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1 - O que é a Cadeia de Suprimento Para Ching (2001), a cadeia de suprimento ou de abastecimento é todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. É a atividade que lida diretamente com os fornecedores buscando suprir todas às necessidades de produção e de atendimento da demanda de uma empresa. Nesse contexto, temos diversos processos que agrupam funções em torno de um fluxo de atividades que visam, principalmente, atender às necessidades dos clientes (demanda). Dentre esses processos temos o Processo de suprir demanda que trata basicamente da cadeia de suprimento. A figura a seguir apresenta os diversos processos existentes na atividade logística da cadeia de suprimento (estratégia empresarial, gerar demanda, suprir demanda e manter demanda), bem como, os principais atores envolvidos nesta cadeia (clientes, consumidores, acionistas, empregados, fornecedores, colaboradores e a própria comunidade). Portanto, a cadeia de suprimento é composta de redes de empresas que se sucedem desde a extração de matéria-prima, sua transformação, montagem, armazenagem e distribuição até a chegada do produto nas mãos do consumidor final. Dessa forma, podemos concluir que o principal alvo da cadeia de suprimento é o atendimento aos clientes e consumidores finais, por meio de um abastecimento eficiente e preciso na quantidade e qualidade requeridas.
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2 - Gestão da Cadeia de Suprimento (Supply chain management) O conceito da gestão da cadeia de suprimento é muito mais amplo e estrategicamente mais importante, pois envolve estratégias que passam por focalizar a necessidade e satisfação do cliente até a manutenção dos clientes atuais e a obtenção e manutenção de novos clientes. Tudo realizado da melhor maneira possível, de forma cooperativa e buscando o benefício e a satisfação de todos os envolvidos na cadeia, ou seja, é uma gestão que visa oferecer o máximo valor ao cliente e o máximo retorno financeiro para a empresa. A gestão da cadeia de suprimento tem como principal objetivo a integração dos membros da cadeia (sem verticalização), orientada pelo mercado, facilitando a fluidez dos fluxos logísticos de recursos, informações e produtos. Na figura abaixo pode-se observar que as informações e os recursos fluem em direção oposta a dos produtos e materiais.
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Empresas líderes esperam com o emprego do supply chain, uma redução em seus custos, como é o caso da Motorola que reduziu em 75% sua base de fornecedores (85% de seus fornecedores são preferenciais) e obteve uma economia anual em torno de 7% (Ching, 2001). A figura abaixo mostra que em 1997, com o emprego da gestão da cadeia de suprimento, o desempenho das empresas líderes já apresentavam uma vantagem de 51% sobre as empresas típicas e com um custo logístico sobre as vendas de 5%. Já a figura seguinte, mostra que o salto na qualidade dos serviços prestados pelas empresas líderes que aderiram ao supply chain é de 98, 1%, em 1997.
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3 - Fatores de Interferência no Desempenho da Cadeia de Suprimento Existem diversos fatores que podem interferir no desempenho do supply chain, entre eles citam-se:
A capacidade de respostas às demandas dos clientes está associada ao emprego do ECR – Efficient Consumer Response (resposta eficiente ao consumidor), em que o consumidor final dá início à cadeia de distribuição no momento em que suas mercadorias passam pelo check out e as informações relativas a essa compra são então compartilhadas com todos os integrantes da cadeia de suprimento em tempo real. As estratégias empregadas como apoio ao ECR em lojas de varejo podem ser como nos mostra a figura abaixo:
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2 - Fluxo de pedidos: O desempenho positivo de uma cadeia de suprimento também está associado ao bom desempenho dos fluxos de pedidos, ou seja, o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento do pedido do cliente é de fundamental importância ao desempenho da cadeia. Para se obter esse sistema é necessário um gerenciamento centrado das previsões, planejamento das necessidades, compras e controle de materiais e da produção. No centro desse sistema, existe um planejamento das necessidades que é orientado pelo mercado. Os inputs desse planejamento incluem os dados e informações relacionadas às consultas e aos pedidos, mudanças dos preços, campanhas promocionais e disponibilidade dos produtos. Esses dados e informações geram, então, o processo para o atendimento dos pedidos, que ocorrem de maneira integrada por meio do sistema de informação (para maiores detalhes ver unidade 1, módulo 4 – noções de sistema de informação). A figura abaixo apresenta um modelo de um sistema de gerenciamento do pedido.
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Resumo Para Ching (2001), a cadeia de suprimento (supply chain) é todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. Normalmente, a cadeia de suprimento é composta de redes de empresas que se sucedem desde a extração de matéria-prima, sua transformação, montagem, armazenagem e distribuição até a chegada do produto nas mãos do consumidor final, que é o principal alvo da cadeia de suprimento. Empresas líderes esperam com o emprego do supply chain, uma redução em seus custos e um salto na qualidade dos serviços prestados. É o caso da Motorola que reduziu em 75% sua base de fornecedores (85% de seus fornecedores são preferenciais) e obteve uma economia anual em torno de 7%, em 1997 (Ching, 2001). Existem diversos fatores que podem interferir no desempenho do supply chain, dentre eles citam-se:
A capacidade de respostas às demandas dos clientes está associada ao emprego do ECR – Efficient Consumer Response (resposta eficiente ao consumidor). As estratégias empregadas utilizadas como apoio ao ECR em lojas de varejo podem ser:
No geral, o coração do negócio de qualquer empresa está no desempenho de seu sistema de gerenciamento de pedido ao cliente, que é uma estrutura de planejamento que faz a ligação do sistema de informações com o fluxo de produtos e materiais necessários para atender à demanda e que, portanto, o processo de atendimento dos pedidos (fluxo de pedidos) deve ser projetado com o apoio irrestrito das demais áreas e de maneira integrada com as funções convencionais do processo. Podendo assim interferir, positivamente, no desempenho do supply chain. |
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| 1 - Importância Como vimos à administração de estoques é uma atividade essencial da logística empresarial. Essencial, porque é quase impraticável fornecer produção instantânea e cumprir prazos de entrega aos clientes se não há uma boa administração de estoque e uma parceria com os fornecedores. Além disso, entre a missão logística de equilibrar os custos e o nível de serviço está o “estoque” que, se bem gerenciado nos permite cumprir a missão logística sem faltas ou excessos. Nellemann (1975), in Ballou (1993), cita uma frase que descreve bem essa situação:
Em princípio, a administração ou gerência de estoques compreende o planejamento e programação das necessidades e o controle de materiais, a fim de atender regularmente aos usuários quanto a quantidades, prazos e qualidades requeridas. Assim resumidos: A importância da gestão do estoque advém, entre outros, da sua contribuição na composição dos custos logísticos que podem representar 26% (Ballou, 2001) e por está relacionado à criação de valor logístico em termos de tempo (quando), ou melhor dizendo, depende da empresa ter ou não ter o produto estocado no momento exato e na quantidade correta para agregar valor logístico de tempo a este produto. Portanto, o “estoque” é merecedor de atenção por parte de todo profissional em logística. |
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| 2 - Componentes do estoque Os recursos materiais constituem os estoques de uma empresa e podem ser assim classificados:
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| 3 - Problemática, função e objetivos da administração de estoques Uma das mais relevantes funções da administração de estoques está relacionada ao nível de estoque que se deve manter, ou melhor, ao controle de estoques, que é uma função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a empresa deve manter, dentro de parâmetros econômicos. O problema da administração de estoques está diretamente caracterizado na frase: “dentro de parâmetros econômicos”. Ou seja, é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais e produtos a serem mantidos em estoques, bem como em relação aos custos associados tanto ao processo produtivo quanto à estocagem. Portanto, a problemática é: “por um lado manter um volume de materiais e produtos em estoque que atenda à demanda do mercado, assim como suas variações e, por outro, minimizar os investimentos nesse setor.” Estabelecer os níveis de estoque é apenas uma parte do problema do controle de estoque. Logo, o dimensionamento das necessidades de estoque, como mostra a figura abaixo, deve ter como principal base uma política que atenda:
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| Como principal função, temos:
Como objetivos, temos: Geral
Específicos
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| 4 - Custos Do Estoque Segundo Ballou (2001; 1993), os custos que uma empresa incorre para obter e manter os seus estoques é composto pelo somatório de três classes gerais de custos relevantes:
O custo total de manutenção de estoques surpreende muitos administradores. Nos Estados Unidos ele chega a assumir 25% do valor do custo médio dos produtos, ao ano (Ballou, 2001). Abaixo, apresenta-se a porcentagem de cada componente do custo total apresentado por Ballou (2201), onde se observa que o custo de capital pode representar mais de 80% desse custo:
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| A figura a seguir apresenta a composição do custo total em formato de “U”, significando que existe um valor mínimo para essa curva (onde o somatório dos custos de pedir e de manter o estoque é o mais baixo); ainda se observa na figura que, quanto maiores às quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Porém, se maiores quantidades forem solicitadas, menos pedidos serão feitos e, portanto, teremos menos custos de pedidos. Este é o grande dilema logístico.
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| Resumo A administração de estoques é uma atividade essencial da logística empresarial e tem como missão minimizar o investimento no estoque, ao mesmo tempo em que procura alcançar os níveis de disponibilidade almejados. Este é o grande problema dentro da administração de estoques: encontrar o balanço ótimo dos custos dos estoques, uma vez que eles podem representar 26% na composição dos custos logísticos (Ballou, 2001). Logo, o problema está em compor custos “dentro de parâmetros econômicos”. Ou seja, é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais e produtos a serem mantidos em estoque em função dos custos associados tanto ao processo quanto à estocagem. Para tentar
solucionar este problema, a administração de estoques tem
como função: a otimização
do uso dos recursos na área logística da empresa, e como
principal objetivo, encontrar um plano de suprimento
que minimize os custos do estoque e
maximize o nível de serviço
(a disponibilidade do produto).
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- Razões para manter estoques
Em geral sabemos que a manutenção de estoques acarreta uma grande imobilização de capital de giro, além de outros custos administrativos que de algum modo afetam o custo final da produção e da comercialização de produtos e serviços. O ideal para qualquer empresa seria a inexistência total de estoques, na medida em que fosse possível atender ao usuário somente no momento em que as demandas ocorressem. Entretanto, na prática isso não ocorre, tornando-se imperativo a existência de um nível de estoques que possa atender plenamente e sistematicamente os mercados, supridor e consumidor. Alguns procedimentos podem ser empregados com o objetivo de transferir os custos de estocagem, sempre que possível, para o fornecedor. Caso do sistema just in time que veremos mais adiante. Mas,
voltando ao nosso dilema de manter estoques, façamos o seguinte
questionamento: Será que realmente é necessário manter
estoques? Esta pergunta é bem respondida por Ballou (2001), no
livro de sua autoria – Gerenciamento da cadeia de suprimentos –
quando diz: “Se a demanda para produtos de uma empresa fosse conhecida
com certeza e os produtos pudessem ser fornecidos imediatamente para satisfazê-la,
teoricamente a estocagem não seria necessária uma vez que
nenhum estoque seria mantido.” |
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No entanto, a realidade é outra: as previsões não são tão certas e a distribuição (transporte) não ocorre tão rapidamente. Como resultado, temos que nos amoldar à realidade e compensar os custos de estocagem (ou armazenagem) com custos de transporte (por meio do embarque de quantidades maiores e mais econômicas) e de produção-compra (por meio da produção de lotes econômicos em tamanho e em seqüência). A solução, segundo Ballou (2001), é usar apenas armazenagem suficiente de forma que um bom equilíbrio econômico, entre os custos de transporte, armazenagem e produção possa ser alcançado. E aí está a chave do bom desempenho de toda a cadeia de suprimentos. Ballou (2001; 1993) cita as seguintes razões para manter estoques:
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No
entanto, quando se trabalha com estoques, é preciso
tomar muito cuidado para definir seu nível. Mesmo sendo mais fácil
o gerenciamento, quando se tem a segurança dos estoques, é
também mais fácil à defesa de críticas por
superestocagem do que a de por falta de suprimentos. Devemos ponderar
e considerar algumas críticas como a de que os estoques são
considerados, no contexto atual, desperdícios, pois absorvem capital
que poderia ter destinações melhores (à visão
das empresas modernas), como para melhorar a produtividade ou a competitividade.
A maioria das empresas diminui o nível de estoque para aplicar
no mercado financeiro. Ou seja, transformam o capital imobilizado em capital
disponível. |
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- Previsão das incertezas
Como vimos à logística de suprimento gera suprimento para o estoque e para a produção, e que o estoque tem que atender à solicitação da produção e dos pedidos dos clientes e consumidores, tudo com base em previsões de demanda ou consumo que podem ser mais ou menos precisas, conforme o método de previsão empregado. Porém, o conhecimento dos hábitos de compra dos clientes, a intuição e também a sorte, são aliados nesta difícil tarefa de determinar qual a quantidade de produto que os clientes deverão comprar. A previsão de demandas é realizada através da projeção de dados passados para um futuro preestabelecido. Em princípio, os métodos de previsão podem ser agrupados em três grupos (Ballou, 2001):
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| Dentre
as técnicas mais usuais, vamos exemplificar a técnica da média
de suavização exponencial, que é uma simplificação
da técnica de ponderação exponencial e provavelmente,
a mais útil para previsão em curto prazo. Ela é simples,
pois apenas necessita nos seus cálculos os dados do período
mais recente: a previsão no período e a sua respectiva demanda
real.
Essa técnica emprega em seus cálculos uma constante de ponderação ou suavização @, com valores entre 0 e 1, que na prática, varia entre 0,01 e 0,3 (Ballou, 2001). A fórmula para obter a previsão da demanda com o emprego desta técnica é:
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| Como
exemplo de aplicação técnica da média de suavização
exponencial, tem-se:
Certa
empresa registrou para determinado item de seu estoque, o seguinte: Deve-se
calcular a previsão para o mês seguinte, considerando:
Ou seja, a previsão de demanda para o mês seguinte é de 674 unidades. Sendo que, quando soubermos a demanda real neste mês calculado, poderemos calcular a nova previsão para o mês seguinte a este calculado; e assim por diante. Portanto, a previsão de 674 unidades para o mês solicitado passa a ser a previsão prévia quando o procedimento é repetido para o mês subseqüente |
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O quadro a seguir apresenta a descrição de algumas técnicas empregadas para previsão baseada na tabela-resumo do livro de Ballou (2001): Gerenciamento da cadeia de suprimentos.
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- Conceitos relevantes
Com
o objetivo de facilitar a tomada de decisão quanto ao melhor tipo
de instrumento estatístico que devemos usar para obter a melhor
previsão possível, vamos conceituar alguns elementos significativos
na gestão de estoques:
Nas figuras acima, podemos visualizar, respectivamente, as demandas:
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A figura abaixo apresenta todos os elementos apresentados.
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| Resumo
Em geral, a estocagem de materiais e produtos prevendo seu uso futuro exige investimentos por parte da empresa. O ideal seria a perfeita combinação entre a oferta e a demanda, possibilitando a inexistência total de estoques, na medida em que fosse possível atender ao usuário somente no momento em ocorressem as demandas, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, na prática isso não ocorre, tornando-se imperativo a existência de um nível de estoques que possa atender plenamente e sistematicamente os mercados, supridor e consumidor. Alguns procedimentos podem ser empregados com o objetivo de transferir os custos de estocagem, sempre que possível, para o fornecedor. Caso do sistema Just in time. Para Ballou (2001), algumas das razões para se manter estoques são:
Quando se trabalha com ESTOQUES é preciso tomar muito cuidado para definir seu nível. Mesmo sendo mais fácil o gerenciamento quando se tem a segurança dos estoques e também mais fácil a defesa de críticas por superestocagem do que a de por falta de suprimentos, devemos ponderar e considerar algumas críticas como a de que os estoques são considerados, no contexto atual, desperdícios. Na
definição do nível de estoques podemos contar com
várias técnicas. Entre as técnicas mais usuais, citamos
a técnica da média de suavização exponencial,
que é uma simplificação da técnica de ponderação
exponencial e provavelmente, a mais útil para previsão em
curto prazo. Ela é simples e apenas necessita, nos seus cálculos,
os dados do período mais recente: a previsão
do período e a sua respectiva demanda real. |
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- O sistema just-in-time (JIT)
Enfatizamos anteriormente que manter estoque pode ser considerado um “desperdício” para muitas empresas. Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerado um desperdício. Portanto, salvo em raríssimas situações, manter estoques é um desperdício, pois custa dinheiro e ocupa espaço. A idéia se resume a: “Se não pode utilizar agora, não se deve produzir ou comprar” (Arnold, 1999). Atualmente, com o emprego de tecnologia de informação como o intercâmbio eletrônico de dados (EDI – Electronic Data Interchange) – que capacita as empresas a manter contato direto, a distância entre os seus computadores e os clientes – e tendo um relacionamento de parceria entre cliente e fornecedor, que tem como ponto forte a confiança mútua, é exeqüível a implantação do sistema just-in-time (JIT). Com o sistema just-in-time é possível manter um estoque mínimo e atender o cliente de maneira rápida e eficiente, com qualidade e acima de tudo, sem desperdícios. O just-in-time tem como principal objetivo minimizar a necessidade de estoques. Essa sistemática possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento da quantidade necessária de materiais e produtos, no momento exato, no local correto e utilizando o mínimo de recursos. Por fim, a aplicação adequada do sistema JIT normalmente leva a empresa a obter maiores lucros e melhor retorno sobre o capital investido, decorrente de redução de custos totais, redução de estoques e melhoria na qualidade, o que são objetivos de todos. |
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| 2
- A filosofia e o processo just–in–time
O JIT surgiu no Japão entre as décadas de 60 e 70 e seu desenvolvimento é creditado à Toyota Motor Company, que buscava um sistema de administração que pudesse coordenar a produção com a demanda específica de diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo de atraso. Com isso, os japoneses forçaram os administradores a examinar algumas das premissas básicas e a abordar a produção à luz de uma filosofia diferente e inovadora. O sistema JIT se expandiu muito: com o avanço da economia japonesa, a filosofia just-in-time passou a receber maior atenção dos estudiosos em sistema de produção e a filosofia foi universalizada e implantada com sucesso no mundo ocidental. Hoje, é mais que uma técnica ou um conjunto de técnicas, é uma filosofia gerencial que procura não apenas eliminar desperdícios (sejam estes na produção ou não), mas também utilizar a capacidade plena dos “colaboradores”, pois deles depende todo o sucesso do sistema. Aos colaboradores ou usuários do sistema JIT é delegada a autoridade para produzir itens de qualidade para atender, em tempo hábil, o próximo passo do processo produtivo. No JIT, a qualidade é fundamental e o colaborador tem a autoridade tanto para parar um processo produtivo (se identificar algo que não esteja dentro do previsto), quanto o dever de corrigir falhas no processo. |
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| O JIT é
uma filosofia voltada para a otimização da produção
na qual as entregas precisam acontecer para todos os processos de manufatura
e em todos os estágios, desde o recebimento de matéria-prima
até a entrega do produto acabado ao consumidor final. Para que isso
ocorra com eficácia, o sistema considera o fornecedor
um dos seus principais elementos. Onde se observa, que o relacionamento
com os fornecedores é drasticamente alterado com a filosofia JIT,
pois, aos fornecedores são solicitadas entregas muito mais frequentes
que em outro sistema tradicional, até mesmo várias vezes por
dia.
Mudanças nos procedimentos de entrega, como maior proximidade, são muitas vezes necessárias para que o fornecedor seja perfeitamente integrado ao sistema JIT. Outra diferenciação é a confiança, pois os fornecedores devem entregar itens de qualidade perfeita, já que no sistema JIT esses itens não sofrem inspeção, é o free pass. Realmente na filosofia just-in-time o fornecedor é visto como um parceiro, onde todos têm um único e importante objetivo: atender, ao menor custo possível, com qualidade e sem desperdícios, ao consumidor final da cadeia logística. A abaixo apresenta vários elementos integrantes num sistema JIT de produção, inclusive, a técnica Kanban. |
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São elementos de um sistema just-in-time:
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| 3
- Objetivos Do JIT
Em geral, os grandes objetivos almejados com o emprego do JIT são: O aumento da competitividade: aumentar a habilidade da empresa para competir com os concorrentes faz parte da filosofia JIT, uma vez que o processo ajuda a melhorar o nível de serviço e a reduzir os custos. Com o JIT é possível oferecer aos clientes a variedade de produtos que desejam, rapidamente e em pequenas quantidades, sem que para isso tenham que pagar mais. Uma empresa que satisfaz plenamente seus clientes é capaz não só se manter competitiva no mercado, como também, de conseguir maior lucratividade. O aumento da produtividade: a eficiência da empresa também é obtida por meio do aumento da produtividade e diminuição dos custos, geradas pelo JIT. Quanto mais rápido a empresa produz e entrega seus produtos aos clientes, mais rápido ela vê o retorno do seu investimento. A redução de desperdícios: com o JIT é possível reduzir ou até eliminar os desperdícios de tempo, esforços e materiais. Qualquer atividade que não agregue valor ao produto é considerada desperdício, no sistema JIT. Uma empresa que resolve implantar o JIT, normalmente descobre o quanto à capacidade de produção estava escondida pelo desperdício. A diminuição de custos: em princípio, o aumento da produtividade e a redução de desperdícios geram diminuição de custos. A satisfação das necessidades dos clientes: satisfazer às necessidades dos clientes significa entender e responder aos anseios dos clientes, fornecendo produtos de qualidade no momento exato em que for solicitado. |
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| 4
- Características principais Do JUST - IN – TIME
Algumas técnicas caracterizam o JIT: Programação puxada – é assim chamada porque quem está necessitando vai “puxando” o sistema, ou seja, coloca-se na operação-cliente a responsabilidade de solicitar a entrega de materiais, em vez de a operação-fornecedora ter que enviar tais materiais. As entregas são feitas contra solicitação, conforme mostra a figura abaixo. O processo é realizado em direção para trás e puxado pelo cliente e não realizado em direção para frente e empurrado para o estoque.
Controle Kanban – consiste de objetos de controle com cartões os quais governam a movimentação de materiais entre estágios, operacionalizando o sistema de planejamento e controle puxado. Trata-se de cartão utilizado por um estágio-cliente para avisar seu estágio-fornecedor que mais material deve ser enviado. Programação nivelada – o fluxo de produtos da produção é suavizado por meio da redução do período em que uma determinada sequência de produção é repetida. Modelos mesclados – mesclam a seqüência de produção, o tempo e o intervalo de tempo entre a produção de cada unidade do mesmo produto, garantindo um fluxo suave do mix de produtos necessários. Sincronização – onde ocorre o ajuste da saída de cada estágio do processo de produção para garantir as mesmas características de fluxo para cada um dos produtos, à medida que eles avançam através de cada estágio. |
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| 5
- Principais vantagens do JUST - IN – TIME
As principais vantagens do sistema de administração da produção JIT que ajudam a empresa a se tornar competitiva são:
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| 6
- As doze regras para a implantação do JUST - IN – TIME
Segundo
Arnold (1999), para conseguir a implantação da técnica
do JIT com sucesso em uma empresa, é importante respeitar algumas
regras básicas que favorecem ao ambiente JIT:
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| Existem alguns
fatores que facilitam o cumprimento dessas regras, a saber:
• Simplificação e otimização: é necessário repensar todo o processo da produção e tornar o arranjo físico da empresa flexível; • Formação dos recursos humanos: é um fator normalmente esquecido, mas de suma importância. A idéia é ensinar a nova filosofia e motivar todos os envolvidos a trabalhar em parceria, como reais colaboradores; • Colaboração dos fornecedores: só com a colaboração dos fornecedores é que se consegue uma passagem eficaz para o JIT. A relação com os fornecedores deve ser de parceria, mútua confiança e respeito; • Colaboração dos clientes: é necessário que a outra ponta do ciclo também colabore com a empresa que trabalha sob o regime JIT. A empresa pode, por exemplo, pedir que seu cliente planeje um programa de entregas. |
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| Resumo
Embora haja quem diga que o sucesso do sistema de administração JIT esteja baseado nas características culturais do povo japonês, mais e mais gerentes e estudiosos estão convencidos de que esta filosofia é composta de práticas gerenciais que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. O JIT é uma filosofia gerencial, que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo no momento certo. Não antes, para que não se transforme em estoque, e não depois, para que seus clientes não tenham que esperar. Os componentes são produzidos em tempo (just-in-time) de atenderem às necessidades de produção, ao contrário da abordagem tradicional de só produzir nos casos (just-in-case) em que sejam necessárias. O JIT leva a estoques bem menores, custos mais baixos e com melhor qualidade do que os sistemas tradicionais. Com o sistema just-in-time é possível manter um estoque mínimo e atender o cliente de maneira rápida e eficiente, com qualidade e acima de tudo, sem desperdícios, no momento exato, no local correto e utilizando o mínimo de recursos. Podemos citar os seguintes objetivos do JIT:
Como principais vantagens advindas da implementação do sistema JIT, temos: A velocidade; a flexibilidade; a qualidade; os custos. De modo geral, o sistema JIT pode funcionar em qualquer ambiente de produção, seja qual for o ramo de atividade; desde que algumas das doze regras para a implantação de sistema sejam cumpridas. Contudo, constata-se que ele pode funcionar igualmente bem em empresas cuja atividade não envolva produção, pois apresenta uma filosofia que normalmente conduz o negócio da maneira correta. |
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