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| 1 - A importância do plano de negócios Nos últimos anos, o termo plano de negócios tem aparecido nos mais variados contextos e de modo irreversível. A compreensão
sobre o que é um plano de negócios, seus objetivos, estrutura
e aplicações e como ele deve ser elaborado, tornou-se
necessidade para todo empreendedor e para todo o profissional que deseje
ser bem-sucedido no contexto empresarial.
O processo de globalização alterou profundamente os cenários competitivos, em todos os setores econômicos e em todos os mercados. Esse processo traz, em seu bojo, inovações tecnológicas profundas em áreas como transportes, novos materiais, telecomunicações e, notadamente, informação. Tais inovações, por sua vez, afetam a velocidade e a quantidade das transações econômicas, além de possibilitar, em muitos casos, mecanismos que auxiliam a superação de barreiras geográficas.
Constantemente, os meios de comunicação anunciam estarmos no mercado global, que oferece inúmeras possibilidades de negócios. Uma pequena empresa, por exemplo, que talvez só tenha conseguido oferecer seus produtos ou serviços no bairro em que está localizada, pode, com o auxílio da Internet, tornar-se competidora internacional, acessar informações antes restritas e estabelecer estratégias alternativas de marketing, com eficácia e a custos baixos. Ao mesmo tempo, esse mesmo mercado “hiperdimensionado”, potencializa as ameaças habitualmente existentes e gera possibilidade de muitas outras. |
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A
livraria da esquina, por exemplo, freada pelo potencial dos competidores
durante dez anos, pode enfrentá-los tendo em conta os que atuam
na mesma área geográfica, com determinada capacidade de
distribuição, acesso a número limitado de fornecedores
e com pouco poder de barganha.
Como vemos, o mercado convida à ousadia, mas requer muita cautela. Ser ousado ou cauteloso, no mundo dos negócios, não é questão de personalidade do empreendedor ou de intuição, como pode parecer. O comportamento, na verdade, exige planejamento, capacidade de gestão, análise estratégica, fontes de financiamento. Todos esses elementos integram um plano de negócios. Ou seja, tanto as exigências do mercado global como fatos comuns no mundo dos negócios podem ser previstos, evitados ou enfrentados a partir de um plano de negócios. |
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No
Brasil, convivemos, ainda, com um processo de difusão e consolidação
da chamada cultura empreendedora. Desde o início dos anos 90, uma
série de fatores colaborou para que isso ocorresse.
E, por fim, o surgimento de uma série
de organizações de apoio à atividade empreendedora,
como o Sebrae,
o programa Softex,
voltado para o apoio às empresas de software em sua capacitação
para a exportação, o Instituto
Endeavor, o movimento de incubadoras de empresas, liderado pela
Anprotec
e uma série de políticas públicas de apoio à
atividade empreendedora capitaneadas pela Finep,
CNPq e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), em iniciativas reunidas em programas como o Brasil Empreendedor.
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Não há como acessar linha de financiamento ou atrair investidores, novos sócios e mesmo clientes e fornecedores, sem perspectiva clara do negócio que está sendo proposto. E essa é tarefa para o plano de negócios.
Portanto, mercado global, de um lado, e difusão e consolidação da cultura empreendedora, do outro, são razões fundamentais para a importância atribuída hoje a bom plano de negócios. |
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- Definição de plano de negócios
Plano de negócios, segundo Pereira (1995), “é um documento escrito que tem o objetivo de estruturar as principais idéias e opções que o empreendedor deverá avaliar, para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada”.
Inicialmente, vemos que o plano de negócios é documento escrito. Ou seja, ele requer que as idéias sejam transpostas para o papel, que sejam formalizadas. O exercício, por si só, obriga uma análise mais cuidadosa das idéias, identificando aquelas que, efetivamente, são boas oportunidades de negócio e as que não passam de boas idéias. Quantos de nós já ouvimos amigos e até empreendedores experientes defenderem entusiasticamente “brilhante idéia” para novo negócio que se transformou em fracasso empresarial? |
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Muitos empreendedores resistem à elaboração de plano com base porque:
Pois bem, escrever ajuda a sistematizar o pensamento e permite que se ensaie uma série de alternativas. Testar alternativas no papel, antes de iniciar as atividades, economiza muitos recursos e muita “dor de cabeça”. Estudos feitos, no Brasil e nos Estados Unidos, mostram que a principal causa de falências em novos negócios se encontra em problemas gerenciais, que poderiam ter sido previstos e solucionados com planejamento adequado.
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Mesmo
que a idéia de novo negócio enfrente e vença os testes
iniciais de sistematização e tome a forma de boa oportunidade
de negócio, há várias opções para que
sua implementação seja conduzida. Alternativas devem ser analisadas,
em etapa pré-operacional, quanto a:
Repetimos que as melhores fontes de recursos precisam ser analisadas em fase pré-operacional. Em outras palavras, os recursos para novo negócio são preciosos e os custos resultantes de decisões equivocadas, que possam exigir novos investimentos - os chamados sunk costs - são, na maioria das vezes, ruinosos. Deve ressaltar-se a avaliação de viabilidade do empreendimento proposto. Isto é, o plano de negócios apresenta as informações necessárias para que todo interessado no novo empreendimento seja protagonista, empreendedor, futuro fornecedor, cliente, investidor ou colaborador. Permite que o observador conheça a potencialidade do negócio e tome decisões em bases mais sólidas. Em outras palavras, o plano de negócio oferece uma série de informações como:
Reúne, portanto, todos os elementos do processo empreendedor, desde a identificação de uma oportunidade até a sua implementação. |
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- Aplicações do plano de negócios
Uma das grandes confusões em torno dos planos de negócios se dá porque muitos administradores e empreendedores compreendem o plano de negócios como instrumental, ou ferramenta destinada apenas a empresas nascentes. Este enfoque é comum; porém, é baseado em visão muito restrita das aplicações potenciais de um plano de negócios. Como vimos em sua definição, o plano de negócios engloba todas as etapas do processo empreendedor, ou seja, é fundamental em qualquer atividade relacionada ao empreendedorismo.
O plano de negócios por sua vez, não se manifesta apenas quando se lida com start-up. O processo empreendedor envolve, também, o chamado intra-empreendedorismo. Isto é, a aplicação das técnicas de empreendedorismo em uma empresa já existente, buscando a melhoria contínua ou a inovação, identificando novos produtos ou serviços, no mesmo ramo ou em outros, que possam assegurar fontes de vantagem competitiva para a empresa.
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| O
plano de negócios, instrumento aplicado no empreendedorismo ou no
intra-empreendedorismo, é usado em: a) documentos de planejamento; b) documentos que definem a organização; c) mecanismos de direção e controle; d) instrumentos para a captação de recursos de terceiros. Vejamos cada
uma dessas aplicações em maiores detalhes. O planejamento de uma organização é elaborado em três níveis: estratégico, tático e operacional.
Além dessa caracterização, o planejamento também é definido em função do horizonte de tempo previsto em suas decisões. Fala-se, normalmente, em planejamento de longo prazo e de curto prazo. Um plano de negócios completo reúne a previsão de questões estratégicas, táticas e operacionais. Além disso, apresenta elementos que permitem visualizar as perspectivas de longo prazo do negócio, sem deixar de mencionar indicações de curto prazo. Para novas empresas é necessário que o plano de negócios seja o mais completo possível. É necessário que haja previsão abrangente e confiável sobre todas as questões que envolvem o novo negócio. Em empresas estabelecidas, no entanto, o plano de negócios pode ser aplicado com objetivos específicos e, nesses casos, não requer a presença de todos os níveis de planejamento. Por exemplo, para o desenvolvimento de determinado produto ou serviço, já identificado no planejamento estratégico da organização, o plano de negócios irá se deter em questões táticas e operacionais. As empresas existentes possuem ainda a vantagem de contar com dados concretos muito mais do que as novas empresas, que se baseiam em várias projeções. Além disso, contam ainda com a experiência acumulada de erros e acertos, o que, em muitos casos, torna os planos mais realistas. |
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Por conseguinte o plano de negócios encontra, na sua elaboração, momento privilegiado para definir a organização, no caso de novas empresas, ou redefini-la, no caso de empresas já estabelecidas.
O plano de negócios, entretanto, além de ser ferramenta de planejamento e organização, contém elementos necessários para a gestão da empresa, tais como direção e controle.
O plano contém todos os aspectos necessários
à implementação de novo negócio, seja para
nova empresa ou novo negócio de empresa já estabelecida. |
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| Mais
do que isso, o plano pode se tornar parâmetro de comparação
entre o desempenho previsto quando de sua elaboração e o desempenho
efetivo da empresa. Isso, por si só, fornece uma série de
esclarecimentos que podem ser utilizadas pelo gestor para corrigir os rumos,
imediatamente após a constatação de desvio.
A parte financeira do plano, por exemplo, transforma-se no orçamento do negócio recente e, assim, em parâmetro claro para o empreendedor.
Um plano de negócios reúne, na parte financeira, todas as informações que dizem respeito aos investimentos, prazo e taxa de retorno, momento em que a empresa terá fluxo de caixa positivo e tudo o que o investidor e o financiador precisam saber. Isso, no entanto, leva muitos empreendedores a construírem planos de negócios irrealistas, recheados de dados otimistas e, em muitos casos, irreais. O plano de negócios deve seguir linguagem absolutamente
profissional e, nessa aplicação específica, deve
ter muita objetividade e realismo. |
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Resumo A
importância do plano de negócio - A capacidade de
elaborar e analisar planos de negócios está diretamente
relacionada com as possibilidades de sucesso no meio empresarial, seja
como empreendedor, seja como profissional especializado. Definição de Plano de Negócio
- O plano de negócio é um documento redigido pelo empreendedor,
onde consta claramente a oportunidade de negócio e as alternativas
para sua viabilização. Aplicações do Plano de Negócio
- O plano de negócio, porém, não é utilizado
apenas como uma ferramenta para empresas nascentes. |
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- Componentes do plano de negócio
O plano de negócio deve apresentar estrutura lógica
e coerente, que permita a compreensão clara de três pontos:
a necessidade do mercado que o negócio espera atender; como realizar
os ajustes e transações e tornar viável a proposta. No entanto, o plano de negócio possui várias aplicações. De acordo com o interesse do empreendedor e as necessidades do empreendimento, poderá vir a ser analisado por diferentes pessoas, com distintas especializações e interesses. Sendo assim, embora o tema seja estrutura do plano de
negócio, não convém adotar a idéia de um único
formato, estático, que reúna todos os componentes necessários
para o planejamento de qualquer atividade empresarial. |
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A estrutura do plano deve ser adaptada a cada tipo de negócio. Evidentemente, o plano de negócio elaborado por grande empresa não terá requisitos diferentes do organizado por uma pequena. Mas, ao mesmo tempo, o plano para negócio do setor de serviços exigirá considerações diferentes, de um destinado a setor manufatureiro ou para empreendimento agrícola.
Mesmo tendo em conta essas ponderações, a elaboração do plano é estrutura genérica, composta pelos seguintes detalhes:
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Capa - A capa do plano de negócio não é mera formalidade. Muitos autores comentam a necessidade de atenção à sua confecção. Entre outros aspectos, pelo tipo de papel e o modo de encadernação, a capa é a primeira apresentação do plano. Assim, deve possuir atributos de discrição, beleza e capacidade de informar. A capa deve ser rica em informações e atender aos seguintes detalhes (Dornelas, 2001):
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| A
capa oferece ao leitor idéia da localização da empresa
(em muitos casos item decisivo para sua viabilidade), de sua organização,
de sua preocupação com a identidade visual adequada e, fundamentalmente,
um primeiro contato com as pessoas que estão à frente de negócio.
A necessidade de informar o nome do elaborador do plano não é meramente formal. Se os empreendedores à frente do negócio não são experientes, será bem-vinda a informação de que um consultor experiente conduziu a feitura do trabalho. Isso pode conferir maior confiabilidade ao plano e garantir-lhe o interesse. O número de cópias é outro item que pode, à primeira vista, parecer detalhe insignificante; mas para analista de planos de negócios pode trazer muita informação. O plano enviado para qualquer tipo de instituição e que tenha número de cópias elevado, indica empreendedores não muito certos dos objetivos e das necessidades. Evidentemente, não há regra absoluta para definir o número máximo, variando conforme o mercado. Entretanto, como indicação, é bom que o plano não seja enviado a mais de dez instituições ao mesmo tempo. |
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Sumário
- O sumário não foge ao padrão de qualquer documento
ou trabalho científico. Na verdade, qualquer editor de texto possui
recursos para elaborá-lo automaticamente e isso é fundamental.
A qualidade do sumário reside na adequada definição
das seções que o plano apresenta. Convém lembrar
que a estrutura geral pode ser adaptada para um negócio específico,
atendendo às suas necessidades.
Muitos
analistas de planos de negócio são altamente especializados
em determinados aspectos do plano. Dentro de uma instituição,
por exemplo, podem existir pessoas mais preocupadas com a análise
financeira, outras com o marketing, outras mais com o perfil dos empreendedores
e assim por diante. Logo, o sumário bem construído é
ferramenta muito útil para a economia do tempo dos analistas e
pode contribuir na manutenção do seu interesse pelo plano,
além de demonstrar a capacidade de ordenação das
idéias por parte do empreendedor. Isso pode sempre impressionar. |
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| O
Sumário executivo é a primeira seção
do plano e, muitas vezes, a mais importante, porque tem a função
de apresentar ao leitor os pontos fundamentais do trabalho. É, portanto, uma apresentação de tudo o que será visto em detalhes na seqüência do plano. Assim, tal seção deve ser capaz de motivar o leitor a seguir em busca dos detalhes do que foi comentado.
Após esse início, o sumário executivo
deve seguir a estrutura do plano, reservando um parágrafo para
cada seção. Destacar os principais marcos do plano na descrição
da empresa, na análise de mercado e de estratégia, nos planos
de marketing e financeiro (Siegel et al., 1996). Este último pode
ser ilustrado por pequenos quadros demonstrando os principais indicadores. |
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| A
linguagem do sumário deve combinar profissionalismo e entusiasmo
com oportunidade. Não pode ser uma ode ao negócio em questão,
nem deve prometer resultados que o plano, em seu contexto, não sustente.
Ao contrário, deve ater-se aos fatos demonstrados. Entretanto, cabe-lhe
enfatizar as características da oportunidade, mostrando-lhe o potencial
e despertando interesse para o analista seguir na leitura.
Essa questão é muito importante: muitos
analistas já relataram que o sumário executivo é
ponto de definição sobre ir em frente ou descartar de pronto
o plano de negócio em consideração. O sumário não deve ultrapassar duas páginas
a fim de poupar revisões na sua redação. É
forma de garantir que ele seja o espelho mais fiel possível do
plano e desperte o interesse dos analistas aos quais será submetido. |
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- Descrição da empresa
A descrição da empresa é a primeira seção do plano propriamente dito, pois o sumário executivo estabelece a visão geral. Aqui o empreendedor deve deixar claro todos os aspectos que justificam a necessidade do negócio, como ele será organizado, estabelecido e desenvolvido.
Na descrição da oportunidade identificada,
convém demonstrar os itens que conduziram à seleção,
como:
O assunto comporta, também, a descrição dos produtos e serviços que serão oferecidos e como eles serão elaborados. É fundamental que sejam expostos aspectos da organização como:
É
muito importante o detalhamento das características da equipe gerencial,
sua experiência no ramo do negócio ou na condução
de outras empresas. Para empresas novas, formadas para explorar a oportunidade
de negócio descrita, isso é particularmente sensível.
Como não há histórico da empresa a ser apresentado,
cresce a importância do detalhamento das aptidões da equipe
gerencial e da clareza na política de recursos humanos da organização.
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Análise de mercado – Enquanto descrição da empresa objetiva demonstrar que o empreendedor tem domínio sobre a organização do negócio, a análise de mercado procura deixar claro o conhecimento do ramo de negócio proposto, dos clientes e dos concorrentes.
Mostra,
ainda, como o mercado está segmentado, qual a taxa de crescimento,
a participação que os concorrentes possuem no mercado, o
que a empresa possui ou pretende atingir, como se comporta o consumidor,
qual o volume de vendas, se esse volume é regular ou se há
determinadas épocas do ano em que ele se acentua (sazonalidade). |
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Análise estratégica - Uma vez identificadas as principais características da empresa, seus pontos fortes e fracos - e feita a análise do ambiente competitivo em que ela está ou será inserida - existem condições para definir como a organização irá posicionar-se no mercado.
Assim, nesse tipo de análise examinam-se as oportunidades e ameaças existentes, bem como os objetivos e metas da empresa. A estratégia definida será a base para a ação da empresa nos próximos anos e, portanto, um guia para as demais seções do plano de negócios. |
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| Plano
de marketing – A área do plano destinada ao marketing
demonstra como a empresa poderá acessar os clientes identificados,
atendê-los e, gradativamente, aumentar sua participação
no mercado.
Para tanto, devem ser abordados os itens que integram o chamado “mix” ou “composto de marketing”, quais sejam: produto ou serviço, canais de distribuição, preço e estratégia de vendas, formas de promoção e comunicação.
O plano de marketing indica como
será feito uso das ferramentas de marketing para alcançar
as definições estratégicas. Tal coerência,
por sinal, é um dos itens observados pelos analistas. |
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Plano financeiro - A parte financeira do plano de negócio é, muitas vezes, a seção que mais atrai o interesse dos analistas; especialmente quando são membros de bancos de desenvolvimento ou potenciais investidores. A área de finanças deve ser, ainda, guia das ações da empresa quando o negócio já estiver em operação, uma vez que fornece parâmetros para avaliar se os resultados obtidos estão de acordo com os esperados.
A
relevância deste setor tem levado autores e analistas a acreditarem
que o plano de negócio como um todo depende apenas das finanças.
Entretanto, um bom plano financeiro deve ser conseqüência lógica
das demais parcelas. Isto é, as necessidades de investimento, os
prazos de retorno, a taxa de retorno e tudo o mais devem ser o espelho
do que delineiam as outras seções e que, agora, deve estar
sistematizado e quantificado para comprovar sua viabilidade. Anexos
- Os anexos não possuem composição obrigatória.
Recomenda-se, no entanto, que os integrem, ao menos, os currículos
dos membros da equipe gerencial. Além disso, devem ser juntados
documentos que ilustrem algum ponto marcante do plano, mas que sobrecarregariam
a leitura se fossem inseridos na seção correspondente. Considerem-se
em tal situação o desenho do protótipo de um produto,
a planta das instalações da empresa, o comprovante do registro
de marca ou patente e outros que podem ser relevantes de acordo com o
ramo em análise. |
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- Tamanho e estilo do plano de negócio
O plano de negócio pode experimentar variações
na estrutura, de acordo com o ramo de negócio e também em
função da finalidade. Tamanho -É preciso estar atento
ao universo a que se destina o plano, que pode orientar-se para o público
interno, um parceiro, análise de um banco ou de um investidor potencial.
Também pode voltar-se para uma incubadora de empresas ou um projeto
governamental. Em cada uma das situações, determinados pontos
serão priorizados pelos analistas. Plano
de negócio completo |
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| Estilo
- A linguagem do plano de negócios pode ser considerada invariável.
Em todos os tipos de planos e independentemente do público-alvo considerado,
o texto deve ter escrita clara, objetiva, absolutamente profissional e atenta
aos fatos expostos e analisados.
Um plano de negócios excessivamente otimista pode levar seus leitores a não acreditarem na seriedade do empreendedor, desconfiando de seu conhecimento das agruras que um mercado competitivo pode oferecer. Por outro lado, o plano pessimista pode deixar dúvidas quanto à oportunidade identificada e se ela foi adequadamente avaliada pelo empreendedor. Assim, o equilíbrio é o melhor caminho na
redação do plano. Além do equilíbrio, a seqüência
lógica de sua estrutura e a coerência interna entre as seções
constituem ingredientes de um bom plano de negócios. |
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Resumo Os itens componentes do plano de negócio - Para que atinja seus objetivos, o plano de negócio deve ter uma estrutura lógica e coerente, permitindo, a quem o estiver analisando, uma compreensão objetiva da viabilidade da proposta.Embora essa estrutura possa variar de negócio para negócio, de acordo com suas especificidades, em geral o plano apresenta os seguintes itens:
Variações
e estilo do plano de negócio - Além da variação
na sua estrutura, decorrente da própria heterogeneidade dos negócios,
o plano precisa estar direcionado adequadamente para o público-alvo.
Um plano de negócio utilizado para comunicar uma estratégia
ao público interno da organização, certamente ressaltará
aspectos diferentes de um outro voltado para a captação
de investidores. Outra distinção importante é quanto
ao tamanho do plano. Embora não haja um padrão pré-definido,
os planos de negócio podem ser classificados em três modalidades:
completo (de 15 a 40 páginas), resumido (de 10 a 15 páginas)
e operacional. |
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| 1 - Em busca de oportunidades de negócios
A importância da tarefa pode ser observada em três níveis:
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| A empresa voltada para gestão empreendedora estimula as ações de intraempreendedorismo. O empreendedor que deseja formar empresa nova ou explorar um novo ramo de negócios, deve tratar a busca de oportunidades como uma de suas tarefas centrais. Em outras palavras, é necessário estar voltado para o ambiente externo à organização, atento a todos os movimentos do mercado e, ao mesmo tempo, a todas as possibilidades de melhoria e solução de problemas das organizações. Buscar oportunidades de negócio é, portanto, trabalho a ser profissionalmente conduzido. Obviamente, como em tudo no mundo dos negócios, há espaço para a intuição e a criatividade do empreendedor. Mas é necessário adotarem-se procedimentos sistemáticos que minimizem as possibilidades de plano equivocado ou, em última instância, de negócio inviável. |
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| O que é oportunidade de negócio? - Na economia globalizada existe um mercado hiperdimensionado que oferece inúmeras oportunidades mas também muitas ameaças. Nesse contexto, entender as oportunidades é absolutamente essencial para que a busca não tenha o desfecho desagradável. A primeira questão é calcular a diferença entre oportunidades e idéias de negócios.
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| A distinção entre idéia e oportunidade é análoga à diferença entre invenção e inovação. Muitos
inventores produzem máquinas fantásticas, equipamentos
de uso diferenciado e acabam se queixando da pouca importância
a eles atribuída pelas empresas. No entanto, quando a invenção
atende a uma necessidade de mercado - seja por oferecer produto ou serviço
absolutamente novo, ou solucionar transtorno em um produto ou serviço
já existente - ela rapidamente é absorvida em algum processo
produtivo e se torna uma inovação.
A idéia adquire o status de oportunidade de negócio quando responde a três questões que fundamentam o reconhecimento social de sua importância:
Ao responder
as questões indicadas uma idéia estará demonstrando
sua natureza inovadora, sua capacidade de gerar algo diferente para
atender a necessidade de mercado. Com isso, oferece mais valor para
o consumidor e, conseqüentemente, para o empreendimento. |
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| 2 - Oportunidade e organização • Oportunidade - Diferenciar a oportunidade de negócio da idéia simples, que, mesmo sendo boa, dificilmente contribuirá para a concepção de um negócio viável, é apenas o passo inicial no processo de identificação de oportunidades. É o pressuposto de todo um procedimento. Outros dois elementos precisam ser considerados - a organização e o direcionamento estratégico - requisitos do processo de identificação de oportunidades. • Organização - A oportunidade de negócios resulta da identificação de uma necessidade a ser suprida e da definição dos meios para tal. Enxergar essa necessidade, entretanto, não é fácil, pois exige organização. As necessidades podem estar:
Tomam-se por exemplo, possibilidades advindas da tecnologia da informação. Estariam supridas todas as necessidades? É claro que não. Em todos os ramos de negócios, como da tecnologia da informação, estabelecer bons filtros nas muitas ideais e identificar as oportunidades requer experiência, capacidade de sistematização, conhecimento do mercado, intuição, capacitação técnica; enfim, um conjunto de habilidades que, reunidas, permitem distingui-las. |
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| Essas habilidades dificilmente são encontradas em um único indivíduo, ou empreendedor. Assim, o primeiro requisito para que o processo de identificação de oportunidades tenha êxito é a formação de uma equipe.
No caso de uma empresa, implica a formação de equipes multifuncionais, que reúnam profissionais de várias áreas para examinar, em conjunto, as inúmeras implicações de determinada idéia. O empreendedor individual deve buscar apoio em colegas, amigos, outros empreendedores interessados em auxiliá-lo. A organização
do processo de identificação de oportunidades requer,
ainda, o registro dos aspectos mais importantes levantados, a definição
de prazos para o trabalho e a escolha de local próprio para os
encontros da equipe. Essa etapa de organização impõe
o rompimento da grande dificuldade de empreendedores que não
conseguiram fazer evoluir seus negócios: a discussão de
suas idéias. Direcionamento estratégico - Mesmo adequadamente organizada, a busca de oportunidades convida à dispersão, muitas as necessidades passíveis de identificação e muitas as formas de supri-las. Assim, a busca precisa estar balizada por determinadas definições que estabelecem o seu foco. Segundo Passarella (1995), referidas definições devem atender a três quesitos: objetivos, competências e recursos do empreendedor. |
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| 3 - O empreendedor Objetivos - O empreendedor deve definir, com clareza, os objetivos e as motivações pessoais para o negócio, estabelecendo se a prioridade é:
Definir claramente os objetivos do novo empreendimento é absolutamente necessário. Discuti-los em relação aos objetivos da empresa, como um todo, pode elucidar as decisões a serem tomadas e evitar investimento que conduza a empresa a conflito de objetivos. Competências
- Elemento fundamental para identificar oportunidade de negócios
é o autoconhecimento do empreendedor. Os itens
para essa avaliação podem variar substancialmente:
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| Há questões que se mostram especialmente relevantes. Entre elas, destacam-se:
Recursos e capacidades - É fundamental que haja compatibilização entre os requisitos para a exploração de determinada oportunidade e os recursos e capacidades do empreendedor. Assim, uma oportunidade para a qual recursos e capacidades estão aquém do necessário deixa de ser oportunidade e deve ser remetida ao universo das “boas idéias”. Oportunidades em mercados de alta tecnologia, por exemplo, costumam oferecer retornos generosos e muito rápidos. Entretanto, são impeditivas para empreendedores que não dominam a tecnologia ou tenham poucos recursos para investir em equipamentos caros e complexos.
Portanto, questões como recursos financeiros disponíveis, tanto para investimentos como para o dia-a-dia da empresa (capital de giro), acesso à mão-de-obra especializada, instalações físicas compatíveis e capacitação gerencial são, em termos gerais, as avaliações mais importantes a serem feitas nesse item. A
busca de oportunidades requer direcionamento estratégico definido
pela análise dos objetivos, competências e recursos do empreendedor.
Tais elementos, juntamente com a organização, são
requisitos necessários para que a atividade de busca de oportunidades
possa ter sucesso. |
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| 4 - Fontes de oportunidades Desde que
organizada, a atividade de busca de oportunidades é exercício
em direção às fontes das oportunidades. Para o
empreendedor individual, as oportunidades encontram-se no ambiente dos
negócios; resultam de demandas existentes ou que surgirão,
por parte dos consumidores, em função de novas tendências.
Logo, as oportunidades podem estar presentes em várias situações; mesmo uma idéia inicialmente frágil pode, em determinados contextos, configurar oportunidade. De maneira geral, as oportunidades podem ser encontradas em três fontes: As
fontes de oportunidades de negócio são muito amplas. O êxito
na identificação, entretanto, depende do empreendedor que
reúna os requisitos de organização e direcionamento
estratégico. Somente assim ele poderá identificar nicho
de oportunidades adequadas aos seus objetivos, competências e recursos
e, selecionar o que poderá ser a base do novo negócio. |
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Resumo Em
busca de oportunidades de negócios - A busca de oportunidades
constitui uma atividade que está no cerne do processo empreendedor.
Mesmo tendo espaço para a criatividade e a intuição, esta atividade deve ser estruturada como um processo sistemático. O
que é uma oportunidade de negócio - Uma oportunidade
de negócio é uma possibilidade concreta de um novo empreendimento,
uma concepção objetiva sobre as necessidades de mercado
que este negócio irá atender e quais os procedimentos necessários
para tanto.
Requisitos para identificar oportunidades - A atividade de busca de oportunidades, para adquirir o caráter sistemático, precisa atender a dois requisitos básicos:
Fontes de Oportunidades - Para identificar oportunidades é necessário identificar as principais fontes dessas oportunidades. Podemos afirmar que as oportunidades estão relacionadas, em geral, com:
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| 1 - Oportunidades vs armadilhas Uma vez que o empreendedor tenha identificado oportunidades é necessário que ele defina o que, efetivamente, o novo empreendimento pretende oferecer. Da consistência da definição dependerá a qualidade do plano de negócio e, portanto, as chances de sucesso do empreendimento em si. Muitos
autores sistematizaram os principais equívocos nos quais empreendedores
incorrem, na tentativa de implementar suas idéias.
Tais equívocos são classificados como “armadilhas” da atividade de busca de oportunidades, às quais o empreendedor está sujeito e que precisam ser evitadas antes da definição do negócio. Convém destacar os seguintes pontos:
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| Idéia única ou no momento errado - Muitos empreendedores se apegam a determinada idéia e não aceitam crítica nem sugestão lógica para averiguar-lhe a exeqüibilidade. Na verdade, procuram esconder a idéia como um grande “segredo de negócio”. Os riscos, no caso, são muito altos. Um bom processo de seleção de oportunidades deve partir de várias idéias, mesmo que sejam variações sobre a forma de atendimento, a tecnologia a ser aplicada sobre formas de suprir uma necessidade. Quando isso não ocorre, a idéia única percorre um dos seguintes caminhos:
Idéia certa no momento errado - Outra situação muito comum aos empreendedores é a identificação de uma solução para determinado problema em momento errado. Muitas vezes, a armadilha é conseqüência de alimentar idéia única por longo tempo, sem discuti-la com ninguém, sem testar-lhe a coerência e a aplicabilidade. Exemplo
muito comum é o de inventores que apresentam soluções
ótimas para a melhoria de máquinas de escrever, quando
elas estão obsoletas em função dos computadores,
ou melhorias em softwares que utilizam antigos sistemas operacionais
sem interface gráfica, ou ainda melhorias nos sistemas mecânicos
de injeção de combustível em automóveis
fabricados, atualmente, com injeção eletrônica de
combustível. |
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| Modismo - Se o tempo decorrido entre a idéia e sua execução é determinante para que ela, de fato, se consolide como oportunidade, a rapidez na execução pode, muitas vezes, ser fatal para o empreendimento. Embarcar em modismos pode trazer retornos rápidos para os primeiros que se aventuram, mas não proporciona durabilidade ao negócio.
Baseados na taxa de câmbio favorável às importações, esses estabelecimentos basearam a rentabilidade apenas no aludido fator e, quando ele deixou de existir, com a desvalorização cambial ocorrida no início de 1999, sua única vantagem competitiva se esvaiu e a maioria deles desapareceu.
Há
alguns anos, determinada fábrica de refrigerante promoveu a distribuição
de io-iôs, brinquedos infantis que estavam esquecidos. |
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| Contradição com os objetivos ou competências do empreendedor - Em muitos casos, a armadilha é ainda mais sutil, podendo mesmo levar algum tempo para mostrar prejuízos. Trata-se da opção do empreendedor que direciona seus esforços para oportunidades que se apresentam altamente atrativas, mas que contrariam os objetivos ou as competências do empreendedor. Em muitos casos, o empreendedor busca o novo negócio como alternativa para por em prática sua criatividade e exercer autonomia, muitas vezes tolhida em emprego tradicional. Opta, entretanto, por empreendimento em forma de franquia, isto é, explora as potencialidades de determinado negócio, sua marca e sua tecnologia, em troca do pagamento de uma taxa contratual. Ocorre que nessa modalidade de negócio, a influência da empresa franqueadora, que cede a marca, minimiza a possibilidade de atuação do empreendedor, uma vez que sua ação visa garantir padronização entre seus franqueados e não a criatividade. Do mesmo modo, um empreendimento pode requerer muitos recursos de terceiros. Os fornecedores de recursos, em muitos casos, exigem a contrapartida de influenciar nas decisões administrativas do financiado, o que reduz em muito a autonomia do empreendedor. Nos dois exemplos, embora os negócios possam ter sido definidos em cima de oportunidades plenamente viáveis, o processo de seleção da oportunidade contrariou os objetivos do empreendedor. Tanto modelo de negócio quanto carência de recursos. Indubitavelmente, a contradição impedirá a realização profissional do empreendedor e comprometerá a sustentabilidade do negócio. Antes da definição do negócio, portanto, é necessário que haja avaliação criteriosa das oportunidades identificadas para que o empreendimento não se torne desagradável surpresa. |
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| 2 - Avaliando e selecionando oportunidades Após diferenciar idéias de oportunidades e de evitar as “armadilhas”, o empreendedor se depara com algumas oportunidades de negócio atraentes.
Assim, antes de elaborar o plano de negócio propriamente dito, é preciso estabelecer critérios que permitam definir, dentre as alternativas de oportunidades identificadas, aquela que deve receber dedicação e esforços. Um ramo de negócio peculiar exigirá critérios específicos para a seleção de oportunidades. Nosso objetivo, entretanto, é traçar critérios gerais de seleção, aplicáveis a todas as situações, tendo em conta que cada empreendedor deve considerar critérios especiais a serem adicionados para avaliar a oportunidade com que se depara. No momento da busca de oportunidades, se lida com a criatividade e intuição para captar, no ambiente competitivo, as necessidades ainda não atendidas ou as tendências a serem exploradas. Agora, precisa-se de critérios que privilegiem a visão crítica, a análise eminentemente racional.
Desse ponto de vista, há dois tipos de critérios gerais a considerar: os de compatibilidade e os de potencialidade. |
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| 3 - Critérios de compatibilidade O termo compatibilidade é relacionado aos interesses do empreendedor. Trata-se de avaliar a oportunidade identificada comparando as implicações com os objetivos, competências e recursos do empreendedor. Uma vez identificado o conjunto de oportunidades, por meio da atividade de busca, o empreendedor e sua equipe devem olhar para trás e retomar as questões que definiram o direcionamento estratégico da própria atividade de busca. A tarefa é necessária, pois a busca não é atividade exata e uma combinação de fatores pode conduzir a equipe a oportunidades frágeis em um ou outro ponto do direcionamento estratégico definido.
No momento de seleção, portanto, novo tratamento deve ser dado à questão, contrapondo as oportunidades identificadas aos objetivos do empreendedor (ou da empresa que está desenvolvendo projeto empreendedor), com suas competências. É bom retomar a análise de pontos fortes e fracos do empreendedor frente à oportunidade e, também, dos recursos de que dispõe para explorar a oportunidade selecionada. Assim, a compatibilidade torna-se critério essencial, pois ajuda a evitar que o empreendedor:
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| Critério de Potencialidade As oportunidades de negócio identificadas precisam ser selecionadas levando em conta critérios que avaliem sua potencialidade, em termos mercadológicos e econômicos. Não se trata de avaliação extensa, nem mesmo completa, uma vez que não serão desenvolvidos todos os estudos e estimativas para definir a viabilidade do negócio. Será promovido apenas para a oportunidade selecionada, no seu plano de negócio específico. Entretanto, como análise preliminar da potencialidade do negócio será capaz, já nesse momento, de antecipar ao empreendedor as principais expectativas que ele pode nutrir sobre a oportunidade. Potencialidade do ponto de vista mercadológico - Avaliar a potencialidade de um negócio, do ponto de vista mercadológico, implica identificar e avaliar as seguintes questões:
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Potencialidade
do ponto de vista econômico - As principais questões
a serem consideradas do ponto de vista econômico são:
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| Não
há regra exata para definir a oportunidade a ser escolhida. A partir dos critérios avaliados, encontram-se oportunidades que se apresentam mais compatíveis com os interesses do empreendedor; há outras não tão compatíveis, mas com potencial muito atrativo. Há casos, ainda, em que a potencialidade poderá ser alta, considerados os critérios mercadológicos e, ao mesmo tempo, pouco atrativa quanto aos critérios econômicos. Caberá ao empreendedor e sua equipe ponderar sobre as vantagens e desvantagens, tendo em conta o ramo de negócio específico em que se situa, para então optar pela oportunidade a desenvolver. Mesmo com
imprecisão, que só pode ser superada com auxílio
da experiência (pessoal, da equipe ou de consultores), considerar
tais critérios antecipadamente aproxima o empreendedor da realidade
em que o negócio pode ser implantado e permite que o plano de negócio
trilhe caminho bem mais realista. |
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- Definindo o negócio
Selecionada a oportunidade de negócio que melhor atende à combinação de critérios de compatibilidade e potencialidade, é possível avançar para a definição do negócio, tendo-se em conta que um negócio só existe em função das necessidades de mercado. Como afirma Chér (2002, p.99), “um negócio só existe em função de necessidades de mercado que justificam sua existência”. Muitos empreendedores, contudo, acreditam que o domínio da tecnologia e sua capacidade gerencial são suficientes para estabelecer negócio que desbravará um mercado para os produtos ou serviços a serem oferecidos. Pensar assim é absolutamente equivocado. Em geral, ela vem acompanhada de outra confusão: os empreendedores se preocupam em definir a empresa e não o negócio; procuram falar de como a empresa será organizada, qual sua natureza jurídica, quem ocupará cada função, sua estratégia de marketing, localização, instalações e tecnologia. Esquecem, no entanto, do mais relevante:
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| É
só a partir dessas definições que a empresa pode ser
estruturada para atendê-las.
Para facilitar esta tarefa, Pereira (1995) sugere roteiro simplificado, que consiste em identificar três fatores componentes da definição do negócio:
Identificados
esses itens, em seu conjunto, temos condições de definir
o negócio que se propõe desenvolver. A partir da definição
do negócio, por sua vez, pode partir-se para o exame mais aprofundado,
construindo o plano de negócio para a oportunidade escolhida. |
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Resumo Oportunidades vs armadilhas - A definição consistente do negócio é um elemento-chave para a viabilidade do mesmo. O empreendedor deve evitar as armadilhas que podem levá-lo ao fracasso na identificação de oportunidades. Geralmente estas armadilhas podem ser definidas como:
Avaliando
e selecionando oportunidades: Mesmo tendo evitado as típicas
armadilhas, o empreendedor deve se valer de alguns critérios para
selecionar a alternativa mais viável dentre o conjunto de oportunidades
que podem ter sido identificadas.
Não é necessário, neste momento, que os dados utilizados sejam absolutamente rigorosos, podendo o empreendedor se valer de estudos especializados, jornais, revistas e pesquisa na Internet para obter as estimativas consideradas. Definindo
o negócio: Uma vez selecionada a oportunidade, podemos
partir para a definição do negócio.
É
importante lembrar que se trata, aqui, da definição do negócio
e não da empresa. Assim, o foco está nas necessidades de
mercado, não na empresa, que deverá ser uma conseqüência
dos requisitos operacionais para melhor atender estas necessidades. Definido
o negócio podemos partir para a elaboração do plano. |
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