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| 1 - O que é Marketing?
Quando chega a hora de levantar, de manhã, seu rádio-relógio Samsung acorda-o por meio da campainha ou da sua estação de rádio preferida. A estação toca rock ou música sertaneja ou ainda as notícias da manhã. Você então levanta e veste sua calça Fórum e calça seu tênis Nike, vai ao banheiro onde escova seus dentes com o creme dental Colgate. Na mesa do café da manhã você saboreia o Café do Sítio, acompanhado por pão, presunto e queijo levemente amaciados pela margarina Claybon (claro, se estiver com pressa, pode passar pelo McDonald’s e tomar o café por lá mesmo, no Drive Thru). Antes de sair, vê rapidamente as noticias do Bom Dia Brasil da TV Globo e então liga o seu Gol 1.0 e vai para o trabalho, ou para a escola ou para a academia. |
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| Estas situações envolvem o marketing que, segundo a American Marketing Association, é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.
Se a maioria das pessoas for forçada a definir marketing, inclusive alguns gerentes de empresas, eles afirmarão que significa “venda” ou “propaganda”. É verdade que são partes do marketing, mas marketing é muito mais do que apenas isso. A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos. Por exemplo, ao comprar um Chicabom, clientes e empresa recebem benefícios: os consumidores por desfrutarem do sorvete e a Kibon pelo dinheiro ganho. |
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| Enquanto consumidor, você paga pelo custo das atividades de marketing. Todos os bens e serviços que você consome, as lojas onde você compra e os programas de rádio e televisão pagos pelos anunciantes existem em função do marketing. Até mesmo o seu currículo faz parte de uma campanha de marketing para vendê-lo a algum empregador. Quando você pensa sobre isso, percebe que não passa um dia sequer sem ser atingido pelo marketing, o qual afeta todos os aspectos de nossa vida, de tal forma que nem mesmo consideramos. Nós,
consumidores, adquirimos os bens e serviços para satisfazer necessidades
e desejos.
Por exemplo, embora os consumidores precisem de alimentos, o tipo específico
de alimento pode ser um desejo, como um Big Mac. Necessitamos nos comunicar,
mas não necessariamente temos que adquirir um telefone celular
para isso. |
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| Theodore Levitt, em seu famoso artigo “Marketing Myopia”, elaborou uma comparação muito eficaz entre as orientações de vendas e de marketing:
“A venda está voltada para as necessidades do vendedor, o marketing, para as necessidades do comprador. A venda preocupa-se com a necessidade do vendedor de converter seu produto em dinheiro; o marketing, com a idéia de satisfazer as necessidades do cliente por meio do produto e de todo conjunto de coisas associado a sua criação, entrega e consumo final”. |
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| 2 - Administração de Marketing Seja qual for o objetivo buscado pelas organizações que utilizam o marketing, gerar ou não lucros, estas necessitam de um processo de estabelecimento de metas além do planejamento, implementação e controle das ações que visem alcançar estas metas. A administração de marketing pode ser definida então como um conjunto de atividades organizacionais que as empresas efetivam ou devem efetivar para criar valor para os clientes e alcançar os seus objetivos. Essas atividades incluem: |
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| 3 - O Ambiente de Marketing Como visto anteriormente, uma das atividades ligadas à administração de marketing é o conhecimento do mercado. Esse conhecimento advém de análise apurada do que se considera o ambiente de marketing da organização. Esse ambiente é composto por variáveis que afetam as relações existentes entre uma empresa e seus clientes. O ambiente de marketing é classificado em três áreas básicas: O impacto de qualquer uma das variáveis do ambiente pode trazer uma ameaça ou uma oportunidade para a organização. Cabe ao profissional de marketing antecipar a ocorrência e aproveitar uma oportunidade ou reduzir os efeitos de uma ameaça. |
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| 4 - O Comportamento do Consumidor O propósito do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores. Para conseguir isso, os profissionais de marketing buscam um entendimento acerca do comportamento do consumidor estudando como pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos.
Estudar o cliente fornece pistas para o desenvolvimento de novos produtos, características de produtos, preço, distribuição, mensagens e outros elementos do mix de marketing. |
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| Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como ela realmente age depende da percepção que ela tem da situação. Quando as pessoas agem aprendem e passam utilizar o que aprenderam nas suas próximas ações. Se uma pessoa ficar satisfeita com o atendimento em um restaurante, provavelmente voltará lá, caso contrário, nunca mais aparecerá. Fazendo e aprendendo, as pessoas adquirem crenças e atitudes que, por sua vez, influenciarão o comportamento de compra. Além
de compreender os fatores que influenciam as decisões do comprador,
os profissionais de marketing também estão interessados
em definir um processo padrão pelo qual os consumidores passam
para satisfazer suas necessidades e seus desejos.
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| 5 - Segmentação de mercado Os profissionais de marketing reconhecem que raramente um único composto de marketing é adequado para atender a todas as necessidades e desejos do mercado de um produto. A empresa precisa identificar os segmentos de mercado que pode atender com eficácia.
Uma das histórias mais conhecidas que trata da necessidade de se segmentar o mercado é a da Ford Motors. Henry Ford desenvolveu, nos primórdios da indústria automobilística, o Modelo T como um carro destinado a satisfazer a todos. Ford disse: “Eles podem tê-lo em qualquer cor, desde que seja preto”. Ao contrário dele, Alfred Sloan Jr., da General Motors, fez com que os engenheiros criassem diferentes modelos de diferentes cores, cada um projetado para satisfazer as necessidades e o gosto de um grupo diferente de clientes, fato que ajudou a GM a tornar-se a maior empresa automobilística do mundo. |
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| Os especialistas utilizam nomes diferentes para as várias abordagens de segmentação possíveis a uma empresa, mas, geralmente, concordam em abordagens tais como: Marketing de Massa, Marketing de Segmentos, Marketing Individual.
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| Mas, como fazer para dividir o mercado em grupos mais ou menos homogêneos de consumidores? O marketing indica conjunto de variáveis que possibilitam ao profissional desenvolver perfis que sejam comuns a consumidores, constituindo assim grupos de consumidores, os quais chamamos de segmentos. Essas variáveis são dispostas em quatro tipos:
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| 6 - Variáveis de Decisão de Marketing: Os 4 P’s Além de conhecer o mercado, o profissional de marketing deve estabelecer objetivos a serem alcançados pela organização. Sejam eles de lucratividade, crescimento ou aumento de conhecimento de marca, necessitam, para acontecerem, de ações coerentes. Essas ações advêm das chamadas decisões estratégicas de marketing, mais comumente conhecidas como 4 P’s, composto mercadológico ou mix de marketing e são as decisões de Produto, Preço, Promoção e Ponto de Distribuição. As decisões de produto, na terminologia do marketing, incluem não apenas a classificação e as decisões de lançamento os bens e serviços a serem produzidos, mas também marcas, gerenciamento de linhas, embalagens, serviços adicionais aos clientes entre outras características. Inicialmente, para ajudar no planejamento do composto de marketing, as organizações classificam seus produtos de diversas maneiras. Duas classificações básicas levam em conta a destinação do produto: |
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| Seja qual for o produto que se trabalhe, assim como um ser vivo, ele pode ser visto passando por alguns estágios de vida. O ciclo de vida do produto é um modelo de estágios do histórico de vendas e lucros de um produto e tem quatro estágios básicos: Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio.
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| Os compradores geralmente preocupam-se não só com os tipos de produtos, mas também com as marcas destes. A marca é formada pelo nome, pelo logotipo e pelo registro. Algumas decisões sobre marca são de importante destaque, tais como o uso de:
Hoje, porém, os consumidores não compram apenas os produtos e suas marcas, mas também os serviços que são oferecidos juntamente com eles. Por exemplo, quem compra um computador preferirá comprá-lo de empresa que ofereça a instalação, o treinamento inicial e assistência técnica gratuita. Isso é o que os especialistas em marketing chamam de produto ampliado. |
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| As decisões de preço levam em conta que existe equívoco no pensamento de que os preços são afetados apenas pelos custos de produção. Muitas das influências que atuam sobre a formação do preço de um produto vêm de fora da organização, tais como a Lei de Demanda e Oferta, o modelo de concorrência e as variáveis incontroláveis do meio ambiente.
A estratégia de preços adotada para determinado produto deve apoiar os objetivos de marketing desenvolvidos durante o processo de planejamento estratégico. Entre esses objetivos podemos encontrar aumento das vendas e dos lucros, competitividade e sobrevivência, responsabilidade social. |
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| Com base nos objetivos traçados, os profissionais de marketing passam ao processo de formação do preço:
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| As decisões
de promoção indicam as ferramentas possíveis para
a comunicação com o consumidor. É errada a idéia
de que apenas a
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| Mas, como a propaganda ainda é considerada como a principal ferramenta de comunicação de massa, ao planejar-se uma campanha é necessário observar cinco pontos importantes:
As decisões de distribuição levam em conta três elementos básicos: Observa-se que marketing é muito mais do que apenas “vender” um produto ou fazer propaganda dele. O marketing exige um conhecimento grande do mercado de maneira a satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores que o compõem.
O mais importante é que o relacionamento entre empresa e cliente deve ser buscado a longo prazo e ações que fortaleça este relacionamento devem ser planejadas e executadas de forma a satisfazer o cliente e dificultar a sua busca por novas propostas. |
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| Resumo Se a maioria das pessoas for forçada a definir marketing, inclusive alguns gerentes de empresas, eles afirmarão que significa “venda” ou “propaganda”. É verdade que são partes do marketing, mas marketing é muito mais do que apenas isso. A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos. Nós, consumidores, adquirimos os bens e serviços para satisfazer necessidades e desejos. Segundo os grandes especialistas no assunto, o marketing pode ser orientado de várias maneiras na organização, sendo que quatro orientações tradicionais são largamente observadas nas mais diferentes empresas: Produção, Produto, Vendas e marketing. A administração de marketing pode ser definida então como conjunto de atividades organizacionais que as empresas efetivam ou devem efetivar para criar valor para os clientes e alcançar os seus objetivos. O ambiente de marketing é classificado em três áreas básicas: ambiente interno, competitivo e macroambiente. O impacto de qualquer uma das variáveis do ambiente pode trazer uma ameaça ou uma oportunidade para a organização. Cabe ao profissional de marketing antecipar a ocorrência e aproveitar uma oportunidade ou reduzir os efeitos de uma ameaça. Estudar o cliente fornece pistas para o desenvolvimento de novos produtos, características de produtos, preço, distribuição, mensagens e outros elementos do mix de marketing. É importante entender quais os principais fatores que influenciam o comportamento de compra. Entre eles temos: fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Os profissionais de marketing reconhecem que raramente um único composto de marketing é adequado para atender a todas as necessidades e desejos do mercado de um produto. A empresa precisa identificar os segmentos de mercado que pode atender com eficácia. Além
de conhecer o mercado, o profissional de marketing deve estabelecer objetivos
a serem alcançados pela organização. Esses objetivos,
sejam eles de lucratividade, crescimento ou aumento de conhecimento de
marca, necessitam, para acontecerem, de ações coerentes.
Essas ações advêm das chamadas decisões estratégicas
de marketing, composto mercadológico ou mix de marketing, mais
comumente conhecidas como 4 P’s, e são as decisões
de Produto, Preço, Promoção e Ponto de Distribuição. |
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- Clientes, concorrentes e fornecedores
As organizações, para terem sucesso, devem estar atentas ao ambiente da qual participam, buscando informações precisas sobre os clientes, os concorrentes, os fornecedores e todo um conjunto de fatores que são incontroláveis para ela. Essas informações possibilitarão um conhecimento de mercado capaz de colocá-la no mercado como concorrente competitivo, isto é, capaz de atender às necessidades e desejos dos consumidores de maneira igual ou superior ao de outras organizações.
Além
de conhecer profundamente seus clientes e estar pronta para se adaptar
a ameaças e oportunidades ambientais, a empresa, para ser competitiva,
deve conhecer seus concorrentes
e estar preparada para antecipar suas ações. |
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- A identificação dos concorrentes
Pode parecer simples para uma empresa a tarefa de identificar seus concorrentes, mas a faixa de concorrentes reais e potenciais de uma empresa é, na verdade, bem mais ampla, podendo envolver novos concorrentes, produtos substitutos e novas tecnologias.
Os novos concorrentes e os produtos substitutos são duas das cinco forças identificadas por Michael Porter que determinam a atratividade de um setor, a longo prazo. Além das duas descritas, temos a própria concorrência do setor, o poder de barganha dos fornecedores e o poder de barganha dos compradores. Os setores são classificados de acordo com:
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Oligopólio ocorre quando pequena quantidade de empresas fabricam os mesmos produtos. |
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O ponto de partida para descrever um setor é especificar a quantidade de empresas vendedoras que atuam nele e definir se o produto é homogêneo ou altamente diferenciado. Essas características dão origem a quatro tipos de estrutura setorial: Dependendo
das circunstâncias ambientais, a estrutura competitiva de um setor
pode mudar ao longo do tempo. Exemplo disso é o setor de telefonia
no Brasil que passou de monopolista para o de concorrência pura. Os setores também divergem em relação às estruturas de custo, grau de integração vertical e de globalização, e todos esses fatores são de especial importância no momento de identificar um concorrente. |
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- Análise dos concorrentes
Assim que a empresa identificar seus principais concorrentes, ela deve descobrir suas características, especialmente suas estratégias, seus objetivos, suas forças e fraquezas, bem como seus padrões de reação. Uma empresa precisa monitorar continuamente as estratégias de seus concorrentes, pois se estes são espertos estão sempre revendo suas estratégias. Segundo PORTER (2000), as estratégias dos concorrentes podem ser explícitas ou implícitas, mas sempre existirão, de uma forma ou de outra.
O
passo seguinte da análise é saber o que cada concorrente
está buscando no mercado, isto é, conhecer seus objetivos.
Muitos fatores moldam os objetivos dos concorrentes, como porte, histórico,
administração atual e situação financeira.
Importante também o conhecimento sobre os planos de expansão
destes concorrentes. |
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Se os concorrentes
poderão ou não realizar suas estratégias e atingir
seus objetivos, dependerá de seus recursos e capacidades. Para
saber isso é necessário coletar informações
sobre as forças e fraquezas dos concorrentes.
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Em geral,
uma empresa deve monitorar três variáveis ao analisar um de
seus concorrentes:
Há uma interessante relação entre essas três variáveis. O Share-of-market tende a aumentar proporcionalmente ao aumento do Share-of-mind e este tende a aumentar caso o seu Share-of-heart também o faça, pois isso indica que ela está preferencialmente sendo considerada pelos consumidores. Para aumentar a participação no mercado, muitas empresas começam a fazer benchmarking com relação aos seus concorrentes mais bem sucedidos. O objetivo é copiar ou aprimorar com base nas melhores práticas. |
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A etapa final
na análise dos concorrentes é a avaliação dos
padrões de reação destes, pois todo concorrente tem
uma determinada filosofia de realização de negócios,
uma certa cultura interna e convicções que o guiarão.
Segundo KOTLER (2000), a maioria das empresas pertence a uma entre quatro
categorias:
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- Sistema de inteligência
O SIC – Sistema de Inteligência – é um sistema de informações que confere ao profissional de marketing um conjunto dados e análises contínuas sobre seus clientes, seus concorrentes e quaisquer outras variáveis do ambiente do qual participa. Com um sistema bom e competitivo, os gerentes terão maior facilidade para formatar suas estratégias competitivas. Há quatro principais etapas para projetar um SIC:
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- Elaboração de estratégias competitivas
Segundo PORTER (2000), ao enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem-sucedidas para superar os concorrentes em um determinado setor:
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As três estratégias competitivas genéricas são métodos viáveis para lidar com as forças competitivas. Porém, uma empresa que fracassa no desenvolvimento da sua estratégia, pelo menos em três direções, ou que fica no “meio-termo”:
Após a escolha da estratégia genérica mais apropriada, a montagem da estratégia competitiva continua com a classificação das empresas concorrentes pelo papel que elas desempenham no mercado-alvo:
Isso facilitará a compreensão acerca de qual estratégia de competição adotar. Muitos setores
possuem uma empresa reconhecida como líder de mercado. Essa empresa
tem a maior participação de mercado para determinado produto.
Alguns dos líderes de mercado mais conhecidos são a Kodak
(fotografia), Microsoft (software), Xerox (copiadoras), Coca-Cola (refrigerantes),
McDonald’s (lanchonetes) e Gillette (lâminas de barbear). |
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A menos que a empresa líder tenha legalmente o direito de monopólio do produto, sua existência está longe de ser tranqüila. Ela deve manter-se constantemente alerta. Continuar sendo a “número um” requer uma tomada de decisão com três frentes: a)
Expansão de seu mercado total; |
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| Evidentemente,
a líder deve considerar cuidadosamente os territórios que
merecem ser defendidos e aqueles que podem ser deixados de lado.
O objetivo da estratégia defensiva é reduzir a probabilidade de ataque, desviar os ataques para áreas menos ameaçadas e diminuir a sua intensidade. Uma líder pode utilizar seis estratégias de defesa:
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As empresas que ocupam posições inferiores às da líder são conhecidas como empresas desafiantes ou seguidoras. Algumas delas são bastante grandes como a Ford e Pepsi-Cola. Essas empresas podem adotar duas posturas: atacar a líder e outros concorrentes ou tentar participar sem “prejudicar ninguém”.
Uma desafiante de mercado precisa, em primeiro lugar, definir seus objetivos estratégicos e definir a quem vai atacar. Ela pode atacar a líder de mercado ou atacar empresas de porte semelhante ao seu e que não estejam tão bem no mercado ou ainda atacar pequenas empresas locais e regionais. |
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Tendo em vista objetivos e opositores definidos, a empresa desafiante pode distinguir cinco alternativas de ataque:
Mas a desafiante deve ir além das cinco estratégias de ataque amplas e desenvolver estratégias mais específicas como descontos no preço, desenvolvimento de produtos mais baratos ou de bens de prestígio, proliferação e inovações no produto, melhoria nos serviços adicionais e utilização de promoção e distribuição mais intensivas.
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| Muitas empresas
preferem seguir em vez de desafiar a líder de mercado.
Isso é muito comum em setores que possuem um produto muito homogêneo
ou que necessite investimento muito alto de capital como o siderúrgico
ou de fertilizantes. As oportunidades de diferenciação de
produto e de imagem são raras; a qualidade do serviço é
comparável e a sensibilidade ao preço é geralmente
alta.
O ambiente nesses setores não recomenda investidas rápidas, uma vez que leva apenas à retaliação. A maioria das empresas evita roubar os clientes da outra. Em vez disso, elas apresentam ofertas similares aos compradores, geralmente copiando a líder. Isso não quer dizer que faltam estratégias à seguidora. Todas as seguidoras se esforçam para obter vantagens em seus mercados-alvo. Pode-se distinguir quatro estratégias amplas:
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| A
alternativa final é ser líder em um mercado menor
ou em um nicho. As empresas menores normalmente preferem evitar
competir com empresas maiores, visando mercados pequenos, de pouca ou nenhuma
importância para as grandes empresas. A idéia chave no mercado de nicho é a especialização. Pode-se especializar em usuários final (veículos para deficientes), em nível vertical (da produção ao atendimento ao consumidor), em porte de cliente (construtoras de prédios), em clientes específicos (para o Governo), em área geográfica (Amazônia), em um produto ou linha de produtos (lentes para microscópios), em atributos de produto (comida caseira), em customização (cores específicas por encomenda), em preço-qualidade (calculadoras de bolso), em canal (vendas diretas). Uma vez que
os nichos podem enfraquecer a empresa deverá estar sempre criando
novos nichos. Ao fortalecer dois ou mais nichos a empresa aumenta as chances
de sobrevivência. Inicialmente, as empresas que estão entrando
em um mercado devem ter por objetivo um nicho, em vez do mercado total. |
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| Resumo
Além de conhecer profundamente seus clientes e estar pronta para se adaptar a ameaças e oportunidades ambientais, a empresa, para ser competitiva, deve conhecer seus concorrentes e estar preparada para antecipar suas ações. O primeiro passo é identificar os concorrentes e em seguida analisar cada um deles. Para que as informações sejam confiáveis é muito importante a montagem de um Sistema de Inteligência Competitiva. Isso será a base da formatação da Estratégia Competitiva da organização. Pode parecer simples para uma empresa a tarefa de identificar seus concorrentes, mas a faixa de concorrentes reais e potenciais de uma empresa é, na verdade, bem mais ampla, podendo envolver novos concorrentes, produtos substitutos e novas tecnologias. Assim que a empresa identificar seus principais concorrentes, ela deve descobrir suas características, especialmente suas estratégias, seus objetivos, suas forças e fraquezas, bem como seus padrões de reação. O SIC – Sistema de Inteligência Competitiva – é um sistema de informações que confere ao profissional de marketing um conjunto dados e análises contínuas sobre seus clientes, seus concorrentes e quaisquer outras variáveis do ambiente do qual participa. Ao enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem-sucedidas para superar os concorrentes em um determinado setor: liderança no custo total, diferenciação e enfoque. Após a escolha da estratégia genérica mais apropriada, a montagem da estratégia competitiva continua com a classificação das empresas concorrentes pelo papel que elas desempenham no mercado-alvo: líder, desafiante, seguidora ou ocupante de nicho. Isso facilitará a compreensão acerca de qual estratégia de competição adotar. Muitos setores possuem uma empresa reconhecida como líder de mercado. Essa empresa tem a maior participação de mercado para determinado produto. As empresas que ocupam posições inferiores às da líder são conhecidas como empresas desafiantes ou seguidoras. A
alternativa final é ser líder em mercado menor ou em nicho.
As empresas menores normalmente preferem evitar competir com empresas
maiores, visando mercados pequenos, de pouca ou nenhuma importância
para as grandes empresas. |
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- Em busca do QSCV
É grande o número de empresas que acreditam que buscar clientes é obrigação do departamento de marketing ou do departamento de vendas. Se esses departamentos não têm êxito nessa tarefa, a empresa chega à conclusão que seus profissionais de marketing não são muito competentes. Mas, na verdade, o marketing é apenas um dos fatores de atração e retenção de clientes. Nem mesmo o melhor departamento de marketing do mundo seria capaz de vender produtos de má qualidade ou que não atendam às necessidades de ninguém. O departamento de marketing só pode ser eficaz em empresas onde os vários departamentos e funcionários tenham projetado e implementado um sistema de entrega de valor ao cliente superior ao da concorrência. Veja
o exemplo do McDonald’s. Todos os dias uma média de 38 milhões
de pessoas vai aos seus 23.500 restaurantes em 109 países, não
por simplesmente adorarem o hambúrguer de lá. As pessoas
aglomeram-se em torno de um sistema, não de um hambúrguer.
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| Em todo o
mundo, esse sistema cuidadosamente aperfeiçoado fornece aquilo que
o McDonald’s denomina QSCV (qualidade, serviço, limpeza e valor).
O McDonald’s é eficaz porque trabalha em conjunto com fornecedores,
franqueados, funcionários e terceiros para entregar um valor excepcionalmente
alto a seus clientes.
Acredita-se
que os clientes avaliam qual oferta proporciona mais valor. Eles procuram
sempre maximizar o valor, dentro dos limites impostos pelos custos envolvidos
na procura e pelas limitações de conhecimento, mobilidade
e receita. Eles formam uma expectativa de valor e agem com base nela.
A probabilidade de satisfação e repetição
da compra depende de a oferta atender ou não a essa expectativa
de valor. |
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- Princípios do marketing voltado para o valor O
marketing voltado para o valor é uma orientação para
se alcançar objetivos desenvolvendo valor superior para os clientes.
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3 - Visão dos clientes no marketing voltado para o valor O marketing voltado para o valor é baseado numa visão simples do motivo que leva clientes a comprar bens e serviços. O valor para o cliente é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e os custos envolvidos na sua obtenção. Parte-se do pressuposto que os clientes que estejam dispostos e sejam capazes de realizar trocas o farão quando os benefícios das trocas excederem os custos e os produtos oferecerem valor superior em comparação com outras opções. As outras opções podem ser produtos e serviços usados atualmente ou anteriormente, produtos do concorrente ou ainda soluções diferentes (cortar a própria grama em vez de contratar alguém especializado). O marketing voltado para o valor não vê o cliente como uma máquina que calcula precisamente a soma de todos os benefícios e subtrai desse número a soma de todos os custos de uma transação. A equação de valor é simplesmente representação útil da idéia de que benefícios têm efeito positivo e custos têm efeito negativo sobre o valor. Em muitos
casos os clientes baseiam suas compras em satisfação com
produtos comprados anteriormente e fazem pouca ou nenhuma avaliação
do valor das outras opções possíveis. Por isso, muitas
vezes é difícil e caro para os profissionais de marketing
atrair novos clientes, e por isso é tão importante manter
os clientes atuais. |
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| O marketing
voltado para o valor pressupõe que os clientes variam em suas percepções
de valor: diferentes clientes podem avaliar o mesmo produto de formas diferentes.
Alguns clientes vêm o Fiat Palio como de bom valor porque ele oferece
um transporte confiável por um custo relativamente baixo, enquanto
outros vêm um Mercedes S320 como um bom valor por ser um carro de
alto status e muito durável. Assim, o marketing voltado para o valor
enfatiza a importância de compreender bem os clientes.
Por fim, o marketing voltado para o valor pressupõe que as avaliações de valor dos clientes podem mudar ao longo do tempo e em diferentes situações. Os clientes podem achar que os tênis Reebok são um bom valor e comprá-los, mas podem ver os tênis Nike como um valor melhor na próxima compra. Na verdade, um dos maiores desafios do marketing é fazer os clientes mudarem entre marcas concorrentes. Similarmente, o valor de bens e serviços muda em diferentes situações. Uma lanchonete fast-food pode ser considerada uma boa alternativa de valor quando se procura uma refeição rápida, mas um restaurante francês pode ser considerado um bom valor para um jantar mais elaborado. |
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Há quatro tipos comuns de benefícios que os clientes podem receber da compra e uso de produtos:
Muitos produtos têm potencial para proporcionar os quatro tipos de benefícios. Por exemplo, as pastas de dentes oferecem o benefício funcional de deixar os dentes limpos, o benefício social de ter um sorriso atraente, o benefício pessoal de ter certeza de sua saúde bucal e o benefício experimental de um sabor agradável de menta na boca. |
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Há também, pelo menos, quatro categorias de custos que podem influenciar o valor percebido pelos clientes:
Os custos temporais, psicológicos e comportamentais podem ser considerados coletivamente como custos de transação ou custos de compra. |
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| Os profissionais
de marketing podem aumentar o valor para os clientes, trabalhando em um,
no outro ou em ambos os lados da equação de valor. Como há
vários benefícios e custos diferentes, existem muitas combinações
de estratégias para criar um valor superior para os clientes.
Por exemplo, os benefícios funcionais podem ser melhorados em relação a produtos existentes ou concorrentes pela oferta de qualidade superior, características adicionais ou embalagem mais atraente. Os benefícios pessoais podem ser aumentados enfatizando o prazer que outras pessoas obtêm com o produto e sugerindo que os clientes que comprarem terão as mesmas boas sensações, e assim por diante.
O valor também pode ser melhorado, baixando-se os custos dos produtos para os clientes. Os custos monetários podem ser reduzidos pelos cortes nos preços, diminuição da taxa de juros para compras a crédito ou ofertas de entrega e instalação gratuita. Isso pode ser conseguido, por exemplo, pela comercialização pela Internet. Normalmente,
a taxa de juros e o número de parcelas sem juros nas compras a
prazo, costumam ser bem mais interessantes na Internet. |
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A oferta de um valor superior para os clientes pode deixá-los satisfeitos ou mesmo encantados. Isso pode conduzir à fidelidade, o que é desejável, uma vez que manter os clientes atuais é muito mais eficiente do que atrair novos clientes.
Por fim, a fidelidade dos clientes leva a relações duradouras e lucrativas entre clientes em empresas. Em suma, o marketing voltado para o valor é projetado para oferecer uma melhor orientação para as organizações alcançarem seus objetivos. |
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- Satisfação do cliente
A satisfação do comprador após a realização da compra depende do desempenho da oferta em relação às suas expectativas. De modo geral, satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho ou resultado percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará encantado. Muitas empresas estão objetivando a alta satisfação porque clientes meramente satisfeitos mudam facilmente de fornecedor quando aparece uma oferta melhor. Os que estão altamente satisfeitos são muito menos propensos a mudar. Um nível de satisfação ou encantamento cria um vínculo com a marca, não apenas uma preferência racional. O resultado é um alto grau de fidelidade do cliente. |
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As expectativas dos clientes são formadas a partir de experiências anteriores, indicações de familiares e amigos, e informações e promessas de profissionais de marketing. Se esses últimos estabelecerem expectativas muito altas, o comprador provavelmente ficará decepcionado. Por outro lado, se eles estabelecerem expectativas muito baixas, não atrairão compradores suficientes, embora satisfaça aqueles que comprarem.
A chave para se gerar um grande nível de fidelidade é entregar um alto valor para o cliente. A proposta de valor de uma empresa é muito mais do que se posicionar em único atributo; é a declaração da experiência resultante que os clientes obterão com a oferta e seu relacionamento com o fornecedor. O sistema de entrega de valor inclui todas as experiências de comunicação e canais que o cliente terá à caminho da obtenção da oferta. |
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Além de acompanhar as expectativas e a satisfação de clientes em relação a seu valor, as empresas precisam monitorar o desempenho dos concorrentes nessas áreas. Por exemplo, uma empresa ficou satisfeita ao constatar que 80% de seus clientes se diziam satisfeitos. Porém, o principal concorrente alcançou 90%. Dentre os vários métodos utilizados pelas empresas para acompanhar a satisfação de seus clientes, pode-se destacar o Sistema de Reclamações e Sugestões, pesquisas de satisfação, compras simuladas e a análise de clientes perdidos. Para empresas centradas no cliente, a satisfação de clientes é ao mesmo tempo uma meta e uma ferramenta de marketing, pois aquelas empresas que alcançam altos índices de satisfação de clientes fazem questão que seu mercado-alvo saiba disso. Embora a empresa centrada no cliente busque criar alto nível de satisfação, sua meta principal não é a maximização da satisfação do cliente, pois ao fazer isso por meio de redução de preços ou aumento de serviços, o resultado pode ser lucros menores. As empresas devem levar em conta ainda que gerentes e vendedores podem manipular índices de satisfação dos clientes. Eles podem se desdobrar para agradar os clientes apenas antes das pesquisas. Podem também tentar excluir da pesquisa os clientes insatisfeitos. Também alguns clientes, sabendo que a empresa está realizando uma pesquisa de satisfação, expressar um alto grau de insatisfação para receber mais concessões. |
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5 - O processo de entrega de valor ao cliente Michael Porter propôs a cadeia de valor como uma ferramenta para identificar as maneiras pelas quais se pode criar mais valor para o cliente. Toda empresa representa um conjunto de atividades que são desempenhadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. A cadeia de valor identifica nove atividades estrategicamente relevantes que criam valor e custo em determinado negócio. Essas nove atividades estão divididas em cinco principais e quatro de apoio.
Essas atividades de apoio são realizadas em determinados departamentos, mas não apenas ali. Outros departamentos podem realizar algumas atividades de aquisição e contratação de pessoal, por exemplo. |
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A tarefa da empresa é avaliar seus custos e seu desempenho em toda a atividade que gera valor e buscar meios para melhorá-los. A empresa deve ter os custos e o desempenho dos concorrentes como modelos com os quais comparar seus custos e resultados. À medida que for capaz de apresentar desempenho superior aos de seus concorrentes, ela poderá alcançar uma vantagem competitiva.
O sucesso de uma empresa depende não apenas do alto grau de excelência com que cada departamento desempenha seu trabalho, mas também do grau de excelência da coordenação das diversas atividades departamentais. Muito freqüentemente, os departamentos agem em causa própria, não levando em conta os objetivos da empresa nem os do cliente. Por exemplo, o departamento de transporte da empresa resolve despachar os produtos de caminhão em vez de avião para economizar, e deixa o cliente esperando. |
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A solução para esse problema é dar maior ênfase ao gerenciamento dos processos centrais de negócios, os quais incluem: |
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Resumo O marketing é apenas um dos fatores de atração e retenção de clientes. Nem mesmo o melhor departamento de marketing do mundo seria capaz de vender produtos de má qualidade ou que não atendam às necessidades de ninguém. O departamento de marketing só pode ser eficaz em empresas onde os vários departamentos e funcionários tenham projetado e implementado um sistema de entrega de valor ao cliente superior ao da concorrência. O marketing voltado para o valor é uma orientação para se alcançar objetivos desenvolvendo valor superior para os clientes. Ele é extensão da orientação para o marketing, que se apóia em vários princípios e pressupostos sobre os clientes: princípio do cliente, princípio do concorrente, princípio proativo, princípio interfuncional, princípio da melhoria contínua e princípio do stakeholder. O valor para
o cliente é a diferença entre as percepções
do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e
os custos envolvidos na sua obtenção. O marketing voltado para o valor pressupõe que os clientes variam em suas percepções de valor: diferentes clientes podem avaliar o mesmo produto de formas diferentes. O marketing voltado para o valor pressupõe que as avaliações de valor dos clientes podem mudar ao longo do tempo e em diferentes situações. Há quatro tipos comuns de benefícios que os clientes podem receber da compra e uso de produtos: funcionais, sociais, pessoais e experimentais. Há também, pelo menos, quatro categorias de custos que podem influenciar o valor percebido pelos clientes: monetários, temporais, psicológicos e comportamentais. Os profissionais de marketing podem aumentar o valor para os clientes, trabalhando em um, no outro ou em ambos os lados da equação de valor. Como há vários benefícios e custos diferentes, existem muitas combinações de estratégias para criar um valor superior para os clientes. A satisfação do comprador após a realização da compra depende do desempenho da oferta em relação às suas expectativas. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará encantado. Para empresas centradas no cliente, a satisfação de clientes é ao mesmo tempo uma meta e uma ferramenta de marketing, pois aquelas empresas que alcançam altos índices de satisfação de clientes fazem questão que seu mercado-alvo saiba disso. A cadeia de valor identifica nove atividades estrategicamente relevantes que criam valor e custo em um determinado negócio. Essas nove atividades estão divididas em cinco principais e quatro de apoio. A tarefa da empresa é avaliar seus custos e seu desempenho em toda a atividade que gera valor e buscar meios para melhorá-los. |
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| 1 - Novos tempos À medida que avançamos no século XXI, governos, empresas e cidadãos ficam imaginando o que os espera. O motivo da preocupação não é apenas o fato de haver mudanças, mas sua velocidade acelerada.As empresas nem sempre percebem que os mercados estão mudando. As exigências dos clientes e as forças competitivas mudam significantemente, a cada período de poucos anos, setores como a siderurgia, telecomunicações, assistência médica, entretenimento e outros serviços. A estratégia vitoriosa do ano anterior pode ser o caminho do fracasso no próximo ano.
O
atual ambiente econômico está sendo moldado por duas forças
poderosas: a tecnologia e a globalização. O mercado está
hoje repleto de novos produtos que antes eram imaginados em filmes de
ficção, tais como satélites, filmadoras e câmeras
digitais, fotocopiadoras e scanners, computadores, máquinas de
fax, telefones celulares etc.
A tecnologia impulsiona a outra grande força, a globalização. Hoje, se um produtor rural do interior de Goiás quiser comprar um equipamento agrícola de última geração, poderá fazê-lo na página da Internet de um fabricante alemão da cidade de Bremem, utilizando-se de seu cartão de crédito internacional VISA e receberá o produto em casa por meio de empresas de courrier. Além
de tecnologia e globalização, outras forças estão
reconfigurando a economia como a desregulamentação de vários
setores e a privatização das gigantes empresas estatais. |
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Do seu lado os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram menos fidelidade a marcas. Eles também podem obter muitas informações sobre produtos por meio da Internet e de outras fontes, o que permite que comprem de maneira mais racional. Os clientes estão mostrando mais sensibilidade em relação ao preço em sua busca por valor.
Os fabricantes de marcas reconhecidas estão enfrentando a concorrência de marcas locais e estrangeiras, o que está causando a elevação dos custos de promoção e a redução das margens de lucro. Eles estão sendo ainda pressionados por poderosos revendedores que disponibilizam espaço limitado nas prateleiras e estão lançando suas próprias marcas para concorrer com as marcas mais conhecidas. |
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- A nova empresa
As empresas têm utilizado, em escala cada vez maior, a análise interna e de mercado e muitas delas já estão mudando para acompanhar tantas mudanças. Existem várias tendências que estão sendo utilizadas pelas empresas para se prepararem: Reengenharia: não mais se concentrar
em departamentos funcionais e passar a reorganizá-los seguindo
processos-chave administrados por equipes multidisciplinares. |
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| Comércio eletrônico: não mais atrair clientes para lojas ou enviar vendedores aos clientes e passar a disponibilizar praticamente todos os produtos na Internet. Os consumidores podem acessar fotos de produtos, ler as especificações, vasculhar os fornecedores on-line em busca de melhores preços e condições e simplesmente clicar para encomendar e pagar. Compras de empresas para empresas estão crescendo rapidamente na Internet: compradores podem utilizar sites para comprar itens rotineiros. Além disso, a venda pessoal pode ser cada vez mais realizada por meio eletrônico, com o comprador e o vendedor se vendo por meio de suas telas de computador em tempo real. |
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| O
Comércio eletrônico é a realização de
toda a cadeia de valor dos processos de um negócio num ambiente eletrônico,
por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação
e de informação, atendendo aos objetivos de negócio.
Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo
as transações empresa-a-empresa, empresa-a consumidor e intra-organização,
numa infra-estrutura predominantemente pública de fácil e
livre acesso a baixo custo.
Dependendo de para quem se pergunte, comércio eletrônico pode ter definições diferentes:
Os sistemas de comércio eletrônico podem
ter valor significativo como uma alavanca para novas estratégias
de gerenciamento de clientes, principalmente porque eles:Conectam diretamente
compradores e vendedores;Apóiam a troca de informações
totalmente digitalizadas entre eles;Eliminam os limites de tempo e lugar;Apóiam
a interatividade, podendo adaptar-se dinamicamente ao comportamento do
cliente; e Podem ser atualizados em tempo real, mantendo-se sempre atualizados.
Existem basicamente dois grupos de opiniões e postura sobre o uso
do comércio eletrônico. No primeiro, estão as empresas
que acreditam que a Internet é como a corrida do ouro, quando somente
uma empresa vendia um produto específico e seus vendedores ganhavam
muito dinheiro, ou ainda aquelas que acreditam que os investimentos na
WWW devem ser realizados para o futuro, e que seu uso não apresenta
nenhum valor no presente. No segundo grupo estão as empresas que
acreditam que podem obter significativo valor no presente, explorando
o comércio eletrônico para fins de comunicação
entre filiais, conectividade com clientes e fornecedores, propaganda e
realização de transações comerciais. |
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| Benchmarking:
não mais depender do auto-aperfeiçoamento e passar a estudar
o desempenho de empresas de classe mundial e adotar as melhores práticas.
Alianças estratégicas: não mais tentar ganhar tudo sozinho e passar a formar parcerias. Fornecedores-parceiros: não mais utilizar muitos fornecedores e passar a utilizar um número menor deles, mais confiáveis e que trabalhem estreitamente com a empresa em um relacionamento de parceria. Foco no mercado: não mais se organizar de acordo com o produto, mas por segmentos de mercado. Globalização: não mais ser apenas local, mas tornar-se global e local. Descentralização:
não mais ser uma administração de cima para baixo
e passar a estimular mais a iniciativa e o espírito empreendedor
em nível
local. |
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| O
atual momento da economia mundial é caracterizado por um aumento
da competição entre as empresas, à medida que as economias
nacionais abrem-se aos investimentos externos e novos concorrentes entram
nos diferentes mercados. Simultaneamente, o aumento da quantidade e escopo
das informações disponíveis aos consumidores faz com
que estes se tornem mais exigentes em relação à qualidade,
à tecnologia e ao preço dos produtos.
Diante da necessidade de adaptação a esse ambiente de acirrada competição, empresas em todo o mundo têm, paradoxalmente, recorrido a estratégias colaborativas como forma de adquirirem habilidades que ainda não possuem. O número de associações entre empresas tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Entre as principais razões desse crescimento estão:
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| Freqüentemente
ouvimos termos tais como mercados globais, competição global,
tecnologia global e competitividade global. Antes dos anos 90, utilizavam-se
como se tivessem o mesmo sentido, as palavras internacional e multinacional,
e não a palavra global. O que tem ocorrido desde os anos 80? Esses
termos são conceitos apenas em moda, sem qualquer significado de
profundidade? Ou algo mudou na sociedade?
Acredita-se que, realmente, algo profundo tenha ocorrido na visão de concorrência em todo o mundo. Há cerca de trinta anos, os maiores fabricantes de automóveis do mundo eram a GM, a Ford e a Chrysler. Hoje, empresas como Toyota, Honda e BMW, entre outras, são nomes expressivos no mercado automobilístico. Similarmente, a palavra computador quase foi sinônima de IBM, que dominou o negócio em todo o mundo. Hoje o mercado de computadores está inundado de marcas como Toshiba, NEC, Fujitsu, Siemens e até Xerox. As Tv’s em cores foram inventadas nos Estados Unidos, mas, hoje, é quase impossível encontrar um desses aparelhos fabricado por uma empresa americana. Ao contrário, marcas estrangeiras como Sony, Panasonic, LG e até nacionais como Gradiente e CCE estão na maioria dos lares brasileiros. Um exame das 100 maiores empresas do mundo ilustra claramente as mudanças profundas nas condições competitivas observadas nos últimos trinta anos. Das 100 maiores empresas industriais do mundo, 64 estavam nos Estados unidos em 1970; em 1980, o número declinou para 45. Em 1997, eram apenas 24. O número de empresas japonesas entre as 100 maiores aumentou de 8, em 1970, para 29, em 1997, quase quadruplicando. Aumento semelhante também foi observado com empresas francesas, de 3 em 1970 para 13 em 1997. O declínio relativo do número de empresas americanas entre as 100 maiores do mundo é refletido igualmente nos setores de bancos, seguros e outros serviços. Em resumo, o domínio norte-americano do pós-guerra no comércio internacional tem estado sobre crescente pressão dos países estrangeiros. As mudanças observadas nos últimos trinta anos simplesmente refletem que as empresas têm crescido em todo o mundo. Em outras palavras, o ambiente de hoje é caracterizado por muito mais concorrência em todo o mundo do que no passado. Como resultado os executivos estão sentido uma urgência competitiva no desenvolvimento de produtos, aquisição de materiais, produção e marketing. Não é apenas essa força competitiva que está moldando os negócios de hoje. Particularmente nos últimos anos, muitos eventos políticos e econômicos têm afetado a natureza da competição global. A queda da União Soviética, o estabelecimento da Comunidade Européia, do Nafta e do Mercosul, a desregulamentação de setores como energia e telecomunicações, a privatização de empresas estatais, as guerras e os atentados terroristas têm também mudado os ambientes de mercado. Além disso, os mercados emergentes do Leste Europeu,
a Índia, a China, a Rússia e o Brasil, e os mercados de
crescimento rápido do sudoeste asiático também acrescentaram
promessas aos negócios internacionais. |
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| Historicamente,
a gestão do planejamento tem uma relação muito forte
com a evolução das transformações estruturais
das organizações. Desde o modelo burocrático até
o matricial, sempre se buscou modificar a estrutura organizacional de uma
empresa de maneira a favorecer o fluxo de tomada de decisão.
Segundo MOTTA (1976), a estrutura burocrática representou, em um dado momento, um grande passo em direção à racionalidade, substituindo critérios tradicionais como herança e direito, por critérios racionais, como capacidade. O modelo, tipicamente “do topo para baixo”, revelou-se, posteriormente, inadequado para grande número de organizações, principalmente pelo fato de haver dificuldade em reunir em torno de um ocupante de cargo todo o conhecimento especializado necessário ao desempenho do seu papel. Para MOTTA, Tal dificuldade levou ao surgimento de um segundo tipo de estrutura que ficou conhecida como “linha-estafe”. Nesse modelo, ainda predominantemente “do topo para baixo”, surgia o papel do assessor (staff), que não tinha poder de decisão e agia como aconselhador. Ainda assim, um problema persistia: como adequar ações de determinada área se estas dependiam de ações de outra área para funcionar? MOTTA indica que uma tentativa de solução para o problema foi a chamada estrutura funcional, na qual um cargo ou uma unidade administrativa tem autoridade sobre outra em um campo restrito e especializado, mesmo que não haja uma relação de linha. Esse é o modelo tipicamente adotado na grande maioria das organizações modernas, inclusive aquela que será alvo de estudo de caso, mais à frente. Para PALAZZO (1993), à medida que o organograma crescia, tanto lateralmente como verticalmente, a complexidade aumentava. Desta forma, ficava cada vez mais difícil utilizar o modelo de Descartes, visto que se possuía mais e mais partes e estas estavam cada vez mais afastadas do todo. Assim, essas partes começavam a ter vida própria, e o gerente responsável perdia o controle sobre suas ações, prejudicando o planejamento. É exatamente isso que OUCHI (1988) critica nas empresas ocidentais no seu estudo sobre a organização das empresas orientais, em especial as japonesas. OUCHI (1988) indica pelo menos três grandes diferenças que fazem com que as empresas japonesas superem as ocidentais em termos de produtividade: os valores coletivos, que geram senso comum de responsabilidade; o interesse holístico pelas pessoas, o que faz com que cada membro da empresa sinta-se como pertencendo a uma família. Pode ser que seja exagero fazer com que
tantas pessoas estejam envolvidas em um processo de planejamento, pois
este encerra uma grande quantidade de atividades técnicas não
compreensíveis pela grande maioria dos funcionários, mas
o conceito de participação, de informação
deve ser observado em favor do comprometimento em relação
ao que ficou definido como objetivo ou meta. |
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- O novo marketing
As empresas também estão repensando suas filosofias, seus conceitos e suas ferramentas. Neste novo milênio, os principais temas do marketing são: • O Marketing de relacionamento: deixar de se concentrar em transações para se preocupar com a construção de relacionamentos lucrativos de longo prazo com os clientes. As empresas concentram-se em seus clientes, produtos e canais mais lucrativos.
• Valor do
cliente ao longo do tempo: deixar de realizar um lucro sobre
cada venda para realizar lucros por meio da gestão do valor do
cliente em longo prazo. Algumas empresas se comprometem a fornecer regularmente
um produto de necessidade constante a um preço unitário
menor por acreditarem que se beneficiarão dos negócios do
cliente por um período mais longo. |
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| •
Participação nos clientes: deixar de se concentrar
no ganho de participação de mercado e passar a se concentrar
no aumento da participação em cada cliente. As empresas fornecem
uma variedade maior de produtos aos consumidores existentes. Elas treinam
seus funcionários em vendas
cruzadas e na venda de produtos mais sofisticados. • Marketing para mercados-alvos: deixar de tentar vender para todos e procurar se tornar a empresa que melhor atende a mercados-alvo bem definidos. O marketing para mercados-alvo está sendo facilitado pela proliferação de revistas, canais de TV e grupos de discussão na Internet, todos voltados para interesses específicos. • Individualização: deixar de vender o mesmo produto da mesma maneira para todos no mercado-alvo e passar a individualizar mensagens e ofertas. Os clientes poderão escolher as características de seus produtos nos sites das empresas. • Bancos de dados: deixar de coletar dados de vendas e passar a elaborar um data warehouse rico em informações sobre compras, preferências, demografia e lucratividade de clientes individuais. As empresas podem garimpar dados para detectar diferentes agrupamentos de necessidades de clientes e fazer ofertas diferenciadas a cada agrupamento. |
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• Comunicação integrada de marketing: deixar de depender de uma só ferramenta de comunicação, como a publicidade e a força de vendas e passar a combinar várias ferramentas para proporcionar uma imagem de marca consistente aos clientes e cada contato que eles tiverem com a marca. • Parceria com canais de distribuição: deixar de tratar os intermediários como clientes e passar a tratá-los como parceiros na entrega de benefícios a clientes finais.
• Marketing Integrado: deixar de pensar que o marketing é realizado apenas pelas equipes de marketing, vendas e atendimento ao cliente e passar a reconhecer que todos os funcionários devem se concentrar no cliente. •
Tomada de decisão baseada em modelos: deixar de decidir
com base na intuição ou a partir de dados inconsistentes
e passar a embasar decisões em modelos e fatos relacionados ao
modo como o mercado funciona. |
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| Resumo
O atual ambiente econômico está sendo moldado por duas forças poderosas: a tecnologia e a globalização. Além de tecnologia e globalização, outras forças estão reconfigurando a economia como a desregulamentação de vários setores e a privatização das gigantes empresas estatais. Do seu lado os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram menos fidelidade a marcas. Os fabricantes de marcas reconhecidas estão enfrentando a concorrência de marcas locais e estrangeiras, o que está causando a elevação dos custos de promoção e a redução das margens de lucro. Eles estão sendo ainda pressionados por poderosos revendedores que disponibilizam espaço limitado nas prateleiras e estão lançando suas próprias marcas para concorrer com as marcas mais conhecidas. As empresas têm utilizado, em escala cada vez maior, a análise interna e de mercado e muitas delas já estão mudando para acompanhar tantas mudanças. Existem várias tendências que estão sendo utilizadas pelas empresas para se prepararem: terceirização, comércio eletrônico, benchmarking, alianças estratégicas, fornecedores-parceiros, foco no mercado, globalização e descentralização. As empresas também estão
repensando suas filosofias, seus conceitos e suas ferramentas. Neste novo
milênio, os principais temas do marketing são: marketing
de relacionamento, valor do cliente ao longo do tempo, participação
nos clientes, marketing para mercados-alvos, individualização,
bancos de dados, comunicação integrada de marketing, parceria
com canais de distribuição, marketing integrado e tomada
de decisão baseada em modelos. |
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