| Módulo 1 | Página 1 |
| 1 - Planejamento de Estoques O planejamento é muito importante para a manutenção dos níveis de estoque. Um estoque mal planejado pode gerar conflitos internos no Sistema de Materiais e até mesmo na administração geral da empresa, pois enquanto o setor de vendas deseja um estoque elevado para atender aos clientes, por exemplo, o setor financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido. É imprescindível haver uma conciliação entre os objetivos das diferentes áreas, para que as ações da empresa não sofram nenhum prejuízo. E cabe à administração de material a responsabilidade pelas decisões relacionadas ao dimensionamento dos estoques.
|
|
|
Página 2 |
| Mas como proceder para o dimensionamento dos estoques? É preciso, antes de tudo, fazer uma avaliação que permita o equilíbrio entre vendas e a produção, levando em consideração que:
|
|
|
Página 3 |
| Para que a administração de estoques funcione adequadamente, é necessário estabelecer alguns critérios básicos, como por exemplo:
É assim que se define a política de estoques da empresa. |
|
Página 4 |
| 2 - Funções e classificação dos Estoques O estoque serve como armazenamento intermediário entre:
|
|
Página 5 |
| 3 - Objetivos da Administração de Estoques Uma empresa que deseja maximizar seu lucro terá no mínimo os seguintes objetivos:
Atendimento aos clientes - diz respeito à habilidade que uma empresa tem para satisfazer as necessidades dos clientes (comprador, outra fábrica da organização ou estação de trabalho), disponibilizando os itens quando necessário, sendo uma mensuração da eficácia da administração de estoques. Eficiência operacional - Os estoques contribuem para tornar mais produtiva a operação de produção.
Investimento mínimo em estoques - Ao se manter estoques, deve haver um benefício que exceda os custos dessa manutenção. Manter estoque que ultrapassa as necessidades atuais só é bom se essa manutenção é menos custosa do que a inexistência do estoque. O problema é equilibrar o investimento em estoque com o nível de atendimento aos clientes, com os custos associados à mudança de níveis de produção, custo de emissão de pedidos e de transporte. |
|
|
Página 6 |
4 - Sistema ABC de controle de estoques A aplicação do método ABC tem como finalidade identificar os itens de materiais de acordo com a sua importância em termos de valor, peso e volume dos consumos, estoques, compras etc. (médio anual). Surgiu na Itália em 1800, quando o economista Vilfredo Paretto mediu a distribuição de renda da população e constatou que poucos indivíduos da sociedade concentravam a maior parte das riquezas existentes: 20% da população absorvia 80% da renda (Lei 80-20). A aplicabilidade dos fundamentos do método de Paretto foi comprovada e posta em prática nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial (1951), pela General Eletric, tendo como responsável H.F.Dixie.
Foi determinado como:
Grupo
A – poucos itens – maiores valores, peso ou volume. |
|
|
Página 7 |
| Pelo
método ABC podemos tratar de maneira diferente os diferentes itens
de material. Controlar rigidamente os grupos A e B e, superficialmente
o grupo C.
Para obter a classificação ABC deve-se:
|
|
|
Página 8 |
|
Exemplo: Uma empresa fabrica uma linha de dez itens. Sua utilização e custo por unidade estão mostrados na tabela abaixo, juntamente com a utilização anual em valores monetários. Este último é obtido pela multiplicação da utilização da unidade pelo custo da unidade. a) Calcule
a utilização em valores monetários para cada item.
|
| 10 | 500,00 | 37.000,00 | 96,73% | 60% | C | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| 9 | 400,00 | 37.400,00 | 97,78% | 70% | C | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| 3 | 400,00 | 37.800,00 | 98,82% | 80% | C | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| 6 | 250,00 | 38.050,00 | 99,48% | 90% | C | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| 7 | 200,00 | 38.250,00 | 100,00% | 100% | C |
Página 9 |
A porcentagem de valor e a porcentagem de itens são frequentemente ilustradas na forma de gráfico, como mostrado a seguir.
|
|
|
Página 10 |
Utilizando a abordagem ABC, existem duas regras gerais a seguir: 1
-Ter grande número de itens de baixo valor. Os itens C
representam cerca de 5% do valor total do estoque, ou seja, acrescentam
pouco ao valor total. Apesar de não afetarem diretamente as cadeiras
produtivas, os itens C são necessários e devem estar disponíveis
em estoque.
|
|
|
Página 11 |
Resumo Manter estoques acarreta benefícios e custos. O problema é equilibrar o custo de manutenção do estoque com:
A administração de estoques é influenciada por vários fatores:
|
|
|
| Módulo 2 | Página 12 |
| 1
- Lote econômico de compras – LEC Um sistema de controle de estoques é fundamentalmente um conjunto de regras e procedimentos que permite responder a algumas perguntas e tomar algumas decisões sobre os estoques. No caso de um sistema montado para controlar itens de demanda independente, conta-se entre as mais importantes perguntas e decisões as seguintes: 1. quanto
existe em estoque, a cada momento, de cada item sob controle?
Um
sistema de controle de estoques deve responder, dentre outras informações,
quando e quanto se deverá adquirir de cada mercadoria, seja por
compra ou fabricação. Essas são as funções
básicas do sistema, porém não as únicas.
|
|
Página 13 |
| Um
sistema considerado fundamental para o controle de estoques de itens de
demanda independente é o Sistema de Lote Econômico
de Compras. Como o próprio nome indica, o sistema de Lote
Econômico de Compra foi concebido para a gestão de itens comprados
fora da empresa. É possível, no entanto, com algumas adaptações
simples, aplicá-lo ao caso de itens fabricados internamente. Para
indicá-lo usaremos a sigla LEC.
O estudo do LEC tem sido erroneamente confundido com a própria administração de materiais. A grande maioria dos cursos e compêndios sobre a administração de materiais aborda, muitas vezes com excesso de detalhe, o estudo dos lotes econômicos. A maioria dos softwares de gestão de estoques e materiais, cada vez mais presentes em praticamente todas as empresas, independentemente de seu porte, apresenta a opção de compra pelo lote econômico de compra. |
|
|
Página 14 |
Existem
dois conjuntos de hipóteses no sistema de Lote Econômico de
Compras:
A pergunta
"quando comprar" é respondida indiretamente, considerando
as hipóteses simplificadoras do Lote Econômico de Compras
acerca do comportamento do estoque. As hipóteses apontam para uma
quantidade remanescente em estoque, a qual, quando atingida, aciona imediatamente
um pedido de compra. Enquanto se espera que chegue a mercadoria, gasta-se
o que ainda ficou em estoque. Como o sistema funciona de forma ideal,
aquilo que ficou em estoque é exatamente suficiente até
o recebimento de outra mercadoria. |
|
|
Página 15 |
| No
caso da pergunta "quanto comprar", ou seja, a determinação
da quantidade conhecida como LEC propriamente dito, os conjuntos de hipóteses
são utilizados.
A determinação da quantidade a ser comprada é resolvida por meio de minimização dos custos associados aos estoques (daí a denominação lote econômico). As hipóteses necessárias são:
Todas as
hipóteses são ousadas, para não dizer impossíveis
de serem cumpridas, dentro de um quadro inflacionário, no entanto,
o cálculo do LEC pode ser revisto constantemente, para acomodar-se
a quaisquer variações nos custos. |
|
|
Página 16 |
| 2
- Custo e Classificação dos Estoques
É comum ouvirmos que "estoque custa dinheiro". A afirmativa é bem verdadeira. A necessidade de manter estoques acarreta uma série de custos às empresas. 2.1- Custos de Estocagem ou de Carregamento do Estoque Esses custos incluem todas as despesas em que a empresa incorre em função do volume de estoque mantido. À medida que o estoque aumenta, elevam também os custos, que podem ser subdivididos em três categorias:
|
|
Página 17 |
|
|
Representando por P o preço de compra do item de estoque, quando fornecido por terceiros, ou o custo de fabricação quando produzido internamente, e por i a taxa de juros anual pode-se escrever:
Considerando CA como o somatório de custos relacionados à armazenagem, como manuseio e obsolescência, ou seja:
o custo de manutenção dos estoques será então:
|
|
Página 18 |
|
| 2.2
-Custos de Pedidos - são aqueles associados à emissão
de um pedido para a fábrica ou para um fornecedor. O custo da emissão
de um pedido não depende da quantidade pedida. Seja
pedido lote de 10 ou de 100 unidades, os custos associados à emissão
do pedido são essencialmente os mesmos. O custo anual com pedidos
depende do número de solicitações emitidas nesse
período. Pode ser reduzido se a cada pedido forem requisitadas
mais unidades, o que resulta na emissão de menos pedidos. Entretanto,
isso aumenta o nível do estoque e também o custo anual com
a manutenção do estoque.
As faltas
de estoque podem ser reduzidas pela manutenção de um estoque
extra, para proteger a empresa dessas ocasiões em que a demanda
durante o lead time, é maior que a prevista. |
|
Página 19 |
| 2.4
- Custo Total Anual em estoque
- Leva-se em conta somente os custos de pedir e de manter a mercadoria em
estoque durante o ano, desconsiderando, portanto, quaisquer custos de falta
de mercadoria. Considerando que, por hipótese, o preço da mercadoria é constante, o custo de adquiri-la durante o ano independerá da quantidade comprada de cada vez, motivo pelo qual será enfocado o Custo Total Anual, CT. O Lote Econômico de Compras será exatamente a quantidade que tornar mínimoo CT. Por definição
tem-se: O custo de pedir a mercadoria, durante o ano, será dado por: Custo
de pedir = (custo unitário de pedido) x (nº de pedidos
no ano) Número
de pedidos por ano = D/Qc
|
|
|
Página 20 |
O custo de manter a mercadoria em estoque durante o ano, por sua vez, será dado por: Custo
de manter = (Custo de manter uma unidade por ano) Ou, simplesmente,
onde
Analisando a figura observa-se que: Emed = Eseg + Qc/2 Emed = Estoque
médio Logo,
Somando agora os custos de pedir e de manter, vem finalmente a equação que fornece o cálculo do Custo Total Anual em estoque:
|
|
|
Página 21 |
“Lote
Econômico de Compra (LEC) é a quantidade comprada tal que
minimize o Custo Total Anual em estoques CT.”
|
|
|
Página 22 |
|
Exemplo A empresa
XYZ Ltda. vende um produto que apresenta demanda anual de 40.000 unidades.
O custo de emissão de um pedido de compra é de R$30,00 por
pedido. Os custos anuais de manutenção dos estoques são
de R$0,30 por unidade. Calcular o custo total (CT) decorrente de se manter
estoques para lotes de: 2.500, 2.600, 2.700, 2.800, 2.900, 3.000, 3.100
e 3.200 unidades. |
|
Página 23 |
| 3
- Expressão do Lote Econômico de Compra
Para se deduzir a expressão do LEC, basta derivar a equação do custo total em relação a Q, igualando-a a zero (ponto de mínimo):
A solução dessa equação leva ao valor de Q que minimiza o custo total. É este o Q que recebe o nome de lote econômico de compras, ou LEC. Exemplo: A empresa XYZ Ltda. vende um produto que apresenta demanda anual de 40.000 unidades. O custo de emissão de um pedido de compra é de R$30,00 por pedido. Os custos anuais de manutenção dos estoques são de R$0,30 por unidade. Calcular:
|
|
Página 24 |
| 4
- Críticas ao LEC São várias as críticas à aplicação dos cálculos na determinação dos Lotes Econômicos de Compras:
|
|
|
Página 25 |
| Resumo
O
Lote Econômico de Compras (LEC) baseia-se na suposição
de que a demanda é relativamente uniforme. Isso é adequado
para alguns estoques e a fórmula do LEC pode ser utilizada com
resultados razoáveis. Um problema da utilização da
fórmula do LEC é a apropriação do custo do
pedido e do custo de armazenagem de estoque. Como a curva do custo total
é plana na parte inferior, bons palpites produzirão, com
muita frequência, uma quantidade econômica de pedido. |
|
|
| Módulo 3 | Página 26 |
| 1 - Hipóteses e Parâmetros do Modelo É fundamental toda empresa definir uma forma para administrar seus estoques, não só pelas vantagens decorrentes da sistematização, como também da exigência da implantação dos sistemas informatizados, presentes em quase todas as empresas. Essas regras definem a estrutura dos modelos de estoque ou, de forma geral, modelos de administração dos materiais que procuram responder às perguntas quando pedir ou quanto pedir. Para melhor desenvolver os modelos, torna-se necessário, inicialmente, analisar os gráficos de estoques e definir os novos parâmetros presentes. A figura, a seguir, representa uma situação genérica, na qual a demanda média nos três períodos é diferente (tangentes dos ângulos a1, a2, a3), os tempos de espera ou atendimento (TA1, TA2 e TA3), os intervalos entre pedidos (IP1 e IP2) e os lotes de compra (Q1, Q2 e Q3).
|
|
|
Página 27 |
| Os modelos de estoques consideram as seguintes hipóteses:
A figura abaixo, leva em consideração as hipóteses simplificadoras relacionadas anteriormente.
|
|
|
Página 28 |
| Analisando a figura, podem-se deduzir algumas relações lógicas. ESTOQUE MÁXIMO – EMÁX É calculado somando-se o estoque de segurança (ES), que será estudado mais adiante, com o lote de compra Q, ou seja:
ESTOQUE MÉDIO – EMED O estoque médio é a soma do estoque de segurança com a metade do lote de compra:
ESTOQUE NO PONTO DE PEDIDO OU REPOSIÇÃO - QPP É determinado pelo resultado da multiplicação do tempo de atendimento (TA) – também chamado de tempo de espera ou ressuprimento ou lead time – pela demanda (D), somado ao estoque de segurança.
NÚMERO DE PEDIDOS EMITIDOS POR INTERVALO DE TEMPO - NP É calculado dividindo-se a demanda pelo lote de compra:
INTERVALO ENTRE PEDIDOS – IP O Intervalo entre pedidos (IP) é o inverso do número de pedidos emitidos por intervalo de tempo:
|
|
|
Página 29 |
| 2 - Modelo de Reposição Contínua O modelo de reposição contínua, também chamado de modelo do lote padrão, modelo de lote mínimo ou modelo do ponto de reposição, consiste em emitir um pedido de compras, com quantidade igual ao lote econômico (ou outro, a critério do administrador de materiais), sempre que o nível de estoque atingir o ponto de pedido. Desta forma, na utilização do modelo deve-se, em primeiro lugar, determinar o lote de compras (LEC), o tempo de atendimento (TA) e fixar o estoque de segurança (ES), então o QPP será:
É preciso ressaltar algumas observações:
|
|
|
Página 30 |
| Exemplo 1 Suponha que um item tenha uma demanda anual de 1.200 unidades, um custo de preparação do pedido de R$200,00, uma taxa de encargos financeiros sobre os estoques de 50% ao ano e um custo unitário de R$10,00. Vamos admitir que esse item tenha um estoque de segurança de 80 unidades, e um tempo de ressuprimento de 15 dias. Supondo um ano com 300 dias úteis e a reposição se dando por meio de lotes econômicos, podemos montar o modelo de controle por ponto de pedido: Dados: D = 1.200
unidades por ano. |
|
Página 31 |
| Exemplo 2 Uma empresa trabalha, em média, 20 dias por mês e deseja implantar um modelo de lote padrão para um item de seu estoque que é obtido por meio de compras. Levantamentos dos últimos 6 meses mostraram que a demanda média é de 300 unidades por mês; o tempo de atendimento médio é de 10 dias úteis, o custo de obtenção é de R$ 25,00 por pedido, e o custo de carregamento do estoque é de R$0,04 por unidade/mês. Considerando que a empresa trabalha com um estoque de segurança de 50 unidades, determine os parâmetros do modelo e o custo total de estocagem.
Cálculo do lote econômico de compra - LEC
LEC = 612,37 unidades – 613 unidades Cálculo do estoque no ponto de pedido - Epp EPP = (TA x D) + ES = 10 dias x 300 unid./(20dias) + 50 unidades EPP = 200 unidades Dessa forma tem-se que: sempre que o estoque atingir um nível igual a 200 unidades deve-se emitir um pedido de compras de 613 unidades. Cálculo do número de pedidos emitidos por mês - NP NP = D/Q
= (300 unid/mês) / (613 unid/pedido) = 0,5 pedidos/mês Cálculo do intervalo entre pedidos – IP IP = 1/N = 1/ 0,50 = 2 meses entre pedidos Cálculo do estoque médio – EMED EMED = ES + Q/2 = 50 + 613/2 = 356,5 UNIDADES Cálculo do custo total – CT CT = Cp (D/Qc) + Cm EMED CT = 25,00 x 300/613 + 0,040 x 356,5 CT = 12,24 + 14,26 CT = R$ 26,50 |
|
|
Página 32 |
| 3 - Modelo de Reposição Periódica O modelo de reposição periódica, também chamado de modelo do intervalo padrão ou modelo do estoque máximo, consiste em emitir os pedidos de compras em lotes em intervalos de tempos fixos. Os intervalos de tempo serão iguais a IP, e os lotes serão iguais à diferença entre o estoque máximo, EMAX, e estoque disponível no dia da emissão do pedido de compras. O estoque máximo corresponde ao lote econômico de compras (LEC) (ou outro, a critério do administrador de materiais), mais o estoque de segurança, ES.
Desta forma, quando se decide utilizar o modelo de reposição periódica, inicialmente, deve-se determinar o Lote de Compra e o intervalo entre pedidos, bem como fixar o estoque de segurança. Considerando que o número de pedidos para um determinado intervalo de tempo é NP, os parâmetros do modelo são:
Uma vez que
A expressão para IP toma a forma:
|
|
|
Página 33 |
| A figura abaixo representa graficamente o modelo de reposição periódica.
Como a demanda e o tempo de atendimento são variáveis, devem-se utilizar a demanda média e o tempo médio de atendimento. Exemplo Um item de demanda independente é consumido a uma razão de 600 unidades/mês. A empresa acha prudente manter um estoque de segurança de 150 unidades. O custo de preparação é de R$42,00 por pedido, e os custos de carregamento de estoques são de R$0,20 por unidade por mês. Definir os parâmetros do modelo de reposição periódica.
Cálculo do lote econômico de compra - LEC
LEC = 502 unidades por pedido Cálculo do estoque máximo EMAX = 150 + 502 = 652 unidades Cálculo do intervalo entre pedidos – IP IP = Q/D = (502 unid/pedido )/ (600 unid/mês) = 0,833 meses entre pedidos Se for admitido que o mês tenha 30 dias, isso significa que a cada 25 dias, isto é, 0,833x30, deve ser emitido um pedido de compras. |
|
|
Página 34 |
| 4 - Estoque de Segurança No âmbito da administração de estoques, já dimensionamos os tamanhos dos lotes e a forma de reposição dos estoques do sistema de produção, porém, para completar esta administração, há a necessidade de estabelecermos os níveis dos estoques de segurança do sistema. Esses estoques são projetados para absorver as variações na demanda durante o tempo de ressuprimento, ou variações no próprio tempo de atendimento, dado que é apenas durante este período que os estoques podem acabar e causar problemas ao fluxo produtivo. Quanto maiores forem estas variações, maiores deverão ser os estoques de segurança dos sistemas. Na realidade, os estoques de segurança agem como amortecedores para erros associados ao lead time interno ou externo dos itens. Estes erros fazem com que os tempos de espera e as demandas sejam muito variáveis, impossibilitando o funcionamento do modelo de controle de estoque sem segurança. Atualmente, as filosofias de produção, nos moldes Just In Time (JIT) que serão estudadas posteriormente, propõem a redução da segurança entre os processos como forma de identificação dos problemas que devem ser solucionados para obtenção da eficiência produtiva. A ênfase é na prevenção dos erros, e não na correção por meio dos estoques de segurança. Convencionalmente, a determinação dos estoques de segurança leva em consideração dois fatores que devem ser equilibrados: os custos decorrentes do esgotamento do item e os custos e manutenção dos estoques de segurança. Quanto maiores forem os custos de falta atribuídos ao item, maiores serão os níveis de estoques de segurança que nos dispomos a manter, e vice-versa. Podemos calcular os custos de manutenção de um certo nível de estoque de segurança atribuindo-lhe uma taxa de encargos financeiros (I), de outra forma, o custo de falta, na prática, não é facilmente determinável, o que faz com que as decisões gerencias sejam tomadas em cima de um determinado risco que queremos assumir, o que indiretamente significa imputarmos custo de falta ao item. |
|
|
Página 35 |
5 - Determinação do Estoque de Segurança O padrão previsível mais comum é semelhante ao delineado pelo histograma da figura a seguir. Denomina-se curva normal ou curva em forma de sino, porque seu formato lembra o de um sino, com uma distribuição perfeitamente normal.
A distribuição normal tem a maioria de seus valores agrupados em torno de um ponto central, com resultados progressivamente menores que ocorrem em pontos mais distantes do centro. Ela é simétrica em relação a esse ponto central visto que se distribui de forma igual dos dois lados. A curva normal é descrita por duas características. Uma relaciona-se a sua tendência central ou média e a outra à variação ou dispersão dos valores reais em torno da média. Uma vez
calculados a média e o desvio-padrão, A partir
das estatísticas sabe-se que o erro está entre |
|
|
Página 36 |
Suponha que o desvio-padrão demanda durante o lead time 100 unidades, e que essa quantidade é mantida em estoque de segurança. Essa quantidade oferece proteção contra esvaziamento de estoques durante os 34% do tempo em que a demanda real é maior que a esperada. No total, há estoque de segurança suficiente para proteger a empresa durante os 84% do tempo (50% + 34% = 84%) em que existe a possibilidade de esvaziamento. A determinação do risco que queremos correr, ou do nível de serviço do item, é função de quantas faltas admitimos durante o período de planejamento como suportável para este item. Se admitirmos que um item com frequência de reposição semanal (52 reposições) pode ter 4 faltas, estamos imputando um nível de serviços de 92%. Ou seja:
Considerando
que a demanda durante o tempo de ressuprimento segue uma distribuição
normal, podemos relacionar os níveis de serviços com o
número de desvios padrões a serem cobertos pelos estoques
de segurança. Em outras palavras, o estoque de segurança,
ES, é a parcela adicional, K, expressa em termos de desvios padrões,
Logo:
Onde: ES = estoque
de segurança.
|
|
|
Página 37 |
Conforme o nível de serviço desejado para o item, temos um número de desvios padrões a considerar: Fatores de Segurança
Exemplo: Um item apresenta uma demanda média de 1000 unidades por mês e desvio padrão foi calculado em 200 unidades.
|
|
Página 38 |
6 - Determinação dos Níveis de Atendimento Teoricamente, o que se busca é manter um estoque de segurança disponível suficiente, de modo que o custo de manutenção do estoque extra somado ao custo de esvaziamento de estoque seja mínimo. Os esvaziamentos de estoque custam dinheiro pelas seguintes razões:
O custo de esvaziamento do estoque pode variar, dependendo do item, do mercado atendido, do cliente e da concorrência. Em alguns mercados, o atendimento ao cliente é uma importante ferramenta competitiva e o esvaziamento de estoque pode ser muito caro. Em outros, o atendimento ao cliente pode não ser de extrema importância. Os custos de esvaziamentos de estoques são difíceis de estabelecer. Geralmente, a decisão sobre qual deve ser o nível de atendimento fica a cargo da alta administração, sendo parte da estratégia empresarial e de marketing da empresa. |
|
|
Página 39 |
A única ocasião em que é possível a ocorrência de esvaziamento de estoque é quando ele está diminuindo e isto acontece toda vez que um pedido deve ser emitido. Portanto, a chance de esvaziamento de estoque é diretamente proporcional à frequência de novos pedidos. Quanto maior a frequência com que um estoque recebe novos pedidos, maior será a chance de esvaziamento de estoque.
A figura acima ilustra o efeito da quantidade do pedido sobre o número de exposições por ano. Observe também que, quando a quantidade do pedido é aumentada, a exposição ao esvaziamento de estoque diminui. O estoque de segurança necessário diminui, mas, devido à maior quantidade do pedido, o estoque médio aumenta. É responsabilidade da administração determinar um número tolerável de esvaziamento por ano. Depois, o nível de atendimento, o estoque de segurança e o ponto de pedido podem ser calculados. |
|
|
Página 40 |
Exemplo: Suponha que a administração tenha estipulado que poderia tolerar apenas um esvaziamento de estoque por ano para determinado item. Para esse item em particular, a demanda anual é de 52.000 unidades. O item é pedido em quantidades de 2.600 unidades e o desvio-padrão da demanda durante o lead time é de 100 unidades. O lead time é de uma semana. Calcule: a) número
de pedido por ano; |
|
Página 41 |
Resumo A definição da política de estoques a ser seguida pela empresa, a escolha do modelo de estoque adequado é muito importante não só para o pronto atendimento ao cliente como também para a minimização dos custos. Vários modelos já foram consagrados ao longo dos anos, quais sejam: os modelos de controle baseados no ponto de pedidos e nas revisões periódicas, caracterizados por controlarem de forma indireta a programação da produção. As incertezas, presentes em praticamente tudo o que fazemos, estão também nos estudos dos estoques. As hipóteses levantadas, como, por exemplo, de demanda invariável, entrega instantânea, prazo de atendimento fixo, e outras, são praticamente impossíveis de serem encontradas em um ambiente de trabalho usual. Objetivando dar maior segurança ao bom andamento dos processos produtivos, sem que sejam interrompidos a todo instante em decorrência de falta de materiais, foi discutida a colocação de estoques de segurança no sistema de reposição dos itens e equacionada a principal forma de cálculo dos mesmos. |
|
|