1 - O acordo em Bretton Woods Dois importantes economistas na primeira metade do século XX, o americano White e o inglês, Keynes, eram da opinião de que o mundo não poderia repetir os erros cometidos após a Primeira Guerra Mundial. Nessa ocasião o sistema econômico internacional sofreu enorme turbulência e instabilidade. O motivo?
Não se podia mais aceitar as duas posições econômicas predominantes na época: a hegemonia de um império sobre os demais e a autarquia de alguns países. Sistema econômico mundial (1919-1939)
Além disso, como não havia instituições econômicas internacionais que auxiliassem na solução desses problemas, os países tentaram buscar caminhos próprios, adotando como solução para seus problemas econômicos a expansão territorial por meio de conflitos armados, o que ocasionou a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-45). Assim, em 1944, no intuito de buscar tempos mais estáveis, Estados Unidos e Grã-Bretanha, que formavam o eixo de poder econômico no mundo, uniram-se para a elaboração de um plano, denominado plano anglo-americano, dando início ao processo de globalização. |
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Durante três semanas de julho de 1944, (do dia 1º ao dia 22), 730 delegados de 44 países do mundo, então em guerra, reuniram-se no Hotel Mount Washington, em Bretton Woods, New Hampshire, nos Estados Unidos, para definirem uma Nova Ordem Econômica Mundial. A reunião centrou-se ao redor das duas figuras chaves já citadas: Harry Dexter White, Secretário-Assistente do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e de Lord Keynes, o mais famoso dos economistas, representando os interesses da Grã-Bretanha. Ao final desse encontro chegou-se a um denominador comum, conhecido como "Os Pilares da Paz".
O novo ordenamento do mundo do pós-guerra seria, então, caracterizado pela obediência às instituições internacionais regidas pelo princípio democrático no qual todos os países se fariam representar igualmente, sem que nada fosse imposto aos seus integrantes. |
2 - O Fundo Monetário Internacional - FMI O FMI, então, foi criado para abrigar todos os países que dele quisessem participar, utilizando recursos advindos de todos os seus membros. Ao se instituir um sistema internacional interligado e mutuamente dependente, evitava-se a expectativa de uma nova guerra mundial ou pelo menos se diminuía, em muito, as possibilidades de um novo conflito.
A uniformização do sistema econômico traria uma tranqüilidade ao mundo. Dali em diante, haveria uma moeda em comum, cambiável em escala universal, facilitando e ajudando a expandir o comércio pelo mundo inteiro. Se algum país passasse por sérias dificuldades financeiras, o FMI iria ao seu socorro para evitar que a falência ou a moratória dele contaminasse o funcionamento de todo o sistema financeiro internacional.
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Nos dias atuais, o modelo de acordo entre os países necessitados e o FMI se concentra na ação junto aos governos, estritamente nos aspectos macroeconômicos e inclui três pontos inegociáveis:
Se, de um lado, o FMI é um notável instrumento regulador e organizador do sistema financeiro internacional, por outro, é tido como uma ferramenta de poder, utilizada largamente pelos países ricos, especialmente pelos Estados Unidos.
O Fundo empresta divisas a países que solicitam sua assistência em troca de compromisso com metas de política fiscal e monetária, que visam garantir, sobretudo, os direitos dos credores externos desses países. |
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Os países, quando assistidos pelo FMI, geralmente, já estão em recessão e as políticas que lhes são impostas agravam a recessão, inviabilizando as metas então acordadas. Isso acarreta a suspensão dos empréstimos do Fundo e o início de uma nova negociação, tornando-se crônica a submissão dos países importadores de capitais ao FMI.
Porém, como vimos anteriormente, não podemos esquecer que a fundação do FMI deveu-se aos dramáticos acontecimentos provocados pela Segunda Guerra Mundial e por isso devemos entendê-lo como parte de um novo sistema internacional, tais como a ONU e o Banco Mundial. |
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3 - O Grupo Banco Mundial O Grupo Banco
Mundial é constituído por cinco instituições
estreitamente relacionadas e sob uma única presidência:
O Banco Mundial, fundado em 1944 no acordo de Bretton Woods, além do trabalho de reconstrução que iniciou na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, vem utilizando seus recursos financeiros, sua equipe altamente treinada e sua ampla base de conhecimentos para ajudar cada país em desenvolvimento a trilhar crescimento estável, sustentável e eqüitativo.
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Prioridades do Banco junto aos clientes:
Os empréstimos e assessoria fornecidos pelo Banco têm levado os governos a reformar suas economias, fortalecendo sistemas bancários e investindo em recursos humanos, infra-estrutura e proteção do meio ambiente, levando à atração e retenção de investimentos privados.
Além dos empréstimos, o Banco disponibiliza, ainda, trabalhos analíticos, assistência técnica e serviços de intercâmbio de conhecimentos aos seus governos-membros. Mantém também, diversos fundos e programas que disponibilizam recursos diretamente para organizações da sociedade civil. |
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4 - Captação de recursos externos pelo Brasil No final da década de 1960 e início da década de 1970, o Brasil experimentou um novo movimento desenvolvimentista face às reformas e flexibilizações realizadas no aparelho do Estado Brasileiro:
Em meados da década de 1970, com o sucesso alcançado pelo setor privado no mercado externo, somado ao custo de oportunidade das captações estrangeiras (juros externos mais baixos que os juros de captação interna), o Governo Brasileiro iniciou um movimento de captação externa.
As captações externas visavam ao desenvolvimento econômico do país, principalmente em projeto de infra-estrutura, com alto impacto no endividamento. |
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Nada significava entrave para as operações de crédito privado e externo para investimentos. O orçamento fiscal estava formalmente equilibrado, o Banco Central exercia a função de autoridade monetária, as Estatais estavam fazendo investimentos (endividamento às expensas da União) na área produtiva, mas infelizmente a seguridade social começou a crescer em nível exponencial, as dívidas das estatais começaram a sair do controle e como os orçamentos não eram integrados, demorou-se muito a perceber o problema, conhecido pelos especialistas em finanças como armadilha da liqüidez.
Ao final da década de 70, houve a crise do petróleo que alterou as relações de força entre as economias mais desenvolvidas do mundo. O eixo econômico passou a girar em torno dos "petrodólares" ditados pela OPEP - Organização dos Países Produtores de Petróleo, e os contratos que haviam sido firmados com base em câmbio flutuante pelo governo brasileiro e também pelo setor privado nacional, viram o custo de sua dívida crescer quase que exponencialmente.
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A explosão da dívida acarretou o aumento da base monetária, que agravou o problema da inflação, o aumento do estoque da dívida (mais juros para pagar) e o aumento da carga tributária, como a única via para aumentar a arrecadação do Governo Brasileiro e com isto pagar o que era devido.
No início da década de 90, após sofrer um segundo choque do petróleo em 1999, e com as dificuldades crescentes em honrar os compromissos assumidos, o Brasil firmou acordo de ajuste estrutural com o FMI. O objetivo principal da política de intervenção do Fundo foi promover o equilíbrio do Balanço de Pagamentos, onde o Estado Brasileiro recebia recursos por meio de empréstimos programáticos e era monitorado de perto pela entidade, a fim de atingir o equilíbrio duradouro. |
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5 - Acordos de Cooperação Para contratar financiamento externo, o Governo brasileiro precisa celebrar previamente um tratado internacional com organismos ou agências de créditos internacionais. Esse tratado estabelecerá as bases do relacionamento do país com o ente externo.
Pode ocorrer em dois momentos distintos:
Vale enfatizar que qualquer ato internacional, negociado pelo Poder Executivo, que acarrete encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, como é o caso dos financiamentos externos que devem ser amortizados no futuro, deve ser aprovado pelo Congresso Nacional e, posteriormente, confirmado pelo Presidente da República, segundo dispõe o Artigo 84, inciso VIII da Constituição brasileira. Também é importante lembrar que a competência para negociar acordos internacionais é da União, com a intermediação do Ministério das Relações Exteriores. |
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Referidos Acordos, também chamados de "Acordo-Quadro", "Acordo Básico" ou "Acordo de Sede", estabelecem um conjunto de regras gerais, elaboradas em comum acordo entre o Organismo Financeiro e o País que deseja fazer a sua adesão àquele Organismo. Uma vez celebrado seu Acordo de Adesão ao Organismo, um País fica apto a obter financiamento daquele Organismo, um País fica apto a obter financiamento daquele Organismo, através de assinatura de um Acordo de Empréstimo Externo onde, após a negociação das bases do Acordo, ficam estabelecidos os direitos e as obrigações de ambas as partes, no caso de financiamento externo para a execução de programas e projetos O Brasil pode obter financiamento externo junto a qualquer dos Organismos Multilaterais e Bilaterais de Crédito com os quais mantém Acordo-Básico de Cooperação Financeira. Esses organismos normalmente oferecem diversas formas de aportes financeiros, tais como: financiamentos, doações e garantias.
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Resumo O "Acordo de
Bretton Woods", firmado entre as nações mais desenvolvidas
do mundo, objetiva atuar em duas vertentes:1. vertente
financeira (FMI), de ajuda aos governos no equilíbrio das contas
públicas; e 2. vertente desenvolvimentista (Banco
Mundial), que atua junto aos mesmos governos promovendo assistência
técnica e financeira para o desenvolvimento econômico. O Banco Mundial é
formado por cinco instituições estreitamente relacionadas
e sob uma só presidência, sendo a única agência
supranacional de financiamentos com presença e impactos globais. Além de financiar
projetos, o Banco Mundial oferece aconselhamento econômico e técnico
aos países membros, atuando de forma mais focada no conceito de
cooperação técnica, visando ao desenvolvimento de
capacidades e à redução da pobreza nos países
onde atuam. Com o advento da crise de liquidez global no final da década de 1970, da crise do petróleo e das taxas de juros dos empréstimos internacionais, que foram contratados com base no câmbio flutuante, a dívida externa brasileira cresceu exponencialmente. Com a renegociação da dívida externa brasileira e a recuperação gradual da capacidade de investir, o Governo Brasileiro pôde recorrer novamente aos organismos multilaterais e bilaterais de crédito, a fim de firmar acordos para projetos específicos de desenvolvimento. Os organismos podem ser bilaterais, quando cooperarem de um país doador para um país beneficiário, e multilaterais quando cooperarem de um grupo de países doadores para um determinado país beneficiário. Implica dizer que os organismos bilaterais têm um único "dono" e os multilaterais têm diversos "donos". |
1 - Introdução Muitos dos investimentos no País têm recebido financiamento de vários organismos internacionais, multilaterais e bilaterais de crédito, a saber:
Para obter um financiamento internacional, o gestor deverá avaliar primeiramente a política de contratação de empréstimos externos e se há disposição do Governo em elevar a dívida extrena. Num segundo momento, o gestor deve avaliar as taxas a serem pagas (valor estimativo) sobre o possível empréstimo e calcular o custo-benefício em relação ao custo de oportunidade interna do País; deve comparar com a taxa SELIC (taxa que o governo paga para captar recursos no mercado interno). Vamos, agora, conhecer o papel e áreas de atuação de cada um dos organismos mencionados na tabela acima. |
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2 - Atuação do BIRD no Brasil O Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento - BIRD tem atuado no Brasil desde 1949, quando foi firmado o primeiro empréstimo ao país, no valor de US$ 75 milhões, para as áreas de energia e telecomunicações.
O Banco Mundial ajuda governos em desenvolvimento a reduzir a pobreza
por meio de empréstimos e experiência técnica para
projetos em diversas áreas, tais como a construção
de escolas, hospitais, estradas e o desenvolvimento de projetos que ajudam
a melhorar a qualidade de vida das pessoas. |
| Exemplos
de publicações:
A política de divulgação do Banco Mundial procura ser a mais transparente e variada possível. O Banco acredita que, através da disseminação de temas relevantes, estará apoiando o fortalecimento da democracia no processo de desenvolvimento dos países-membros. O Banco participa e patrocina diversos tipos de publicações: boletins informativos, relatórios mundiais e publicações de autores independentes. O boletim mais lido é o “Em Breve”, distribuído para toda América Latina e Caribe. O objetivo principal desse Boletim é a disseminação das lições aprendidas com os programas desenvolvidos na Região. Dentre os relatórios produzidos e editados pelo Banco Mundial, o mais conhecido deles é o "Relatório de Desenvolvimento Mundial", publicado anualmente. Este relatório aborda temas como: economia dos países, políticas de meio-ambiente, inclusão social, raça, gênero etc. O Banco patrocina
ainda a publicação de livros técnicos e acadêmicos
sobre assuntos de seu interesse, não necessariamente endossados
pela Instituição, de autores independentes, em diversos
idiomas. Os livros podem ser adquiridos pela internet ou
nos postos de vendas, constantes da página do Banco Mundial. |
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Para atuar nos países-membros, o Banco precisa ter seus programas regidos pela Estratégia de Assistência ao País (EAP) que é condicionada ao acordo de intenções do País com o FMI e leva em conta o Plano Plurianual - PPA do governo. Têm como objetivo a eqüidade, a competitividade e o desenvolvimento sustentável do País em desenvolvimento.
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A nova EAP do Brasil foi elaborada para orientar o programa do Banco no País entre 2004 e 2007, depois de consultas a diversos segmentos da sociedade:
O programa estabelecido nessa EAP prevê novos financiamentos do BIRD para o Brasil de até US$7,5 bilhões. O forte apoio da Corporação Financeira Internacional (IFC) ao setor privado acompanhará a assistência do BIRD em seu objetivo de melhorar as perspectivas de aumento da competitividade, do crescimento e da igualdade social. A Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) apoiará a estratégia facilitando os investimentos estrangeiros.
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A EAP apresenta, ainda, uma abordagem fundamentada em resultados, nos objetivos e prioridades do País, especificados no Plano Plurianual (PPA) do governo, e vinculada às Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, estabelecidas durante a Cúpula do Milênio, em setembro de 2000, pelos países
membros das Nações Unidas, para uma melhoria mensurável e significante das condições de vida dos povos:
A EAP identifica, também, as atividades específicas apoiadas pelo Banco que podem contribuir para o alcance dessas metas, além de propor uma estrutura de monitoramento. |
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A estratégia de assistência do Banco Mundial para um Brasil mais justo reflete precisamente as prioridades do governo federal, que fez do progresso social com estabilidade econômica a base do seu programa. A assistência do Banco aos setores sociais estará focada no atendimento aos mais pobres e na melhoria da qualidade e eficiência dos serviços sociais. A educação continuará a ser uma prioridade importante para o Banco, com um maior envolvimento no estímulo ao ensino médio e ao desenvolvimento da primeira infância. O incentivo à proteção social será ampliado por meio de apoio técnico e financeiro aos programas de transferência integrada de recursos, como a Bolsa Família e de emprego para os jovens, o Primeiro Emprego.
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A assistência do Banco para um Brasil sustentável objetiva melhorar a qualidade de vida pelo aprimoramento dos serviços locais, nas áreas urbanas e rurais e pela gestão cuidadosa das riquezas naturais brasileiras. Um dos elementos principais do programa apresentado é a promoção de maior acesso aos serviços como água e saneamento nas áreas urbanas e rurais.
A nova estratégia enfatiza ainda mais o apoio do BIRD ao crescimento sustentável de base ampla, juntamente com o forte estímulo da IFC ao setor privado. As estratégias do Banco Mundial para aumentar a produtividade e os investimentos são direcionadas à maior eficácia da regulamentação da competitividade e da infra-estrutura, ao fortalecimento do setor financeiro, a uma moderna política de inovações e a um ambiente mais favorável aos negócios, especialmente para as empresas de pequeno e médio porte.
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Com o intuito de apoiar reformas importantes e de atender à necessidade de financiamento do Brasil para o seu balanço de pagamentos, o Banco pretende continuar a utilizar empréstimos programáticos de ajuste com base em políticas públicas. As áreas abrangidas pelos atuais e futuros empréstimos programáticos para o Brasil incluem: desenvolvimento humano, crescimento e competitividade, desenvolvimento sustentável e reformas fiscal e da Previdência Social. O Banco Mundial continuará, ainda, a priorizar um amplo programa de serviços analíticos e de aconselhamento, incluindo estudos sobre importantes questões econômicas e setoriais. Além disso, o Banco deve aprofundar o seu relacionamento com estados e municípios brasileiros através de uma abordagem integrada nos empréstimos de investimento, apoiando estratégias multissetoriais rurais e urbanas. |
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Os investimentos anuais do BIRD no País são de apenas 0,4% do PIB, mas, como parcelas de investimentos públicos representam significativos 12%. Os setores agraciados com o maior volume de recursos são os de transportes, saúde e combate à pobreza rural.
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A título de exemplo, segue relação de alguns projetos já concluídos.
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3 - Atuação da IFC no setor privado Estabelecida desde 1956, como membro do Grupo Banco Mundial, a Corporao Financeira Internacional - IFC tem como principal atividade o financiamento de projetos do setor privado.
Apesar de não solicitar garantias governamentais para seus financiamentos, o trabalho da IFC freqüentemente exige estreita cooperação com agências governamentais nos países em desenvolvimento. |
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A
IFC financia projetos de companhias integralmente nacionais ou joint
ventures entre acionistas locais e estrangeiros, nos seguintes
setores:
O
organismo pode conceder financiamento a companhias com participação governamental,
desde que haja participação privada e o negócio seja conduzido em bases
comerciais.
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Requisitos necessários aos projetos elegíveis a financiamento da IFC:
Apesar do Organismo proporcionar empréstimos em base comercial, não há concorrência com operadores privados, uma vez que a IFC só investe em projetos que não tenham reunido condições de obter financiamento e/ou expertise técnica em outros mercados, de modo que sua atuação é complementar à dos operadores privados do mercado.
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Dentre os financiamentos da IFC atualmente aprovados para empresas brasileiras, destacam-se os concedidos aos setores:
A IFC desempenha um papel catalisador, estimulando e mobilizando investimentos privados no mundo em desenvolvimento, demonstrando que investimentos em países em desenvolvimento podem ser lucrativos.
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Exemplos de projetos no Brasil apoiados pela IFC:
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4 - Papel e atuação de outros organismos multilaterais e bilaterias no Brasil 4.1 - Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID O Banco Interamericano de Desenvolvimento foi criado em 1959, mediante um acordo elaborado pela Comissão Assessora Especial do Conselho Econômico e Social Interamericano da Organização dos Estados Americanos (OEA). Atualmente, o Banco pertence aos seus 47 países membros, dos quais 26 são membros mutuários na América Latina e no Caribe. Totalmente independente do Fundo Monetário Internacional - FMI, o BID, hoje, é a principal fonte de financiamento multilateral para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe, bem como para a integração regional. Os principais objetivos do BID são:
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As entidades públicas qualificadas para financiamentos do BID incluem governos e instituições governamentais, em todos os níveis, incluindo autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista.
A área social também está contemplada, através do programa Bolsa Família. Adicionalmente, o organismo estuda financiar projetos na área de assistência social. No que tange o setor privado, estão planejados projetos e investimentos que deverão beneficiar programas de empresas privadas, recursos que se estima deverão gerar efeito multiplicador na economia de todo o País, estimulando investimentos de outras fontes em diversos setores produtivos. |
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A primeira operação de crédito do BID com o Brasil ocorreu em 31 de março de 1961. Até hoje exitem aproximadamente 465 projetos concluídos. A título de exemplo, segue abaixo a relação dos últimos 15 projetos concluídos no País.
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4.2 - Corporação Andina de Fomento - CAF A CAF é uma instituição financeira multilateral constituída por 17 países da América Latina e Caribe. Seus principais acionistas são os cinco países da Comunidade Andina: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Além dos doze outros países participantes, também são acionistas, 16 bancos privados da região andina. A CAF apóia o desenvolvimento sustentável e a integração regional, oferecendo uma série de produtos e serviços financeiros a seus clientes - governos de Estados acionistas, instituições financeiras e empresas públicas e privadas.
Atualmente, a CAF possui os seguintes projetos no Brasil:
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4.3 - Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura - FIDA O FIDA foi criado em 1977, a partir das deliberações da Conferência Mundial de Alimentação, realizada em 1974 e organizada pela comunidade internacional, em resposta à fome e à desnutrição generalizada no mundo. Está ligado à Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) das Nações Unidas.
Os recursos financeiros destinam-se, especialmente a: pequenos produtores rurais; trabalhadores sem-terra; outros segmentos da população rural pobre. O FIDA participa dos seguintes projetos no Brasil:
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4.4 - Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata - FONPLATA O FONPLATA
foi criado em conformidade com o Tratado da Bacia do Prata, em 1969, que
institucionaliza o sistema hidrográfico do Prata que banha o Brasil, a
Argentina, a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai.
Alguns projetos em execução no Brasil:
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4.5 - Fundo Global para o Meio-Ambiente (Global Environment Facility - GEF) O GEF é uma
organização financeira, independente, criada em 1991, que promove doações
aos países em desenvolvimento para auxiliar na estruturação e execução
de projetos ligados à preservação e recuperação do meio-ambiente.
O GEF foi lançado como um instrumento experimental. O fundo foi reestruturado após a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, para servir aos interesses ambientais de todo o mundo. Projetos em andamento no Brasil:
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4.6 - Banco de Cooperação Internacional do Japão (Japan Bank For International Cooperation - JBIC) O JBIC é um organismo que conta com 100% de capital do governo japonês. Os Principais objetivos do JBIC são:
Principais operações de financiamentos ao Brasil:
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4.7 - Bankengrouppe - KFW O KFW, criado
em 1948, é um banco de fomento para a economia doméstica alemã e um banco
de desenvolvimento oficial para países em desenvolvimento.
Principais programas do KFW no Brasil:
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4.8 - Banco Nórdico de Investimento - NIB O NIB é uma
instituição financeira internacional conjunta, formada pela Dinamarca,
Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
Em 1999,
o Brasil firmou Acordo-Quadro de Cooperação Financeira com o Banco, visando
estabelecer as bases de uma cooperação em longo prazo na utilização dos
financiamentos disponibilizados pelo Banco para projetos de interesse
do Brasil e dos países nórdicos. |
4.9 - Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7 O PPG7 foi estabelecido em 1992, por meio de parceria entre o governo brasileiro, a sociedade civil brasileira, a comunidade internacional e o Banco Mundial, motivado por preocupações sobre o desmatamento das florestas tropicais úmidas da Amazônia e da Mata Atlântica. São objetivos do PPG7:
O Programa conta com a participação do Banco Mundial, da Comunidade Européia e dos países membros do Grupo dos Sete. Atualmente, encontram em execução no país, oito projetos com recursos do Programa, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente, do IBAMA ou da FUNAI. Principais projetos do PPG7 no Brasil:
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4.10 - Banco Europeu de Investimentos - BEI O BEI é composto
por acionistas de 15 Estados-Membros da União Européia. Apóia investimentos
em projetos que objetivem transferência de tecnologia, desenvolvimento
das infra-estruturas econômicas, da indústria, da agroindústria, do extrativismo
mineral, das telecomunicações, do transporte, da energia e do turismo,
dando especial atenção à melhoria e proteção do meio ambiente. |
Resumo O BIRD é um dos organismos internacionais integrantes do Grupo Banco Mundial, cujo objetivo principal é promover assistência técnica para o desenvolvimento sustentado como fator indutor da redução da pobreza. Atua no Brasil desde 1949 e através de documento próprio (EAP – Estratégia de Assistência ao País) de programação das ações, alinha sua estratégia de atuação com o Plano Plurianual do governo brasileiro. A EAP é um documento de orientação das ações de investimento do Banco que procura atender às necessidades de determinado país. Caso haja necessidade, adaptações serão feitas para readequar a EAP ao Plano dos Governos, de acordo com eventuais mudanças de estratégias governamentais. A IFC compõe o Grupo Banco Mundial e seu objetivo é atuar como organismo de fomento (financiador) voltado ao setor privado. A captação de recursos é feita junto aos setores público e privado internacional para o setor privado nacional do país beneficiário. Seu foco no setor privado é a reestruturação de empresas privadas, a formulação de estratégias de negócios, bem como o mapeamento de mercados, produtos, tecnologias e parceiros potenciais. Além disso, a IFC também presta assistência técnica ao setor privado e ao setor público, principalmente no que tange a processos de privatização, políticas públicas relacionadas com atividades comerciais e industriais, estruturação de pacotes de serviços para o setor financeiro e coordenação de financiamentos concedidos por agências de crédito à exportação. Existem ainda outros
organismos internacionais que atuam como agências de fomento de
projetos de desenvolvimento. Entre os multilaterais, além do BIRD,
os mais atuantes no Brasil têm sido o BID, a CAF, o FIDA e o FONPLATA.
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1
– Priorização dos investimentos
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A herança trazida desde a colonização, não deve ser encarada como uma explicação isolada e suficiente para justificar a situação de tanta desigualdade no Brasil. Precisamos admitir que herdamos os problemas e fomos incapazes, por séculos, de prover a solução para darmos o salto de qualidade fundamental rumo ao desenvolvimento sustentável. Um gestor empenhado precisa questionar: Onde queremos chegar? A partir daí, traçar um planejamento estratégico que priorize possibilidades de crescimento sustentável e duradouro e distribuição igualitária da renda.
Assim, antes
de começar a implementação de um determinado programa
ou projeto, deve-se pensar em que área
o investimento terá maior impacto, possibilitando maior desenvolvimento
social e econômico. |
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Exemplo: A pavimentação de uma rodovia, ou até mesmo a construção e recuperação de um conjunto de rodovias de uma determinada região, por exemplo, caracteriza-se como um investimento na área de transportes rodoviários que tem por objetivo melhorar e facilitar o fluxo de veículos, agilizar a entrada e saída de serviços e produtos. Espera-se que este investimento contribua para a elevação do volume de fabricação e comércio que poderá ser revertido em melhoria da qualidade de vida da população beneficiada. “Poderá” e não “certamente deverá”, por quê? Porque se as variáveis iniciais de crescimento com distribuição igualitária da renda não forem observadas pelo gestor-idealizador do projeto ou mesmo garantidas pelo governo que estiver no poder, a renda se concentrará em grupos específicos e não beneficiará toda a população. |
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| 2
– Necessidades X prioridades do governo
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Dos
mega objetivos gerais traçados no PPA, emanam 24 desafios:
Esses desafios deverão ser considerados por todo gestor que pretender apresentar projetos de investimento financiados com recursos públicos e constituem as diretrizes às quais deverão se remeter os objetivos de desenvolvimento de qualquer projeto. |
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O
gestor consciente e comprometido com os objetivos estratégicos,
de um governo igualmente consciente, vive o dilema de priorizar
os investimentos, já que os recursos geralmente são
escassos.
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| Os
investimentos realizados com financiamentos externos precisam compensar
o endividamento contraído pelo País. Isso significa dizer
que os benefícios, inclusive os financeiros, devem ser maiores que
o serviço da dívida (juros e amortizações) a
ser paga pelo país, no futuro. O serviço da dívida
não poderá, em hipótese alguma, comprometer a capacidade
de investimento futuro, com recursos próprios, sob pena de o país
se tornar refém dos organismos internacionais. E, em conseqüência,
cair no ciclo vicioso de captar recursos externos para pagamento de juros
e amortizações (como se o país vivesse utilizando o
cheque especial). Recomenda-se que o gestor público, antes de consolidar qualquer proposta para contrair um financiamento externo para o seu investimento, verifique em seu próprio orçamento se realmente não há nenhuma possibilidade de utilização de recursos gerados domesticamente. |
| É importante ressaltar que apesar de ser um recurso necessário, qualquer empréstimo financeiro, seja ele internacional (Organismos financiadores) ou doméstico (BNDES), significa aumento de endividamento e pagamento de juros pela administração pública.
Algumas questões devem ser consideradas no momento da análise do custo e do benefício para o endividamento:
Para financiar projetos de investimentos para o setor público só se deve buscar fontes financiadoras internas e externas quando tiverem sido esgotadas todas as alternativas de utilização de recursos próprios. |
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Na busca por financiamentos, por onde o administrador deve começar? A título de ilustração, suponhamos que em determinada cidade, a cada chuva forte as ruas se deteriorem, impedindo a passagem dos diferentes veículos. Como conseqüência, a cidade pára. Ninguém pode trabalhar, as crianças não vão para suas escolas, os produtores não circulam suas mercadorias e os trabalhadores não recebem seus salários (no longo prazo) e, conseqüentemente, não consomem. Simplificando um pouco as coisas: a cidade ficará sem abastecimento e, além disso, não arrecadará, só gastará. Um grande problema para ser resolvido pelo gestor público! O que deve
fazer, então, o administrador público? Identificar o problema
e definir a questão do transporte público urbano como prioritária,
pelas conseqüências negativas ao sistema viário e de
transporte? Qual a melhor decisão a ser tomada? |
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| 3 – Fontes e condições
para financiamento Vimos,
no módulo anterior, que é possível obter financiamento
externo junto a qualquer dos Organismos Multilaterais e Bilaterais de
Crédito com os quais o Brasil mantém cooperação
financeira, por meio de acordos específicos de cooperação
internacional.
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Cada organismo, financiador ou doador, possui um conjunto de condições que norteiam o empréstimo ou a doação e que conferem a esse organismo uma vantagem comparativa para o país em relação aos demais. As condições são negociadas durante o período de formatação do Acordo de Empréstimo ou Doação. Em geral, essas condições giram em torno das variáveis mais significativas do acordo:
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A seguir veremos em detalhe cada uma dessas variáveis. 3.1 - Instrumentos de financiamento e composição de recursos internos e externos Os instrumentos de financiamento podem ser de empréstimo de investimento (longo prazo) ou de ajuste (curto prazo). Os empréstimos de longo prazo visam promover o desenvolvimento de um ou mais setores, fomentando o crescimento produtivo e têm como objetivo maior desenvolver o país. Os empréstimos de curto prazo visam principalmente equilibrar as contas dos países que tiverem problemas em fechar momentaneamente o seu Balanço de Pagamentos.No que tange à composição dos recursos de um empréstimo externo, é importante ressaltar que todo acordo de empréstimo é composto de uma parte de recursos oriundos de fonte externa e outra parte oriunda de fonte do Tesouro Nacional, Estadual ou Municipal. Esta divisão na composição dos recursos do acordo é fundamental para garantir o comprometimento com a implantação das ações do projeto pelo lado do mutuário. |
O BIRD trabalha
com financiamento para projetos de investimento
e para objetos de ajuste,
atualmente denominados de Empréstimos para Políticas de
Desenvolvimento, juntamente com o FMI. O restante dos organismos de fomento
trabalham apenas com empréstimos e doações de promoção
ao desenvolvimento sustentado, ou seja, investimentos de longo prazo,
com retorno econômico e/ou social. |
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|
| Os empréstimos de investimento e para políticas de desenvolvimento estão disponíveis somente para mutuários do BIRD e da AID (Associação Internacional de Desenvolvimento) que não estejam em atraso em suas obrigações financeiras para com o Grupo Banco Mundial e se apresentam nas seguintes modalidades:
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| As operações dos empréstimos de políticas de desenvolvimento têm os seguintes propósitos gerais:
A elegibilidade para um empréstimo de políticas de desenvolvimento exige acordo sobre uma política de monitoramento, ações de reforma institucional e administração macroeconômica satisfatória. A coordenação com o FMI é uma parte essencial da preparação desse tipo de empréstimo. Os fundos são liberados em uma ou mais parcelas (“tranches”) para uma conta especial. As parcelas são liberadas quando o mutuário se ajusta às condições estipuladas de liberação, tais como:
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Um outro instrumento de empréstimo utilizado pelo BIRD são os SWAPs - Programas com Enfoque Social Amplo - mecanismos que buscam apoiar programas de reformas setoriais baseados em objetivos de desenvolvimento de longo prazo que desenvolveram a partir dos tradicionais projetos de investimento. Como o nome sugere, os SWAPs representam uma abordagem em parceria, em prol de programas amplos, executados pelo país. Eles normalmente abarcam um setor inteiro, especialmente as áreas sociais, mas também na infra-estrutura. Os SWAPs não representam um tipo especial de instrumento de empréstimo ou de doação, mas sim uma abordagem usada para apoiar um setor de maneira coordenada e abrangente. Os instrumentos usados nos SWAPs são geralmente os empréstimos de investimento. O objetivo dos SWAPs é uma maior harmonização dos mecanismos de implementação de projetos, e um maior uso dos sistemas e procedimentos do país. As principais caraceterísticas do SWAP são:
No Brasil, o Banco Mundial apóia o Programa Bolsa Família sob a abordagem SWAP. Clique aqui para ter acesso ao Documento de Informação de Projeto do Programa Bolsa Família. |
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Um caso especial: as doações
O BIRD gerencia
doações para a execução de projetos de países
em desenvolvimento, oriundos de trust funds (fundos
fiduciários) ativos, os quais desembolsam anualmente mais de
US$ 1 bilhão no mundo.
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O BID oferece
as seguintes modalidades de empréstimo: Disponibiliza, ainda, outros instrumentos flexíveis com o objetivo de melhorar o tempo de resposta, racionalizar esforços e reforçar o princípio de delegação de autoridade. Esses instrumentos são oferecidos a governos que desejem financiar programas de modernização e desenvolvimento, além de fortalecerem a capacidade do BID de manter-se presente em setores e áreas chave, e continuar a fornecer assistência essencial aos países membros. |
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| 3.2 - Taxas de juros e outras taxas integrantes do acordo de empréstimo A taxa de juros negociada é a remuneração de um acordo de empréstimo para o organismo financiador. Em geral as taxas arbitradas são significativamente menores que aquelas praticadas internamente pelos países em desenvolvimento. No Brasil, por exemplo, a taxa básica da economia, a SELIC, tem estado em dois dígitos há décadas, sem esperança de reduzir-se a níveis de países desenvolvidos. A LIBOR (London Interbank Offered Rate) tem sido a “taxa básica” utilizada por praticamente todos os organismos financiadores nos empréstimos internacionais, à exceção do JBIC e do BEI que informam os percentuais de juros a serem cobrados para seus empréstimos. Além da taxa de juros, outras taxas fazem parte dos acordos de empréstimos. As mais comuns são comissão de compromisso ou taxa de permanência, que é um percentual cobrado por cada organismo sobre o saldo do empréstimo, ou seja, o valor não desembolsado. Essa comissão começa a ser devida, 60 dias após a assinatura do contrato de empréstimo sobre o saldo, a partir do momento que o país dispuser dos recursos e, por qualquer motivo, não utilizá-los. É uma medida educativa aplicada pelos países doadores aos países receptores. O percentual de incidência poderá variar dependendo das negociações, mas as comissões de compromisso são cobradas por praticamente todos os organismos financiadores, à exceção da FIDA e do JBIC, na modalidade de empréstimo ODA. Há outra taxa, que também faz parte dos acordos de empréstimos, conhecida como: taxa de abertura de crédito do BIRD ou como comissão de inspeção e vigilância da CAF ou comissão de administração do FONPLATA que, apesar de nomes diferenciados, servem para cobrir os custos da operação de empréstimo, desde a preparação do projeto até a sua implementação total. No caso do Brasil nós pagamos, inclusive, taxa de abertura e manutenção de conta bancária. |
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3.3 - Desembolso
A forma como se dá o desembolso, varia de organismo para organismo. Para o Banco Mundial, o desembolso representa o período durante o qual o projeto será implementado, o Banco desembolsará os recursos necessários e espera receber a comprovação do investimento da contrapartida (recursos internos) negociada. Ainda que os períodos estejam explícitos nas regras de cada organismo e que esteja negociado em contrato, dependendo do interesse do País, e da aprovação da COFIEX, os Organismos geralmente estendem os prazos em se tratando de projetos estratégicos e de resultados comprovados do mutuário. Como exemplo de sucessivas prorrogações, podemos citar o PNAFE Programa de Apoio à Modernização Fiscal dos Estados Brasileiros, financiado pelo BID ao Ministério da Fazenda. Esse Projeto deveria ter-se encerrado em 2002. Com as sucessivas mudanças nas regras de desembolso pelo Tesouro e contingenciamento orçamentário, o programa foi prorrogado para dezembro de 2004, depois para dezembro de 2005 e por último, para dezembro de 2006. |
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Atualmente, os desembolsos para projetos financiados com recursos externos somente acontecem após a comprovação dos gastos. Os recursos necessários à implementação desses projetos são adiantados pelo Tesouro Nacional , com base em programação de pagamentos que os gestores dos projetos preparam e enviam à STN (Secretaria do Tesouro Nacional). Os recursos são liberados mensalmente para os projetos. Após efetuar os pagamentos com os recursos do adiantamento, os gestores dos projetos preparam a prestação de contas (ou justificativa de gastos) e a enviam aos organismos financiadores, acompanhados dos respectivos processos licitatórios, se for o caso, para que os agentes financiadores forneçam a Não-Objeção à prestação de contas. Uma vez aprovados aprovados os gastos pelo Agente Financiador, os recursos correspondentes ao valor do adiantamento efetuado ao projeto são depositados à conta do Tesouro Nacional, e contabilizados pelo agente financiador como efetivo desembolso.
Recebida a Não-Objeção, os Projetos solicitam aos organismos internacionais que reembolsem ao Tesouro (desembolsem a favor do Tesouro) os recursos adiantados. Desta forma, o Tesouro Nacional tem funcionado como agente financiador, ainda que temporário, dos projetos de investimentos realizados com recursos externos. |
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3.4 - Amortização e carência Amortização significa o prazo que o organismo concede ao País para o pagamento integral do valor principal do empréstimo ao organismo financiador, ou seja, a maneira pela qual o cliente negocia como vai pagar o principal da dívida: se de uma vez ou em parcelas.
Varia de acordo com a política de cada organismo e poderá ser negociada de forma diferenciada ou até mesmo renegociada no decorrer da implementação do projeto. Em caso de haver catástrofes naturais, guerras ou comoção social, o mutuário pode pleitear o direito de renegociar o início da amortização. Carência
é o prazo que o organismo concede no acordo de empréstimo
ao País para que se inicie o pagamento das amortizações,
ou seja, o prazo que, durante um tempo, o cliente não paga o principal
da dívida. O prazo é geralmente calculado em função
do tempo que o projeto gastará para a sua total implementação
e começar a apresentar resultados e retorno ao país. O prazo
em geral é estimado pelo próprio mutuário em função
do retorno esperado do investimento que se pretende fazer no projeto.
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Quadro Resumo Informações Básicas sobre Financiamento de Organismos Internacionais de Crédito
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Resumo Um país precisa
investir em programas e projetos para promover desenvolvimento social
e econômico. O acesso a taxas de juros menores do que as praticadas pelo mercado, principalmente pelo setor público e condições gerais de financiamento mais brandas (incluindo períodos de carência e de amortização mais longos) são evidentes vantagens de se recorrer a financiamento oriundo de organismos multilaterais. Não obstante, ressaltamos a necessidade de se observar o risco cambial na análise custo/benefício do projeto. A presença de organismos internacionais (BID, BIRD ou CAF, entre outros) em determinado empreendimento, alavanca as chances de se obter co-financiamento de entes privados em condições igualmente mais brandas do que as vigentes no mercado, em razão da diminuição dos riscos aliados ao investimento. Tais organismos costumam receber classificações bastante positivas por parte das principais companhias de avaliação de risco. Por outro lado, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal e o orçamento federal estipulam limites para o endividamento e a utilização de financiamento internacional, os freqüentes contingenciamentos de recursos orçamentários – que atingem indistintamente os de origem interna ou externa – têm levado ao pagamento de quantias expressivas a título de taxa ou comissão de compromisso, a qual incide sobre recursos não desembolsados dos empréstimos. Todo ato internacional que acarrete encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (como é o caso dos financiamentos externos, que devem ser amortizados no futuro) deve ser autorizado exclusivamente pelo SENADO FEDERAL (com parecer da CAE – Comissão de Assuntos Econômicos). É possível
obter financiamento externo junto a qualquer dos Organismos Multilaterais
e Agências Governamentais de Crédito com os quais o Brasil
mantém cooperação financeira, por meio de acordos
específicos de cooperação internacional. |