| Módulo 1 | Página 1 |
| 1 - Gestão de Estoques Os estoques representam uma parcela substancial dos ativos das empresas, de tal modo que devem ser vistos como um fator potencial de geração de negócios e de lucros. Dessa forma, é função do administrador verificar se os estoques estão sendo utilizados de forma adequada e se estão dando o retorno esperado sobre o capital neles investidos.
Numa economia inflacionária uma política de estoques elevados poderia significar uma forma de obter grandes lucros, entretanto com a estabilidade econômica isso não acontece, e uma boa gestão de estoques poderá ser a responsável pelos lucros. A gestão de estoques constitui uma série de ações para gerir recursos possuidores de valor econômico e destinados ao suprimento das necessidades futuras de material numa organização. Visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os estoques em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos e isto é obtido, mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter o fluxo de produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo.
|
| |
Página 2 |
| 2 - Inventário Físico Segundo Martins (2001) o inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso se verifiquem diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias. Deve-se controlar o número de inventário, pois inventário em excesso significa gastar dinheiro à toa, arcar com um custo que não agrega valor. Busca-se reduzir esses custos por intermédio de bom gerenciamento. Se os recursos mais utilizados como ativos fixos, mão de obra e energia forem bem administradas, o produto ganhará em qualidade, e o custo total final será menor. O inventário físico é normalmente realizado de dois modos: Periódico - quando em determinados períodos, normalmente no encerramento dos exercícios fiscais ou duas vezes por ano, faz-se a contagem física de todos os itens do estoque. Nessas ocasiões coloca-se um número bem maior de pessoas com a função específica de contar os itens. É uma força tarefa designada exclusivamente para esse fim, já que tal contagem deve ser feita no menor espaço de tempo possível (geralmente de 1 a 3 dias).
Rotativo - quando permanentemente se contam os itens em estoque. Nesse caso faz-se um programa de trabalho de tal forma que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro do período fiscal (normalmente um ano). Essa política exigirá um certo número de pessoas exclusivamente dedicadas à contagem, em período integral, o ano todo. Um critério usual é contar, a cada três meses, 100% dos itens da classe A, 50% dos itens da classe B e 5% dos itens da classe C. |
| |
Página 3 |
| Exemplo1 Uma determinada empresa administra aproximadamente 20.000 itens diferentes. No inventário do ano anterior verificou-se que havia, em média, 30 unidades de cada item. Supondo que um funcionário possa contar 100 itens, em média, por minuto, quantos funcionários serão necessários para contar todos os itens em dois dias de trabalho? Exemplo 2 Uma empresa realiza o inventário de seus estoques pelo método do inventário rotativo, contando a cada três meses, 100% dos itens da classe A, 60% dos itens da classe B e 10% dos itens da classe C. No último ano fiscal constatou-se que existia em seus estoques 50.000 itens diferentes, sendo 5.000 itens da classe A, 15.000 itens da classe B e 30.000 itens da classe C. A classe A tem, em média, 25 unidades por item de estoque, a classe B tem 40 unidades e a classe C tem 80 unidades. A empresa trabalha 250 dias por ano e deseja ter pelo menos um funcionário dedicado à contagem. Supondo que um funcionário possa contar, em média, 2 unidades de um item por minuto, quantos serão necessários? |
|
Página 4 |
| 3 - Acurácia dos Controles Uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia dos controles que medem a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor, ou seja:
ou
Exemplo: Calcule a acurácia do controle, sabendo-se que no exemplo 2, após os três primeiros meses, foram encontradas as seguintes divergências entre o número de unidades contadas por item e o número indicado pelo controle:
|
|
Página 5 |
| 4 - Nível de Serviço ou Nível de atendimento Nível de serviço ou atendimento é o indicador de quão eficaz foi o estoque no atendimento das solicitações dos usuários. Assim, quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço.
Exemplo: No almoxarifado da empresa XYZ, durante um período de 6 meses, foram apresentadas 3.100 requisições de materiais, com um número médio de 1,45 item por requisição. Foram entregues 4.400 itens, exatamente como solicitado. Qual o nível de atendimento do almoxarifado? |
|
Página 6 |
| 5 - Giro de Estoques O giro de estoques mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou.
Exemplo
1: Exemplo 2: De janeiro a julho, o estoque da empresa XYZ apresentou a seguinte movimentação em reais:
|
|
Página 7 |
| 6 - Cobertura de Estoques A cobertura de estoques indica o número de unidades de tempo em que o estoque médio será suficiente par cobrir a demanda média.
Exemplo: Qual a cobertura do estoque com base nos dados do exemplo anterior? |
|
Página 8 |
| 7 - Localização dos Estoques
A localização dos estoques é um meio de endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados. Com automatização dos almoxarifados, a definição de um critério de endereçamento é imprescindível. Vejamos uma das várias formas de endereçamento utilizadas. Endereço: AA.B.C.D.E Onde:
Exemplo: |
|
Página 9 |
| Resumo É fundamental que o administrador de materiais faça uma análise detalhada dos estoques, pois estes envolvem expressivas somas de recursos, de tal modo que a empresa pode obter vantagem competitiva se conseguir atender aos clientes com mais rapidez e precisão. Visando atingir tais objetivos, os administradores dispõem de vários indicadores, como o giro de estoque, a cobertura de estoques e a acurácia dos estoques. |
| |
| Módulo 2 | Página 10 |
| 1 - Função de compras De modo equivocado, muitos supõem que comprar é uma responsabilidade exclusiva do departamento de compras. Entretanto, a função é muito mais ampla e, se realizada com eficiência, envolve todos os departamentos da empresa. Obter o material certo, nas quantidades certas, com entrega correta (tempo e lugar), da fonte correta e no preço certo, são funções de compras.
Escolher o material certo exige informações dos departamentos de marketing, engenharia, produção e compras. As quantidades e a entrega de produtos acabados são estabelecidas pelas necessidades do mercado. No entanto, o planejamento e controle da produção devem decidir quanto e quando pedir de matérias-primas, de modo que a demanda de mercado possa ser satisfeita. O departamento de compras fica então responsável por colocar os pedidos e garantir que as mercadorias cheguem pontualmente. O departamento de compras tem a responsabilidade principal de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar preços. O insumo vindo de outros departamentos é necessário para a busca e avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar é, em sentido amplo, responsabilidade de todos. |
| |
Página 11 |
| Os objetivos básicos da área de compras são:
Para satisfazer esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas atividades básicas:
|
| |
Página 12 |
| 2 - O ciclo de compras
O ciclo de compra consiste nos seguintes passos:
|
| |
Página 13 |
| 3 - Estabelecimento de especificações
|
| |
Página 14 |
.
|
|
Página 15 |
| A qualidade adequada deve ser especificada para todas as mercadorias e produtos que serão comprados, e deve ser expressa de tal forma que:
2. Fornecedores Habituais - são os fornecedores tradicionais, que sempre são consultados numa compra.
3. Fornecedores Especiais - são os que ocasionalmente poderão prestar serviços,mão de obra ou fabricação de produtos, que requerem equipamentos especiais ou processos específicos, não encontrados nos fornecedores habituais. |
|
| |
Página 16 |
|
| |
Página 17 |
| Observe
que foram atribuídos valores a cada uma das categorias avaliadas.
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| |
Página 18 |
O desenvolvimento de novos fornecedores envolve as seguintes fases:
|
| |
Página 19 |
A negociação pode ser feita, também, independentemente de um processo de licitação prévio. Órgãos públicos são regidos por dispositivos legais e normalmente são obrigados a efetuar licitações. Empresas particulares são livres e podem efetuar negociações à vontade. É necessário, todavia, estabelecer critérios que não firam princípios éticos. A sociedade jamais progredirá de fato se não houver respeito a princípios. |
| |
Página 20 |
| 4
- Processo de Compras
O processo de compras abrange desde o recebimento da solicitação de compras (requisição) de material e/ou serviço até o momento da efetiva entrega ou execução. Os principais eventos do processo de compras são:
A solicitação de compras (requisição) de material e/ou serviço, normalmente é um documento que dá autorização para o comprador executar uma aquisição. É um documento que deve informar:
Antes
de iniciar o processo de compras, deve-se analisar: o correto preenchimento
de todas as informações, a disponibilidade financeira e
a competência de aprovação. |
| |
Página 21 |
| Consulta
a Fornecedores (coleta de preços) - A consulta aos fornecedores
ocorre nas etapas:
1. Indicação dos fornecedores para participar, a partir de pesquisa no cadastro de fornecedores habilitados. 2. Consulta a fornecedores, que pode ser:
A análise das propostas (mapa comparativo) inclui:
|
|
Página 22 |
| Diligenciamento
- a finalidade do diligenciamento (acompanhamento de fornecimentos) é
colocar os materiais à disposição dos usuários
no momento certo, evitando problemas de paralisações ou atrasos
na linha de produção. O diligenciamento inicia com a entrega
de pedido de compra ao fornecedor e termina com a efetiva entrega do material
ao usuário. O diligenciamento pode ser feito por telefone, por correspondência,
fax e com visitas ao fornecedor.
São aspectos a considerar no Diligenciamento: Itens
a serem diligenciados |
|
Página 23 |
|
| 5
- Determinação de Preços
O setor de compra de uma organização deve estar atento às modificações de preços que ocorrem em um mercado altamente competitivo. Quanto maior é o valor com que o item participa nas compras da empresa, maior deve ser a preocupação com as variações de preço. São regras tradicionais:
Observar, nos preços muitos baixos, sinais de perigo: fornecedor falindo, utilização de meios ilegais pelo fornecedor (por exemplo, o contrabando), históricos de problemas com o fornecedor... . O preço não é o único fator que influi nas decisões de compra. Entretanto, em igualdade de circunstâncias, é o mais importante. Na empresa fabricante média, as compras correspondem a 50% do custo das mercadorias vendidas, e qualquer economia feita no custo de compras tem uma influência direta sobre os lucros. No entanto, é preciso lembrar que “só se consegue o que se paga”. O truque é saber o que se quer e não pagar mais do que o necessário. Quando é feita uma compra, o comprador recebe um pacote de características de função, quantidade, serviço e preço que são adequadas a suas necessidades individuais. A ideia da “melhor compra” é a mistura desses componentes que melhor servem à finalidade exigida. |
|
Página 24 |
6 - Fabricar ou comprar
Fabricar ou comprar é uma decisão que deve ser constantemente reavaliada para certos tipos de produtos. Apesar de haver atualmente um certo modismo em terceirização, nem tudo que é feito por terceiros trazem vantagens para a organização. Alguns eventos obrigam a empresa a repensar a possibilidade de fabricar ao invés de comprar, tais como:
|
| |
Página 25 |
Do mesmo modo, eventos na direção inversa podem levar a empresa a estudar a possibilidade de passar a comprar ao invés de fabricar. Independentemente de eventos como os descritos, é sempre interessante reavaliar decisões tomadas anteriormente de fabricar ou comprar, ponderando alguns fatores que devem ser considerados sempre que a organização está envolvida com a decisão de fabricar ou comprar:
(*) Nem sempre efetivas, podendo em muitos casos ocorrer justamente o inverso. |
| |
Página 26 |
| Novas
formas de comprar O fenômeno da globalização tem trazido grande impacto sobre a forma de comprar. Atualmente se fala em mercado global e, consequentemente, em compras globalizadas. Com a produção de classe mundial, a exemplo do carro mundial, peças e componentes são comprados no mundo inteiro. A Gessy Lever comunica-se eletronicamente com 20% de seus fornecedores. O Pão de Açúcar, graças a estas novas formas de compras, reduziu o índice de faltas de produtos de 25% para 4%, em dois anos; o tempo médio de armazenamento foi reduzido em um mês (passou de 40 para 20 dias) e o volume de cargas recebidas triplicou. Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é o EDI, tecnologia para transmissão eletrônica de dados. O computador do cliente, com placa modem, linha telefônica e software específico para comunicação e tradução dos documentos eletrônicos, é ligado diretamente ao computador do fornecedor.
|
|
Página 27 |
A transmissão eletrônica de dados possibilita que a empresa comunique-se com seus clientes, fornecedores, banco, transportadora ou seguradora. Ela já existe há bastante tempo e traz várias vantagens, como:
Internet A Internet, depois da explosão de uso ocorrida após 1995, tornou-se um importante meio de comunicação para as empresas. O comércio eletrônico, de origem bem mais antiga que a Internet, teve aí a possibilidade de um maior desenvolvimento, saindo da exclusividade do círculo de grandes organizações e passando a atuar em pequenas empresas e em pessoas físicas. A atividade de compras tem hoje, na Internet, um grande facilitador, desde a busca de fornecedores para um novo produto a ser adquirido até o envio de correspondência por meio de e-mails e, inclusive, o processo de compra completa. É uma revolução em andamento. |
| |
Página 28 |
| Resumo
É
inegável a importância da área de suprimento de materiais
para as empresas. |
| |
| Módulo 3 | Página 29 |
| 1 - Recursos Patrimoniais A empresa deve preparar-se para administrar um empreendimento, o que pode levar anos para ficar pronto. Para tanto faz-se necessário desenvolver recursos como: humanos, tecnológicos, softwares de planejamento e de controle de empreendimentos e um conjunto de procedimentos já testados. As principais características de um empreendimento são:
|
| |
Página 30 |
| Na concepção econômica de patrimônio, sob o aspecto científico, os bens econômicos ou riquezas conjuntas constituem todo patrimônio pertencente às pessoas naturais, às entidades públicas, sociedades, empresas privadas, com ou sem personalidade jurídica, e constituem os Patrimônios particulares. Em outras palavras, é o conjunto das riquezas, dos bens econômicos de uma pessoa, entidade pública, sociedade, empresa, etc. Podemos dizer também que o patrimônio de uma pessoa ou entidade, é um complexo de bens econômicos de que podem, de fato ou de direito, dispor em seu próprio interesse. Não podemos esquecer que o capital é entendido como a fonte do patrimônio.
De acordo com a complexidade, prazos de fabricação ou construção, os bens patrimoniais são classificados em equipamentos (máquinas, veículos, móveis, computadores etc.) ou então prédios, terrenos e jazidas.
A aquisição de bens patrimoniais é um campo bastante específico na administração. |
| |
Página 31 |
| 2 - Da movimentação e controle (tombamento) Cabe ao Departamento de Administração da empresa ou órgão p úblico, no que concerne ao material permanente em uso, cuidar:
Para efeito de identificação e inventário, os materiais permanentes recebem números sequenciais de registro patrimonial:
|
| |
Página 32 |
| O núcleo de informática, após fazer os lançamentos, emite o TERMO DE RESPONSABILIDADE (TR), em duas vias, ambas assinadas pelo chefe do setor de patrimônio e o responsável pelo recebimento e guarda do bem conforme descrito anteriormente. As vias do TR serão assim distribuídas:
Um comando com todas as informações para que se façam os devidos lançamentos no sistema de patrimônio, pela informática, são as seguintes:
|
| |
Página 33 |
| No fechamento de cada mês, as informações quanto ao valor unitário de cada bem são enviadas à Contabilidade para lançamento no Sistema SIAFI da União (no caso de órgão público) e, no caso de empresa privada, os dados são enviados diretamente à Contabilidade, para o tombamento propriamente dito. Alguns aspectos devem ser observados:
|
| |
Página 34 |
| 3 - Tipos de inventário Existem os seguintes tipos de inventário:
|
| |
Página 35 |
| 4 - Da conservação e recuperação
Conservação - é obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para guarda ou uso, zelar pela sua boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se avariar. Recuperação - a recuperação de material só é promovida se o seu valor compensar a despesa a ser realizada; se considerado antieconômico ou inservível, o material será alienado (cedido, transferido, vendido, baixado). Podem existir dois tipos de contrato de manutenção ou recuperação: um para máquinas eletrônicas e outro para máquinas elétricas. Os outros equipamentos que não tenham contrato de manutenção são enviados ao setor de patrimônio juntamente com um memorando solicitando a prestação de serviço para sua recuperação. O patrimônio, de posse deste memorando, encaminha-o para o setor de compras para as devidas providências quanto à licitação e contratação da empresa para a prestação do serviço. Definida a empresa, é emitido um recibo em duas vias, ambas assinadas pelo chefe do setor de patrimônio e do responsável pelo recebimento na empresa que irá prestar o serviço. Assinadas, a 1 via é devolvida ao setor de patrimônio que faz o arquivamento e a 2ª via continua na empresa contratada. Após o conserto do bem, o setor de patrimônio o entrega ao setor de origem. |
| |
Página 36 |
| 5 - Da Responsabilidade e Indenização Todo empregado ou servidor poderá ser chamado à responsabilidade pelo desaparecimento do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo dano que, dolosa ou culposamente, causar a qualquer material, esteja ou não sob sua guarda. É dever do empregado ou servidor comunicar, imediatamente, se possível por escrito, a quem de direito, qualquer irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados. Recebida a comunicação, o dirigente do departamento de administração após avaliação da ocorrência poderá:
|
| |
Página 37 |
| Quando se tratar de bem cuja unidade seja “jogo”, “conjunto”, “coleção”, suas peças ou partes danificadas deverão ser recuperadas ou substituídas por outras com as mesmas características, ou, na impossibilidade dessa recuperação ou substituição, indenizadas, em dinheiro. Outros aspectos devem ser observados:
Para as providências mencionadas anteriormente, recomenda-se designação de comissão (ões) para apuração e orientação na solução dos problemas, ficando sua constituição e competência ao exclusivo critério do dirigente do departamento de administração ou do órgão com atribuições equivalentes. |
| |
Página 38 |
| 6 - Depreciação A depreciação de um bem é a perda de seu valor, decorrente do uso, deterioração ou obsolescência tecnológica. A forma de calcular essa perda define o critério de depreciação do bem. Como o critério de avaliação e a vida do bem impactam no resultado operacional da empresa, ambos são regulados pela Receita Federal, por meio de instruções normativas, como mostradas na tabela.
O critério de depreciação utilizado e aceito pelos órgãos da Receita Federal é o linear, ou da linha reta, pelo qual se depreciam partes iguais durante toda a vida útil do bem. Outro critério é a soma dos dígitos, muito frequente nos exercícios acadêmicos. Há ainda critérios que permitem uma aceleração da depreciação no início da vida do bem. As empresas poderão utilizar-se de cota de depreciação diferente da fixada, desde que comprovem sua adequação ao tempo e vida útil do bem, de acordo com a finalidade e condições de utilização, mediante laudo pericial de órgão competente. Podem ser aprovados mediante pedidos aos órgãos de incentivos à produção critérios de depreciação acelerada, como para casos comprovados de grande desgaste do bem por operar em mais de um turno de 8 horas por dia. É uma forma de incentivo à implantação, renovação e modernização do parque industrial. |
| |
Página 39 |
|
| Depreciação Linear - Sendo t o período de referência; P o valor ou custo inicial do bem, VR o valor residual, e N a vida do bem, podemos calcular a depreciação pela seguinte expressão:
Sabe-se que a vida útil do bem é geralmente fixada em função de sua natureza, como na tabela de Vida Útil de Alguns Grupos de Bens , onde os edifícios duram em média 25 anos. O valor residual do bem é, normalmente, considerado como zero. Assim, o percentual de depreciação por ano, no caso do edifício é 4%. Exemplo: Calcular a depreciação anual, a depreciação acumulada e o valor contábil de uma instalação elétrica que custou R$680.000,00 e terá vida útil de 5 anos ( conforme tabela de Vida Útil de Alguns Grupos de Bens). Seu valor residual é nulo. Não considerar os efeitos da correção monetária decorrentes do processo inflacionário. |
|
Página 40 |
| A partir do exemplo, podemos ter a tabela:
Esta tabela nos mostra que, por exemplo, ao final do 2º ano, a depreciação acumulada era de R$272.000,00, e o valor contábil ou de livro era de R$408.000,00. No final do 5º ano, o valor contábil do bem será nulo. Se chamarmos de valor de mercado o valor efetivo da venda do bem no mercado, dificilmente esse valor será igual ao valor contábil. As boas técnicas contábeis explicam como proceder aos lançamentos nesses casos. |
| |
Página 41 |
| Depreciação pelo Método da Soma dos Dígitos - a depreciação pelo método da soma dos dígitos permite uma depreciação maior no início da vida do bem. Para calcular o valor da depreciação por esse método, primeiro dividimos o número de períodos restantes a depreciar (igual a N – t + 1) pela soma dos dígitos (N(N+2)/2). Depois, só precisamos multiplicar o resultado pela diferença entre o valor inicial (o preço P) e o valor residual. Lembrando-se de que t é o período de referência, a expressão encontrada é:
Onde Dt
= Depreciação no período t Exemplo: Calcular, pelo método da soma dos dígitos, a depreciação anual, a depreciação acumulada e o valor contábil de uma máquina com vida útil de 10 anos e que custou R$80.000,00. Podemos então construir a tabela:
|
| |
Página 42 |
|
| |
Página 43 |
| 7 - Gestão do Ativo Imobilizado Alguns indicadores de desempenho da gestão do ativo imobilizado são bastante conhecidos e usados no dia a dia das empresas, a exemplo do retorno sobre o imobilizado, calculado pela relação entre o lucro líquido do exercício e o valor do ativo imobilizado. Como os ativos imobilizados constituem a maior parte dos ativos totais, o monitoramento desse indicador fornece ao administrador informações relevantes para a substituição, alienação, locação e lease-back de instalações. Outros indicadores podem ser estabelecidos de acordo com as necessidades específicas de cada empresa, por exemplo, aquela que avalia o “grau de envelhecimento” das instalações fabris. Um indicador dessa natureza pode ser avaliado da seguinte forma:
O indicador dado pela relação entre ativos imobilizados e por ativos totais também pode ser usado, principalmente, em instituições financeiras. |
|
Página 44 |
| Resumo A aquisição e a disposição de bens patrimoniais podem trazer à empresa uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes. São frequentes empresas que precisam “desmobilizar-se” para acertar sua situação financeira com credores. Utilizar equipamentos e instalações como geradores de receitas é função primordial do administrador. Deve haver um equilíbrio entre imobilizações e receitas, sob pena de a empresa ir à falência tendo excelentes prédios e terrenos. A administração de patrimônio compreende a guarda e o controle de todos os bens e direitos de caráter duradouro da empresa. Vida econômica de um bem é o período de tempo em que o custo anual equivalente de possuir e de operar o bem é mínimo. Constatamos a importância da administração de patrimônio nas empresas, reconhecendo o papel dos responsáveis pelas atividades de planejamento, análise e manutenção patrimonial identificando etapas de aquisição de bens patrimoniais, assim como as funções do setor de manutenção do patrimônio. |
| |