serem realmente competitivas, pois estão sendo observadas constantemente pelos analistas de investimento dos bancos. Os gerentes financeiros buscam maximizar a riqueza das empresas, deixando de perseguir apenas o objetivo de lucro, mas incorporando melhorias que irão refletir no preço das ações e nas perspectivas futuras da empresa. Estas melhorias englobam a responsabilidade
civil e os cuidados que devemos ter com o meio ambiente, profissionalizando
a gestão da empresas. Tal postura administrativa separou os administradores
dos proprietários das empresas como você pode acompanhar
no diagrama abaixo. A “teoria
do agente”, desenvolvida por Jensen e Meckling, caracteriza
bem esta mudança de conceito. |
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Atualmente, o capitalismo funciona mais ou menos assim:
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| Assim,
hoje temos um Investidor Global que não sabemos
onde se encontra e não podemos falar com cada um deles; falamos com
seus prepostos dos bancos e dos fundos de pensão. Operadores de mesas
de investimentos dos grandes bancos recebem hoje cem opções
de investimentos por minuto Nosso dinheiro pode estar agora em Taiwan, dois
minutos depois em Nova York e três minutos depois em São Paulo,
por exemplo, Não há como “controlar” o fluxo de
capital eletrônico que voa pelo mundo. São US$3 trilhões
em busca de um melhor pouso!
Estes investidores institucionais estão sempre presentes no mercado, pois suas aplicações são compulsórias, de acordo com as normas de composição e diversificação de suas carteiras, baixadas pelo Conselho Monetário Nacional, com o duplo objetivo de reduzir o risco de seus investimentos e de direcionar recursos para aplicações consideradas prioritárias pelo Governo.
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A
atuação dos investidores institucionais é fundamental
para o mercado, pois, pelo seu peso, no contexto, eles garantem o nível
de estabilidade do mercado. Da mesma forma, o especulador garante o nível
de liquidez do mercado.
Os investimentos em mercados internacionais, geralmente são feitos através de:
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| Os
investidores institucionais externos estão autorizados a operar
nas bolsas de acordo com regras bastante flexíveis, quando o governo
criou o Anexo
IV da CVM.
Veja o fluxo das etapas para a entrada do dinheiro estrangeiro na bolsa de valores:
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- Técnicas de Avaliação
A globalização dos mercados
e os recursos tecnológicos existentes permitem que hoje se opere
nos mercados de ações de outros países praticamente
durante 24 horas do dia. Os investidores tomam decisões com base
nas tendências de preço das ações. Estas tendências
são estudadas pela Escola
Técnica ou Gráfica e pela Escola
Fundamentalista, que se conjugam para uma decisão. O objetivo destas análises é descobrir, entre as alternativas existentes no mercado, as ações com melhores perspectivas em termos de valorização e de pagamentos de dividendos. Após a seleção, há o momento oportuno para compra. Para alcançar este objetivo, existem algumas abordagens que representam um conjunto de técnicas para a determinação do valor de uma ação negociada no mercado de capitais, como veremos a seguir.
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- Índices
Várias teorias surgiram para tentar
prever o desempenho dos mercados de capitais e dos preços dos títulos
negociados nesses mercados. A teoria
de Charles H. Dow é uma delas teorias. Charles Dow, co-fundador
da Dow Jones & CO, junto com Edward Jones, foi o primeiro a utilizar
um índice médio de cotação como instrumento
de avaliação dos preços das ações da
NYSE (New York Stock Exchange), por volta de 1884. A utilização
do índice permitiu a mensuração diária do
comportamento dos mercados.
Atualmente, todos os países com
mercado de ações organizados em bolsas de valores têm
índices que retratam a média do comportamento dos preços.
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No Brasil nós temos os seguintes índices:
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| Resumo
Os investidores, principais donos das empresas, são Fundos de Pensão e Fundos de Investimento dos bancos. Esta realidade obriga as empresas a serem realmente competitivas e buscar maximizar sua riqueza considerando a responsabilidade civil e o meio ambiente. O Investidor Global pode
escolher entre mais de cem opções de investimentos que recebe
por minuto. Existe um fluxo de capital eletrônico de aproximadamente
US$3 trilhões que voa pelo mundo em busca de um melhor pouso. As escolas gráfica e a fundamentalista estudam as principais ferramentas para descobrir as ações com melhores perspectivas em termos de valorização e de pagamentos de dividendos e, após sua seleção, qual o momento oportuno para compra. Elas se conjugam para uma decisão. A Escola Gráfica se baseia na análise técnica de gráficos, quer seja pelo método de barras ou de ponto figura, tendo como base os volumes e os preços pelos quais foram comercializadas as ações nos pregões anteriores. A Escola Fundamentalista se baseia nos resultados setoriais e específicos de cada empresa, dentro do contexto da economia nacional e internacional. Os índices, como o “Dow Jones” e o BOVESPA, surgiram para tentar prever o desempenho dos mercados de capitais e dos preços dos títulos negociados nesses mercados. A teoria sustenta que as ações negociadas seguem uma tendência de alta ou baixa, a qualquer momento, e para estudar o mercado é necessária a construção de uma média da evolução dos preços, por meio de uma amostra representativa de ativos. |
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- Principais idéias da Análise Técnica (ou gráfica)
Nesta unidade, aprofundaremos o estudo iniciado na unidade anterior sobre a análise técnica. Os conceitos da análise técnica (ou gráfica) começaram a ser aplicados no inicio do século XVIII, quando algumas famílias japonesas passaram a formular o preço estimado do arroz para após a colheita, dando origem aos "Contratos Futuros de Arroz". Essas famílias começaram a acompanhar o comportamento do preço do arroz e a formular tendências que passaram a ser demonstradas através de gráficos.
A escola técnica (ou gráfica) se baseia na tese de que os preços das negociações futuras são fortemente dependentes dos preços das negociações anteriores, sendo possível, então, prever tendências de preços valendo-se da observação dos movimentos passados. Ou seja, seu principal input é o comportamento histórico de preços. |
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Segundo essas análises, as variações dos preços de mercado não são independentes de variações passadas, o mesmo ocorrendo com as taxas de retorno sobre o investimento em qualquer ativo estudado. Segundo a escola técnica, as séries de preços de mercado apresentam padrões identificáveis, e cabe ao analista desenvolver a arte de identificar tendências e saber interpretá-las. Vejamos, a seguir, o gráfico candlesticks, cuja tradução se aproxima do gráfico das “velas”, como exemplo de uma das ferramentas trazidas para o Ocidente:
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| Na
a análise técnica não são relevantes as informações
sobre lucros, dividendos, participação no mercado, grau de
endividamento ou liquidez da empresa, informações consideradas
relevantes pela análise fundamentalista. O que importa são
os fatores de procura e oferta internos ao mercado, sendo crucial entender
a "psicologia" do mercado. Isto porque o mercado é "arbitrado",
ou seja, o impacto dos fatores externos já está embutido nos
preços. Portanto, essa análise é o estudo de como os
preços movimentam-se, não se preocupando com o porquê
de se movimentarem.
A análise técnica parte de três princípios:
A análise gráfica se baseia no estudo das figuras formadas pelos preços como um sinal da tendência que pode ocorrer no futuro. Já a análise técnica realiza cálculos utilizando os preços, para determinar e descobrir situações nas tendências resultantes dos preços.
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- A Teoria de Dow
Dentre as inúmeras teorias para tentar prever o desempenho dos mercados de capitais e os títulos negociados nesses mercados a teoria de Dow (aquela anunciada por Charles H. Dow, lembra-se dela?) se destacou para esse tipo de análise. Essa teoria foi baseada em dois pressupostos:
Para determinação dessas tendências, a Teoria Dow utiliza técnicas de:
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Além disso, as tendências podem ser divididas em três categorias, como vemos na tabela abaixo:
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3 - Tendências na Teoria Dow Segundo Dow, as tendências têm esse comportamento em virtude da velocidade da difusão das informações relevantes para formação dos preços. Cada uma dessas tendências é constituída das seguintes etapas:
Em uma tendência de alta, o mercado passará por três fases distintas, cujo período de duração de cada uma é de difícil mensuração, como podemos ver no diagrama abaixo:
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| No
caso da tendência de baixa, a fase inicial, ou "fase de distribuição",
ocorre quando o mercado começa a dar sinais de fraqueza, geralmente
com recuos pequenos de preços e com um aumento do volume de negociação.
Na fase intermediária, há uma "baixa violenta".
Essa é a fase mais crítica porque todos investidores começam
a se desfazer de suas posições, provocando uma queda praticamente
vertical das ações. Na fase final, ou de "baixa desacelerada",
os preços voltam a se estabilizar e o mercado fica menos volátil.
É importante observar que os finais de cada um dos movimentos descritos (de alta e de baixa), são fortes indicadores de oportunidades de compra (baixa lenta), ou de venda ou não-compra (euforia), das ações-objeto da análise. Vejamos:
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Dois fatores devem ser observados, quando analisamos as tendências: o volume deve confirmar a tendência, ou seja, o volume deve expandir na direção da tendência principal. Se a tendência for de alta, então o volume deve aumentar quando os preços das ações subirem e diminuir quando eles caírem. Se o volume cair quando aumentarem os preços, então a tendência de alta está perdendo forças. Numa tendência de baixa ocorre o contrário.
O segundo fator a ser observado refere-se aos índices, que devem se confirmar mutuamente. Os índices têm de exceder um ponto predeterminado no gráfico, para que se considere iniciado um movimento, seja de alta ou de baixa. As teorias para analisar as tendências de preço evoluíram durante os últimos anos, culminando com a análise gráfica, um dos pilares da análise técnica. |
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Quando tratamos das expectativas de seres humanos, entramos em uma área de difícil compreensão, mas com a utilização das técnicas dos gráficos essas variações podem ser representadas pelas variações nos preços das ações e possibilitam a construção das tendências de alta ou de baixa.
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| Os
gráficos registram a evolução das cotações
no decorrer do tempo. No quadrante formado pelos dois eixos cartesianos
perpendiculares entre si são marcados os pontos que representarão
a atividade dos preços de uma ação, durante um intervalo
de tempo. Nas previsões futuras dos preços de ações,
os tipos de gráficos utilizados pela análise gráfica
situam os preços, cotações e volumes, no eixo vertical
e o tempo no eixo horizontal, exceto no caso do gráfico ponto-figura
que não considera o tempo.
Vejamos, a seguir, o diagrama indicando alguns tipos de gráficos:
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| Outros
estudiosos do mercado descobriram que mudanças nos preços
das ações que compõem o índice seguem uma estrutura
harmônica básica que pode ser encontrada na natureza. A partir
dessa descoberta, desenvolveram um sistema racional de análises do
mercado baseado em observações acumuladas durante vários
anos, de que os movimentos dos integrantes do mercado, suas tendências
e suas mudanças seguem um determinado tipo de comportamento, identificável
em forma de padrões ou figuras (ondas).
Segundo esta teoria, cada decisão do mercado é resultante de informação relevante que, por sua vez, também produz informação significativa no mercado. Essa trama nos revela a interdependência entre as decisões e informações no mercado de capitais. Em decorrência desta teoria, surgiu o princípio da tendência que representa a direção para a qual o mercado se movimenta. Nesse sentido, poderá haver tendência de alta, tendência de baixa e tendência lateral. A explicação para a existência dessas tendências é o desequilíbrio entre oferta e demanda. |
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| Para
estudo de tendências na análise gráfica utilizamos o
traçado de linhas ou linha de tendência como ferramenta de
apoio. O traçado de linhas de tendência possibilita o acompanhamento
dos movimentos de alta e de baixa das cotações, possibilitando,
com isso, a identificação dos sinais de modificação
de direção.
Para avaliação da importância de uma linha de tendência devemos considerar cinco fatores, segundo Noronha (1995), conforme diagrama abaixo:
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As principais linhas de tendência são as retas de suporte e retas de resistência. Elas representam os níveis de cotações em que as compras e as vendas não são o suficiente para seguir o movimento e, portanto, revertem as tendências de queda ou alta. Isto significa que quando as cotações estão em queda e se aproximam do limite inferior, elas perdem força e iniciam um movimento contrário (de alta) e quando estão subindo e se aproximam do limite superior iniciam o movimento de queda. Dessa forma podemos dizer que durante o movimento de queda, essa reta funciona como um suporte e no movimento de alta funciona como uma resistência. Analisando o gráfico de barras, por meio do estudo de tendências, percebemos que os preços "testam" o suporte e, no momento do rompimento da reta, os preços caem rapidamente. Os canais de tendência são formações que surgem quando as retas de suporte e resistência estão em paralelo e se produz uma tendência gráfica clara. Sua característica principal é a facilidade no traçado das linhas de suporte e resistência que se apresentam de forma paralela. Essas formações podem ser produzidas tanto na tendência altista quanto na baixista. |
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Com a utilização dos canais de tendência podemos traçar estratégia de compra e venda de ações no curto prazo em função da amplitude do canal, ou seja, comprar as ações quando estão na reta de suporte (base do canal) e vendê-las quando estiverem na reta de resistência (limite superior do canal).
Um gap ou buraco é uma área em um gráfico em que não há operações. Sua importância é resultante das conseqüências que podemos extrair do comportamento das cotações quando ocorre o gap. Numa tendência de alta ocorre o gap quando o intervalo de cotações de um dia fica acima do ponto máximo das cotações do dia anterior. Já numa tendência de baixa ocorre quando a cotação mais alta do dia fica abaixo do ponto mínimo das cotações do dia anterior. |
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Vejamos a tabela abaixo contendo os cinco tipos diferentes de gaps:
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Existem dois grupos de formações gráficas que podemos encontrar: 1) o de continuação; e 2) o de reversão. Para interpretar essas formações gráficas, segundo Codina (1998), devemos considerar os seguintes aspectos:
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Dentre as principais figuras de reversão de tendência, podemos citar a formação ombro-cabeça-ombro cuja característica principal é a presença de três pontos de resistência e dois pontos de suporte. O primeiro e o terceiro ponto de resistência se encontram no mesmo nível, enquanto que o segundo representa o ponto máximo de resistência da formação. Às formações produzidas pelos primeiro e terceiro pontos de resistência é atribuído o nome de ombros e à formação produzida pelo segundo ponto de resistência é atribuído o nome de cabeça. Existe uma linha-chave na interpretação desta formação que é a linha de pescoço formada pela união dos pontos de suporte. Destacamos também as principais figuras de continuação de tendência que podem ser a formação de triângulo. Estas ocorrem quando as cotações de uma ação entram numa fase de indefinição, oscilando com freqüência, porém, afunilando seus valores máximos e mínimos, o traçado das linhas de suporte e resistência produz uma figura que se assemelha a um triângulo. Três formas distintas de triângulos podem ser identificadas:
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- Indicadores Técnicos
Para o desenvolvimento da análise técnica, além dos gráficos, são utilizados também os indicadores técnicos, que procuram trabalhar de forma mais determinística os movimentos de mercado. As principais categoriais de indicador técnico são: 1) indicadores de tendência, como as médias móveis; e 2) os osciladores. Vejamos cada um destes indicadores técnicos. Vejamos cada uma delas, com mais detalhes.
Para construção da média móvel, escolhe-se determinado período de tempo e calcula-se a média dos preços dos dias para preços de fechamento. Essa média é chamada de móvel porque será sempre a média do último período acompanhado, ou seja, a cada novo dia de negociação subtrai-se da média o primeiro dia e soma-se o novo dia. A análise desse indicador é feita por meio dos sinais apresentados. O sinal de compra é dado quando a linha de preço cruza a linha da média, de baixo para cima. O sinal de venda é dado quando a linha de preço cruza a linha média, de cima para baixo. Para interpretação dessas médias, devemos considerar os seguintes critérios:
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Vejamos, agora, o quadro que descreve o três tipos principais de médias.
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Osciladores - A segunda categoria principal de indicador técnico
envolve os chamados osciladores. São linhas que flutuam num movimento
horizontal, buscando expressar a velocidade com que variam os preços
de uma ação em relação aos preços anteriores.
Este indicador
é utilizado porque nem sempre o mercado se encontra em tendência
de alta ou de baixa. Pode estar, simplesmente, sem tendência ou
numa tendência que não fornece parâmetros para análise.
Nesses casos utilizamos os parâmetros que poderemos obter com utilização
dos osciladores.
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| Resumo
A escola técnica ou gráfica estuda o comportamento histórico de preços e dos volumes de negociações de ativos financeiros, com o objetivo de fazer previsões sobre comportamento futuro dos preços. Parte de três princípios: 1) de que o comportamento do preço da ação no mercado reflete todos os fatores envolvidos com a empresa e a economia; 2) que os preços se movimentam em tendências; e 3) que o futuro reflete o passado servem de base para efeito da análise gráfica. Basicamente, o pressuposto de que as alterações diárias nos índices consideram tudo o que pode afetar a oferta e a demanda de ações associado à classificação dos movimentos oscilatórios em três amplitudes distintas (de longo, médio e curto prazo) permitiram desenvolver a teoria de análise gráfica. Esta análise, tomando por base a Teoria Dow, utiliza técnicas de traçado de linhas de tendência, de identificação de formações que sinalizam essas tendências; e do estudo de descontinuidade de preços (gaps). Tais tendências são dividas em três categorias: 1) Tendência Primária; 2) Tendência Secundária; e 3) Tendência Terciária. Cada tendência constitui-se da etapa de Tendência alta e da etapa de Tendência baixa. Na tendência alta, o mercado passa por três fases diferentes: 1) “Fase de acumulação”; 2) Entrada dos analistas de mercado, a partir da rápida subida de preços e de informações sobre o bom desempenho nas bolsas de valores; e 3) Entrada do público leigo, estimulado pela possibilidade de “grandes lucros”. Na tendência de baixa, o mercado também passa por três etapas distintas: 1) “Fase de distribuição" (fase inicial); 2) Fase intermediária (há uma "baixa violenta"); e 3) Fase final, de "baixa desacelerada". O objetivo principal da análise gráfica é a identificação das "tendências" e dos "pontos de reversão" por meio da análise de formações anteriores. Os principais gráficos utilizados são:
A análise técnica utiliza, além dos gráficos, os indicadores técnicos. Estes apresentam as categorias de indicadores de tendência, como as médias móveis, e os osciladores. |
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1 - Principais idéias da Análise Fundamentalista Já vimos parte da Análise Fundamentalista. A partir de agora, exploraremos um pouco mais este assunto. A análise fundamentalista é importante instrumento utilizado para a análise de investimentos em ações, visto avaliar tópicos que se relacionam com o desempenho da empresa. Com isso, ela possibilita concluir sobre as perspectivas da empresa no contexto da economia. Esta análise utiliza os fundamentos econômico-financeiros para a determinação do valor da empresa. Esta análise tem como objetivo principal avaliar o comportamento da empresa visando à determinação do seu valor para o mercado. Ela se baseia no seguinte princípio:
Portanto, estuda os fatores que explicam o valor intrínseco de uma empresa, setor ou mercado, colocando em segundo plano os fatores de mercado como preço e volume. Esses fatores são chamados de valores fundamentalistas. |
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Vejamos o diagrama contendo os valores fundamentalistas.
Para esta análise, é adotada a hipótese de que o mercado de capitais é eficiente no longo prazo, podendo ocorrer deficiências na valorização no curto prazo, que seriam corrigidas ao longo do tempo. A análise de investimento dessa escola adota o processo decisório que envolve o cálculo do valor hipotético da empresa. Vejamos na tabela a seguir, as bases de uma análise fundamentalista para estimar o valor de uma ação em determinado instante.
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2 - Etapas do processo de análise de empresas Podemos dividir em etapas o processo de análise da situação de uma empresa, como vemos no diagrama abaixo:
A análise fundamentalista, como outros métodos de análise, engloba distintos enfoques e sistemas de utilização. Uma das diferenciações que podemos fazer é quanto ao processo que se utiliza para chegar a uma conclusão sobre a compra ou venda de uma ação, que pode partir da conjuntura econômica até chegar a uma determinada empresa ou começar pela análise do histórico do valor das ações e seu comportamento nas bolsas. |
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3 - Métodos da Análise Fundamentalista O desenvolvimento da análise fundamentalista segue dois métodos ou enfoques distintos: A) a análise Top Down (de cima para baixo); e B) a análise Bottom Up (de baixo para cima), que se contrapõe ao primeiro. Vejamos cada um desses métodos.
Durante seu desenvolvimento, são realizadas análises: 1) da economia nacional, em geral – análise
macroeconômica;
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Para o desenvolvimento da análise da economia nacional, é necessária a utilização dos conceitos da teoria macroeconômica que fornece os parâmetros para a mensuração da atividade econômica em geral de um sistema econômico, tornando possível a utilização de um número restrito de variáveis fundamentais. Isso porque trabalha com as relações entre as diversas variáveis, eliminando muitos dos fatores que afetam o comportamento individual e permitindo a análise e a previsão da economia e de seus agentes. Podemos dizer, também, que a macroeconomia é o ambiente no qual as empresas operam. Portanto, a capacidade de prevê-la pode traduzir-se em grandes oportunidades de ganhos de investimentos em ações. A justificativa para a realização de uma análise macroeconômica é que a bolsa de valores deve refletir de alguma forma, o desempenho da economia na qual ela está inserida. Se a economia vai bem, as empresas têm a possibilidade de obter bom desempenho e conseqüentemente suas ações subirão, provocando uma alta da bolsa. Além do que, esse enfoque é muito útil para administradores de carteiras e para analistas generalistas. A estrutura básica de um modelo macroeconômico compõe-se da parte real e da parte monetária da economia, que pode ser vista pelos seus mercados. As variáveis ou agregados macroeconômicos são determinados pelo encontro da oferta e da demanda em cada um desses mercados. |
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A análise das perspectivas de uma empresa deve começar com a economia global. Ao estar inserida num contexto internacional, a empresa é afetada pela economia internacional em seus mais diversos níveis. As perspectivas de exportação e importação, a competição de preços em função da concorrência internacional, ou os ganhos obtidos com os investimentos internacionais são alguns dos exemplos que podemos citar em que a economia internacional afeta o desempenho da empresa. Neste contexto, a taxa de câmbio permite-nos calcular a relação de troca, ou seja, o preço relativo entre diferentes moedas. Ela influi diretamente no desempenho das bolsas de valores, uma vez que afetam toda a economia. Com o objetivo de exemplificar o tipo de avaliação realizada na análise Top Down, discutiremos os impactos de algumas variáveis macroeconômicas que afetam o desempenho das empresas e conseqüentemente das bolsas de valores. Nesse contexto, é possível destacar alguns indicadores econômicos mais importantes, cuja relevância afeta significativamente o comportamento do mercado de capitais.
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Vejamos uma análise Top Dow, destacando alguns indicadores econômicos importantes.
Vencida a etapa de análise macroeconômica, passamos agora para a determinação das implicações desta análise para o setor ou setores específicos no qual a empresa atua, ou seja a análise setorial. |
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A Análise Botton Up - Em contraposição à análise anterior, a Top Down, existe o enfoque alternativo de começar de "baixo" até chegar "acima" (Bottom Up). Nesse caso, sua abordagem é direcionada para a análise de valores ou fragmentos e não de empresas.
O valor de uma empresa é dado pelo comportamento do preço das suas ações na bolsa, preço este que serve de barômetro para medir a sua saúde financeira e econômica. Esse comportamento é obtido em função da valorização do preço de suas ações, mais a rentabilidade esperada de seus dividendos descontados pela volatilidade da ação.
As recomendações desta análise são feitas com base em:
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A valorização das ações será tratada nesse tópico. Já a análise financeira, por se tratar de um tema mais amplo, foi tratada na disciplina Administração Financeira, no capítulo de análise das demonstrações contábeis, principalmente quanto aos índices que medem a rentabilidade / lucratividade e medidas de endividamento para avaliar a saúde financeira da empresa. O maior problema enfrentado por qualquer investidor, para identificar melhor o método de valorizar as ações, é saber se os preços pagos por uma ação são altos, baixos ou justos. Não existe um método ou processo matemático exato, e isto se deve a dois aspectos principais:
Se conseguirmos definir um valor intrínseco da ação de uma empresa que tenha relativa estabilidade, embora variando em períodos mais longos, será possível avaliar se há justeza nos preços formados no mercado e agir de acordo com as conclusões. Para que isso se torne possível, é imprescindível determinar a capacidade da empresa de remunerar o investimento nela feito, considerando a expectativa do investidor em rentabilidade e prazo de tempo, as condições internas da empresa e o mercado em que opera. |
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Finalmente, uma forma alternativa de calcular o valor intrínseco dentro da valorização teórica da empresa é utilizar o método de valor por múltiplos que consiste no cálculo do valor de uma empresa multiplicando suas vendas, resultado financeiro, lucro líquido etc. por um número, segundo a conjuntura do mercado. Os problemas mais comuns encontrados na aplicação desta metodologia são:
Outra técnica utilizada para medir a valorização das ações é o método da valorização relativa, que se baseia na valorização relativa das alternativas atuais e sua comparação com os valores históricos. Diferentemente dos métodos anteriores, essa metodologia se baseia nos resultados da empresa e é muito utilizada na valorização de ações em bolsas de valores. Nessa abordagem, o valor da empresa é obtido por meio da estimativa de sua rentabilidade futura. Por isso, são métodos de capitalização dos lucros e dividendos futuros. |
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Para capitalizar o valor dos lucros ou preço em relação ao lucro P/L, conhecido por (PER) Price Earnings Ratio utilizamos, normalmente, o lucro esperado do ano em curso, ainda que freqüentemente ele também seja calculado pelo último lucro líquido publicado. O índice P/L de uma ação indica o número de anos necessários para o investidor receber de volta, sob a forma de dividendos, o equivalente à importância desembolsada na compra das ações. Uma consideração em sua análise é que o P/L de uma ação deve possuir as mesmas características do setor ao qual a empresa pertence. O valor do fluxo de caixa, conhecido por (PCFR) Price Cash Flow Ratio de uma ação, indica o múltiplo do valor financeiro por ação que o mercado está pagando. Ou seja, indica o número de vezes que a bolsa de valores aceita pagar o valor financeiro de uma ação. O valor dos dividendos, conhecido por (DY) Dividend Yield de uma ação, representa a proporção dos lucros que são entregues efetivamente aos acionistas. A rentabilidade por dividendo como também é conhecido esse índice é dada pela divisão do dividendo esperado para o próximo ano e o preço da ação hoje. Os dividendos do último ano podem ser utilizados, ao invés do esperado, sem que com isto se perca o objetivo de fazer a valorização relativa das ações. |
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Resumo Ao fazer a análise de investimentos em ações, a análise fundamentalista possibilita concluir sobre as perspectivas da empresa no contexto da economia. O seu objetivo principal é avaliar o comportamento da empresa visando à determinação do seu valor para o mercado, utilizando valores fundamentalistas. Basicamente, esta escola calcula o valor hipotético ou intrínseco da empresa e o compara com o seu preço de mercado e seleciona para compra ou venda conforme a relação valor intrínseco / preço de mercado. O processo de análise da situação de uma empresa pode ser dividido em três etapas:
Esta análise fundamentalista pode ser direcionada para a visão da economia nacional, sendo as suas variáveis macroeconómicas voltadas para a visão do setor em que a empresa atua e sua inserção no ambiente microeconômico. Finalmente, após analisar todas as variáveis da economia e do setor em que a empresa atua, juntamos componentes da análise financeira e técnica da empresa em si, e comparamos os preços obtidos com os preços de mercado, buscando identificar oportunidades de compra ou venda visando ganhos financeiros. |
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