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| 1 - O pós-marketing O marketing de relacionamento requer um compromisso organizacional para com as técnicas de pós-marketing adotadas. É improvável que isso ocorra facilmente em uma estrutura organizacional convencional. De fato, uma das piores decisões possíveis é instituir programas de pós-marketing sem funcionários ou recursos adequados para apoiar as atividades envolvidas. Agir desta forma é arriscar-se a desapontar os clientes ou ser vista como uma empresa que age com falta de sinceridade.
O marketing
de relacionamento é adotado para fornecer produto, bem ou serviço,
de qualidade. O sucesso do marketing no Japão tem sido reconhecido
pela maneira positiva que a administração japonesa reage
aos programas de controle de qualidade. A perspectiva de zero defeito
e qualidade da administração a nível mundial vem
sendo adotada amplamente por estas empresas, começando pelo operário
da fábrica que participa regularmente de círculo
de controle de qualidade com seus colegas. |
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| Trabalho de Pós-marketing (Estabelecimento de relacionamentos com os clientes) Ao discutir-se a perspectiva de liderança que mais favorece a satisfação de clientes, propõe-se o seguinte:
Transformar estratégias em etapas práticas, freqüentemente exige equipes de ação na retaguarda motivando funcionários, atribuindo responsabilidades e alocando recursos. Finalmente, a alta administração organizará conselhos de satisfação de clientes para agir como grupos e coordenação na alocação de recursos e para reconhecer as realizações. Mecanismos de feedback devem ser fixados para monitorar a evolução e as mudanças das necessidades dos clientes. |
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| Embora as empresas americanas venham sendo ágeis no atendimento da satisfação dos clientes e na qualidade dos produtos, elas têm pouca experiência e poucas histórias de sucesso na transformação desse atendimento em design e fabricação do produto e em estratégias de administração voltadas para a melhoria da qualidade. De qualquer forma, melhorar a qualidade exige compromisso extremo e recursos substanciais. As grandes empresas brasileiras, dos mais variados setores, gastam milhões de dólares anualmente para montar departamentos inteiros que têm por finalidade responder aos inputs recebidos de clientes. Provavelmente, sem tal compromisso, muitos clientes sentiriam que seus inputs seriam ignorados ou não reconhecidos. Desenvolver relacionamentos bem-sucedidos exige prática constante e intensa de técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais óbvios é coletar informações dos clientes. Esse tipo de programa fornece feedback do cliente sobre a qualidade do produto e sugere direções futuras para a melhoria ou mudança. Todos os aspectos seguintes devem ser objeto de mudança:
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| Entretanto, o processo de determinar como os clientes se sentem e o que eles desejam, para depois transformar essas informações em ações de administradores e funcionários, é um processo complicado. Talvez se conheça menos sobre como o feedback dos clientes está relacionado com as decisões de design e produção do que qualquer atividade de pós-marketing praticada.
J. M. Juran, famoso defensor da qualidade e incentivador do aparecimento dos círculos de controle de qualidade no Japão, sugere a criação de um comitê de qualidade ou uma força tarefa para supervisionar esse processo de transição. Criando-se o comitê, existem inputs de informações que devem ser conciliados (freqüentemente eles estão em conflito) e depois incorporados ao planejamento administrativo. São eles:
Para se agir inteligentemente sobre as informações coletadas, deve-se resolver primeiramente as discrepâncias. Dos quatro inputs anteriores, é provável que as opiniões dos clientes e as perspectivas da administração sejam muito desiguais. A perspectiva de auditoria por comprador/cliente fantasma será, provavelmente, orientada diretamente para uma visão objetiva da realidade. Nesse sentido, o comprador fantasma pode servir de árbitro, identificando qual das duas perspectivas é a mais precisa. |
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| 2 - Resultados dos programas de satisfação de clientes Um programa de satisfação de clientes exerce importante função de pós-marketing por focalizar e interagir com clientes. Em termos gerais, esse programa desempenha várias funções:
O programa
de satisfação de clientes é realidade que verifica
as práticas de negócios ou produtos de uma empresa. Estabelece
uma ponte entre a administração de marketing e a administração
da qualidade, fornecendo feedback de apoio para modificar produtos, ajustando-os
para melhor atender às necessidades e desejos do cliente. |
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| Os resultados do programa devem ser apresentados em forma facilmente compreensível para permitir à administração as respostas em diferentes graus de sofisticação Para o uso satisfatório dos resultados de um programa de satisfação de clientes, deve ser criada uma “equipe de ação de qualidade”. Essa equipe deve ser idealmente composta de participantes dos seguintes níveis da organização:
A equipe
de ação deve ter também representantes dos principais
departamentos funcionais da organização. Essa representação
pressupõe que todos os departamentos conhecerão o programa
de satisfação de clientes e que os funcionários estarão
dispostos a contribuir com o seu objetivo. O papel da área de marketing
deve ser supervisionar a equipe e participar dela. |
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| O sucesso global de um programa de satisfação de clientes dependerá amplamente de:
Um programa
de satisfação de clientes deve ser visto como meio e não
como fim. É um processo que não termina nunca. A empresa
deve se comunicar constantemente com seus clientes, recebendo feedback
dos resultados e transformando-os em ações estratégicas
de marketing. |
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| 3 - Percepções da administração em relação à satisfação dos clientes Os administradores devem ser encorajados a participar, como entrevistados, em levantamentos. Assim, eles podem avaliar a qualidade dos produtos ou serviços da organização e estimar o nível de satisfação das interações da empresa com seus clientes. Essa avaliação gerencial do levantamento deve utilizar os mesmos atributos e escalas do programa de satisfação de clientes, além de fazer uso também do mesmo questionário. Ao avaliar objetivamente o desempenho de seus funcionários e os procedimentos, a administração pode aceitar mais facilmente a avaliação feita pelos clientes. O levantamento para avaliação da administração pode ser conduzido pela área de pesquisa de marketing ou por consultoria externa. Entre os resultados específicos da avaliação da administração, incluem-se os seguintes:
Como resultado
da coleta dessas informações, pode ser feita uma análise
para verificar se a administração está cuidando da
classificação das prioridades dos clientes em relação
aos atributos do produto e os níveis de satisfação
dos clientes com os produtos atuais. |
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| 4 - Auditorias por compradores / clientes fantasmas Uma empresa pode contratar compradores fantasmas diretamente ou utilizar uma empresa de pesquisa para desenvolver a forma de observação, organizar equipe de compradores e compilar os resultados da pesquisa. Os compradores, selecionados com diferentes critérios de fatores demográficos, visitam, telefonam ou fazem contatos com lojas, filiais ou revendedores em diferentes ocasiões do dia, em dias diferentes da semana.
Durante o
contato, os compradores fazem perguntas sobre condições
de compra ou fazem reclamações sobre produto ou serviço
específico. Geralmente, os principais focos de avaliação
são os serviços prestados ao cliente, o processo de venda
e a capacidade de os funcionários lidarem com reclamações. |
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| Como qualquer programa de informações, o exercício da compra fantasma deve iniciar pelo estabelecimento dos objetivos e dos critérios a serem avaliados. O próximo passo é a montagem do formulário de observação, o qual pode ser padrão, fornecido por empresa de pesquisa ou ajustado às suas necessidades. Após especificar as qualidades da observação (padrões contra os quais os critérios a serem avaliados são comparados), é importante perceber que a avaliação do comprador fantasma é limitada ao que ele pode ver e experimentar. Assuntos como a política da empresa ou o que acontece em estágios anteriores ao seu atendimento não podem ser mensurados por meio de uma compra fantasma. Desde que os critérios de observação sejam estabelecidos, os compradores estudam o formulário para familiarizar-se com os assuntos que serão focados. Às vezes eles são designados para procurar saber sobre determinado produto. Logo após, pois as informações coletadas não podem ser esquecidas, interagir com os funcionários da empresa, eles preenchem detalhadamente o formulário de observações e especificam o maior número possível de particularidades. Os resultados
das observações são depois compilados e analisados
da mesma forma que qualquer outro formulário de pesquisa. Para
que um programa de compra fantasma seja bem-sucedido é preciso
conduzi-lo em base regular – toda semana, mês ou período
de seis meses. Os compradores devem fazer rodízio para não
ser reconhecidos pelos funcionários. |
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| As informações provenientes desses programas vão além da avaliação de funcionários específicos. Elas fornecem descrição clara e objetiva dos esforços de pós-marketing que podem ser comparados diretamente com as percepções dos clientes e da administração.
Talvez mais
controvertido do que a compra fantasma seja a monitoria realizada pela
administração. Várias empresas usam algum tipo de
supervisão gerencial ou monitoria eletrônica para determinar
a qualidade dos serviços prestados pelos funcionários. Funcionários
de serviços, desde porteiros de hotéis até corretores
de ações, estão sendo monitorados de forma indireta
ou direta por telefones, terminais de computadores, câmeras de vídeo
ou outros equipamentos. |
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| 5 - Visitas aos clientes Até certo grau, o oposto da compra fantasma é a prática de visitas a clientes. Tais visitas ajudam a administração a coletar informações sobre necessidades e percepções dos clientes de maneira relativamente informal. Esse é o caso de produtos ou serviços complexos, ambíguos ou novos, em que o contato pessoal e a investigação são necessários. Também são importantes quando os objetivos da pesquisa incluem observação do ambiente do cliente, exploração de suas reações individuais ou geração de idéias para novos produtos. Para implantar programa bem-sucedido de visitas a clientes, a empresa deve:
Acredita-se
que as visitas a clientes oferecem à administração
avaliações relativamente objetivas dos níveis de
satisfação oferecidos por uma empresa, seus bens e serviços. |
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| Investigação:
O Carro que não gostava de sorvete de baunilha O caso começa quando o gerente da divisão de carros da Pontiac, da General Motors americana, recebe uma curiosa carta de reclamação de um cliente, a qual dizia: “Esta é a segunda vez que mando uma carta para vocês, mas não os culpo por não me responderem. Eu posso parecer louco, mas o fato é que temos uma tradição em nossa família de tomar sorvete após o jantar. Repetimos este ritual todas as noites, variando apenas o sabor do sorvete. Eu sou o encarregado de ir comprá-lo. Recentemente, adquiri um novo Pontiac e, desde então, minhas idas à sorveteria se transformaram num problema. Sempre que compro sorvete de baunilha, na volta da loja para casa o carro não pega. Se compro qualquer outro tipo de sorvete, o carro funciona normalmente. Os senhores devem achar que estou realmente louco, mas não importa quão tola possa parecer a minha reclamação.” O empregado da GM que recebeu a carta resolveu levar a reclamação do cliente a sério e mandou um engenheiro conversar com ele. O funcionário e o reclamante, um senhor bem-sucedido na vida e dono de vários carros, foram juntos à sorveteria no fatídico Pontiac. O engenheiro sugeriu que fosse comprado o sorvete com sabor de baunilha e o carro efetivamente não funcionou. O funcionário da GM voltou nos dias seguintes, à mesma hora, fez o mesmo trajeto, variando apenas o sabor do sorvete. O carro só não pegava na volta quando o sabor escolhido era o de baunilha. O caso acabou virando uma obsessão para o engenheiro, que passou a fazer experiências diárias, anotando e investigando todos os detalhes possíveis. Após duas semanas, ele chegou a primeira grande descoberta: quando o sorvete escolhido era de baunilha, ele gastava menos tempo na loja, porque esse tipo de sorvete estava acondicionado bem na frente da geladeira. Examinando o carro, o engenheiro concluiu: como neste caso o tempo gasto com a compra era muito menor em comparação com o tempo gasto com a compra de outros sabores, o motor não chegava a esfriar. Com isso, os vapores de combustível não se dissipavam, impedindo que a nova partida fosse instantânea. Desde então, a Pontiac mudou o sistema de alimentação de combustível, introduzindo a alteração em todos os modelos a partir da linha de 99. O autor da reclamação ganhou um carro novo, além da reforma do que não pegava com sorvete de baunilha. A GM distribuiu
também um memorando interno, exigindo que seus funcionários
levassem a sério todas as reclamações, até
as mais estapafúrdias, “porque pode ser que uma grande
inovação esteja por trás de um sorvete de baunilha.” |
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| 6 - Mudança de orientação da administração de marketing Com a crescente ênfase em relacionamentos com clientes, a estrutura organizacional pode necessitar ser mudada. Ironicamente, o departamento de serviços a clientes (se existir) será, provavelmente, a primeira vítima da reestruturação de uma organização. A administração descobrirá que o marketing de relacionamento não pode ficar situado em um único departamento. Ele deve existir como filosofia em toda a empresa.
A segunda
vítima será a forma tradicional de pensar das pessoas existentes
em muitos departamentos de marketing. Elas estão desacostumadas
a ficar na linha-de-frente,
em interação direta com o cliente, confiando o trabalho
às equipes de venda. Em uma organização orientada
para o pós-marketing, o departamento de marketing necessitará
adotar papel muito mais interativo com os clientes. |
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| Talvez, possa se considerar que essas tarefas interativas fossem mais adequadas em departamento de serviços aos clientes; separado e dirigida por diretor de serviços da empresa. Mas o marketing já possui a experiência de trazer informações dos clientes para a empresa, mesmo que sob perspectiva limitada. O departamento de marketing possui todas as habilidades necessárias para iniciar esforço de pós-marketing com sucesso. Nenhuma das novas funções deve ser vista como um conflito de interesses para o marketing. De fato, a maioria dos departamentos de marketing constatarão que suas experiências reais de marketing orientado para o cliente são compatíveis com as demandas mais exigentes de pós-marketing. Essa mudança
da orientação empresarial passa por pontos-chaves que são
a base do processo de relacionamento com o cliente: a mudança na
cultura organizacional no que se refere a clientes, o consentimento aos
funcionários, o trabalho em equipe, programas adequados de treinamento,
a contratação das pessoas certas para os lugares certos
e a recompensa pelo bom desempenho. |
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| Resumo O marketing de relacionamento requer compromisso organizacional para as técnicas de pós-marketing a serem adotadas. O marketing de relacionamento é adotado para fornecer produto, bem ou serviço, de qualidade. Desenvolver relacionamentos bem-sucedidos exige prática constante e intensa de técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais óbvios é coletar informações dos clientes. O processo de determinar como os clientes se sentem e o que eles desejam, para depois transformar essas informações em ações de administradores e funcionários, é um processo complicado. Existem inputs de informações que devem ser conciliados (freqüentemente eles estão em conflito) e depois incorporados ao planejamento administrativo. São eles: resultados dos programas de satisfação de clientes, percepções da administração em relação à satisfação dos clientes, auditorias por compradores/clientes fantasmas e observações coletadas em visitas a clientes. O programa de satisfação de clientes é uma realidade que verifica as práticas de negócios ou produtos de uma empresa. Estabelece uma ponte entre a administração de marketing e a administração da qualidade, fornecendo feedback de apoio para modificar produtos, ajustando-os para melhor atender às necessidades e desejos do cliente. Um programa de satisfação de clientes deve ser visto como um meio e não como um fim. É um processo que não termina nunca. A empresa deve se comunicar constantemente com seus clientes, recebendo feedback dos resultados e transformando-os em ações estratégicas de marketing. Os administradores devem ser encorajados a participar, como entrevistados, em levantamento. Assim eles podem avaliar a qualidade dos produtos ou serviços da organização e estimar o nível de satisfação das interações da empresa com seus clientes. Uma empresa pode contratar compradores fantasmas selecionados com diferentes critérios de fatores demográficos, que visitam, telefonam ou fazem contatos com lojas, filiais ou revendedores em diferentes ocasiões do dia, em dias diferentes da semana para fazer perguntas sobre condições de compra ou fazem reclamações sobre um produto ou serviço específico. O oposto da compra fantasma é a prática de visitas a clientes que ajudam a administração a coletar informações de maneira relativamente informal quando se tem produtos ou serviços complexos, ambíguos ou novos, em que o contato pessoal e a investigação são necessários ou quando os objetivos da pesquisa incluem observação do ambiente do cliente, exploração de suas reações individuais ou geração de idéias para novos produtos. Com a crescente ênfase em relacionamentos com clientes, a estrutura organizacional pode necessitar ser mudada. A principal vítima da mudança organizacional é a forma tradicional de pensar das pessoas existentes em muitos departamentos de marketing, desacostumadas a ficar na linha-de-frente, em interação direta com o cliente, confiando o trabalho às equipes de venda. |
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| 1
- O produto “atendimento” Existem, hoje, muitas opções de compra no mercado, grande variedade de produtos e de pontos de venda. Se no passado, o ato de consumir criava algum grau de dificuldade, o consumo atual, bate à porta das casas do consumidor. Não é rara a compra de artigos que nem mesmo estejam sendo necessitados.
Em um ambiente de tantas facilidades, o que pode ser considerado um produto de primeira necessidade? E um produto de valor? O que é um produto delicado ou gostoso? |
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Em
um mercado tão competitivo, com o cliente cada vez mais exigente
e consciente de seus direitos, um bom atendimento é o que existe
de mais importante, mais valoroso mais delicado e mais gostoso! Este sim
é um produto:
Atendimento
é isso tudo e muito mais. Questiona-se onde ele começa e
onde ele termina. Cada vez mais ele começa a cada contato do cliente,
mesmo que não seja o primeiro contato, mesmo que o cliente já
tenha um histórico positivo de atendimento; a cada novo contato,
é necessário renovar e provar a competência no atendimento.
E por assim ser, não termina nunca. |
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| 2 - O conceito do atendimento O atendimento pode ser classificado em duas grandes naturezas: E mesmo que uma empresa pudesse garantir a contratação dos melhores e mais competentes profissionais do mercado, o melhor atendimento ainda não poderia ser garantido. Até porque a qualificação e o comprometimento dos funcionários são fundamentais para o atendimento, porém não são suficientes. Talvez o grande erro da maioria das empresas seja imaginar que prepara o pessoal para o bom atendimento seja apenas trazer o funcionário para a sala de aula, com alguns filmes, transparências, apostilas etc., ensinar-lhes como voltar para a loja e, com base em um curso, oferecer o tão desejado bom atendimento.
O
funcionário volta para a loja; aprendeu como sorrir, como cumprimentar,
como ser gentil e atencioso com o cliente; volta do treinamento tão
empolgado que, de fato, aplica este aprendizado por 10 dias, ou uma semana,
até que tudo cai no esquecimento e ele já não se
lembra bem do relacionamento. A questão é que, em muitos
casos, não há consistência entre o discurso feito
no treinamento e as ações de fato praticadas na loja. Por
isso a necessidade de se considerar a segunda etapa: o desenvolvimento
de uma cultura de atendimento. |
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| 3
- Desenvolvimento de uma cultura de atendimento
Como a empresa quer relacionar-se com o cliente? Como deseja ser vista pelo cliente? Quais os valores perseguidos para esse atendimento? Que política de atendimento adotar para a empresa estar conectada a essa cultura de atendimento? Como o cliente interno é tratado? Qual o modelo de atendimento que o nosso cliente interno recebe? Que ações devem ser implementadas para envolver a todos nesse processo? Como obter feedback sobre o atendimento oferecido? Como dar feedback aos funcionários? Essas e outras questões possibilitam a definição de uma cultura de atendimento que pode dar suporte à estratégia de atendimento. Feito isso, é necessário gerar uma conspiração, onde todas as áreas da empresa participem, em prol dessa cultura de atendimento. Todos, juntos, trabalham na mesma causa, na mesma direção, integrados em um objetivo comum. Apenas depois de incorporada a cultura de atendimento, pode-se falar da seleção e da formação da equipe para o atendimento. Capacitação do pessoal do atendimento - O bom atendimento começa na contratação dos profissionais que mantêm contato direto e/ou indireto com o cliente. No perfil dos profissionais desejados, além das características técnicas e operacionais, é fundamental buscar pessoas que possam estar identificadas com os valores da cultura de atendimento.
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| Se
por exemplo, na cultura de uma empresa é importante que haja atenção
para com o cliente, a opção é pelo candidato que apresentar
interesse e habilidade em dar atenção ao cliente, como algo
natural e prazeroso.
Aqui é importante ressaltar que essa preocupação em trazer pessoas que se identifiquem com o atendimento não se atém apenas aos cargos que possuem interface direta com o cliente, mas também aqueles que, embora não mantenham esse contato, devem trabalhar com foco no cliente. Uma vez admitido, o profissional deve então passar por treinamento global, onde é desenvolvido conteúdo que apresente a cultura de atendimento da organização, o perfil do consumidor, seus desejos e expectativas de atendimento, a política e a estratégia de atendimento, bem como a conexão entre cultura e estratégia. Estes são conceitos que desenvolvem
a macro visão do atendimento naquele negócio, objetivando
dar ao funcionário sentido para o atendimento, bem como dar alguma
direção para o atendimento, inclusive em situações
imprevisíveis. |
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A
seguir, o funcionário passa para uma fase de treinamentos específicos,
onde é dada ênfase ao domínio técnico e operacional
específico a cada cargo ou função, como também
ás exigências comportamentais do atendimento.
• Treinamento técnico operacional: são programas que desenvolvem conhecimento e habilidades que irão servir como ferramenta básica para garantir a eficiência no atendimento, tais como o conhecimento do produto, técnicas de exposição, manipulação de produtos, precificação de mercadorias, utilização e manutenção de equipamentos, segurança no trabalho etc. •
Treinamento comportamental: são programas que
desenvolvem atitudes favoráveis à relação
interpessoal funcionário X cliente e que estão fundamentados
pelos valores da cultura de atendimento. |
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| 4
- Atendimento telefônico
Se o atendimento feito pessoalmente é delicado, imagine o atendimento telefônico. Ele é ainda mais delicado, pois nesse caso não se podem utilizar outros recursos de comunicação, como o contato visual, a leitura corporal, o sorriso e todas as outras expressões que, se bem utilizadas, em muito contribuem no atendimento. Geralmente, é mais difícil imprimir atenção, interesse, cortesia em contato telefônico, tanto para quem oferece o atendimento quanto para quem recebe. As pessoas também parecem sentir-se menos comprometidas quando não há o contato pessoal. Talvez, por tudo isso, o atendimento telefônico represente um dos principais pontos de atrito no que se refere á formação de boa imagem e relações entre empresas e consumidores. Como primeiro passo deve-se conscientizar
o profissional da importância de seu papel, traçando paralelo
entre a imagem da empresa e o contato telefônico, conscientizando
esse profissional de que, sob a ótica do cliente, em cada toque,
o atendimento é feito pela empresa, não pelo funcionário.
É a empresa que está falando do outro lado da linha. |
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Tão importante quando saber o papel estratégico de quem recebe a ligação é saber como atender uma ligação. Torna-se necessário demonstrar a importância da disponibilidade de linhas desocupadas, o atendimento no primeiro toque, a identificação de quem está atendendo, o tom de voz e a atenção exclusiva àquela ligação, sem atividades paralelas.
Um bom atendimento telefônico passa pela eficiência e cortesia, o que é proporcionado por: •
informação e atualização sobre o que acontece
na empresa e de que maneira; |
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| 5
- Atendimento e serviços ao cliente
Os diversos tipos e formatos de empresas que atendem ao consumidor final oferecem diferentes níveis de serviços de atendimento, alguns com gama mais limitada e outros com linha mais extensa de serviços. Costuma-se classificar os níveis de serviços de atendimento em quatro alternativas:
Os
consumidores percebem que existe custo associado aos serviços e
que as lojas que oferecem serviços completos, em geral, praticam
preços mais altos do que aquelas que oferecem serviços básicos.
Existem segmentos de consumidores que acham que vale a pena pagar pouco
mais para receber serviços mais completos, enquanto outros, mais
sensíveis ao preço, dispensam isso em troca de preços
menores. |
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Os serviços de atendimento podem ser classificados em três categorias de acordo com o momento do processo de compra do consumidor: a pré-transação, a transação e a pós-transação. Os serviços são desenvolvidos para proporcionar facilidades ao consumidor e aumentar o poder de atração. A classificação dos serviços nessas três categorias pode ser também relacionada com o já clássico modelo dos cinco estágios do processo de compra. Os serviços de pré-transação participam dos três primeiros estágios, especialmente nas etapas de busca de informação e de seleção das alternativas; os serviços de transação ajudam no estágio de decisão de compra; e os serviços de pós-transação estão relacionados com o último estágio do processo de compra que é a reação pós-compra.
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O consumidor, normalmente, passa por cinco estágios durante o processo de compra de algum produto:
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Os serviços de pré-transação, como o nome já indica, são aqueles oferecidos ao consumidor antes de iniciar a transação e, muitas vezes, antes mesmo do contato vendedor-comprador. Tratam-se de estímulos que servem para atrair o consumidor e efetuar transação:
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Os serviços de pós-transação, como o nome indica, são aqueles oferecidos aos consumidores após eles terem realizado a compra do produto: entrega, ajustes e concertos, montagens e instalações, devoluções e gerenciamento das reclamações. • Entrega - Muitas vezes o serviço de entrega torna-se indispensável pelo volume e peso dos produtos. Esses serviços são altamente valorizados em lojas localizadas próximo a estações de transporte coletivo e em regiões de baixa renda nas quais os consumidores não possuem automóveis. Também para o segmento de terceira idade, é um fator de competitividade. A entrega pode ser realizada por frota própria ou terceirizada. • Ajustes e consertos -Muitas lojas de confecções, especialmente as que vendem produtos de qualidade superior, oferecem serviços de ajustes de roupas. Lojas que vendem aparelhos, equipamentos e veículos costumam prestar serviços de reparo e assistência técnica, especialmente durante o período de garantia. A qualidade e presteza desses serviços têm forte peso no reforço da imagem dessas lojas. • Montagens e instalações - Lojas que vendem móveis, carpetes ou outros itens, como exaustores, aparelhos de ar-condicionado e computadores, costumam prestar ou terceirizar serviços de montagem e instalação. Costuma-se considerar estes serviços como parte integrante do produto comprado. • Devoluções - As diretrizes sobre devoluções e trocas variam de empresa para empresa. A facilidade de realizar a troca de produtos é uma característica muito valorizada pelos consumidores. Existem varejistas que não permitem a devolução, outros que permitem a troca por outro produto e aqueles que praticam a política da “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”. |
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•
Gerenciamento das reclamações - Quando
fazem reclamações, os consumidores esperam que se adote
uma postura receptiva e compreensiva e que se mostre empatia com o seu
desapontamento, ou seja: o consumidor quer ser ouvido com atenção.
Essa compreensão implica procurar atender o consumidor, mesmo quando
ele não esta certo. A forma pela qual se responde a uma reclamação
poderá superar de tal forma a expectativa do consumidor que poderá
transformá-lo de cliente insatisfeito em muito satisfeito. As reclamações
podem e devem ser vistas positivamente, pois oferecem uma chance para
identificar o erro e corrigir além de servir como ótima
fonte de informação sobre os produtos e outras atividades
da organização. Muitas empresas estão implantando um serviço de atendimento ao consumidor para lidar com as reclamações e estimular o desenvolvimento de um fluxo de comunicação entre ela e seus clientes. É importante que este serviço não só seja operado por pessoal bem treinado a lidar com reclamações, ma também procure canalizar essas reclamações para que os problemas possam ser solucionados. Existem alguns tipos mais freqüentes de reclamações de clientes que podem ser citados:
O
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) consiste em um elo decisivo
entre o consumidor e a empresa, uma vez que traz informações
valiosas sobre o desempenho das marcas e a demanda por novos produtos.
Sua importância é dupla: além de demonstrar o interesse
do consumidor por determinado produto, funciona como um recurso estratégico
no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos produtos, de pesquisa
de mercado e uma poderosa ferramenta de marketing quando trabalhado como
realimentador de informações para a empresa. É um
fator importante para a retenção de clientes. |
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| 6
- O processo de Venda pessoal também é atendimento
De certa forma todos os funcionários de uma empresa que têm alguma interação com o consumidor desempenham alguma atividade de venda pessoal. As atividades de venda pessoal têm grande importância para os varejistas desenvolverem suas vantagens competitivas. Os seguintes fatores merecem destaque:
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A habilidade da comunicação pessoal é a base para todo o processo de venda pessoal, no qual ocorre a troca de idéias e interesses entre o vendedor e o comprador. Os seguintes atributos e habilidades contribuem para o sucesso do vendedor: comunicabilidade, aparência pessoal, personalidade, conhecimento, atitude, saber ouvir, similaridade e adaptabilidade. A venda pessoal é um processo que consiste em sete etapas:
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| Resumo
O atendimento pode ser classificado em duas grandes naturezas: o atendimento mudo e o atendimento atitudinal. Como é que a empresa relaciona-se com o cliente? Como deseja ser vista pelo cliente? Quais os valores perseguidos para esse atendimento? Que política de atendimento adotar para a empresa estar conectada a essa cultura de atendimento? Como o cliente interno é tratado? Qual o modelo de atendimento que o nosso cliente interno recebe? Que ações devem ser implementadas para envolver a todos nesse processo? Como obter feedback sobre o atendimento oferecido? Como dar feedback aos funcionários? Essas e outras questões possibilitam a definição de uma cultura de atendimento que pode dar suporte à estratégia de atendimento. O bom atendimento começa na contratação dos profissionais que mantêm contato direto e/ou indireto com o cliente. Uma vez admitido, o profissional deve então passar por um treinamento global, onde é desenvolvido um conteúdo que apresente a cultura de atendimento da organização, o perfil do consumidor, seus desejos e expectativas de atendimento, a política e a estratégia de atendimento, bem como a conexão entre cultura e estratégia. A seguir, o funcionário passa para uma fase de treinamentos específicos, onde é dada ênfase ao domínio técnico e operacional específico a cada cargo / função, como também ás exigências comportamentais do atendimento. Talvez, por tudo isso, o atendimento telefônico represente um dos principais pontos de atrito no que se refere à formação de uma boa imagem e relações entre empresas e consumidores. Costuma-se classificar os níveis de serviços de atendimento em quatro alternativas: auto-serviço, auto-seleção, serviços limitados e serviços completos. Os serviços de atendimento podem ser classificados em três categorias de acordo com o momento do processo de compra do consumidor: a pré-transação, a transação e a pós-transação. De certa forma, todos os funcionários de uma empresa, que têm qualquer interação com o consumidor, desempenham alguma atividade de venda pessoal. A habilidade da comunicação pessoal é a base para todo o processo de venda pessoal, no qual ocorre a troca de idéias e interesses entre o vendedor e o comprador. A venda pessoal é um processo que
consistem em sete etapas: a preparação e prospecção,
a abordagem ao cliente, a determinação das necessidades
do cliente, a apresentação de produtos e ajuda na seleção,
a administração e superação de objeções,
o fechamento da venda e o follow-up. |
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| Módulo 3 | Página 34 |
| 1 - O que é Endomarketing Em primeira aproximação, pode-se dizer que o endomarketing consiste em ações de marketing para o público interno da empresa, com o fim de promover valores destinados a servir o cliente entre os seus funcionários e departamentos. Essa noção de cliente, por sua vez, transfere-se para o tratamento dado aos funcionários comprometidos de modo integral com os objetivos da empresa. O comprometimento implica adesão aos valores e objetivos da empresa por meio do endomarketing e pressupõe o trabalho em equipe, num contexto marcado pela cooperação e pela integração dos vários setores da empresa. Muito mais
do que um nome, endomarketing é um novo conceito, uma nova postura,
uma ferramenta que corresponde a uma nova abordagem do mercado e da estrutura
organizacional das empresas, ligadas a todo um contexto de mudanças.
No novo cenário de economia orientada para o cliente, o endomarketing
contribui decisivamente para a formação de um ambiente empresarial
favorável ao conhecimento e aos valores compartilhados por todos
que compõem uma empresa, do topo à linha de frente. |
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Página 35 |
| Aqui está a importância do endomarketing e de sua proposta de transformar o marketing em um valor presente em todas as atividades da empresa. O Departamento de Marketing mantêm-se com sua atividade especializada e seus especialistas, mas a mentalidade do marketing, seus valores e noções orientam a empresa em todos os seus níveis e atividades.
O endomarketing faz isso promovendo a integração dos setores em função do objetivo final da empresa e disseminando por toda a organização a noção de cliente interno, o que implica na valorização do funcionário. A valorização do funcionário, por sua vez, requer a ênfase no conhecimento, a prática do poder compartilhado, o aumento da capacidade de decisão de cada em seu devido setor e a devida recompensa. |
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| 2 - Fundamentos do Endomarketing O endomarketing sempre existiu, mesmo que de maneira informal e intuitiva, nas empresas dirigidas com espírito de liderança integradora e eficiência. O objetivo desse processo é fazer com que os diversos departamentos e seus funcionários compartilhem os valores e objetivos da empresa. Deste modo, surge um processo de coesão e comunicação no ambiente interno. A função do endomarketing é integrar a noção de cliente nos processos internos da estrutura organizacional para propiciar melhorias substanciais na qualidade de bens e serviços. Em outras palavras, o objetivo consiste em atrair e reter o cliente interno – os funcionários – com a função de obter resultados eficientes para a empresa, atraindo e retendo seus clientes externos. Essa é a importância básica do endomarketing para o resultado final da empresa: tornar-se mais eficiente e competitiva. Já vimos que o endomarketing possui uma importância estratégica e, neste sentido, não pode ser separado do marketing. Sabe-se que na preparação de um bom plano estratégico deve ser realizada uma avaliação do cenário ambiental. Essa avaliação do ambiente externo é sempre feita com pleno uso dos recursos, mas normalmente limitados. Para tal, faz-se a pesquisa para identificar necessidades não satisfeitas dos clientes, analisa-se o ambiente econômico, tecnológico, social, cultural e até governamental do ambiente externo. Mas, todo esse trabalho corre o risco de ser subtilizado, porque é incompleto. Falta a avaliação do ambiente interno da organização. A importância da avaliação do ambiente interno da organização é tão importante quanto a avaliação de seu ambiente externo. Guardadas as devidas proporções, é preciso conquistar primeiro o mercado dos clientes internos para, em seguida, lançar-se ao mercado externo. Não se pode partir do pressuposto de que todos vestem a camisa da empresa, pois isso nem sempre é verdade. |
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| Uma avaliação preliminar do ambiente interno implica algumas perguntas:
Se for dada
uma “olhadinha” para dentro da empresa, pode-se observar que
nem tudo está no melhor dos mundos. E isso ocorre não só
em função dos próprios desafios enfrentados pela
organização, mas em conseqüência da existência
de pontos de vista e interesse divergentes entre os vários departamentos
da empresa. Esses conflitos devem ser administrados para que a cooperação
prevaleça. A harmonia é sempre o resultado de administrar
bem os interesses divergentes e, às vezes, conflitantes. |
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| Por exemplo, o departamento de vendas gostaria de vender a um preço menor ou com mais descontos, já o pessoal de finanças acha que o preço está baixo e que os prazos de pagamento podem ser reduzidos. Por sua vez, a produção queixa-se das pressões que sofre, pois considera que perde um tempo precioso com essas pressões, um tempo que poderia ser investido em dar mais qualidade à fabricação padronizada do produto. Ou, então, há o conflito entre a visão necessariamente de curto prazo do departamento de marketing e a visão de longo prazo do departamento de pesquisa e desenvolvimento de produtos. Esses são conflitos clássicos. Mas há ou pode haver algo bem mais grave como um clima de desmotivação geral ou insatisfação. Em geral, as empresas não valorizam suficientemente seus funcionários para que estes possam dar como resposta um atendimento satisfatório e correto ao cliente. Assim, a relação com o cliente deixa de ser produtiva para a empresa. De um modo
geral, o pessoal da linha de frente, em contato direto com o consumidor,
é o menos valorizado e por não possuírem informações
suficientes, acabam passando uma imagem inadequada da empresa. Além
disso, têm uma limitadíssima margem de poder de decisão
para resolver qualquer problema ou dificuldade momentânea. Muitas
vezes, esta situação pode gerar atitudes de displicência
nas pessoas que lidam com os clientes, caracterizando um mau atendimento. |
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| Esse fato
costuma também provocar a cultura
do não ou a cultura
da transferência. Esse tipo de atitude costuma ser fatal,
pois provoca uma situação altamente negativa no relacionamento
do cliente com qualquer empresa. No entanto, é comum ver-se atitudes
desta natureza nas pessoas que fazem o contato, que lidam com o consumidor
face a face.
Aqui prevalece uma lei: cliente insatisfeito não reclama, vai embora. Apenas cerca de 4% dos clientes insatisfeitos reclamam. Para cada cliente que reclama, existem 20 outros que não o fazem. E, entre os que não reclamam, uma média que vai de 65% a 90% deixa de comprar o produto. Por fim, sabe-se que o custo de conquistar um cliente é cinco vezes maior que o custo de reter um cliente ativo. Quando as
reclamações são atendidas, pesquisas mostram uma
resposta positiva do cliente. 82% dos que reclamaram voltam a comprar
da empresa. Além disso, esse contato com o cliente gera informações
valiosas sobre o produto e sobre a empresa do ponto de vista do consumidor.
Entre essas informações, aparecem também sugestões
que podem ser aproveitadas para novos produtos. |
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O endomarketing
deve partir de três premissas básicas:
Essas três premissas trazem como conseqüência um princípio: este processo de envolvimento, comprometimento e valorização do funcionário deve preceder o marketing externo. |
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Depois do reconhecimento das premissas, é necessário verificar e examinar as condições para a implantação do endomarketing. O exame das condições internas necessárias para a aplicação do endomarketing é de importância decisiva, pois remete à cultura organizacional e à decisão dos gerentes de implementarem o processo. Por isso:
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Aqui esbarramos em um componente psicológico, formado de hábitos adquiridos, de valores obsoletos ligados a estruturas organizacionais sem flexibilidade. O grande inimigo do endomarketing é a resistência que pode ser oferecida à sua implantação por alguns setores da empresa. Essa resistência pode assumir a forma de argumentos. Acrescente-se também que o processo de endomarketing requer, em muitos casos, mudanças na cultura organizacional no sentido de torná-la mais flexível, de disseminar conhecimento, gerar responsabilidades e delegar poder de decisão aos funcionários. A resistência é processo inevitável que termina com a afirmação da nova idéia, porque ela corresponde a realidade nova, avanço em determinado campo do comportamento ou do conhecimento humano. Com o endomarketing não é diferente. O passo seguinte
deve ser o envolvimento da administração média, gerentes
e supervisores. Trata-se de um processo de convencimento, para que eles
aceitem o endomarketing e assimilem a sua necessidade dentro dos objetivos
estratégicos da empresa. O comprometimento dos gerentes com o processo
visa transformá-los em agentes de mudança, de uma nova atitude
de comprometimento capaz de envolver os funcionários, dando-lhes
a percepção de que todos são de algum modo “pessoas
de marketing”. |
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3 - Programa de implantação do Endomarketing Somente a partir de uma avaliação cuidadosa e sistemática do ambiente interno da empresa, um programa de endomarketing pode ter sucesso. Nesta avaliação, como visto anteriormente, obtêm-se os pontos fortes e fracos da empresa do ponto de vista de seu ambiente interno, do ponto de vista de sua cultura organizacional. Esta avaliação do ambiente interno traz à tona aqueles mesmos fatores presentes na avaliação estratégica do ambiente externo, conhecidos como SWOT. Pode-se citar, por exemplo, uma empresa que pode estar perdendo uma boa oportunidade frente ao mercado porque seu pessoal de linha de frente não recebe informações adequadas para ter uma visão correta da importância do bom atendimento ao cliente. Outro caso é o de que a baixa motivação dos funcionários, sobretudo daqueles em contato direto com os clientes, constitui uma ameaça para o desempenho da empresa. Quando pontos de estrangulamento como esses são identificados, devem receber um tratamento prioritário do programa de endomarketing. |
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De acordo com o diagnóstico obtido, podem surgir três níveis de abrangência para um Programa de Endomarketing:
Seja qual for o nível de abrangência do endomarketing, há sempre duas linhas de ação que guiam esse processo: atitude e comunicação. Definir estas duas linhas de ação ajuda a avaliar e testar a consistência de um programa de endomarketing. Verificando se o programa contempla essas duas linhas de ação, a empresa se dá conta, por exemplo, da prioridade da linha de atitude em relação à comunicação e de que maneira procura integrá-las. É preciso usar as duas mãos para fazer um gesto só: criar o endomarketing. |
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Um programa de endomarketing deve conter os seguintes tópicos:
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4 - Avaliação do Endomarketing Um instrumento muito empregado e válido para a avaliação do programa de endomarketing é o GRID – Grupo Interno de Diagnóstico. O GRID faz esta avaliação a partir de reuniões entre departamentos ou entre funcionários de um mesmo departamento. Nestas reuniões, deve-se também esclarecer e resolver problemas que possam surgir na prática do endomarketing.
Estes problemas podem abranger as mais diversas áreas ou aspectos, indo desde questões internas de um departamento até sondagens para verificar, por exemplo, como a prioridade para os valores do cliente está sendo assimilada pela linha de frente ou por outros departamentos. Mas não é só, pois a avaliação pode se concentrar ainda na própria questão da resistência ao processo de endomarketing, procurando identificar onde, como e por que surgem estes focos de resistência. Outra ferramenta
de avaliação é a técnica de espelho, em que
“fotografa-se” a empresa em um momento zero, ou seja, exatamente
no início do programa de endomarketing e, gradativamente, vão
sendo realizadas releituras periódicas com o objetivo de se verificar
como está se processando a assimilação dos novos
valores, o grau de comprometimento e envolvimento dos funcionários,
a relação interna entre os departamentos e os prováveis
pontos de resistência e seus motivos. Como se vê, os objetivos
da técnica do espelho são os mesmos do GRID. |
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Aqui se torna fundamental ter em vista que, seja qual for o método de avaliação empregado, o acompanhamento pode ser consolidado por meio da sistematização de um conjunto de procedimentos gerenciais:
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5 - Perspectivas do Endomarketing Na abordagem do endomarketing, o gerente precisa ser “realfabetizado” ou reeducado para assumir seu novo papel com eficácia dentro de uma estrutura solidária: baseada na delegação de poder e na iniciativa. As empresas precisam se convencer de que, devido à sua posição entre a cúpula e a base, o gerente será auxiliado por uma cultura organizacional que assegure a presença de valores compartilhados tanto pela cúpula como pela base.
A prioridade,
para o gerente, é centrar o serviço no cliente, sempre captando
a percepção e a expectativa deste cliente em relação
aos benefícios prometidos pelo serviço da empresa. Absorver
e compreender o que ocorre entre o cliente, o gerente e a equipe comandada
por ele. Esta será também a orientação que
vai transmitir à sua equipe, incluindo-se neste contato com seus
comandados a noção de cliente interno. |
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A melhor imagem para esse tipo de liderança é a do “treinador”, que organiza uma equipe para atuar solidariamente, criando as condições para que todo o grupo esteja entrosado para o trabalho coletivo, isto é, para o jogo. Ele orienta a equipe com instruções, corrigindo posições, incentivando o time, treinando jogadas, dando liberdade de ação para que tenham iniciativa e organizando a melhor tática possível para obter um resultado positivo. Em seu novo papel de líderes, os gerentes precisam de modelos, os quais têm que estar dentro das empresas a que pertencem. Precisam vir da alta direção. Neste sentido, os gerentes também são transmissores de valores, homens que recebem e transmitem valores. O novo gerente como líder não tem o perfil de “chefão”, mas de comunicador, capaz de passar bem a mensagem, de transmitir confiança e credibilidade. Ao mesmo tempo, os valores compartilhados pela cultura organizacional irão incentivar sua iniciativa para que ele possa assumir papel cada vez mais criativo, sugerindo metas, alternativas operacionais, soluções. Deixa assim de ser simples intermediário para assumir uma posição de maior autonomia. |
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Todo o processo de endomarketing consiste, num sentido amplo, em promover mudanças de valores para adequar as empresas à nova configuração do mercado de serviço. A partir dessa perspectiva, vale a pena finalizar alinhando alguns fatores que já constituem uma realidade, mas que irão se consolidar cada vez mais com o tempo:
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Resumo Em uma primeira aproximação, pode-se dizer que o endomarketing consiste em ações de marketing para o público interno da empresa, com o fim de promover entre os seus funcionários e departamentos valores destinados a servir o cliente. No novo cenário de economia orientada para o cliente, o endomarketing contribui decisivamente para a formação de ambiente empresarial favorável ao conhecimento e aos valores compartilhados por todos que compõem uma empresa, do topo à linha de frente. O endomarketing sempre existiu, mesmo que de maneira informal e intuitiva, nas empresas dirigidas com espírito de liderança integradora e eficiência. A função do endomarketing é integrar a noção de cliente nos processos internos da estrutura organizacional para propiciar melhorias substanciais na qualidade de bens e serviços. Em outras palavras, o objetivo consiste em atrair e reter o cliente interno – os funcionários – com a função de obter resultados eficientes para a empresa, atraindo e retendo seus clientes externos. A importância da avaliação do ambiente interno da organização é tão importante quanto a avaliação de seu ambiente externo. Guardadas as devidas proporções, é preciso conquistar primeiro o mercado dos clientes internos para, em seguida, lançar-se ao mercado externo. O endomarketing deve partir de três premissas básicas: Estamos em mercado orientado para clientes, funcionários têm expectativas, são ativo valioso e constituem o primeiro mercado para a organização, e excelência de serviços para os clientes e gerenciamento de recursos humanos significam muito mais do que sorrisos e tapinhas nas costas. Significam envolver e comprometer os funcionários com os objetivos e decisões da empresa. Essas três premissas trazem como conseqüência um princípio: este processo, de envolvimento, comprometimento e valorização do funcionário, deve preceder o marketing externo. Depois do reconhecimento das premissas, é necessário verificar e examinar as condições para a implantação do endomarketing. O passo seguinte deve ser o envolvimento da administração média, gerentes e supervisores. De acordo com o diagnóstico obtido, podem surgir três níveis de abrangência para um Programa de Endomarketing. Seja qual for o nível de abrangência do endomarketing, há sempre duas linhas de ação que guiam este processo: atitude e comunicação. Um programa de endomarketing deve conter os seguintes tópicos: treinamento sob a ótica de educação e desenvolvimento, processo de seleção, planos de carreira, motivação, valorização e comprometimento do funcionário, sistema de informações e rede de comunicação interna, segmentação do mercado de clientes internos e cenários para novos produtos e campanhas publicitárias. Um instrumento muito empregado e válido para a avaliação do programa de endomarketing é o GRID – Grupo Interno de Diagnóstico. Outra ferramenta de avaliação é a técnica de espelho. Seja qual for o método de avaliação empregado, este tipo de acompanhamento pode ser consolidado por meio da sistematização de um conjunto de procedimentos gerenciais. Na abordagem do endomarketing, o gerente precisa ser “realfabetizado” ou reeducado para assumir seu novo papel com eficácia dentro de uma estrutura solidária: baseada na delegação de poder e na iniciativa. Em seu novo
papel de líderes, os gerentes precisam de modelos, os quais têm
que estar dentro das empresas a que pertencem. Precisam vir da alta direção. |
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| Módulo 1 | Página 52 |
| 1 - Qualidade no pós-marketing Diz-se que o marketing vem, no decorrer dos anos, mudando sua orientação de enganar clientes, para desapontá-los e depois satisfazê-los. O pensamento atual é de que o sucesso futuro depende da habilidade em integrar sistematicamente o cliente ao negócio. Infelizmente, as empresas, atualmente, antecipam-se cinicamente aos clientes apenas obtendo lucro ao explorá-los em vez de também satisfazer suas necessidades e desejos. Mesmo as empresas bem intencionadas podem perder a visibilidade de seu objetivo mais importante – satisfazer clientes. Elas podem se concentrar no objetivo restrito de criar novos produtos ou de concorrer agressivamente com outras empresas; ambas perspectivas fatais. Ironicamente,
as atenções das empresas têm-se voltado em conhecer
as expectativas dos clientes apenas quando eles estão considerando
a compra de bens e serviços que a empresa oferece. Pesquisadores
de marketing estão geralmente ocupados em estudar fenômenos
agregados tais como segmentos de clientes ou atributos de produto. Eles
tendem a ignorar informações ao nível do cliente,
perdendo oportunidades para responder perguntas como: “quais foram
as expectativas do cliente X?” ou “Elas foram satisfeitas?” |
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| No que se refere ao marketing, os produtos são tratados como uma dádiva. Mas, no mundo real isso, freqüentemente, não ocorre em sua plenitude. Qualidade representa investimento; é um compromisso assumido apenas por aqueles gerentes que têm forte convicção pessoal. Estratégias de pós-marketing não podem ser bem-sucedidas na ausência de qualidade. Da mesma forma, qualidade na ausência de um forte programa de pós-marketing pode estar longe do sucesso previsto.
Pós-marketing significa o fortalecimento da lealdade dos clientes ao encontrar e administrar suas expectativas. Clientes têm expectativas sobre a qualidade básica de um produto que compraram, além de ter expectativa sobre o grau de serviço que desejam receber. Qualidade e serviço devem acompanhar cada produto colocado no mercado. |
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| 2 - Definição de qualidade Qualidade não é fácil de ser definida. Na realidade, cada pessoa tem sua própria definição do que seja um produto, bem ou serviço, de qualidade. David Garvin oferece cinco definições diferentes para representar amplamente a gama de opiniões diferentes:
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| Algumas empresas acreditam que entendem como seus clientes definem qualidade. Entretanto, o que poucas empresas reconhecem é que as definições dos clientes podem mudar com o passar do tempo. Tome por exemplo as mudanças de sugestões que os clientes têm usado para definir a qualidade dos automóveis:
Uma maneira de as empresas manterem-se atualizadas com as dinâmicas definições dos clientes em termos de qualidade é promover uma auditoria de qualidade periódica. |
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| Qualidade tem um apelo altruístico, mas a maioria dos negócios exige provas de que investir em qualidade produzirá mudanças positivas em participação de mercado e rentabilidade. O relacionamento entre comportamento do consumidor e qualidade vem sendo estudado de maneiras diferentes, desde experimentos em laboratório até pesquisas descritivas analíticas.
Os resultados nem sempre estão de acordo e não mostram correlações positivas entre qualidade, participação de mercado e rentabilidade. Alguns pesquisadores explicam os resultados conflitantes devido à ambigüidade do termo qualidade, sugerindo que se uma definição uniforme fosse usada, os resultados seriam mais consistentes. Algumas definições e ambigüidades:
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| 3 - Progressão da Qualidade A administração de empresas passou por três estágios em relação à qualidade, movendo o assunto da linha de produção para a sala do conselho de administração.
No final dos anos 80, quando as empresas japonesas começaram a conquistar os consumidores do mundo inteiro com seus produtos baseados em qualidade em vez de preços baixos, as empresas ocidentais entraram na fase de inspeção. Nessa fase foram empregadas técnicas de amostragem nas fábricas para estudar como a qualidade de produção poderia ser controlada. Antes de fazer uma avaliação da implantação do modelo japonês no Brasil é interessante entender o que ocorreu com este sistema. A partir do momento que as idéias de Deming foram conhecidas pelas empresas ocidentais, o assunto parece ter começado a ser levado a sério. A partir desse ponto, as empresas ocidentais entraram na fase de controle de qualidade. À medida que as atitudes das empresas ocidentais em busca da qualidade continuavam a evoluir, ingressou-se na fase da Administração da Qualidade Total. Nesse estágio, qualidade tornou-se um objetivo estratégico de toda a organização. Qualidade já não era mais confinada a um departamento de controle de qualidade mas passou a ser assunto de todos os funcionários |
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| Na época em que foi criado, o Japão era conhecido mundialmente como um país que produzia artigos de baixa qualidade. A partir de 1946, através de um incentivo governamental, as indústrias passaram a investir na melhoria contínua de seus produtos. Tal sistema de gerenciamento baseava-se num processo contínuo de aprendizagem pela organização (de dentro para fora) de como atender seu mercado-alvo da forma mais eficaz e eficiente possível. Na década de 60, os resultados começaram a surpreender o resto do mundo. Tanto que os norte-americanos foram ao Japão tentar entender porque aquele país estava ganhando mercado tão rapidamente, com produtos “melhores” e mais baratos. Eles viram que as empresas japonesas utilizavam uma série de ferramentas e métodos de trabalho em busca do aumento da qualidade (com quê minúsculo) de seus produtos. Assim, os norte-americanos englobaram o CCQ (Círculos de Controle da Qualidade), o MIASP (Metodologia de Identificação, Análise e Solução de Problemas), a Padronização, o 5S, o Sistema de Sugestão, os Itens de Controle e Verificação, o Controle Estatístico de Processo e outras ferramentas num “pacote” chamado Qualidade Total. Eles entenderam que o Japão utilizava estas ferramentas para melhorar a qualidade de seus produtos, então colocaram esse nome, que originalmente, é inadequado. O nome usado para designar o sistema de gestão desenvolvido com muito sucesso pelas empresas japonesas é “Kanri”. A tradução desta palavra seria “Gerenciamento” e não Qualidade, como foi traduzido para o ocidente. A tradução foi extremamente infeliz, uma vez que se confunde com a palavra já existente no nosso vocabulário, de significado bem mais restrito, normalmente utilizada como adjetivo. Por isso, pode-se afirmar que toda empresa possui “Qualidade”, umas num grau inferior, mais atrasadas neste processo, outras num grau superior, mais adiantadas. Seria mais adequado utilizar a expressão Gerenciamento Total, para denominar o sistema de gestão desenvolvido com muito sucesso pelas empresas japonesas. Porém, dez anos já se passaram e, salvo grandes exceções, o Brasil ainda não deixou de ser uma economia subdesenvolvida. O motivo é que as empresas brasileiras deveriam ter entendido e traduzido para a sua realidade todo o processo que gerou as ferramentas e os métodos para as empresas japonesas. Não se deve esquecer que essas soluções foram desenvolvidas e estudadas por grupos de funcionários das próprias empresas, a fim de melhorar seus pontos fracos. E que um dos maiores pontos fracos dos produtos Made in Japan era a péssima qualidade intrínseca, com quê minúsculo. |
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| A
noção de administração da qualidade total
foi introduzida por Feigenbaum, em 1957. Mais recentemente, tem sido desenvolvida
através de várias abordagens amplamente conhecidas, introduzidas
por vários “gurus da qualidade”, como Deming, Juran,
Ishkawa, Tagushi e Crosby. Assim, conhecer as origens de TQM é
importante para entender as contribuições desses pioneiros
da qualidade. |
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| Argumenta-se que a Administração da Qualidade Total (TQM – Total Quality Management) seja a mais significativa das novas idéias que apareceram no cenário da administração nos últimos anos. Deve haver poucos gerentes, se houver, em qualquer economia desenvolvida que não tenha ouvido falar de TQM. Certamente, TQM exerceu forte impacto na maioria dos setores produtivos, indo além do modismo. Há duas razões para isso: primeiro, as idéias de TQM exercem forte atração intuitiva sobre muitas pessoas – a maioria deseja ser de “alta qualidade”. Segundo, uma abordagem de TQM pode resultar em fortes aumentos da eficácia operacional. Um dos aspectos mais poderosos para a adoção de TQM é o conceito de consumidor e fornecedor interno. Esse é um reconhecimento de que todos são consumidores de bens e serviços dentro da organização, fornecidos por outros fornecedores internos. A implicação disso é que os erros nos serviços fornecidos dentro da organização, certamente, afetarão o produto que chega ao consumidor externo. Assim, uma das melhores maneiras de assegurar a satisfação dos consumidores externos é estabelecer a idéia de que todas as partes da organização contribuem para a satisfação desses consumidores, satisfazendo inicialmente, seus próprios consumidores internos. Hoje, poucas pessoas argumentam contra a qualidade. Entretanto, a tática mais insidiosa pode ser engajar em extensas discussões sobre quanta qualidade oferecer. Mesmo nas empresas mais dedicadas ainda pode existir fosso entre o que a administração deseja realizar e o que a força de trabalho percebe. |
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| 4 - Componentes de qualidade do produto Para melhor entender o que é qualidade em um produto, pode-se utilizar lista de oito componentes básicos:
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| 5 - Sistemas de Qualidade ISO 9000 A série ISO 9000 forma um conjunto de padrões mundiais que estabelece exigências para os sistemas de administração de qualidade das empresas. A ISO 9000 está sendo mundialmente usada para fornecer um quadro de referência para garantia de qualidade. A maioria dos países já possui seus próprios padrões de qualidade equivalentes a série ISO 9000. O certificado ISO 9000 exige avaliação externa dos padrões de qualidade e procedimentos de qualidade de uma empresa e são feitas auditorias regulares para assegurar que os sistemas não se deterioraram. As séries ISO 9000 proporcionam recomendações detalhadas para o estabelecimento de sistemas de qualidade. Assim:
O propósito
da ISO 9000 é fornecer garantia aos compradores de bens e serviços
e que estes foram produzidos de maneira a atender às suas exigências.
Isso é o porquê da série ISO 9000 ser vista como fornecedora
de benefícios, para as organizações que a adotarem,
mas, principalmente, para os consumidores. |
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| Resumo O pensamento atual é de que o sucesso futuro depende da habilidade em integrar sistematicamente o cliente ao negócio. Estratégias de pós-marketing não podem ser bem-sucedidas na ausência de qualidade. Da mesma forma, qualidade na ausência de um forte programa de pós-marketing pode estar longe do sucesso previsto. David Garvin oferece cinco definições diferentes para representar amplamente a gama de opiniões diferentes: Definição transcendente, definição baseada na oferta, definição baseada no usuário, definição baseada na produção, definição baseada no valor. Algumas empresas acreditam que entendem como seus clientes definem qualidade. Entretanto, o que poucas empresas reconhecem é que as definições dos clientes podem mudar com o passar do tempo. A administração de empresas passou por três estágios em relação à qualidade, movendo o assunto da linha de produção para a sala do conselho de administração: Inspeção, Controle de Qualidade e Administração da Qualidade Total. O TQM exerceu impacto na maioria dos setores produtivos, indo além do modismo. Há duas razões para isso: primeiro, as idéias de TQM exercem forte atração intuitiva sobre muitas pessoas – a maioria deseja ser de “alta qualidade”. Segundo, uma abordagem de TQM pode resultar em fortes aumentos da eficácia operacional. Um dos aspectos mais poderosos para a adoção de TQM é o conceito de consumidor e fornecedor interno. Para melhor entender o que é qualidade em um produto, pode-se utilizar uma lista de oito componentes básicos: desempenho, características secundárias, confiabilidade, funcionamento, durabilidade, serviço, estética e reputação. A série
ISO 9000 forma um conjunto de padrões mundiais que estabelece exigências
para os sistemas de administração de qualidade das empresas.
O propósito da ISO 9000 é fornecer garantia aos compradores
de bens e serviços e que estes foram produzidos de maneira a atender
às suas exigências. |
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