Módulo 1

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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

1 - Qualidade no pós-marketing

Diz-se que o marketing vem, no decorrer dos anos, mudando sua orientação de enganar clientes, para desapontá-los e depois satisfazê-los. O pensamento atual é de que o sucesso futuro depende da habilidade em integrar sistematicamente o cliente ao negócio. Infelizmente, as empresas, atualmente, antecipam-se cinicamente aos clientes apenas obtendo lucro ao explorá-los em vez de também satisfazer suas necessidades e desejos.

Mesmo as empresas bem intencionadas podem perder a visibilidade de seu objetivo mais importante – satisfazer clientes. Elas podem se concentrar no objetivo restrito de criar novos produtos ou de concorrer agressivamente com outras empresas; ambas perspectivas fatais.

Ironicamente, as atenções das empresas têm-se voltado em conhecer as expectativas dos clientes apenas quando eles estão considerando a compra de bens e serviços que a empresa oferece. Pesquisadores de marketing estão geralmente ocupados em estudar fenômenos agregados tais como segmentos de clientes ou atributos de produto. Eles tendem a ignorar informações ao nível do cliente, perdendo oportunidades para responder perguntas como: “quais foram as expectativas do cliente X?” ou “Elas foram satisfeitas?”




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

No que se refere ao marketing, os produtos são tratados como uma dádiva. Mas, no mundo real isso, freqüentemente, não ocorre em sua plenitude. Qualidade representa investimento; é um compromisso assumido apenas por aqueles gerentes que têm forte convicção pessoal.

Estratégias de pós-marketing não podem ser bem-sucedidas na ausência de qualidade. Da mesma forma, qualidade na ausência de um forte programa de pós-marketing pode estar longe do sucesso previsto.

Pós-marketing significa o fortalecimento da lealdade dos clientes ao encontrar e administrar suas expectativas. Clientes têm expectativas sobre a qualidade básica de um produto que compraram, além de ter expectativa sobre o grau de serviço que desejam receber. Qualidade e serviço devem acompanhar cada produto colocado no mercado.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

2 - Definição de qualidade

Qualidade não é fácil de ser definida. Na realidade, cada pessoa tem sua própria definição do que seja um produto, bem ou serviço, de qualidade. David Garvin oferece cinco definições diferentes para representar amplamente a gama de opiniões diferentes:

  • Definição transcendente: trata qualidade como um estado efêmero de realização e existência. Qualidade é uma condição de excelência, implicando que alta qualidade é muito diferente de baixa qualidade. Qualidade é atingir o mais alto padrão, o contrário de ser satisfeito com algo malfeito ou fraudulento.
  • Definição baseada na oferta: considera a qualidade mensurável; alta qualidade é alcançada ao obter mais de um elemento ou atributo. Qualidade refere-se à quantidade de atributos “não-preço” contidos em cada unidade ou experiência oferecida.
  • Definição baseada no usuário: confia na premissa de que a qualidade está apenas nos olhos do usuário. A avaliação que o usuário faz em relação às suas satisfações são os únicos padrões apropriados de qualidade. Na análise final do mercado, a qualidade de um produto depende da maneira que ela atende aos padrões de preferência do consumidor.
  • Definição baseada na produção: é quase diametralmente oposta à definição baseada no usuário. Ela lida com exigências de produção. Qualidade é o grau pelo qual um produto específico atende a um design ou às especificações.
  • Definição baseada no valor: une as necessidades dos clientes e as exigências da produção; à medida que uma oferta atende ás necessidades do consumidor a um preço mais baixo, declara-se que ele tem maior valor. Qualidade é o grau de excelência a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo satisfatório.


Atributos não-preço são os atributos que, em tese, o consumidor não espera ao comprar um produto. Também chamado de produto ampliado, é a oportunidade de encantar o cliente fornecendo a ele o que não é esperado.



Variabilidade significa a variação nos atributos dos produtos em cada unidade. Ex.: 500g de café em uma unidade e 495g em outra.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

Algumas empresas acreditam que entendem como seus clientes definem qualidade. Entretanto, o que poucas empresas reconhecem é que as definições dos clientes podem mudar com o passar do tempo. Tome por exemplo as mudanças de sugestões que os clientes têm usado para definir a qualidade dos automóveis:


  • Na década de 70, o indicador de qualidade mais importante foi o estilo.
  • Na década de 80, esse indicador passou a ser segurança e confiabilidade.
  • Na década de 90, a indicação de qualidade voltou a ser no quesito estilo, aliado a preço.
  • Neste início de década, tendo em vista os efeitos poluidores e o preço dos combustíveis, a qualidade está sendo pautada em termos de performance.

Uma maneira de as empresas manterem-se atualizadas com as dinâmicas definições dos clientes em termos de qualidade é promover uma auditoria de qualidade periódica.



A auditoria de qualidade monitora continuamente a avaliação de qualidade dos clientes, especificamente, como eles determinam a qualidade e o que eles consideram ser os atributos-chave de qualidade de um produto específico da empresa.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

Qualidade tem um apelo altruístico, mas a maioria dos negócios exige provas de que investir em qualidade produzirá mudanças positivas em participação de mercado e rentabilidade. O relacionamento entre comportamento do consumidor e qualidade vem sendo estudado de maneiras diferentes, desde experimentos em laboratório até pesquisas descritivas analíticas.

Os resultados nem sempre estão de acordo e não mostram correlações positivas entre qualidade, participação de mercado e rentabilidade. Alguns pesquisadores explicam os resultados conflitantes devido à ambigüidade do termo qualidade, sugerindo que se uma definição uniforme fosse usada, os resultados seriam mais consistentes. Algumas definições e ambigüidades:

Qualidade e preço
Qualidade e participação de mercado
Qualidade e custo
Qualidade e propaganda
Qualidade e rentabilidade



Em termos econômicos, qualidade e preço podem estar correlacionados positivamente, pois á medida em que a qualidade aumenta, o preço acompanha. Em geral, isso parece ser uma observação razoável porque quanto maior a qualidade, maior quantidade de material, mão-de-obra e capital foi empregada na produção. Isso é especialmente verdadeiro em situações em que o cliente têm abundância de informações para comparar produtos e marcas. Em categorias ou situações em que as informações são limitadas ou em que os consumidores se sentem inabilitados para comparar os produtos, o preço tornar-se-á muito mais importante, a menos que a empresa reforce suas informações de preço com outras “evidências”.



Se a alta qualidade for definida de acordo com a definição de produto, ela será manifestada por desempenho superior ou um grande número de características. Assim, um produto de qualidade será vendido por um preço mais alto e, conseqüentemente, para um número menor de compradores. Entretanto, se qualidade for definida de acordo com uma orientação para o usuário, onde adequação estética superior e produção melhorada devam ser inerentes ao produto, não se justifica vender a um preço mais alto.



Existem dois pontos de vista diferentes sobre o impacto da qualidade sobre os custos de produção. De um lado, produção, qualidade e custo estão positivamente relacionados e é razoável que, desempenho, características e durabilidade do produto aumentem da mesma forma que os materiais e os custos de produção. Do outro lado, afirma-se que a qualidade e custos estarão negativamente correlacionados, pois se pressupõe que os erros de produção são custos de qualidade que, no final, têm que ser pagos. Assim, aumentando-se a qualidade diminuem-se os erros e, assim, reduz-se o custo de produção.



Tem-se sugerido que produtos de qualidade superior sejam acompanhados por níveis mais elevados de propaganda. É razoável que fabricantes de bens de alta qualidade estejam habilitados a fazer mais propaganda para persuadir não compradores a experimentarem seus produtos. Isso é justificado pelo maior valor representado para clientes potenciais de produtos mais caros e de maior qualidade
A busca de bens e serviços pode ser investigada por suas qualidades inerentes percebidas antes da compra (ex. o som de um estéreo pode ser ouvido antes mesmo da compra). A qualidade de experiência de bens não pode ser predeterminada, mas deve ser conhecida por meio do uso.



Qualidade pode ser conceitualmente relacionada à rentabilidade por meio de um desses dois cenários: ganhos de mercado (ganhos em participação e possibilidade de cobrar um preço mais elevado) e economias de custo (o aumento da produtividade possibilita custos menores). Em geral, existe um relacionamento positivo entre qualidade e rentabilidade.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

3 - Progressão da Qualidade

A administração de empresas passou por três estágios em relação à qualidade, movendo o assunto da linha de produção para a sala do conselho de administração.

No final dos anos 80, quando as empresas japonesas começaram a conquistar os consumidores do mundo inteiro com seus produtos baseados em qualidade em vez de preços baixos, as empresas ocidentais entraram na fase de inspeção. Nessa fase foram empregadas técnicas de amostragem nas fábricas para estudar como a qualidade de produção poderia ser controlada. Antes de fazer uma avaliação da implantação do modelo japonês no Brasil é interessante entender o que ocorreu com este sistema.

A partir do momento que as idéias de Deming foram conhecidas pelas empresas ocidentais, o assunto parece ter começado a ser levado a sério. A partir desse ponto, as empresas ocidentais entraram na fase de controle de qualidade.

À medida que as atitudes das empresas ocidentais em busca da qualidade continuavam a evoluir, ingressou-se na fase da Administração da Qualidade Total. Nesse estágio, qualidade tornou-se um objetivo estratégico de toda a organização. Qualidade já não era mais confinada a um departamento de controle de qualidade mas passou a ser assunto de todos os funcionários




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

Na época em que foi criado, o Japão era conhecido mundialmente como um país que produzia artigos de baixa qualidade. A partir de 1946, através de um incentivo governamental, as indústrias passaram a investir na melhoria contínua de seus produtos. Tal sistema de gerenciamento baseava-se num processo contínuo de aprendizagem pela organização (de dentro para fora) de como atender seu mercado-alvo da forma mais eficaz e eficiente possível. Na década de 60, os resultados começaram a surpreender o resto do mundo. Tanto que os norte-americanos foram ao Japão tentar entender porque aquele país estava ganhando mercado tão rapidamente, com produtos “melhores” e mais baratos. Eles viram que as empresas japonesas utilizavam uma série de ferramentas e métodos de trabalho em busca do aumento da qualidade (com quê minúsculo) de seus produtos. Assim, os norte-americanos englobaram o CCQ (Círculos de Controle da Qualidade), o MIASP (Metodologia de Identificação, Análise e Solução de Problemas), a Padronização, o 5S, o Sistema de Sugestão, os Itens de Controle e Verificação, o Controle Estatístico de Processo e outras ferramentas num “pacote” chamado Qualidade Total. Eles entenderam que o Japão utilizava estas ferramentas para melhorar a qualidade de seus produtos, então colocaram esse nome, que originalmente, é inadequado. O nome usado para designar o sistema de gestão desenvolvido com muito sucesso pelas empresas japonesas é “Kanri”. A tradução desta palavra seria “Gerenciamento” e não Qualidade, como foi traduzido para o ocidente. A tradução foi extremamente infeliz, uma vez que se confunde com a palavra já existente no nosso vocabulário, de significado bem mais restrito, normalmente utilizada como adjetivo. Por isso, pode-se afirmar que toda empresa possui “Qualidade”, umas num grau inferior, mais atrasadas neste processo, outras num grau superior, mais adiantadas. Seria mais adequado utilizar a expressão Gerenciamento Total, para denominar o sistema de gestão desenvolvido com muito sucesso pelas empresas japonesas. Porém, dez anos já se passaram e, salvo grandes exceções, o Brasil ainda não deixou de ser uma economia subdesenvolvida. O motivo é que as empresas brasileiras deveriam ter entendido e traduzido para a sua realidade todo o processo que gerou as ferramentas e os métodos para as empresas japonesas. Não se deve esquecer que essas soluções foram desenvolvidas e estudadas por grupos de funcionários das próprias empresas, a fim de melhorar seus pontos fracos. E que um dos maiores pontos fracos dos produtos Made in Japan era a péssima qualidade intrínseca, com quê minúsculo.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

A noção de administração da qualidade total foi introduzida por Feigenbaum, em 1957. Mais recentemente, tem sido desenvolvida através de várias abordagens amplamente conhecidas, introduzidas por vários “gurus da qualidade”, como Deming, Juran, Ishkawa, Tagushi e Crosby. Assim, conhecer as origens de TQM é importante para entender as contribuições desses pioneiros da qualidade.

Gurus da Qualidade

ARMAND FEIGENBAUM – Fazia doutorado no MIT quando preparou a primeira edição do seu livro “total Quality Control”, na década de 50. Ele define TQM como:
Um sistema eficaz para integrar esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais econômicos da operação e que atendam plenamente à satisfação do consumidor”

Embora tenha sido publicado nos Estados Unidos, foram os japoneses que primeiro colocaram o conceito em prática em escala ampla e, conseqüentemente, popularizaram a sigla e a abordagem de TQM.

W. EDWARD. DEMING – Considerado no Japão o pai do controle de qualidade, afirmou que a qualidade começa com a alta administração e é uma atividade estratégica. A filosofia básica de Deming é que a qualidade e a produtividade aumentam à medida que a “variabilidade do processo” diminui. Em seus 14 pontos para a melhoria da qualidade, ele enfatiza a necessidade de métodos estatísticos de controle, participação, educação e melhoria objetiva.

JOSEPH. M. JURAN – Também foi educador-chave para a administração da qualidade japonesa. Tentou fazer com que as organizações se movessem da visão fabril tradicional de qualidade como “atendimento às especificações” para uma abordagem mais voltada ao usuário, para o que criou a expressão “adequação ao uso”.

KAORU ISHIKAWA – Baseado nos trabalhos de seus antecessores, recebeu crédito como criador do conceito de círculos de qualidade e dos diagramas de causa-efeito. Ishikawa afirmou que houvera um período de ênfase excessiva no controle estatístico da qualidade no Japão e, como resultado, as pessoas não gostavam do controle de qualidade. Ele via a participação do trabalhador como chave para a implementação bem-sucedida de TQM e acreditava que os círculos de qualidade eram um veículo importante para realizar isso.

GENICHI TAGUCHI – Foi diretor da Academia Japonesa de Qualidade e estava preocupado com a qualidade da engenharia, através da otimização do design do produto, combinado com métodos estatísticos de controle. A definição de qualidade de Taguchi utiliza o conceito de perda imposta pelo produto à sociedade, desde o momento em que ele é criado. Sua função perda da qualidade inclui fatores como custos de garantia, reclamações do consumidor e perda da boa vontade do consumidor.

PHILP B. CROSBY – é mais conhecido por seu trabalho sobre custo da qualidade. Sugeriu que muitas organizações não sabem quanto gastam em qualidade, seja para consertarem o que fizeram de errado ou para fazerem certo. Afirmou que as organizações que mensuram seus custo dizem que estes representam 30% do valor das vendas. Crosby procurou destacar os custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu livro Quality is free, no qual apresentou um programa de zero defeito que acreditava poder reduzir o custo total de qualidade.

O que é TQM?
Administração da Qualidade Total é uma filosofia, uma forma de pensar e trabalhar, que se preocupa com o atendimento das necessidades e das expectativas dos consumidores. Tenta mover o foco da qualidade de uma atividade puramente operacional, transformando-a em responsabilidade de toda a organização. Através da TQM, a qualidade torna-se preocupação de todas as pessoas de uma organização. Dedica-se também à redução dos custos da qualidade, em particular, dos custos de falhas, bem como do processo de melhoria contínua, buscado por organizações de alto desempenho.

Para uma organização ser verdadeiramente eficaz, cada parte dela, cada departamento, atividade, pessoa e nível deve trabalhar apropriadamente em conjunto, porque todas as pessoas e atividades afetam-se e são afetadas entre si.




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Módulo 01 – Qualidade, o fator preponderante

Argumenta-se que a Administração da Qualidade Total (TQM – Total Quality Management) seja a mais significativa das novas idéias que apareceram no cenário da administração nos últimos anos. Deve haver poucos gerentes, se houver, em qualquer economia desenvolvida que não tenha ouvido falar de TQM.

Certamente, TQM exerceu forte impacto na maioria dos setores produtivos, indo além do modismo. Há duas razões para isso: primeiro, as idéias de TQM exercem forte atração intuitiva sobre muitas pessoas – a maioria deseja ser de “alta qualidade”. Segundo, uma abordagem de TQM pode resultar em fortes aumentos da eficácia operacional.

Um dos aspectos mais poderosos para a adoção de TQM é o conceito de consumidor e fornecedor interno. Esse é um reconhecimento de que todos são consumidores de bens e serviços dentro da organização, fornecidos por outros fornecedores internos. A implicação disso é que os erros nos serviços fornecidos dentro da organização, certamente, afetarão o produto que chega ao consumidor externo. Assim, uma das melhores maneiras de assegurar a satisfação dos consumidores externos é estabelecer a idéia de que todas as partes da organização contribuem para a satisfação desses consumidores, satisfazendo inicialmente, seus próprios consumidores internos.

Hoje, poucas pessoas argumentam contra a qualidade. Entretanto, a tática mais insidiosa pode ser engajar em extensas discussões sobre quanta qualidade oferecer. Mesmo nas empresas mais dedicadas ainda pode existir fosso entre o que a administração deseja realizar e o que a força de trabalho percebe.




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4 - Componentes de qualidade do produto

Para melhor entender o que é qualidade em um produto, pode-se utilizar lista de oito componentes básicos:

  • Desempenho: refere-se às principais características operacionais do produto. O desempenho associa a definição de qualidade baseada em produção com a baseada no usuário. Embora as empresas possam ser classificas de acordo com seu desempenho relativo em relação à determinada capacidade, os clientes, freqüentemente, avaliarão o desempenho sobre critérios diferentes.
  • Características secundárias: complementam o funcionamento básico do produto. Critérios de desempenho e características podem ser de difícil separação e podem mudar os elementos de cliente para cliente. A chave é centralizar ou graduar a importância das características para o cliente.
  • Confiabilidade: lida com a probabilidade de falha ou de mau funcionamento no produto, em um período de tempo especificado. Por envolver tempo, essa característica é mais importante para bens duráveis do que para produtos consumidos instantaneamente.
  • Funcionamento: diz respeito sobre como o projeto e operação de um produto atende às especificações preestabelecidas ou as expectativas do usuário, ou ambas.
  • Durabilidade: é, literalmente, o tempo de uso de um produto antes de sua deterioração física ou obsolescência, exigindo conserto ou substituição.
  • Serviço: envolve a velocidade, cortesia, competência e facilidade de conserto de um produto. Os clientes são conscientes não apenas da confiabilidade dos produtos mas também, da rapidez com que eles são consertados quando falham.
  • Estética: diz respeito aos elementos de julgamento pessoal em torno do consumo de um determinado produto, isto é, qual a aparência do produto e como a empresa é vista pelo público. Embora esse julgamento seja altamente individual, parece existir consenso entre consumidores de algumas categorias de produto sobre os atributos específicos para julgar a estética dos produtos nessas categorias.
  • Reputação: na ausência completa de informações e quando atributos discretos são difíceis de julgar, freqüentemente os consumidores lançam mão da mensurações indiretas para comparar um produto ou serviço. Imagens, propagandas e a reputação da empresa apóiam comparações convenientes.



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5 - Sistemas de Qualidade ISO 9000

A série ISO 9000 forma um conjunto de padrões mundiais que estabelece exigências para os sistemas de administração de qualidade das empresas. A ISO 9000 está sendo mundialmente usada para fornecer um quadro de referência para garantia de qualidade. A maioria dos países já possui seus próprios padrões de qualidade equivalentes a série ISO 9000.

O certificado ISO 9000 exige avaliação externa dos padrões de qualidade e procedimentos de qualidade de uma empresa e são feitas auditorias regulares para assegurar que os sistemas não se deterioraram. As séries ISO 9000 proporcionam recomendações detalhadas para o estabelecimento de sistemas de qualidade. Assim:

  • ISO 9000 – Lida com “administração da qualidade e padrões de garantia de qualidade e orientação para seleção e uso”.
  • ISO 9001 – Lida com “modelo de sistemas de qualidade para garantia de qualidade de design/desenvolvimento, produção, instalação e manutenção”.
  • ISO 9002 – Lida com “modelo de sistemas de qualidade para garantia de qualidade em produção e instalação”.
  • ISO 9003 – Lida com “modelo de sistemas de qualidade para garantia de qualidade na inspeção e testes finais”.
  • ISO 9004 – Lida com “os elementos da administração da qualidade e do sistema de qualidade: linhas de ação”.

O propósito da ISO 9000 é fornecer garantia aos compradores de bens e serviços e que estes foram produzidos de maneira a atender às suas exigências. Isso é o porquê da série ISO 9000 ser vista como fornecedora de benefícios, para as organizações que a adotarem, mas, principalmente, para os consumidores.




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Resumo

O pensamento atual é de que o sucesso futuro depende da habilidade em integrar sistematicamente o cliente ao negócio.

Estratégias de pós-marketing não podem ser bem-sucedidas na ausência de qualidade. Da mesma forma, qualidade na ausência de um forte programa de pós-marketing pode estar longe do sucesso previsto.

David Garvin oferece cinco definições diferentes para representar amplamente a gama de opiniões diferentes: Definição transcendente, definição baseada na oferta, definição baseada no usuário, definição baseada na produção, definição baseada no valor.

Algumas empresas acreditam que entendem como seus clientes definem qualidade. Entretanto, o que poucas empresas reconhecem é que as definições dos clientes podem mudar com o passar do tempo.

A administração de empresas passou por três estágios em relação à qualidade, movendo o assunto da linha de produção para a sala do conselho de administração: Inspeção, Controle de Qualidade e Administração da Qualidade Total.

O TQM exerceu impacto na maioria dos setores produtivos, indo além do modismo. Há duas razões para isso: primeiro, as idéias de TQM exercem forte atração intuitiva sobre muitas pessoas – a maioria deseja ser de “alta qualidade”. Segundo, uma abordagem de TQM pode resultar em fortes aumentos da eficácia operacional. Um dos aspectos mais poderosos para a adoção de TQM é o conceito de consumidor e fornecedor interno.

Para melhor entender o que é qualidade em um produto, pode-se utilizar uma lista de oito componentes básicos: desempenho, características secundárias, confiabilidade, funcionamento, durabilidade, serviço, estética e reputação.

A série ISO 9000 forma um conjunto de padrões mundiais que estabelece exigências para os sistemas de administração de qualidade das empresas. O propósito da ISO 9000 é fornecer garantia aos compradores de bens e serviços e que estes foram produzidos de maneira a atender às suas exigências.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
1 - A SAS e o “Momentos da Verdade ”

Jan Carlzon, presidente e executivo principal da Scandinavian Airlines System (SAS), foi um dos primeiros especialistas de marketing a popularizar a importância de contatos com o cliente para atender plenamente a promessa de um produto ou serviço. Ele descreve em seu livro, Momentos da Verdade, como reconheceu a importância de enfocar os contatos com seus clientes.

Ele percebeu que, anualmente, cada um dos 10 milhões de passageiros da SAS entrava em contato com aproximadamente cinco funcionários da empresa durante uma viagem. Como cada contato dura aproximadamente 15 segundos, ele concluiu o seguinte:

“Assim a SAS “acontece” 50 milhões de vezes por ano, 15 segundos por vez. Esses 50 milhões de “momentos da verdade” são momentos que, enfim, determinam se a SAS será bem sucedida ou falhará como empresa. São momentos da verdade quando devemos provar aos nossos clientes que a SAS é sua melhor alternativa.”





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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
Carlzon reconheceu que as interações com funcionários foram uma maneira muito óbvia para os clientes julgarem a qualidade dos serviços prestados pela SAS. Com sua focalização nos contatos com clientes (bem como outros aspectos do negócio), ele devolveu a SAS seu status, de um prejuízo anual de US$ 8 milhões para um lucro anual de US$ 71 milhões!

Uma parte substancial de sua virada foi proveniente do gerenciamento dos encontros que seus funcionários tinham com os clientes, assim, cumprindo mais completamente suas expectativas. O objetivo de Carlzon foi permear cada aspecto de um contato com o cliente com qualidade.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
2 - Momento da Verdade – A interação com o cliente

Como visto anteriormente, qualidade em um produto, da forma que é julgada aos olhos do cliente, é um assunto altamente subjetivo. Não importa quão objetiva a empresa considera a qualidade de seu produto, ela estará aberta para ser interpretada. Os clientes procuram avidamente “evidências” ou pistas para auxiliá-los a verificar a qualidade dos produtos que compram e mesmo essa evidência pode tornar-se totalmente subjetiva.

Por exemplo, outro executivo de empresa aérea concluiu que, a partir da perspectiva do passageiro, manchas de café (evidência negativa) nas bandejas dos comissários podem sugerir que a manutenção dos motores é precária. Como Tom Peters afirmou: ”A percepção é tudo que existe. O que os clientes percebem é real; eles devem ser ouvidos e atendidos”.

A percepção dos clientes sobre a qualidade dos produtos é um ponto-chave para a fixação de relacionamentos de longa duração. O objetivo do pós-marketing de aumentar a lealdade exige que a empresa conheça totalmente as oportunidades de seus clientes avaliarem a qualidade de seus produtos e serviços. Enquanto algumas dessas oportunidades consistirão de evidências físicas, outras oportunidades consistirão em interações com um funcionário da empresa ou vendedor. É nesses momentos que os clientes formulam muitas de suas impressões sobre a qualidade dos produtos que adquiriram.



Evidências físicas - Características ou atributos que podem ter a qualidade atestada pelo uso dos sentidos – audição, visão, paladar, olfato e tato.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente

O valoroso critério de Carlzon era que os clientes aproveitam qualquer informação ou interação disponível para ajudá-los a avaliar a qualidade do produto comprado. Para gerenciar plenamente a evidência de contato em torno de seu produto, uma empresa deve:


• Identificar os possíveis contatos dos clientes com seus funcionários.
• Instruir e motivar os funcionários sobre como satisfazer os clientes.
• Monitorar a qualidade do serviço que os clientes realmente experimentam.

Os momentos da verdade não são, por si mesmos, nem positivos nem negativos. É a qualidade do resultado de um momento da verdade que é importante. Identificar momentos da verdade força a empresa a estar consciente dos resultados. O comprador ficou satisfeito com a descrição do vendedor sobre as características do produto? O balconista tratou o cliente de forma rude? Os vendedores podem, por meio de uma linha telefônica, autorizar mudanças e tomar a iniciativa de solucionar outros problemas dos clientes?

Nem todos os momentos da verdade são iguais. Alguns são mais importantes que outros. Aqueles que têm um efeito crítico sobre as percepções dos clientes devem ser conhecidos e devem receber parte substancial da atenção dos administradores. Esses são chamados de Momentos Críticos.




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Como em qualquer encontro interpessoal, cada parte do momento da verdade – cliente e funcionário – traz o seu próprio conjunto de valores e expectativas. Ambas são sujeitas ao contexto de interação com o produto. O momento da verdade é satisfatório quando requer congruência entre os três componentes: o contexto, a estrutura de referência do cliente e a estrutura de referência do funcionário. Entretanto, a congruência pode ser difícil de atingir.


Diferenças entre as estruturas de referência
 
Cliente
Funcionário
Expectativas Não espero mais nada do que cortesia e assistência Nossos clientes não podem apenas ser satisfeitos. Eles desejam tudo.
Experiência Os serviços foram bons no passado A administração afirma que querem clientes satisfeitos, mas eles dão também atenção ás lojas?
Atitudes interpessoais Este vendedor mostra-se desinteressado às minhas perguntas. Parece que o cliente já não está bem. Aposto que ele teve um mau dia e quer desforrar em mim!
Estado mental Estou com pressa e devo comprar alguma coisa rapidamente Fiquei na seção o dia todo sem intervalo para o café porque dois clientes não chegavam.
Padrões de desempenho Em outras lojas, compro apenas de profissionais bem informados e simpáticos Serrei educado e atencioso, mas ele está empregando termos errados para algumas características simples do produto.

O momento da verdade é outra maneira de falar sobre o alcance do “servir”, que o cliente exige ou antecipa da empresa. Isso tem levado alguns autores a chamar os momentos da verdade de “encontros de serviço”. Mas as oportunidades existentes em um momento da verdade são realmente muito amplas. Essas interações, com os clientes, podem ser consideradas “encontros de marketing”. Assegurar sucesso nesses encontros pode ser considerado a principal responsabilidade do marketing.



A estrutura de referência, tanto para o cliente como para o funcionário, compreende as expectativas, as experiências anteriores, as atitudes interpessoais, o estado mental e os padrões de desempenho esperados.




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3 - Resultado do Serviço

Theodore Levitt foi um dos primeiros teóricos do marketing a conceber que os produtos são compostos de várias partes. Philip Kotler modificou um pouco a visão de Levitt e chegou a uma estrutura de três níveis de produto. O denominador comum mais baixo de um produto é descrito como o produto genérico, ou seja, a idéia básica. O próximo nível, de produto esperado, acrescenta ao produto genérico todas as características que os clientes desejam e esperam. O produto ampliado, terceiro e último estágio, oferece serviços e benefícios adicionais, não esperados, que podem ajudar a distinguir a oferta de uma empresa com os de outras.

O produto ampliado é o produto físico acrescido do valor e segurança acrescentados pelos serviços de pós-marketing. A conclusão inevitável é que, qualquer que seja a venda da empresa, é provável ser uma mescla de evidências físicas (elementos tangíveis) e evidencias “não físicas” (eventos intangíveis ao nível de produto ampliado). Ambos os tipos de evidência são constatados pelos clientes para ajudá-los a avaliar a qualidade que têm recebido.

Em ambos os casos, marketing de serviços e marketing de produtos, os serviços que os clientes esperam serão supridos por muitos indivíduos diferentes interagindo com os cientes da empresa. Reconhecer a possibilidade de os serviços serem desempenhados pelos funcionários de um representante ou intermediário, em vez de os próprios funcionários da empresa, aumenta a importância de identificar todos os momentos da verdade envolvidos na venda dos produtos. Ter identificado as interações e cada um dos participantes permite á empresa tentar administrar melhor esses contatos.

A dificuldade das tarefas da empresa em administrar os pontos de contato com o cliente é mais entendida quando se considera que, paradoxalmente, é muito freqüente que os funcionários de nível mais baixo em qualquer organização tenham os maiores contatos com o cliente.



Produto genérico é a idéia básica de um produto, o fundamental, o que o consumidor está comprando realmente. A mulher não compra o batom, mas sim “beleza”.





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4 - Programação da interação com os clientes

Como visto, o principal mecanismo para manter relacionamentos de longa duração com os clientes é aumentar sua satisfação por meio das interações com a empresa, tanto em qualidade quanto em número. Para monitorar as interações, a empresa deve ter um conhecimento completo de como eles interagem com ela. A empresa deve saber quando, como, em que condições, para quais propósitos e com quem os clientes interagem em sua organização. Uma forma conveniente para identificar interações específicas com clientes é chamada programação de clientes, que são interações específicas com clientes.

Uma programação detalhada ode ajudar as empresas a identificarem oportunidades para melhorar seus serviços ou constatarem oportunidades não previstas para as quais poderiam ser praticadas atividades de pós-marketing. Uma programação pode também sugerir mudanças que poderiam ser realizadas para a distribuição de um produto, e com isso, aumentar os contatos com os clientes ou enriquecer o valor dos contatos atuais.



Programação de clientes é um processo objetivo acompanhado por meio de um fluxograma das oportunidades de contato de uma empresa com seus clientes. Na medida em que cada oportunidade real de contato é identificada, a empresa está mais bem habilitada para saber como o contato está sendo conduzido, com que grau de sucesso e por quem.





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Uma programação de clientes possui três elementos básicos:

• Todas as principais funções para fabricar e distribuir um bem ou para prestar um serviço devem ser identificadas com o departamento ou área específica da empresa;

• O tempo e os relacionamentos seqüenciais entre as funções devem ser descritos;

• Tolerâncias aceitáveis – O grau de variação em relação ao padrão que pode ser tolerado sem afetar negativamente a percepção de qualidade do cliente – devem ser especificadas para cada função.

Uma programação de clientes deve identificar claramente todos os passos de um processo, ou todos os contatos ou interações com os clientes, que são ordenados seqüencialmente por tempo. Posteriormente, a programação é dividida em pelo menos duas zonas, uma de visibilidade e uma de invisibilidade.



Visibilidade refere-se ao passos e interações que são visíveis para o cliente, na qual o cliente possivelmente participará.




Invisibilidade refere-se aos passos e interações que, embora completamente necessários para a prestação do serviço, podem estar fora da visão ou, em outras palavras, invisíveis ao cliente.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente

A programação também identifica pontos de falha no processo de marketing. Assim que um desses pontos (falha) o valor do processo de marketing para o cliente final é diminuído. Identificar pontos de interação específicos como falhas pode ajudar a empresa a focalizar sua administração e atenção ao controle de qualidade naqueles passos mais prováveis de causar dificuldade no processo de marketing.

A abordagem holística representada pela programação de clientes tem valor porque desempenha funções tais como:


• Foca o cliente, suas experiências e expectativas.

• Mostrar como procedimentos técnicos se relacionam com as atividades administrativas e de construção de relacionamento para a entrega do bem ou serviço.

• Identificar atividades que podem ser normatizadas bem como aquelas que devem ser individualizadas e, assim, dedicar a elas atenção especial

• Fornece base para identificar lacunas no mercado que precisam ser retificadas ou capitalizadas.

• Apresentar oportunidades para aumentar ou diminuir o envolvimento do cliente no processo.

• Mostrar aos membros das equipes profissional e administrativa como suas próprias atividades se relacionam com clientes e entre si.



Pontos de falha são passos do processo que irão, provavelmente, dar errado. Conceito similar aos Momentos Críticos da Verdade, de Jan Carlzon.





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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
5 - Incidentes Críticos

Um crescente número de especialistas e empresas, especializadas em “clientes”, está estudando os fatores qualitativos de satisfação de contatos dos clientes com as organizações. Uma técnica denominada “técnica do incidente crítico” vem sendo muito empregada em muitos desses estudos. É um procedimento para coletar situações engraçadas nas interações entre clientes e empresas. Essas situações são organizadas com base nas semelhanças de julgamentos, sendo depois quantificadas de acordo com a forma analítica do conteúdo.


Incidentes são definidos como interações discretas entre um cliente e uma empresa. Incidentes críticos são interações especialmente de satisfação ou insatisfação, de modo que contribuem ou prejudicam a satisfação global em relação à empresa. Além disso, devido a natureza retrospectiva da coleta de dados, os incidentes críticos são também aqueles mais memoráveis.

Geralmente, os participantes são solicitados a responder a seqüência seguinte de perguntas:

Pense em uma ocasião quando, como cliente, você teve uma satisfação ou insatisfação específica em uma interação com um funcionário da Cia. ABC.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
Três professores de marketing, Bitner, Booms e Tetreault, descreveram um estudo bastante original aplicando a técnica de incidente crítico para estudar a satisfação dos clientes em relação a três tipos de serviços: hotéis, restaurantes e linhas aéreas. A partir de uma amostra de 375 pessoas, foram coletados 719 incidentes. Reunindo os incidentes de acordo com suas semelhanças, foram identificados três grupos distintos:

• Funcionários contribuíram para o fracasso do sistema de prestação de serviços:


O serviço não existiu.
O serviço foi bastante lento.
Os serviços de apoio ao serviço-núcleo falharam.


• Funcionários atenderam as solicitações dos clientes para necessidades especiais:


• Atenderam as “necessidades especiais”.
• Atenderam preferências individuais dos clientes.
• Atenderam aos erros admitidos pelos clientes.
• Lidaram com situações de rompimento com os clientes.

• Iniciativas não correspondidas pelos funcionários:


• Atenção extraordinária prestada aos clientes.
• Ações dos funcionários que excederam verdadeiramente os limites de suas responsabilidades.
• Ações dos funcionários julgadas contrárias às normas culturais.
• Aprovação ou desaprovação holística.
• Desempenho sob circunstâncias adversas.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente

Os professores classificaram os 719 incidentes nessas três condições e analisaram a participação dos resultados satisfatórios contra insatisfatórios. Os resultados, substancialmente compactados para fornecer uma perspectiva global, são bastante decepcionantes. Eles indicam um quadro relativamente pessimista em termos de o pessoal de serviços estar habilitado para satisfazer os clientes em suas interações:

Natureza do incidente crítico
% em relação a todos os incidentes críticos
Resultado para o cliente (satisfatório : insatisfatório)
Iniciativas não correspondidas pelos funcionários
43%
1 : 1
Funcionários contribuíram para o fracasso
33%
1 : 2
Funcionários atenderam às solicitações
24%
2 : 1

De todos os incidentes críticos coletados, o maior número pertence ao grupo formado de iniciativas não correspondidas pelos funcionários. Entre esses incidentes, existem também situações em que os clientes estavam satisfeitos. O incidente crítico seguinte mais freqüente foi o de funcionários que contribuíram para o fracasso do sistema de prestação de serviços. Aqui a evidência do fracasso é muito maior; apenas uma em duas vezes o funcionário foi hábil para satisfazer o cliente. Finalmente, a terceira categoria, menos freqüente, é representada por funcionários que atenderam as solicitações dos clientes para serviços especiais. Aqui, a vantagem de satisfazer os cientes é muito melhor, duas por uma.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
6 - Utilização de funcionários para resolver problemas imediatos

A programação é uma maneira conveniente de identificar todas as pessoas da organização que mantêm contato com os clientes. Freqüentemente, esses funcionários podem estar muito mais na retaguarda do que na linha de frente, como a definição sugere. Funcionários que interagem com o cliente podem fornecer perspectivas valiosas sobre certos valores e sobre o grau de facilidade com que acreditam atender às necessidades desses clientes. Esses funcionários são os únicos representantes da empresa que o cliente já encontrou. Entre esses funcionários estará representada uma amplitude de pontos de vista relativos à conscientização de suas responsabilidades com a empresa para manter e melhorar a satisfação dos clientes.




Retaguarda designa parte da força de trabalho que desempenha funções que não exigem interação com o cliente. Ex.: estoquistas, contadores, auxiliares administrativos etc.





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Módulo 01 – O Marketing de Relacionamento começa na Empresa
Um procedimento formalizado para obter feedback do funcionário, geralmente é um processo produtivo. Reúne informações rápida e eficientemente e reconhece a importância do papel interativo do desempenho do funcionário. Existem três métodos diferentes para reunir tais informações:

Grupos de funcionários-foco;
Levantamento de opiniões de funcionários;
Relatórios de alerta.

Grupos de funcionários-foco ou levantamentos geralmente são menos dispendiosos, mais convenientes e mais rápidos para serem conduzidos do que os projetos de pesquisa de clientes. Isso ocorre porque normalmente são conduzidos internamente, durante o expediente de trabalho. Provavelmente, um dos maiores benefícios destas ferramentas seja a atmosfera que elas geram. Qualquer solicitação aos funcionários por informações reconhece amplamente seus papéis e capacidades. É estabelecido um precedente para ouvir suas idéias e considerações. Como resultado, é provável que eles se sintam uma parte do programa de marketing da organização.



Grupos de funcionários-foco são grupos internos que consistem em funcionários que mantêm contatos com clientes e de gerentes intermediários que podem ajudar uma empresa a resolver problemas antes que atinjam proporções gigantescas. Podem servir como indicadores de alerta, chamando a atenção para os principais problemas encontrados nas reclamações dos clientes. Nada mais são que discussões formalizadas lideradas por um moderador que segue uma agenda de tópicos para discussão. Geralmente, discussões em grupo levantam grande número de sugestões para a melhoria em procedimentos de serviços. Esses grupos formam um canal privilegiado e anônimo de comunicação, unindo os clientes á administração por meio dos funcionários de linha de frente.



Levantamentos de opiniões de funcionários podem atender muitos dos objetivos dos grupos de foco. Por revelarem opiniões anônimas, deixam os funcionários em condição mais confortável, evitando a notabilidade de um participante em discussões em grupo, que possivelmente é rotulado de “reclamador” pelos colegas ou pela administração. Assim, os levantamentos podem ser realizados em base periódica.



Relatórios de alerta nada mais são que um quadro de sugestões, atualizado por um fórum de discussão dos problemas dos clientes. Provavelmente, o processo é eficaz para alguns funcionários, mas não para outros mais relutantes ou hesitantes. O principal valor do relatório de alerta é que ele está sempre pronto para receber de um funcionário qualquer advertência sobre um problema de que a administração ainda não esteja consciente, para iniciar o processo corretivo. Assim, o relatório de alerta serve para antecipar um sistema de advertência.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
7 - Tornando uma organização acessível aos clientes

Contatos com clientes têm tradicionalmente sido ofuscados por muitas empresas que temem o resultado de muita exposição entre os clientes. Existem quatro perspectivas diferentes que incorporam muitos dos temores causados às empresas pela distância de seus clientes:

Síndrome da avestruz;
Síndrome do objeto provocado;
Expectativas falsamente levantadas;
Pesadelo do Controller.

Empresas orientadas para o cliente aceitam comunicações com eles como parte natural do negócio. Essa aceitação é baseada no reconhecimento dos seguintes fatores:

• Clientes crescentemente sofisticados e instruídos que, longe de oferecer temor, estão confortavelmente falando de igual para igual com as empresas, exigindo atenção e tratamento justo;

• Clientes mais céticos, cuja confiança nas organizações tem sido severamente comprometida com a descoberta de maus procedimentos no governo, abusos das grandes empresas em relação ao meio ambiente, fracasso de muitas instituições financeiras devido à péssima administração e esquemas gerais de exploração de consumidores em todas as áreas de negócios;



Muitas empresas parecem sentir que os problemas dos clientes, se deixados de lado, irão, de alguma forma, ser resolvidos por si próprios. Assim, como avestruzes, evitam contatos com os clientes. Mas clientes insatisfeitos irão demonstrar suas insatisfações, de uma maneira ou de outra. Por meio do diálogo com esses clientes, uma solução de satisfação mútua pode possivelmente ser encontrada. Mas evitar os contatos ode apenas resultar na perda do cliente para um concorrente “mais disposto a ouvir”.



Esta perspectiva poderia também ser chamada de síndrome da “lenha na fogueira”, porque ela origina-se do medo de que qualquer diálogo com clientes irá apenas estimular a crítica. Com a semente de desconfiança plantada, teme-se que um fogo concentrado destrua a situação privilegiada de uma empresa, gerando um número substancial de clientes insatisfeitos. Nessa situação, seria dado um desconto no resultado da empresa que iniciasse o assunto de satisfação pela primeira vez.



Alguns acreditam que na verdadeira natureza da correspondência com clientes possa existir um contrato implícito de descobrir todos os problemas. Se uma empresa não está verdadeiramente compromissada a agir sobre os problemas encontrados nas conversações com clientes, é melhor que esses clientes fiquem de lado. Discutir assuntos que não sejam objetivos imediatos para melhorias pode causar algumas expectativas de mudança e, quando não ocorre nada, possivelmente, suas insatisfações aumentarão.



Muitas empresas de marketing se aborrecem com os custos envolvidos na condução de um diálogo com o cliente. Todavia, algumas dessas empresas que acreditam em sua obrigação de ser acessível, se aborrecem com os custos de oferecer tal acessibilidade de maneira profissional, por meio de um controller, profissional especializado na auditoria de custos de uma empresa e com o risco de convidar uma avalanche de clientes semi-satisfeitos para tirar vantagem do diálogo oferecido.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente

Ombudsmen dos clientes pregando sermões em defesa dos consumidores através das principais mídias, incluindo jornais locais, estações de rádio e TV, Internet e organizações não-governamentais nacionais e internacionais;

• Clientes mais críticos e esperançosos cujas expectativas podem ter sido reforçadas pelos apelos e alegações altamente competitivos em uma categoria de produto ou serviço;

• Crescente evidência de que os clientes procuram contribuir com os objetivos da empresa.

Estatisticamente, sabe-se que um cliente satisfeito costuma transmitir sua satisfação sobre um bem ou serviço a quatro ou cinco pessoas de seu círculo imediato de convivência (família, amigos), mas um cliente insatisfeito contará seus problemas ao dobro de pessoas. Cada vez que um cliente contata uma empresa, abre-se uma oportunidade para aumentar a sua satisfação. O contato direto pode ser o início de um forte relacionamento com o cliente, mesmo se a razão original para o contato for negativa.



Ombudsmen é uma figura criada na Suécia, em 1809, inicialmente representava o cidadão perante o parlamento. Hoje, considera-se como sendo o representante de determinado público.





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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
8 - Estratégias para lidar com reclamações

Lidar com reclamações é um dos melhores exemplos de administrar relacionamentos ativos com os clientes. Infelizmente, não considerando a qualidade dos procedimentos adotados, apenas uma pequena fração de clientes insatisfeitos contata uma empresa. Cinco coisas podem acontecer quando um cliente está insatisfeito:

sofre em silêncio;
muda para outra empresa em silêncio;
fala com amigos e vizinhos sobre sua insatisfação;
procura órgãos legais de proteção ao consumidor;
procura a empresa.

Estudos mostram que apenas 4% dos cientes insatisfeitos fazem reclamações. Os outros 96% simplesmente mudam de fornecedor e a grande maioria destes jamais retorna. Entretanto, se uma reclamação de cliente for atendida satisfatoriamente, existe 90% de chance de ele permanecer na empresa.



O cliente sofre em silêncio mas, na próxima vez que comprar um produto, já estará com atitude negativa, esperando os problemas ocorrerem novamente.



Esse é apenas um problema para a empresa que percebe ter perdido um cliente, mas reconhecendo que a perda não fornece informações sobre como ou por quê.



O cliente conversa com os amigos e vizinhos sobre sua insatisfação. Nesse caso, a empresa perde muitos clientes, o insatisfeito e todos os outros com quem ele falou.



Procurar órgãos legais de proteção ao consumidor é o pior resultado, porque a empresa pode ser investigada ou levada aos tribunais, gerando forte publicidade negativa.



Procurar a empresa é o único resultado positivo. Oferece uma segunda chance, uma oportunidade para conhecer as necessidades do cliente, identificar o problema e corrigi-lo e, finalmente, devolver a confiança ao cliente.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente

As empresas estão começando a reconhecer a importância de um bom serviço de atendimento às reclamações. Cada vez que um cliente contata a empresa para reclamações, ela tem a oportunidade para converter um comprador insatisfeito em satisfeito, além de coletar valiosas informações. Infelizmente, nem todas as empresas aproveitam as oportunidades de resolver reclamações com uma perspectiva. Assim, uma empresa pode assumir quatro posturas diferentes no que se refere ao atendimento de reclamações:

Defensiva
Ouvinte
Atendimento às reclamações
Pós-marketing



Defensiva significa simplesmente reagir às reclamações procurando eliminar o confronto direto através de “panos quentes”.



Ouvir é também um processo de reação em que a empresa solicita o feedback do cliente, mas não toma providências para resolver o problema ou suas causas.



Atender às reclamações e tomar as providências é bom, mas é ainda reagir às reclamações dos clientes, não estimulando a comunicação.



As ações de pós-marketing colocam a empresa em um papel ativo, estimulando as comunicações e corrigindo os problemas.




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Módulo II –Oportunidades de contato com o cliente
Resumo

Os clientes procuram avidamente “evidências” ou pistas para auxiliá-los a verificar a qualidade dos produtos que compram e mesmo essa evidência pode tornar-se totalmente subjetiva.

A percepção dos clientes sobre a qualidade dos produtos é um ponto-chave para a fixação de relacionamentos de longa duração. O objetivo do pós-marketing de aumentar a lealdade exige que a empresa conheça totalmente as oportunidades de seus clientes avaliarem a qualidade de seus produtos e serviços.

Os momentos da verdade não são, por si mesmos, nem positivos nem negativos. É a qualidade do resultado de um momento da verdade que é importante.

Nem todos os momentos da verdade são iguais. Alguns são mais importantes que outros. Aqueles que têm um efeito crítico sobre as percepções dos clientes devem ser conhecidos e devem receber parte substancial da atenção dos administradores. Esses são chamados de Momentos Críticos.

O momento da verdade é outra maneira de falar sobre o alcance do “servir” que o cliente exige ou antecipa da empresa. Isso tem levado alguns autores a chamar os momentos da verdade de “encontros de serviço”.

A dificuldade das tarefas da empresa em administrar os pontos de contato com o cliente é mais entendida quando se considera que, paradoxalmente, é muito freqüente que os funcionários de nível mais baixo em qualquer organização tenham os maiores contatos com o cliente.

Para monitorar as interações, a empresa deve ter um conhecimento completo de como eles interagem com ela. A empresa deve saber quando, como, em que condições, para quais propósitos e com quem os clientes interagem em sua organização. Uma forma conveniente para identificar interações específicas com clientes é chamada programação de clientes.

A “técnica do incidente crítico” é um procedimento para coletar situações engraçadas nas interações entre clientes e empresas. Essas situações são organizadas baseando-se em suas semelhanças de julgamentos, sendo depois quantificadas de acordo com a forma analítica do conteúdo.

A programação é uma maneira conveniente de identificar todas as pessoas da organização que mantêm contato com os cientes.

Um procedimento formalizado para obter feedback do funcionário, geralmente é um processo produtivo. Reúne informações rápida e eficientemente e reconhece a importância do papel interativo do desempenho do funcionário. Existem três métodos diferentes para reunir tais informações: grupos funcionários-foco, levantamentos de opiniões de funcionários e relatórios de alerta.

Existem quatro perspectivas diferentes que incorporam muitos dos temores causados às empresas pela distância de seus clientes: síndrome da avestruz, síndrome do objeto provocado, expectativas falsamente levantadas e o pesadelo do Controller.

Empresas orientadas para o cliente aceitam comunicações com eles como parte natural do negócio.

Lidar com reclamações é um dos melhores exemplos de administrar relacionamentos ativos com os clientes.




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Módulo 3

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1 - Serviços aos clientes

Como pode ser observado, os serviços a clientes são diferentes da prestação de um serviço. Serviços a clientes são cuidados pós-marketing e devem integrar qualquer oferta ao mercado, tanto para bens físicos como para a prestação de serviços. Eles envolvem o cuidado, consideração e atenção focados no cliente. Uma política de rápida substituição de produtos defeituosos é um exemplo de serviços a clientes. A atenção e a orientação dada por um consultor de investimentos, excedendo o serviço financeiro originalmente contratado, é outro exemplo.

A oferta apropriada de serviços a clientes pode ser estabelecida à parte da rotina de interação com um cliente. A atenção a bons serviços ao cliente é o início do pós-marketing e consiste de quatro componentes:

De acordo com o exposto, a empresa deve visualizar o tipo de atividade contínua exigida pelo pós-marketing para atingir o seu objetivo de retenção de clientes. O pós-marketing deve ser uma forma consciente e ampla de conduzir negócios. Ele não pode pertencer a uma área, departamento ou função. Ele tem uma filosofia, uma prescrição de como os negócios podem ser conduzidos não se tratando, portanto, de apenas mais uma campanha ou programa de vendas.



Os serviços a clientes, para serem distintos da prestação de serviços, devem ser inesperados. O apoio oferecido deve ocorrer espontaneamente, sem solicitação do cliente. Eles são oferecidos dentro do espírito de fazer algo especial para tornar uma interação com a organização útil, significativa e memorável.



Os serviços a clientes devem ser percebidos pelos clientes como algo sincero; de outra forma, eles podem ser interpretados apenas como outro artifício ou dispositivo de marketing para aumentar as vendas.



Significância refere-se ao fato de que o cliente pode se sentir importante porque a organização reconhece e o procura para expressar a sua gratidão.



As ações classificadas como serviços ao cliente podem ser desempenhadas com consistência a todos os clientes e de modo rotineiro em situações semelhantes.




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2 - Criação de um programa pós-marketing

As atividades de pós-marketing necessárias à realização de marketing de relacionamento seguem uma ordem, na qual devem ser implementadas tendo em vista um programa de pós-marketing completo. São elas:

Vamos, a seguir, considerar cada uma das atividades.




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Identificação da base de clientes - Com a disponibilidade e a capacidade cada vez maior dos microcomputadores, mesmo as pequenas organizações podem manter perfis complexos de clientes e acessar informações à medida que interagem com cada um deles. É o chamado de banco de dados de clientes e será visto mais à frente.

  • Nas organizações de serviços, normalmente já existe uma lista de clientes, assinantes ou associados. As informações relativas a cada cliente devem ser muito mais amplas que apenas nome, endereço e telefone, objetivando o sucesso dos propósitos de marketing.
  • Fabricantes de bens duráveis costumam ter certificados de garantia devolvidos pelos compradores que podem ser utilizados para iniciar um bom banco de dados de clientes.
  • Outras empresas deverão identificar seus clientes antes de estabelecerem um banco de dados.

A etapa de coleta de nomes não custa muito, pois existem maneiras baratas de encorajar os clientes a fornecerem seus nomes e endereços. Por exemplo, a utilização de cupons está possibilitando esta tarefa.

Uma vez conhecidos os nomes dos clientes, deve-se especificar a arquitetura do banco de dados. Estabelecer sua estrutura é uma decisão que precisa de algumas considerações. Especialistas podem dar assistência no projeto para que ele seja mais eficiente no atendimento dos usos específicos.

Quando a base de clientes é muito grande, é recomendável iniciar com um segmento menor, obter experiência e demonstrar para a administração o valor do banco de dados antes de implantar toda a base de clientes no computador.




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Reconhecimento aos clientes – Uma vez que as identidades dos clientes estejam armazenadas em um banco de dados, o próximo passo é reconhecer os clientes pelos negócios que fizeram com a empresa. Isso inclui expressar reconhecimento pela escolha e comunicar desejo de estar próximo a eles (mensagens de propaganda, ligações telefônicas ou correspondência). Um programa de contatos pode ser planejado para atender à base de clientes, o grau de personalização desejado e o orçamento.

Newsletters, revistas ou jornais são maneiras populares de manter as comunicações da empresa em evidência. Deve-se lembrar aqui a importância de proporcionar benefícios reais aos clientes em qualquer material enviado. Se o material contém somente mensagens de venda, a empresa não estará reconhecendo e agradecendo aos clientes pelos negócios proporcionados; nesse caso, trata-se de tentativa de fazer novos negócios. Será decepcionante para o cliente e não se trata de pós-marketing.




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Mapeamento das interações com os clientes – consiste na identificação de todos os pontos nos quais a organização tem ou poderia ter contatos com clientes, fornece informações vitais para gerenciar bem as interações presentes. Oferece também idéias de como aumentar os pontos de contato e como explorar melhor os existentes.

Pontos de contatos com clientes podem ser facilmente encontrados usando uma técnica denominada programação de clientes, que já foi vista anteriormente. Apenas para recordar, nessa técnica, listam-se todos os pontos de contato, incluindo quem está interagindo com o cliente e quais são os objetivos principais desta interação. Pode ser feita uma estimativa ou mensuração real do grau de satisfação do cliente com relação ao contato atual. Os funcionários que estão interagindo, bem como suas funções, devem ser identificados. Uma vez que todos os contatos foram avaliados, podem ser especificados planos para direcionar maior atenção sobre aqueles contatos identificados como críticos ao proporcionar aos clientes uma experiência satisfatória.




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Mensuração da satisfação dos clientes - o componente mais importante do processo de pós-marketing é a mensuração da satisfação dos clientes. Essa atividade oferece dois benefícios: a empresa coleta informações valiosas que permitem o fornecimento de bens e serviços de valor verdadeiro e podem demonstrar cuidado e consideração com os clientes ao solicitar-lhes informações para futuras decisões de produção e administração.

Tais levantamentos podem ser conduzidos em base periódica, envolvendo todos os clientes ou apenas uma amostra para minimizar os custos. O levantamento deve ser sempre apresentado aos clientes com clareza, indicando-lhes os benefícios decorrentes do preenchimento do questionário. Além disso, todos eles devem receber agradecimentos por suas participações.

Incorporar os resultados de um programa de mensuração da satisfação dos clientes em práticas gerenciais exige alguma experiência, tornando-se, às vezes, difícil relacionar as avaliações dos clientes com as decisões administrativas.





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Manutenção do contato - a empresa não deve apenas iniciar comunicações externas. Ela deve, também, estabelecer um mecanismo para que os clientes possam contatá-la com facilidade. Em oposição a tal postura, algumas empresas se aborrecem com a idéia de abrir suas portas para clientes chatos e curiosos. Entretanto, existe uma quantidade crescente de informações e sugestões que podem ser recebidas por meio de um número de telefone 0800, portais na Internet e outros veículos de acesso. Eles fornecem mais benefícios do que custos envolvidos.

Operações bem-sucedidas como o Centro de Atendimento GE e o Serviço de Compromisso com o Cliente da Ford são exemplos de valor de um forte envolvimento com os consumidores. Mas tais instalações não são baratas. A montagem dos chamados Call Centers, ou a terceirização destes, envolve os mais variados custos, que apenas são compensados pelo compromisso da alta administração em orientar a organização para o atendimento das necessidades, desejos e expectativas dos clientes.

Recuperação de clientes perdidos - Enquanto a principal mensagem do pós-marketing é estabelecer e manter relacionamentos com os clientes atuais, algumas das empresas mais conhecidas hoje estão voltando atrás para recuperar clientes perdidos. Clientes perdidos são defeitos para a empresa, ou melhor, eles são os clientes para os quais a empresa falhou. Para melhorar seu sistema de marketing, bens e serviços, a empresa pode contatar clientes perdidos e aprender com eles. Suas opiniões sobre produtos, sistemas de entrega ou pessoal podem oferecer informações mais significativas objetivas do que os clientes atuais que estejam razoavelmente satisfeitos.

Outra razão para contatar clientes perdidos é que muitos podem ser recuperados. Um levantamento sobre clientes perdidos pode servir como input para um programa de prospecção de vendas ao identificá-los como de alta probabilidade para novas compras. Esses levantamentos e programas de recuperação de clientes perdidos alertam a empresa que eles não estão perdidos para sempre.

Os programas para reconquistar clientes podem tomar muitas formas. Podem ser altamente organizados e agressivos ou simples, como a manutenção do nome do cliente no mailing list da empresa. Um dos maiores erros de marketing é retirar o nome de clientes inativos do banco de dados. Quando isso é feito, o cliente geralmente para de receber qualquer tipo de comunicação da empresa e sua insatisfação torna-se ainda maior.




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3 - A mensuração da satisfação do cliente

As empresas, normalmente, recebem suficiente correspondência dos clientes e do público e fica a par das coisas importantes que estejam ocorrendo. Entretanto, sob a perspectiva do pós-marketing, compromisso mais forte deve ser estabelecido, não apenas para conhecer relatórios resultantes das iniciativas dos clientes, mas também para estabelecer programa formalizado de mensuração e satisfação para avaliar ativamente as opiniões de todos os clientes.

Superficialmente, mensurar a satisfação dos clientes pode parecer tarefa mais simples de pós-marketing, mas, além do que aparenta, satisfação do cliente é assunto muito complexo. Exige que a empresa conheça virtualmente tudo sobre o seu produto, como e por que os clientes os compram. Sem esse conhecimento de fundo, é impossível fazer as perguntas apropriadas para determinar o nível de satisfação do cliente.

Em um programa de pós-marketing para estabelecer relacionamentos com os clientes, uma das primeiras perguntas dirigidas a cada cliente deve ser: “Como você está sendo atendido?” Comunicações insensíveis para um cliente insatisfeito é desperdício de dinheiro e podem até aumentar a insatisfação. Dessa forma, comunicações que persistem sem estimular um diálogo para feedback podem gerar frustração.




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Um programa de satisfação de clientes tem diversas utilidades, entre elas:


• Enfatizar o conhecimento do relacionamento comprador-vendedor.

• Focalizar a perspectiva da empresa sobre a satisfação do cliente, não apenas em relação às ofertas dos concorrentes.
• Aumentar o conhecimento de como os empregados afetam a satisfação dos clientes.

Se fosse perguntado aos clientes o que mais os satisfazia em relação a um produto, uma grande maioria, sem dúvida, responderia: “Percepção de qualidade”. Pode-se admitir que o processo pelo qual os clientes operacionalizam seus julgamentos de qualidade é mais subjetivo do que um processo rigoroso de qualidade de um fabricante. Todavia, as percepções dos clientes, não importando sua subjetividade, são a realidade do mercado com o qual a empresa deve lidar.

Em função de a qualidade estar relacionada com aquilo que os clientes esperam de um produto ou serviço, é necessário conhecer como as expectativas são formadas. Clientes têm necessidades e desejos que um produto pode resolver. As expectativas de qualquer produto são estabelecidas durante o tempo de experiência e são resultados que vão além do produto tomado isoladamente. A cultura, a propaganda, as vendas, as informações boca a boca e as atividades de pós-marketing da empresa ajudam a moldar as expectativas.



Qualidade significa entregar bens ou serviços consistentes que atendam plenamente às necessidades e expectativas dos clientes.




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De maneira interessante, as expectativas irão variar dentro de um mercado atendido pela empresa. Elas podem:

Variar por tipo de cliente;
Variar conforme a situação;
Exibir graus relativos de importância;
Ser dinâmicas.

Toda a empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve dedicar-se a oferecer satisfação. Oferecer bens e serviços que satisfaçam exige conhecimento das expetativas dos clientes. Isso ocorre porque a maioria dos programas de mensuração da satisfação não apenas sinaliza níveis de satisfação, mas também fornece conhecimento das expectativas dos clientes. Esses programas ajudam as empresas a priorizar as expectativas dos clientes, detectar as mudanças de importância dessas expectativas e conhecer o valor das necessidades existentes.



A variação pode ocorrer geograficamente (clientes do nordeste podem ter expectativas diferentes das dos clientes do sul do país para um determinado produto) ou benefício (uso próprio ou revenda), por exemplo.



A variação pode depender do contexto de uso (um produto pode ser de conveniência em um determinado momento e de compra comparada em outro).



Como exemplo de graus relativos podemos ter que a necessidade de paz e silêncio no quarto de um hotel pode ser mais importante do que a qualidade do café da manhã servido.



As expectativas podem mudar ao longo do tempo.




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Tomando por base essas expectativas, a satisfação pode ser definida quase que simplesmente como a extensão pela qual as expectativas dos clientes sobre um produto são atendidas pelos benefícios reais que recebem.

Conhecer quais produtos e serviços atendem às expectativas e necessidades do cliente têm se tornado uma ferramenta essencial de marketing em empresas bem-sucedidas.

Talvez exista uma hierarquia entre o que os clientes fantasiam e o que eles realmente estabelecem como expectativas. Existe alguma incerteza sobre como as expectativas podem influenciar a satisfação experimentada. Uma visão ingênua poderia sugerir que quanto maior for a expectativa, menor será a provável satisfação total. Mas as teorias de psicologia social tendem a discordar desse “bom senso”, por exemplo:

Teoria da consciência
Assimilação e contraste



A perspectiva da teoria da consciência sugere que as expectativas podem ser mais importantes do que o desempenho, porque os consumidores tentarão evitar inconsistências ao moldar sua percepção da realidade para atender suas expectativas. Isso quer dizer que, se suas expectativas forem elevadas, eles irão se esforçar para perceber sua experiência como satisfatória, em vez de enfrentar um resultado inconsistente. Essa perspectiva poderia sugerir que as empresas não precisam se preocupar com promessas elevadas, porque quanto maior a expectativa dos clientes, mais provável que eles tentem reforçar positivamente as experiências.


Na visão da teoria da assimilação e contraste os consumidores são descritos exagerando (contrastando) ou minimizando (assimilando) diferenças de experiência com a expectativa. Quanto mais o consumidor estiver envolvido, mais provavelmente ele estará pronto para perceber exatamente o nível de satisfação que espera. Por outro lado, uma pequena redução de satisfação será exagerada, produzindo substancial insatisfação.




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4 - Projeto do sistema de mensuração de satisfação de clientes

É recomendado um processo de seis etapas para cobrir os principais passos de um programa de mensuração de satisfação de clientes.

Definição dos objetivos do programa
Seleção do método de pesquisa de campo
Definição da amostragem e timing;
Projeto do questionário;
Pré-teste do questionário;
Análise dos resultados e preparação do relatório.

Esse processo tem a mesma estrutura de qualquer projeto de pesquisa, portanto os tópicos não serão aqui aprofundados.




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Em toda pesquisa de mercado, a identificação dos objetivos é fundamental para o sucesso de programas de mensuração da satisfação de clientes. Esta definição inclui:

• Identificação dos assuntos específicos que serão mensurados e estabelecimento de uma hierarquia de importância dos mesmos;
• Entrosamento com as práticas organizacionais de modo que os resultados levantados sejam usados para influenciar os funcionários.
• Determinação de quem deve participar do levantamento.
• Determinação de quem usará os dados internamente.
• Visualização de como as informações coletadas poderão ser mais bem apresentadas em um relatório.

Freqüentemente, as respostas para algumas questões organizacionais já existem na forma de dados secundários, isto é, dados disponíveis que já foram compilados por outras fontes, para uma pesquisa entre os quais podemos incluir registros internos, relatórios governamentais, relatórios de empresas de consultoria e publicações de negócios. É, muitas vezes, útil uma busca nos dados secundários, pois podem reduzir custos antes de partir para uma pesquisa de campo.

Corresponder-se com os clientes atuais é uma fonte rica de tópicos para a montagem de um sistema de mensuração de satisfação. Sem tirar conclusões sobre a importância absoluta de um assunto, ele pode ser incluído ou excluído por julgamento. Entretanto, mesmo que o relacionamento possa ser extremamente útil, não deve ser a única fonte de assuntos a serem incluídos. Grupos de foco e entrevistas de profundidade também são procedimentos úteis para ampliar a lista de assuntos.

A ordem dos assuntos também deve ser avaliada, pois alguns deles, se perguntados antes de outros, podem influenciar as respostas dos pesquisados. Assim, deve ser definida uma seqüência lógica entre os assuntos. Essa seqüência pode especificar algumas perguntas como de menor prioridade que podem ser respondidas no final, se o tempo permitir.




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Existem duas formas de respostas básicas com as quais coletar a informação identificada: resposta auto-administrada ou administrada pelo entrevistador.

Também existem diversos métodos para estudos de campo em grande escala, tais como pelo correio, telefone ou pessoalmente. Cada método tem suas vantagens em termos de tempo, custo, exatidão, versatilidade, conveniência (para o entrevistado) e taxas de cooperação resultantes.
Cada estudo precisa ser avaliado individualmente para determinar qual método de pesquisa de campo é melhor. Para estudos de satisfação de clientes, o método mais comumente utilizado é o levantamento pelo correio.

Ele permite atingir um número maior de entrevistados a um custo menor, além de poupar mão-de-obra. Entretanto, existem métodos mais modernos para serem considerados. Um dos mais interessantes é administrar o levantamento por computador, utilizando-se um terminal programado no local da entrevista ou enviando o questionário via e-mail ou disquete para a casa do respondente.

Acredita-se que a informação mais precisa é obtida quando a entrevista é realizada em campo neutro (por exemplo, no escritório ou residência do entrevistado). Entretanto, existem situações de conveniência quando os consumidores estão agrupados em um mesmo local e torna-se inevitável a imediata distribuição dos questionários de pesquisa. É também possível aproveitar uma reunião de clientes para distribuir os questionários. O único inconveniente é a provável baixa taxa de respostas.

Ao projetar um questionário de mensuração de satisfação, deve-se levar em consideração que ele representa mais uma oportunidade de interação com o cliente. Isso sugere que deve ser dada especial atenção à aparência e preparação do “pacote” completo da pesquisa, envolvendo a carta anexa ou apresentação verbal, a aparência do questionário ou a condução da entrevista, a construção das questões e o mecanismo de resposta.

É sempre recomendado um incentivo ou brinde pela devolução dos questionários, pois este reconhece o esforço do entrevistado e estimula a relação do cliente com a empresa.

Freqüentemente, é uma boa idéia contratar serviços externos para ajudar a desenvolver e implementar o programa. Um consultor externo, por exemplo, trará, provavelmente, muita experiência para implantar um programa, além de cuidar do trabalho externo de levantamento. Pode ser difícil evitar o viés, ou desvio no processo, quando a equipe interna fica responsável por esse trabalho.

É muito freqüente um programa conduzido por um grupo externo receber taxas de resposta mais altas. A contratação de consultoria externa pode obter maior interesse dos entrevistados potenciais em relação ao patrocinador da pesquisa, pois aos respondentes tendem a sentir que suas identidades ficam mais reservadas quando confiadas a um consultor externo.




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Definição da amostragem e timing

A amostragem envolve duas considerações: o tipo e tamanho da amostra e o método de levantamento.

Para decidir sobre o tamanho da amostra, a empresa deve considerar cuidadosamente o papel que será exercido pelo programa de satisfação dos clientes. Se o papel do programa for apenas informativo, uma amostra estatística será suficiente. Entretanto, se esse papel for obter evidências de cada cliente para que a empresa possa satisfazer a todos individualmente, será necessário um senso completo.

O tamanho da amostra, no entanto, será influenciado por considerações da relevância estatística e pelo valor do orçamento e custo de cada entrevista. Os custos para levantamentos realizados por telefone são, geralmente o segundo maiores, perdendo apenas para a entrevista pessoal. As entrevistas pelo correio tendem a custar bem menos.

O projeto de um levantamento deve especificar quem deve ser incluído e em que estágio de experiência o cliente será entrevistado. Assim, a amostra poderá conter clientes ativos, ex-clientes ou mesmo clientes de concorrentes. Os clientes da amostra devem representar, obviamente, todas as linhas de produtos e cada uma das divisões organizacionais e geográficas da empresa.

Um programa eficaz de satisfação de clientes deve ser conduzido de forma contínua. Os levantamentos não devem ser concentrados em apenas uma remessa anual pelo correio, mas mensalmente, trimestralmente ou, no mínimo, semestralmente. Isso ajudará a fornecer um conhecimento constante das mudanças do mercado.

Embora um estudo único possa ser revelador, o levantamento contínuo do nível de satisfação poderá:

- Monitorar o desenvolvimento da satisfação.
- Mostrar o início de fraquezas antes de elas se tornarem problemas maiores.
- Fornece base para recompensar desempenhos consistentemente satisfatórios.

A experiência com qualquer grupo de consumidores no decorrer do tempo proporcionará melhoramentos para tornar as mensurações mais úteis e os tipos de clientes entrevistados mais relevantes.

Timing significa mensuração de tempo e, no caso refere-se as decisões de quando realizar as entrevistas e com qual periodicidade.




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Não importa o quanto o sistema de satisfação de clientes esteja bem planejado, a fraqueza do elo de ligação será o questionário e os procedimentos de campo. O projeto de questionário é extremamente complexo (o que o faz ser estudado em disciplinas específicas relacionadas com pesquisa mercadológica). Seu conteúdo pode ser resumido da seguinte forma:

“Extensão do questionário”

Nada deve ser mais importante do que controlar a extensão do questionário. É senso comum na pesquisa de marketing afirmar que um questionário, para ser preenchido pelo entrevistado, não deve ter mais de duas páginas, e um questionário para entrevista por telefone não deve demorar mais de 14 minutos para ser preenchido. Mas, na realidade, dadas as perguntas corretas e uma introdução que identifique para o participante o valor do levantamento, ele poderá colaborar em responder questionários e entrevistas mais longos.

“Organização do questionário”

A organização clara e a ordem são críticos para se obter respostas satisfatórias dos participantes. O questionário deve ser dividido em seções de informações para ajudar o respondente a ajustar suas idéias a cada tópico. A divisão por tópicos pode ser compartilhada com os entrevistados na forma de introdução para cada seção. Por exemplo: “Agora gostaríamos de conhecer suas idéias sobre os vários modelos máquinas fotográficas”. Não existe nenhum valor em manter os entrevistados inseguros sobre por que estão respondendo ás perguntas.

“Tipos de perguntas a serem respondidas”

Os assuntos mensurados em uma pesquisa de satisfação serão geralmente de dois tipos: declarações de fatos (se algo aconteceu ou não) e mensurações de desempenho (se algo foi satisfatório). Obviamente, é mais fácil obter fatos, pois mensurações de desempenho exigirão procedimento de duas etapas: a importância do item e qual a sua mensuração de desempenho.

Recomenda-se que os questionários de mensuração de satisfação de clientes utilizem perguntas fechadas com escalas numéricas para mensuração de desempenho e pelo menos duas perguntas abertas, de resposta livre, que permitam ao respondente expressar assuntos livres e considerações em suas próprias palavras.

“Uso de perguntas abertas”

Questões abertas são mais difíceis de analisar, mas podem ser muito úteis. Elas são empregadas em uma gama de respostas e oferecem satisfação ao respondente por permitir-lhe declarar opiniões com suas próprias palavras. Conforme dito anteriormente, pelo menos duas devem ser oferecidas, uma para investigar as razões do respondente assinaladas em uma escala de satisfação (“Por que você nos avaliou dessa forma?”) e outra para fazer o fechamento do questionário (“Existe algo mais que você gostaria de comentar?”).

“Aparência do questionário”

Um profissional de layout deve ser consultado para projetar esteticamente um questionário de modo profissional. O questionário deve ser considerado outra oportunidade de contato com o cliente. Um questionário convidativo e bem organizado obterá taxas mais altas de resposta. Se for evidente que foi investido muito cuidado e atenção na elaboração do questionário, provavelmente, a opinião geral do cliente sobre a empresa será reforçada.




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Idealmente, um questionário para levantamento do nível de satisfação de clientes deve ser pré-testado da seguinte forma:

- Fazer revisão do questionário internamente
- Fazer um pré-teste com uma pequena amostra de clientes-alvo, usando entrevistas pessoais ou por telefone para se certificar de que as perguntas estão sendo bem interpretadas;
- Fazer pré-teste utilizando o método de campo escolhido para o estudo, com uma pequena amostra de clientes-alvo. Isso permite conferir se as instruções foram seguidas no preenchimento do questionário;
- Tabular as respostas. Mostra se as perguntas estão sendo entendidas pelos respondentes, qual a taxa de resposta esperada e qual o tamanho necessário da amostra; e
- Aprimorar o questionário e corrigir quaisquer problemas encontrados durante o pré-teste.

Embora o pré-teste possa atrasar o início do programa de satisfação de clientes por algumas semanas ou meses, valerá à pena o esforço extra ao longo prazo.




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Análise dos resultados e preparação do relatório - A análise e interpretação dos dados são tão importantes quanto a coleta dos mesmos. A análise deve utilizar tabulações cruzadas e procedimentos estatísticos do mais alto nível.

Existem inúmeras técnicas estatísticas para determinar a força ou significância dos relacionamentos entre os assuntos mensurados e a satisfação global dos clientes. A análise apresenta oportunidade para modelar a satisfação global, relacionando-os aos produtos ou serviços específicos.

Os resultados do levantamento devem ser apresentados em uma forma facilmente compreensível e as representações gráficas são geralmente melhores se forem feitas com simplicidade. O objetivo deve ser identificar mudanças no decorrer do tempo.



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Resumo

Serviços a clientes são cuidados pós-marketing e devem integrar qualquer oferta ao mercado, tanto para bens físicos como para a prestação de serviços.

A atenção a bons serviços ao cliente é o início do pós-marketing e consiste de quatro componentes: Espontaneidade, sinceridade, significância e consistência.

As atividades de pós-marketing necessárias à realização de marketing de relacionamento seguem uma ordem, na qual devem ser implementadas tendo em vista um programa de pós-marketing completo: Identificação da base de clientes, reconhecimento aos clientes, mapeamento das interações com os clientes, providências para acessar os clientes, mensuração da satisfação dos clientes, manutenção do contato e recuperação de clientes perdidos.

De uma perspectiva pós-marketing, um compromisso mais forte deve ser estabelecido, não apenas para conhecer relatórios resultantes das iniciativas dos clientes, mas também para estabelecer um programa formalizado de mensuração e satisfação para avaliar ativamente as opiniões de todos os clientes.

Um programa de satisfação de clientes tem diversas utilidades, entre elas: enfatiza o conhecimento do relacionamento comprador-vendedor; focaliza a perspectiva da empresa sobre a satisfação do cliente, não apenas em relação às ofertas dos concorrentes; e aumenta o conhecimento de como os empregados afetam a satisfação dos clientes. As percepções dos clientes, não importando sua subjetividade, são a realidade do mercado com o qual a empresa deve lidar.

A cultura, a propaganda, as vendas, as informações boca a boca e as atividades de pós-marketing da empresa ajudam a moldar as expectativas.

Toda a empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve dedicar-se a oferecer satisfação. Oferecer bens e serviços que satisfaçam exige conhecimento das expectativas dos clientes.Conhecer quais produtos e serviços atendem às expectativas e necessidade do cliente tem-se tornado uma ferramenta essencial de marketing em empresas bem-sucedidas.

É recomendado um processo de seis etapas para cobrir os principais passos de um programa de mensuração de satisfação de clientes: Definição dos objetivos do programa, seleção do método de pesquisa de campo, definição da amostragem e timing, projeto do questionário, pré-teste do questionário e análise dos resultados e preparação do relatório.




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Módulo 4

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Módulo 04 - Manutenção do contato: programas de comunicação

1 - Indústrias e empresas “bem sucedidas”

O que existe de comum entre indústrias ou entre empresas que são repetidamente citadas como “bem sucedidas” ao focar a satisfação de seus clientes?

Essas indústrias ou empresas são caracterizadas por possuírem uma cultura que envolve clientes, atendendo-os e satisfazendo-os, por intermédio de muitas das seguintes ações:

  • Projetam seus produtos para maximizar a satisfação dos clientes;
  • Criam e administram as expectativas dos clientes;
  • São obsessivas em descobrir os desejos dos clientes, até mais do que eles próprios;
  • Estabelecem para si próprias padrões surpreendentemente altos;
  • Dedicam energia e recursos para oferecer produtos de qualidade e atender a satisfação dos clientes;
  • Tornam a satisfação dos clientes o negócio de todos os funcionários, e não apenas do pessoal da linha-de-frente;
  • Contratam, treinam e motivam funcionários para atenderem bem os clientes;
  • Solicitam constantemente aos clientes a avaliação de seu desempenho;
  • Investem intensamente em tecnologia para dar suporte aos serviços aos clientes;
  • Monitoram cuidadosamente as avaliações dos clientes em relação a seus concorrentes e observam atentamente as ações destes no mercado.



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Módulo 04 - Manutenção do contato: programas de comunicação
Os relacionamentos são construídos pela interação e mudanças. Porém, as empresas vêm encontrando dificuldades na busca de interação. Ou o mercado que elas servem está distante delas e as identidades dos clientes são desconhecidas ou a freqüência de compra está tão baixa que inibe o desenvolvimento de um relacionamento ativo. O pós-marketing reconhece essas dificuldades e sugere a formação de um programa de comunicação com os clientes para ajudar a estabelecer um melhor relacionamento.

As eras de mídia própria (veículos de comunicação produzidos por uma empresa com propósito e audiência específicos) está em explosão. Empresas são atraídas por tais mídias de âmbito limitado em função do controle que elas podem exercer sobre o veículo. Esse controle manifesta-se tanto em termos de conteúdo como de circulação.

Essas mídias são, geralmente, adotadas para realizar objetivos de pós-marketing, tais como gerenciar o relacionamento com os clientes. Embora os custos de introdução sejam consideráveis, muitas empresas têm instituído suas próprias revistas, newsletters, intranets e páginas na internet e parecem muito satisfeitas com os resultados. Tais publicações tornaram-se táticas de marketing de custo muito eficaz.

Tanto a mídia como os eventos evidenciam que as empresas admitem que a aproximação com os clientes não é apenas desejável, mas obrigatória. Além disso, devido ao volume de gastos envolvidos em uma campanha de mídia de massa, as atividades de pós-marketing conduzidas pela própria empresa podem ser muito mais eficazes em termos de custo.




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Módulo 04 - Manutenção do contato: programas de comunicação
2 - Natureza da mídia própria e outros programas da empresa

Além de lidar com reclamações e programas de mensuração da satisfação dos clientes, a organização tem oportunidade muito real de contatar seus clientes diariamente. O relacionamento com clientes é um meio muito eficaz de conservar sua lealdade. Esse é o papel de um programa de comunicação mantido pela empresa.

Os programas de comunicação mantêm e fortalecem o relacionamento entre a empresa e seus clientes. Relacionamentos com clientes são importantes para produtos de quaisquer finalidades, tanto em grandes como em pequenas empresas, pois mesmo estas últimas podem investir em comunicação com seus clientes atuais. Se elas não puderem produzir revistas em papel cuchê impressas em quatro cores, contendo assuntos variados em 40, 50 ou 60 páginas, elas podem editar e distribuir newsletters com muitas informações, em períodos mensais, bimensais ou trimestrais.




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Módulo 04 - Manutenção do contato: programas de comunicação
Como muitas atividades da empresa, o sucesso de um programa de comunicações com clientes depende da fixação de objetivos.

Especificamente, o que a empresa deseja realizar? Esses objetivos específicos devem, sem dúvida, apoiar os objetivos globais e a estratégia de marketing. Sete objetivos comuns podem ser realcionados:


Posicionar a empresa ou organização;
Informar os clientes sobre produtos atuais ou novos;
Educar clientes;
Estimular a compra cruzada;
Valorizar a comunicação com os clientes;
Reafirmar a decisão de compra do cliente;
Ajudar a “gerenciar” assuntos.



Uma empresa pode utilizar a comunicação com clientes para posicionar-se, identificar-se com um mercado específico ou fortalecer sua imagem global.



As comunicações com clientes podem ser usadas para informá-los, notificá-los sobre novos produtos ou novas aplicações para os produtos atuais.



Os clientes necessitam saber da superioridade dos produtos de uma empresa. Melhor conhecimento da produção ou do processo de entrega, freqüentemente torna o cliente um comprador mais astuto, beneficiando a empresa.
Visitas à fábrica e demonstrações podem vender com maior eficácia porque os clientes ficam sabendo como são fabricados os produtos que compram e por que os bens de determinada empresa são melhores que os dos concorrentes.




Encorajar um cliente a comprar outros produtos ou serviços da empresa não é objetivo do pós-marketing. Por outro lado, o marketing de relacionamento é praticado no setor de serviços financeiros visando a venda cruzada como principal motivo. Entretanto, se ocorre uma compra cruzada, certamente não se trata de uma conseqüência indesejável de um programa eficaz de comunicações com clientes.



Fazendo-os sentirem-se parte de um grupo exclusivo e privilegiado que é parte integrante do programa de comunicações. Isso implica valor real ao programa. Os clientes não se sentirão recompensados se as comunicações possuírem pouco ou nenhum valor inerente.



A dissonância pós-compra pode ser aliviada consideravelmente por um programa de comunicação. Nenhuma empresa deve se dar ao luxo de acreditar que seja desnecessário reforçar a escolha de um produto pelo cliente. Isso é sempre crítico. Os materiais de um programa de comunicação podem valorizar o processo de compra e reafirmar a decisão do cliente.



A Dissonância Cognitiva e o processo de compra

O processo de compra é marcado notoriamente por cinco etapas:

  • Necessidade: momento em que o comprador percebe a falta de algum bem ou serviço
  • Busca de informações: o consumidor vai então à procura de todas as informações sobre fornecedores, marcas, modelos, preços daqueles produtos que podem satisfazer a necessidade inicial;
  • Análise: após coletar as informações, o consumidor passa, dependendo do grau de comparabilidade entre as diversas marcas e modelos e do grau de conveniência do produto, a analisar toda a documentação conseguida, de maneira a realizar sua escolha;
  • Compra: momento do processo no qual a compra é realizada;
  • Pós-compra: período relacionado à avaliação do produto e seu uso, marcado pela satisfação ou insatisfação com o mesmo.

Em qualquer uma dessas etapas, pode-se verificar um distúrbio típico do comportamento do consumidor, chamado de DISSONÂNCIA COGNITIVA, ou seja, a dúvida ou arrependimento da compra de um determinado bem ou serviço. Durante a pré-venda, essa dissonância pode atrasar o processo pelo fato do consumidor não estar certo da necessidade ou da escolha do produto certo. No pós-venda, ele aparece na forma de remorso ou de falta de entendimento sobre a utilização do produto.

É papel do vendedor fornecer todas as informações necessárias para que não restem dúvidas ao comprador, e este se sinta completamente atendido em suas necessidades.




Ao apresentar estrategicamente informações aos clientes nos momentos adequados, as publicações dirigidas a eles podem ajudar a orientar suas perspectivas sobre um assunto e, em certa extensão, “vaciná-los” contra algum ponto de vista oposto.




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Publicações de propriedade da empresa oferecem grande número de vantagens sobre qualquer outra mídia de marketing. Algumas vantagens decorrem do fato de que são publicações sob a responsabilidade de um patrocinador único.

Outras vantagens são:

Seletividade;
Concorrência;
Controle;
Credibilidade;
Compatibilidade;
Utilidade;
Profundidade;
Lembrança;
Tangibilidade;
Portabilidade;
Retenção.




As publicações de clientes não são produzidas para atingir todo mundo. Podem ser destinadas a audiências específicas e seus interesses, evitando, no início, atingir clientes potenciais que estão em um mercado de serviço específico.



Essas publicações eliminam a concorrência de outros anunciantes. Apenas editoriais ou anúncios de seus negócios ou serviços aparecem.



Ao contrário das publicações em circulação no mercado, as publicações patrocinadas por empresas permitem total controle sobre o material editorial. Elas também permitem veiculação de assuntos importantes para audiências segmentadas que revistas não especializadas podem considerar muito comerciais.



Os editoriais, nessas publicações, são considerados de alta credibilidade. Pesquisas apontam que quase 100% dos leitores dessas publicações acreditam no conteúdo editorial. Em comparação, apenas 40% acreditam em anúncios veiculados pela televisão.



Essas publicações não precisam disputar a atenção em um ambiente em constante mudança. Devidamente projetados, editados e dirigidos à audiência-alvo, elas geram um ambiente próprio, construindo um campo mental propício para a divulgação de seus anúncios.



Em geral, as publicações destinadas aos clientes são raramente triviais. Satisfazem uma necessidade por conhecimento. Podem suprir interesse pessoal especial ou de negócios como nenhuma outra mídia.



Elas não são limitadas por um cronômetro. Uma revista, tablóide, newsletter, jornal, ou livreto pode abordar seus argumentos de venda em profundidade, com tantas palavras quantas forem necessárias.



Essas publicações não são facilmente esquecidas, como ocorre com mídias de massa.



As publicações não desaparecem da frente dos olhos do cliente. Permanecem mais tempo e seus artigos e anúncios ficam nas mãos dos clientes para serem relidos, arquivados, recortados e enviados para outros clientes.


Elas podem ser transportadas em pastas e sacolas, levadas para qualquer lugar.


A vida de uma publicação bem produzida destinada a clientes tem uma amplitude de 30 dias para retenção permanente em residências ou escritórios-alvo.



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3 - Revistas de empresas

As revistas de empresas tiveram origem entre empresas industriais para quem os relacionamentos com clientes vêm sempre sendo tratados como muito decisivos. Elas também vêm sendo muito adotadas por empresas de bens de consumo. Um número crescente de organizações, tanto de bens de consumo como de bens industriais, está destinando parte substancial de seus orçamentos de marketing para publicações dirigidas aos clientes. Essa tendência reflete o reconhecimento de que as comunicações com os clientes são tão importantes quanto as propagandas aos clientes potenciais. A tendência também revela um descontentamento crescente com as mídias de massa tradicionais.

Em que circunstância a empresa deve considerar a publicação de revistas? Diversas delas são apropriadas; vejamos:


• Para o pós-marketing: como o principal componente de esforço para vincular os clientes de uma empresa.
• Quando os clientes já estão envolvidos com a empresa ou pretende-se envolvimento, é uma tática superior para estabelecer ou satisfazer envolvimentos de clientes com empresa e seus produtos.
• Para conseguir cobertura eficiente do mercado: quando o mercado atendido é geograficamente disperso, tornando proibitivas as visitas de vendedores.
• Em um setor industrial dinâmico ou para uma empresa que se encontra em modificações rápidas.
• Quando a organização faz ajustes freqüentes em produtos e serviços ao cliente.
• Para complementar a atividade de vendas: quando o objetivo da empresa é tentar envolver ativamente os clientes no processo de marketing.



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As revistas de empresas podem realizar diversos objetivos de pós-marketing de modo muito mais eficaz do que outras opções promocionais. Por exemplo:

Ampliação da imagem do produto;
Reforço da auto-imagem do usuário;
Encorajamento e ampliação do uso do produto;
Convite ao diálogo.

Deve-se observar, no entanto, que não é uma boa idéia lançar uma revista simplesmente como uma resposta para o que as outras empresas do setor já estão fazendo.

Clientes categorizados podem já estar recebendo muitas outras publicações, o que dificulta qualquer efeito significativo. Nesse caso, outra tática de comunicação pós-marketing pode ser mais competitiva.



Aqui se observa a possibilidade de enfocar a auto-imagem do usuário em vez de concentrar-se nos benefício de seus produtos.


O objetivo mais diretamente relacionado com a rentabilidade a curto prazo é aumentar vendas pelo aumento do uso e venda cruzada. Uma revista em formato editorial oferece a uma empresa a vantagem exclusiva de poder ampliar o tempo e o espaço para comunicar a seus clientes todas as formas pelas quais podem usar os produtos da empresa. A satisfação dos clientes pode ser mais bem assegurada com a descrição de como melhorar o uso desses produtos. A revista pode também coletar e publicar artigos sobre algumas das maneiras como os clientes estão usando seus produtos.



Uma revista destinada a clientes cria uma atmosfera favorável ao diálogo, no qual eles reconhecem os esforços da empresa em abrir um canal de comunicação com o mercado. Desse modo, a publicação estimula pó feedback e proporciona o enriquecimento dos objetivos de relacionamento da empresa. Ela pode também servir como veículo para coletar informações sobre os clientes, suas necessidades e aplicações específicas sobre os produtos.


Pesquisadores de marketing têm constatado que um número crescente de clientes percebe que os produtos, na maioria das categorias, são mais ou menos os mesmo em termos de valor. Todavia, muitas empresas têm mudado suas estratégias de marketing de atributos de produto para de atributos de imagem e para um posicionamento único de suas marcas. Uma publicação pode reforçar seu posicionamento com maior eficácia.



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4 - Newsletters personalizadas e multisegmentadas

Uma publicação tipo newsletter segmentada é uma versão especial de revista de empresa. Ela é totalmente feita de acordo com os interesses do cliente individual. O que é revolucionário em uma newsletter dirigida a um segmento ou mais é o uso de:

  • Banco de dados ágil, que mantêm as informações abrangentes sobre cada cliente, inclusive dados demográficos e psicográficos, propriedades do produto e informações de uso.
  • Versões múltiplas da mesma edição de uma mesma revista, criadas por um grupo editorial e de produção experiente em redigir artigos que possam ser usados tanto em todas as versões com nas versões personalizadas.
  • Impressões seletivas, que permitem à impressora gráfica produzir versões múltiplas da mesma edição.Por meio de controles computadorizados, seções específicas são reunidas para compor um exemplar único destinado a cada cliente.
  • Impressão a jato de tinta, que permite o destaque de vinhetas ou ofertas em cada revista, além de imprimir nome, endereço, código postal, cidade e estado do cliente, código de barras personalizado ou outras características.



A segmentação com base psicográfica surgiu como resultado da descoberta de que os compradores podem ter necessidades distintas ao longo de linhas de estilo e personalidade do que aquelas ligadas a características puramente demográficas.




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As newsletters proporcionam às empresas que não dispõem de recursos para produzir uma revista, a oportunidade de manter boas relações com os clientes através de comunicações de baixo custo. Elas proporcionam muitas das vantagens desfrutadas pelas revistas: manter contato com os clientes, favorecer relacionamentos de longo prazo, fornecer informações sobre os produtos, firmar a empresas como uma especialista em sua área e cultivar futuras vendas, tudo a um custo substancialmente reduzido.

Talvez, em razão de seu próprio nome, as newsletters impliquem urgência, notícias de última hora e uma intenção de atualizar o leitor para uma ação correta. Elas podem ainda assumir compromisso maior do que as revistas, no sentido de transmitir novidades reais sobre os produtos e fornecedores. Para serem bem-sucedidas e lidas, devem proporcionar aos clientes notícias e informações relevantes.

Newsletters, como as revistas, tem vida útil maior e espaço para divulgar informações amplas. Uma vantagem menos notória, mas também importante, é a consistência fornecida por um programa de newsletter. Se o ambiente de negócios de uma organização muda freqüentemente devido a fusões, desenvolvimento de novos produtos ou novas regulamentações, uma newsletter pode ajudar a manter os clientes a par dessas mudanças.




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5 - A nova era: boletins eletrônicos e revistas eletrônicas

Os boletins e comunicados por meio de computadores estão se tornando um novo meio de troca de informações e até de interação entre os clientes. Muitas empresas já estão desenvolvendo comunicados eletrônicos. Eles tendem a substituir as mídias impressas tradicionais, especialmente as newsletter. Sua principal vantagem é a rapidez, isto é, a oportunidade que ela fornece aos clientes de se comunicarem instantaneamente entre si e com os funcionários da empresa.

A promoção de uma comunicação eletrônica por uma empresa pode ser interpretada como uma postura quase passiva, a menos que a empresa exerça um papel ativo promovendo o diálogo. Uma maneira de a empresa participar ativamente é comunicar os assuntos ou temas para discussão eletrônica entre clientes, atuando como “moderadora” na direção dos diálogos. Sem dúvida, uma desvantagem é que quanto mais ativo for o papel exercido, mais tempo será exigido de um ou mais especialistas da empresa promotora. Entretanto, nenhuma outra mídia, exceto o telefone, oferece à empresa melhor oportunidade de ouvir os clientes um a um.




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As principais ferramentas do relacionamento eletrônico entre clientes e empresa são:

correio eletrônico;
mailing Lists;
portais eletrônicos;
midias pull ao invés de mídias push.




O correio eletrônico é utilizado para enviar mensagens promocionais, informações sobre produtos, aceitar pedidos do cliente e oferecer suporte etc. O e-mail deve ser informativo e útil e pode ser utilizado como boca-a-boca, pois quando o recebedor da mensagem gosta do que recebeu ele repassa aos conhecidos. As mensagens podem ser modificadas mais rapidamente, a baixo custo, para testar mercados diferentes.



Um mailing List apropriado possibilita o uso mais eficaz do correio eletrônico, exige a organização de um bom catálogo de endereços atualizado de seus clientes.


Portais eletrônicos são as revistas do futuro. Aliam todos os benefícios da revista tradicional à velocidade de interação da comunicação eletrônica. Dois aspectos são importantes: a localização (endereço fácil para acesso ao portal) e apresentação (fachada ou front page, apresentação da informação, mecanismos de pedido, listas de novidades, informações gratuitas etc.).


A incompatibilidade entre as mídias pull, veículos que são acionados pelo cliente interessado, como a Web e as mídias push, empurradas para ele como a TV e o rádio, estão com os dias contados. A tendência que está sendo observada é a integração de mídias push-pull, misturando TV rádio, páginas interativas, comerciais e processos de comunicação entre empresa e cliente.



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6 - Eventos especiais

Para muitas empresas, o patrocínio de eventos é assumido apenas como substituição de mídia de massa. O evento é tratado como uma extensão ou veículo de conversão. Esse pode ser ou não o melhor uso de eventos no plano de marketing, pois pode, sem dúvida, aumentar a consciência de um produto ou marca, mas parece improvável que ele levará um consumidor a mudar de marca ou fornecedor.

Algumas empresas utilizam eventos para complementar o plano de marketing. Elas investem neles em função da visibilidade que oferecem a novos consumidores, embora os eventos proporcionem também oportunidades de participação dos concorrentes, bem como de seus funcionários.

Outras empresas usam eventos com maior propriedade devido a seu forte valor de pós-marketing junto aos clientes atuais. Eventos especiais dirigidos para agradecer aos clientes podem transmitir uma mensagem positiva, fortalecendo seus relacionamentos com a empresa e reforçar a lealdade de compra. Esses eventos não devem ser extravagantes para não prejudicar a mensagem de agradecimento, devendo ser simples e orientados a um alvo de clientes específico.

Geralmente, o marketing de eventos envolve a busca de atividades de lazer, como esportes, música, recreação, e de causas políticas e sociais, como plataformas para comunicar uma mensagem de marketing. Tais atividades de lazer proporcionam que os anunciantes encontrem os clientes de determinado estilo de vida, apresentando a eles os produtos de maneira mais natural.




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Diferentemente da propaganda, o evento proporciona aos patrocinadores acesso face a face com seus clientes atuais e potenciais em um ambiente não saturado e ainda não poluído em termos de comunicação. Entretanto, a vantagem real do marketing de eventos pode ser o valor psicológico de apanhar o cliente com suas defesas recuadas. Visto que as formas diretas de venda acionam os mecanismos de defesa do consumidor, o fator distração de um evento especial pode permitir que qualquer mensagem de venda encontre os caminhos mais livres para atingir a mente do consumidor.

Eventos especiais, como oportunidades de marketing, estão sendo rapidamente reconhecidos pela maioria das empresas de serviços de marketing, inclusive empresas de promoção de vendas, propaganda, relações públicas e executivos de marketing. Cidades, escritórios de promoção do turismo, pequenas e grandes empresas também começam a entender as vantagens do patrocínio de eventos.

Um patrocinador pode participar de uma promoção já existente ou criar seu evento próprio. O patrocínio total de um evento proporciona ao patrocinador, maior controle e maior eficácia de custo do que os padrões apresentados em patrocínio simples. Esse controle total pode ajudar a empresa atingir os objetivos de marketing dela. Embora algumas empresas acreditem que devam ficar sozinhas para beneficiarem-se de um evento, outras aprenderam a obter vantagens de marketing pr meio de promoções cruzadas e patrocínios secundários.




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Diversos fatores devem ser considerados ao escolher um evento promocional:
  • Há possibilidade de exclusividade no patrocínio?
  • A audiência de mídia de massa e os participantes do evento correspondem às exigências demográficas dos clientes-alvo?
  • O evento deve receber substancial cobertura ou participação da mídia de massa;
  • O evento deve, de alguma forma, mostrar, evocar ou representar um atributo-chave do produto (por exemplo, o patrocínio de um produto de luxo durante a realização de uma corrida de automóveis, considerado o “esporte dos reis”);
  • O valor associado a uma empresa de um evento patrocinado não deve ser maior que o benefício obtido pela exposição de mídia adicional do patrocínio (é o cachorro que balança o rabo, e não o contrário);
  • A exposição deve prometer exposição de mídia de massa suficiente e adequada para compensar qualquer custo real ou custo de oportunidade;
  • A associação do produto com a empresa deve normalmente oferecer ou sugerir uma campanha ou tema significante de vendas para ser conduzido concomitantemente com o patrocínio;
  • Foi a empresa que iniciou a negociação ou foram os promotores do evento?
  • Foi exigido algum apoio financeiro?

Ao empreender um evento especial, a empresa tem a oportunidade de reforçar o compromisso de marca de seus clientes atuais. Reunir clientes proporciona uma confirmação pública valiosa por eles terem escolhido os produtos da empresa. O evento é uma festa de clientes.




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7 - Produtos de afinidade

Embora as empresas devam geralmente estimular relacionamentos com clientes, às vezes, esses tomam iniciativas próprias para estabelecer um relacionamento visível com uma empresa. A popularidade do produto de afinidade é evidência de tal comportamento.

Produto de afinidade é qualquer outro produto que ostenta o nome, logotipo ou marca de uma empresa, como camisetas, bonés, guarda-chuvas, etc. Ele é comprado pelos clientes a um preço normal ou superior ou pode ser adquirido por meio do resgate de cupons ou notas de compra de um produto da empresa. Em ambos os casos, o desejo dos clientes pela mercadoria é motivado pelo interesse em demonstrar uma afiliação com as marcas ou personalidade da empresa.

Os produtos de afinidade têm a sua origem entre as equipes esportivas patrocinadas por empresa que, orgulhosamente colocaram seus nomes nas camisetas dos atletas, sacolas e assim por diante. Posteriormente, funcionários das maiores empresas começaram a orgulhar-se em usar casacos e exibir outros itens identificados com o nome de sua empregadora. Estampar brinquedos e objetos de baixo preço com logotipos de empresas para uso como propaganda tem sido uma prática antiga. A idéia é que esses itens ajudariam a manter a marca junto a seus clientes. Infelizmente, muito freqüentemente, os produtos eram de qualidade inferior ou de natureza insignificante e podiam transmitir uma imagem negativa da empresa.




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Módulo 04 - Manutenção do contato: programas de comunicação
Resumo

Essas empresas são caracterizadas por possuírem uma cultura que envolve clientes, atendendo-os e satisfazendo-os, por intermédio de muitas ações;

A eras de mídia própria (veículos de comunicação produzidos por uma empresa com propósito e audiência específicos) está em explosão. Empresas são atraídas por tais mídias de âmbito limitado em função do controle que elas podem exercer sobre o veículo.

Tanto a mídia própria como os eventos evidenciam que as empresas admitem que a aproximação com os clientes não é apenas desejável, mas obrigatória.

Como muitas atividades da empresa, o sucesso de um programa de comunicações com clientes depende da fixação de objetivos. Especificamente, o que a empresa deseja realizar?

Publicações de propriedade da empresa oferecem grande número de vantagens sobre qualquer outra mídia de marketing. Diversas circunstâncias são apropriadas a uma empresa para considerar a publicação de uma revista: fazer pós-marketing, estabelecer ou satisfazer envolvimentos de clientes com uma empresa e seus produtos, conseguir amplitude de cobertura no mercado, quando a organização faz ajustes freqüentes em produtos e serviços ao cliente e para complementar a ação de vendas.

As newsletters proporcionam às empresas que não dispõem de recursos para produzir uma revista, a oportunidade de manter boas relações com os clientes através de comunicações de baixo custo.

Os boletins e comunicados através de computadores estão se tornando um novo meio de troca de informações e até de interação entre os clientes. Muitas empresas já estão desenvolvendo comunicados eletrônicos.

Algumas empresas usam eventos com maior propriedade devido a seu forte valor de pós-marketing junto aos clientes atuais. Eventos especiais dirigidos para agradecer aos clientes podem transmitir uma mensagem positiva que fortaleça seus relacionamentos com a empresa e reforçar a lealdade de compra. Diferentemente da propaganda, o evento proporciona aos patrocinadores acesso face a face com seus clientes atuais e potenciais em um ambiente não saturado e ainda não poluído em termos de comunicação.

Produto de afinidade é qualquer outro produto que ostenta o nome, logotipo ou marca de uma empresa, como camisetas, bonés, guarda-chuvas, etc. Ele é comprado pelos clientes a um preço normal ou superior ou pode ser adquirido através do resgate de cupons ou notas de compra de um produto da empresa.




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Módulo 5

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Módulo 05 - (Customer Relationship Management)
1 - O CRM

É cada vez mais difícil diferenciar produtos, pois eles estão cada vez mais parecidos, mesmo no caso dos produtos mais modernos. Quando se compra um carro, computador ou sabonete, pode-se escolher entre dezenas de marcas, cada uma atendendo a necessidades particulares e muitas, praticamente, indiferenciáveis.

Mediante esta realidade, algumas empresas adotaram estratégias que visavam ganhar maior participação no cliente em vez de participação no mercado, ou seja, buscando criar um vínculo com os clientes para aumentar a fidelidade à marca ou a um determinado produto. As experiências mais “bem sucedidas” deram origem a um conjunto de estratégias que foi batizado de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (CRM).



Estratégia que envolve tecnologia de informação, processos de negócios e atitude empresarial que somam forças para gerar diferencial competitivo por meio do relacionamento com os clientes.




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Os antigos medidores de sucesso, como o ROI (Retorno sobre o investimento) e marketshare (participação de mercado, não pareciam mais garantir a sobrevivência das empresas, embora continuem sendo eficientes para medir retorno imediato. Fez-se necessária uma nova abordagem que aumentasse a fidelidade do cliente para com a sua marca e seu produto.

Os clientes, por sua vez, começaram a demandar cada vez mais, não somente produtos, mas que as empresas levassem a solução completa de seus problemas até eles. Não queriam para si a cansativa tarefa de escolher entre várias opções e configurar sua própria solução. Preferiam pagar alguém que lhes poupasse desse trabalho, ou seja, que as empresas lhes trouxessem todos os produtos que deveriam compor a solução, acrescentassem os serviços relacionados e lhes entregassem a solução pronta para funcionar. Para isso, demandava-se que os clientes fossem ouvidos um a um para que se pudesse compreender claramente o que cada um desejava.

Algumas empresas visionárias começaram a compreender que, em razão do ambiente competitivo, o cliente percebia que o mais importante era ser ouvido, em vez de ouvir tudo o que estava disponível. Isso significava que seria mais fácil fazer negócios com uma empresa que o compreendesse, que tivesse, de alguma forma, aprendido com o tempo quais eram suas necessidades e como ele desejaria ser atendido.




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Do ponto de vista da empresa, ela estaria desenvolvendo um relacionamento de aprendizado e transformação um a um, cujo princípio básico era conhecer cada cliente particularmente, levar produtos até eles por um preço vantajoso para ambas as partes, em vez de trazê-los até os produtos.

Uma estratégia vencedora em marketing de relacionamento consiste em, primeiramente, identificar os clientes, criar um banco de dados para receber informações sobre cada um deles separadamente. De posse destas informações, pode-se diferenciar os clientes de acordo com suas necessidades, valores e expectativas específicas ou, em outras palavras, descobrir o que é importante para cada um e criar agrupamentos baseados nessas características.

A interação é o passo seguinte e tem como objetivo inserir o cliente em um diálogo em que ele tem o poder de influenciar os rumos da empresa e esta, por sua vez, deve acompanhar esses diálogos individuais, integrando todos os seus canais de comunicação e aprendendo um pouco mais a cada nova interação por meio de todos os seus pontos de contato. Finalmente, a empresa deve implementar a última parte da estratégia, que consiste em personalizar seus produtos, serviços relacionados ou tratamento de acordo com as necessidades, expectativas e valores de cada um dos seus clientes.




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2 - O imperativo do gerenciamento de relacionamento com os clientes

A era industrial forneceu ao mercado uma abundância de produtos. O mundo nunca teve à sua disposição tantos produtos para consumir. No bojo da Revolução Industrial, brotou também a capacidade de distribuição e divulgação em massa.

Mas não foi sempre assim. Antes do século XX, as dificuldades de transporte e comunicação, induziam os mercados a serem quase que exclusivamente locais. Por maior que fosse a produção, os custos de transporte e divulgação de um produto tornavam inviável a concorrência com fornecedores locais. Naquele tempo, por causa da baixa mobilidade de produtos e marcas, os varejistas conheciam os clientes pelos nomes, suas preferências e podiam tratá-los de forma especial.

Foi após a Segunda Guerra Mundial que se começou a verificar os efeitos da industrialização em massa. Desde então, a produção mundial tem crescido constantemente, cortando custos e aumentando a disponibilidade de bens e serviços.




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Após a Segunda Grande Guerra, verificou-se a crescente oferta de produtos, a explosão da concorrência e a queda dos preços, ocasionados pelo aperfeiçoamento industrial e a transformação da indústria de guerra em indústria de bens de consumo.

Essencialmente no período pós-guerra, o mundo viu nascer uma nova realidade. Produtos como sabonetes, arroz e até pães, que originalmente eram vendidos a granel, passaram a ser embalados e vendidos em unidades, estampados com uma marca. Dessa forma, era possível que os fabricantes utilizassem a propaganda de massa para chamar a atenção para seus produtos, diferenciando-os dos demais.

Numa outra ponta, uma vez que a demanda estava encaminhada, os fabricantes forçavam os distribuidores a manter estoques de seus produtos para não perder nenhuma oportunidade de venda. Evidentemente, os estoques nem sempre estavam balanceados, ora faltando ora sobrando mercadorias. Apesar dos prejuízos gerados por um estoque que não se movimenta, isso era mais aceitável do que perder uma oportunidade de venda, que deixava um flanco aberto para que o cliente fosse experimentar a concorrência.

Assim, uma estratégia forte da indústria desse período consistia em produzir um pouco mais do que se esperava que fosse consumido, de modo a garantir o abastecimento do mercado. Por causa dessa estratégia, pela primeira vez produzia-se intencionalmente mais do que haveria de ser consumido.




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Com a diminuição dos preços, tornou-se maior o número de pessoas e pequenas empresas habilitadas a comprar. O sinônimo de sucesso desse período passou a ser elaborar um produto melhor do que o concorrente, pelo melhor preço possível, colocá-lo no maior número possível de pontos-de-venda e comunicar a todos sobre a sua existência. A isso se chama de marketing de massa.

Ocupar espaço na cabeça do consumidor, ser lembrado em primeiro lugar e ter capilaridade suficiente para entregar o produto em qualquer lugar do planeta onde a propaganda do produto tenha atingido consumidores passaram a ser pré-requisitos para o sucesso de um produto.

Porém, esta evolução do pensamento gerencial ampliou um processo já conhecido, o de segmentação de mercados. Devido á gigantesca segmentação de mercados, que definiu milhares de grupos e subgrupos de consumidores, o marketing está perdendo terreno. Associado a este fato encontra-se o crescimento do número de canais de comunicação que torna mais onerosa a tarefa de posicionar um produto.




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Mediante este cenário, no qual não se pode garantir a sobrevivência de uma empresa confiando apenas na qualidade do produto ou na cadeia de distribuição, ou ainda, em campanhas de marketing com promoção massiva, necessitava-se urgentemente de uma nova abordagem.

A resposta encontrada por algumas empresas bem-sucedidas está relacionada ao conforto, ao bem-estar e às vantagens que podem existir para o cliente. O foco da empresa deve ser o foco do cliente, em vez de estar no foco do cliente.

Assim, os fatores que realmente importam para o cliente são:


• Adequação do produto às suas necessidades
• Conveniência de compra quanto ao local
• Conhecimento de suas necessidades e desejos
• Facilidade de interação com a empresa
• Menor custo-criação de um vínculo emocional positivo

Ao longo dos últimos anos, grandes e pequenas empresas vêm experimentando diversas estratégias de relacionamento com seus clientes. As mais bem-sucedidas foram adaptadas por outras empresas em diversos ramos de negócios e, em razão de sua disseminação, formaram a base da estratégia chamada de Gerenciamento do Relacionamento com Clientes (CRM).




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Entre estas estratégias, pode-se citar algumas contribuições como o conceito de produto ampliado, a aplicação da Lei de Pareto, os conceitos de Clientes de Maior Valor (CMV) e Clientes de Maior Potencial (CMP), atendimento e produtos personalizados, a pressão da concorrência, a queda de preços, o estreitamento da base de clientes, a contribuição das tecnologias novas (internet, intranet, ERP, SCM, telecomunicações), e fidelização de clientes.


A aplicação da lei de Pareto resulta em que “Vinte por cento dos clientes são responsáveis por oitenta por cento da receita”.




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3 - O papel da WEB e do comércio eletrônico

A Web trouxe mudanças em todas as áreas de negócio. A utilização de um meio tão poderoso e que está sempre (ou quase sempre) disponível causou uma revolução na maneira de ter acesso à informação e de fazer negócios.

A Web, por ser bidirecional e totalmente interativa, permite o desenvolvimento de sites que podem ser personalizados de acordo com as preferências de cada um dos visitantes. É um meio perfeito para a implementação de aplicações integradas à iniciativa corporativa de CRM.

A disseminação de sites de comércio eletrônico faz com que muitas empresas se apressassem em disponibilizar bens e serviços via Web. Entretanto, a grande maioria dos sites foi desenvolvida sem nenhum planejamento e sem nenhuma integração com outros sistemas da empresa. Como não existe integração de dados, o cliente sente-se, muitas vezes, como se estivesse lidando com empresas diferentes, dependendo do meio que usa para contatar a empresa.

Do ponto de vista tecnológico, a integração de dados é um grande desafio. Porém, ao se conceber um site de comércio eletrônico, deve-se ter em mente que se está abrindo um canal extremamente poderoso para a criação e o desenvolvimento de relações com os clientes. A convergência de CRM e comércio eletrônico parece inevitável.



Sistema baseado em elementos gráficos e texto para publicação de informações pela Internet. A maior parte dos documentos da Web é criada em HTML, um sistema de codificação relativamente simples. Os usuários de computadores navegam pela Web clicando em hiperlinks, que fazem a carga de outras páginas da Internet na tela do computador.



É um conjunto de páginas da Web (documentos contendo textos, elementos gráficos e fotos que são carregados na tela do computador) interligados segundo uma estrutura organizada. A maioria dos Web sites contém uma “página inicial” que o usuário visualiza quando visita o site.




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A idéia, porém, não é apenas criar um site que substitua o telefone e o fax, mas criar uma nova forma de relacionar-se e aprender com os clientes. Neste sentido, cinco são os pontos mais importantes para desenvolver um site de comércio eletrônico competitivo:

• Relações se baseiam em confiança, assim, os melhores sites da Web expõem suas políticas de privacidade de forma bastante ressaltada na home page. Isso assegura que as informações fornecidas pelos clientes somente serão utilizadas para o seu benefício, incentivando sua colaboração.

• Os melhores sites são explícitos e detalham exatamente como as informações fornecidas pelos clientes serão utilizadas e qual será o benefício relacionado. Depois de saber que seus dados não serão vendidos ou compartilhados com outras empresas a próxima etapa e saber porque devem fornecer dados pessoais via Internet e qual será o seu benefício em fazê-lo.

• Os melhores sites da Internet são organizados ao redor das distintas necessidades dos clientes em vez de produtos. Isso permite que o usuário rapidamente encontre o que procura e tenha ofertas consistentes com seus interesses, não com os interesses de venda da empresa.

• Deve-se permitir que os clientes tenham controle sobre o conteúdo e sobre os dados. Os melhores sites da Internet estão bastante avançados em relação ao controle que dão os seus usuários no que se refere aos dados pessoais, conteúdos, escolha de assuntos de acordo com o interesse pessoal e a respeito dos quais gostariam de receber notificações via e-mail.

• Os melhores sites incentivam a permanência dos clientes. A melhor forma de fazê-lo é por meio da observação do comportamento do cliente no site, de suas transações e interações. Desta forma pode-se antecipar as necessidades dos clientes e apresentar ofertas, informações e recomendações personalizadas.




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4 - Obstáculos previsíveis na implantação de sistemas de CRM

O projeto de CRM é, por definição, um projeto corporativo, que envolve todas as áreas da empresa, embora geralmente começa com uma área específica e seja desenvolvido em etapas. Um dos principais problemas em projetos de CRM é a alta de compromisso da alta direção da empresa. Como visto anteriormente, CRM tem a ver com uma nova forma de ver e tratar o cliente e, portanto, tem mais relação com a mudança de cultura da empresa do que com a implementação de um novo sistema. A alta administração da empresa deve estar comprometida desde as fases iniciais, para garantir o rumo do projeto e total engajamento de todos os níveis gerenciais e operacionais.



Na grande maioria das empresas, as diversas áreas e departamentos têm missões específicas e sua própria visão do cliente. Por isso, muitas vezes, o cliente sente como se estivesse lidando com empresas distintas.

Todas as áreas da empresa têm influência na relação com os clientes, portanto toda a organização deve estar envolvida na iniciativa do CRM. De que adianta investir milhões de Reais na área de vendas para melhorar a relação com o cliente se a área de cobrança “destrói” esta relação?

É indispensável reestruturar a empresa com o objetivo de ter uma visão única do cliente. Toda a organização tem que estar preocupada com a coleta e o armazenamento dos dados do cliente, com o objetivo de conhecer melhor cada um deles. Isso pode afetar até a área de produção, que agora tem que ser flexível o suficiente para aceitar as especificações personalizadas de produtos resultantes das reclamações e sugestões dos clientes.

Um bom exemplo de onde se pode chegar é uma grande cadeia de hotéis que incentiva (bonifica) cada um dos funcionários que têm contato com os clientes a reconhecer e chamar os hóspedes pelo nome. Essa mesma rede de hotéis autoriza cada funcionário a gastar, sem autorização do supervisor, até U$ 2.000 para satisfazer as necessidades de seus melhores clientes (Lei de Pareto).

Um bom exemplo do que não fazer ocorre em uma administradora de cartões de crédito. Quando um cliente diferenciado pede ao atendente para falar com o seu supervisor, porque um problema não foi resolvido, o supervisor não pode ou não quer resolver o problema e limita-se a repetir o que atendente disse. Para que então existe o supervisor?




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Embora muitas áreas não participem diretamente da iniciativa do CRM, o projeto, mais cedo ou mais tarde, atinge todas as pessoas da organização. É fundamental que todas essas pessoas, direta ou indiretamente, tenham completo entendimento do processo e das mudanças organizacionais inevitáveis e que seja analisado o impacto em cada área.

Por envolver a relação com o cliente, normalmente a área de marketing é eleita como “mãe” da iniciativa. É claro que esta área é de fundamental importância, mas deixar tudo na mão de uma pessoa ou de uma só área é receita certa para o fracasso.

Em muito projetos de CRM, inicia-se pela escolha da tecnologia de software e/ou de hardware. Outro ponto de fracasso, pois como visto, CRM é uma filosofia de trabalho onde a tecnologia é importante, mas está longe e ser tudo. Ela é secundária nos objetivos de negócios.

Uma parte importante da iniciativa de CRM é a automação da área de vendas. Como um dos canais mais importantes de contato com o cliente, a área de vendas deve ser envolvida no projeto. Exatamente nessa área encontra-se o maior número de problemas na implantação de sistemas de CRM. A principal mudança nessa nova realidade é que o cliente passa a ser da empresa e não do vendedor. Isso, em princípio pode significar a perda de controle ou de importância para a área de vendas e seguramente vai incomodar muitos vendedores. A única maneira de resolver esta questão é envolver precoce e totalmente a área de vendas, para que desde o começo os vendedores percebam que a iniciativa lhes vai ser útil para atingirem seus objetivos.




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Os sistemas de CRM devem estar totalmente alinhados aos objetivos estratégicos da empresa. Sem esse alinhamento, as implementações tendem a ser pontuais e perdem prioridade para a empresa. O conhecimento da visão e direção da empresa, com as quais os executivos estão comprometidos, é fundamental e deve ser utilizado para orientar cada etapa da implementação.

Muito mais freqüentemente do que se possa imaginar, as empresas acabam utilizando os sistemas de CRM contra o cliente. Por exemplo, em sistemas de automação de vendas, utilizam-se relatórios de visitas a clientes como forma de pressionar os vendedores para atingirem as metas. Assim, para burlar esta forma de controle, os vendedores acabam mentindo, colocando no sistema menos oportunidades de negócio do que realmente existem. Diminuem o relatório para diminuir a expectativa e a pressão da gerência.

Na maioria dos projetos de CRM, não é dada a importância adequada ao treinamento e suporte. O treinamento adequado da equipe é tão ou mais importante do que a fase de implementação do sistema. O suporte ao usuário garante a continuidade do projeto e é um excelente canal para feedback visando a melhoria de todo o sistema.




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5 - CRM operacional, colaborativo e analítico

A maioria das assim chamadas “aplicações de CRM” trata dos aspectos operacionais da relação com o cliente e quase a totalidade dos projetos de CRM envolve somente a automação de aspectos operacionais da empresa.


O CRM operacional é a aplicação da tecnologia da informação para melhorar a eficiência do relacionamento entre os clientes e a empresa. Estão entre os produtos de CRM operacional as aplicações de automação da força de vendas (SFA), automação de canais de venda (SCA), sistemas de e-commerce e call-centers. O CRM operacional prevê a integração de todos os produtos de tecnologia para proporcionar o melhor atendimento ao cliente.

O CRM operacional, além dos sistemas já citados, deve contemplar a integração do front office, do back office e do mobile office.



Sales Force Automation (Sistema de Automação da Força de Vendas) – é o software para a automação da força de vendas que inclui a gestão de contratos, previsão de vendas, gestão de vendas e vendas em grupo.



Sales Channel Automation (Sistema de Automação do Canal de Vendas) – é o componente do CRM, onde uma empresa estabelece uma aplicação para automatizar o canal de vendas indiretas. Distribuidores, revendas e seus agentes ganham acesso a informações como posição de pedidos, histórico de vendas, posição de envio de material, recursos de promoção, formulário de pedido, atendimento on-line, contato e treinamento para produtos e novidades da empresa entre outros serviços.



Local em uma empresa onde se concentram as ligações telefônicas dos clientes. Um call-center típico dispõe de tecnologia de informação para automatizar os processos e tem a capacidade de suportar um grande volume de ligações simultaneamente, atendendo, mantendo o registro e redirecionando essas ligações quando necessário. Um call-center é utilizado como apoio para catálogos, empresas de telemarketing, suporte ao produto (help desk), serviços de atendimento ao cliente (SAC) e quaisquer empresas que usem o telefone como televendas.



Front Office é o conjunto de atividades realizadas com a participação dos clientes. São as atividades de contato com o cliente: caixa de banco, recepcionista de hotel, garçom de um restaurante.



Back Office é o conjunto de atividades em que o contato com o cliente é mínimo ou não existe: tesouraria do banco, departamento financeiro do hotel ou a cozinha do restaurante.



Mobile Office relaciona-se com aqueles pontos de venda móveis ou virtuais: trailers de atendimento de bancos durante o verão, vendas de porta em porta.




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O CRM colaborativo engloba todos os pontos de contato com o cliente em que ocorre a interação dele com a empresa. Os vários canais de contato devem estar preparados para não só permitir essa interação, mas também, garantir o fluxo adequado dos dados resultantes para o resto da organização.

O CRM analítico, fonte de toda a inteligência do processo, serve para o ajuste das estratégias de diferenciação dos clientes, bem como para o acompanhamento de seus hábitos, com o objetivo de identificar suas necessidades e os eventos que possam ocorrer na vida de cada um deles. Tudo com o objetivo de tornar, para os melhores clientes, a relação com a empresa algo fácil e conveniente, buscando sua satisfação e fidelidade deles.

Além disso, é por meio de ferramentas analíticas que se identificam os clientes de menor valor para a empresa. Por meio de tratamento diferenciado, pode-se conseguir uma redução significativa nos custos de relacionamento com esses clientes.

Idealmente, as ferramentas de análise, tais como mineração de dados (Data Mining), relatórios analíticos etc. devem ter como única fonte de dados o Data Warehouse, base de dados históricos integrados que tem como objetivo fornecer uma visão única, orientada a assuntos, dos dados da empresa. Entretanto, nem sempre se pode esperar que o Data Warehouse fique pronto, lançando mão de sistemas isolados, mas que devem ser integrados no decorrer do tempo para não se correr o risco de lidar com “distintas versões da verdade”.



Canais de contato são os vários tipos de interação com o cliente, pode-se destacar o contato direto, o uso do fax e de cartas, o e-mail e a conferência via Web.




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6 - Integração de dados – o grande desafio

Poucas empresas podem se dar ao luxo de começar tudo “do zero” e incorporar as funcionalidades exigidas pela filosofia do CRM aos sistemas transacionais.

As empresas convencionais têm um passado e muitas heranças. Embora o CRM não seja um conceito tecnológico, ele se apóia, de forma muito intensa, em sistemas de informação, pois a informação é fundamental em uma empresa que se proponha a fazer CRM.

Do ponto de vista de implementação, o grande desafio tecnológico é a integração de dados entre os sistemas de CRM e os sistemas de ERP, ou sistemas legados. Os modelos de dados dos sistemas transacionais são muitas vezes definidos tendo em vista as transações e não têm o cliente como centro. Além disso, esses dados estão dispersos em vários sistemas, ou simplesmente não estão disponíveis.

Sem a integração dos dados é impossível ter uma visão única do cliente, uma visão que permita lembrar de todas as interações e transações que a empresa teve com o cliente. Os sistemas e CRM devem ter acesso tanto a dados históricos, idealmente armazenados em um Data Warehouse, quanto a dados transacionais.

Por isso a maioria das implementações envolve a extração de dados desses sistemas, seguida de uma “limpeza” e adequação ao novo modelo de dados, para posterior análise. O mesmo processo que se emprega na construção de sistemas de apoio à decisão (ERP) e de Inteligência competitiva.



Enterprise Resource Planning (Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais) - é o termo que descreve uma série de atividades de gestão empresarial suportadas por aplicações de tecnologia da informação. Estas são compostas de muitos módulos, incluindo planejamento de produtos, compras, estoque, relacionamento com fornecedores, atendimento ao cliente e acompanhamento de pedidos. Em seu uso corrente, o termo ERP engloba também módulos para as áreas financeiras e de recursos humanos. Normalmente um ERP utiliza ou é integrado a um banco de dados, e sua implantação envolve uma profunda análise do negócio da empresa, treinamento de funcionários e modificações ou criações de procedimentos.




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Resumo

É cada vez mais difícil diferenciar produtos, pois eles estão cada vez mais parecidos, mesmo no caso dos produtos mais modernos. Mediante esta realidade, algumas empresas adotaram estratégias que visavam ganhar maior participação no cliente em vez de participação no mercado. As experiências mais bem-sucedidas deram origem a um conjunto de estratégias que foi batizado de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente.

Ocupar espaço na cabeça do consumidor, ser lembrado em primeiro lugar e ter capilaridade suficiente para entregar o produto em qualquer lugar do planeta onde a propaganda do produto tenha atingido consumidores passaram a ser pré-requisitos para o sucesso de um produto.

Porém, esta evolução do pensamento gerencial ampliou o processo de segmentação de mercados. Devido á gigantesca segmentação de mercados, que definiu milhares de grupos e subgrupos de consumidores, o marketing está perdendo terreno. Associado a este fato tem-se o crescimento do número de canais de comunicação que torna mais onerosa a tarefa de posicionar um produto.

A Web, por ser bidirecional e totalmente interativa, permite o desenvolvimento de sites que podem ser personalizados de acordo com os gostos e preferências de cada um dos visitantes. É um meio perfeito para a implementação de aplicações integradas à iniciativa corporativa de CRM.

Um dos principais problemas em projetos de CRM é a alta de compromisso da alta direção da empresa. Uma parte importante da iniciativa de CRM é a automação da área de vendas. Como um dos canais mais importantes de contato com o cliente, a área de vendas deve ser envolvida no projeto.

A maioria das assim chamadas “aplicações de CRM” trata dos aspectos operacionais da relação com o cliente e quase a totalidade dos projetos de CRM envolve somente a automação de aspectos operacionais da empresa.

O CRM operacional é a aplicação da tecnologia da informação para melhorar a eficiência do relacionamento entre os clientes e a empresa; o CRM colaborativo engloba todos os pontos de contato com o cliente onde ocorre a interação dele com a empresa e o CRM analítico, fonte de toda a inteligência do processo, serve para o ajuste das estratégias de diferenciação dos clientes, bem como para o acompanhamento de seus hábitos, com o objetivo de identificar suas necessidades e os eventos que possam ocorrer na vida de cada um deles.

Do ponto de vista de implementação, o grande desafio tecnológico é a integração de dados entre os sistemas de CRM e os sistemas de ERP, ou sistemas legados. Sem a integração dos dados é impossível ter uma visão única do cliente, uma visão que permita lembrar de todas as interações e transações que a empresa teve com o cliente.