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Módulo 01 - Custeio por absorção

1 - Custo como conseqüência de Ações Gerenciais

À medida que os administradores se preocupem com o gerenciamento de seus insumos, eles terão uma estrutura de custos mais enxuta.

Nesse processo gerencial, negociação é, sem dúvida, a ferramenta mais importante dentro do processo empresarial.

À medida que a empresa compra bem, a custos menores, ela se coloca melhor em relação aos concorrentes, garantindo a prestação de seus serviços e sua sobrevivência a médio e longo prazos.



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Elementos que entram no processo de produção de mercadorias ou serviços, compondo o produto.






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Módulo 01 - Custeio por absorção

No custeio por absorção, para se obter o custo do produto, leva-se em consideração todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos comuns são atribuídos aos produtos por algum critério de distribuição. Exclui-se os gastos não fabris (despesas). O método deriva da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é o método aceito pela legislação comercial e pela legislação do Imposto de Renda.

Todos os custos são alocados aos produtos fabricados: os custos diretos pela apropriação direta e os custos indiretos por algum critério de rateio pré-definido.

Podemos relembrar os passos no processo de custeio:



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Módulo 01 - Custeio por absorção

As despesas de comercialização e de administração geral são reconhecidas como custo do período ou seja, despesas do período. Desta forma, não são atribuídas a produtos específicos.

Os custos dos produtos são, basicamente, custos de matérias-primas, mão-de-obra e despesas de depreciação (que incorrem sobre o uso de máquinas).

A depreciação de uma máquina é registrada como custo indireto; num segundo momento, é atribuída a cada produto de acordo com uma unidade de medida de atividade, ou seja, o quanto cada produto se beneficia de determinada máquina. Essas unidades atribuídas a cada produto são, então, multiplicadas pelo custo de uma medida de atividades.

Vejamos um exemplo adaptado de Crepaldi (1998): uma empresa que trabalha com dois produtos, Alfa e Ômega,registrou os seguintes gastos:



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Módulo 01 - Custeio por absorção

Seguindo o esquema proposto, o primeiro passo, então, é separar os custos de produção das despesas do período.

O total dos custos é $ 480 mil.

O total das despesas é $ 210 mil.

Os gastos então ficaram assim distribuídos:

As despesas não integram o custo do produto, entram somente na demonstração de resultados do exercício - DRE.



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Módulo 01 - Custeio por absorção

Como fica então a apropriação dos custos? Considerando que a empresa dispõe de um sistema de controle de materiais que informa quanto cada produto consumiu de matéria-prima, temos:

Os salários da fábrica devem ter a separação da mão-de-obra direta da indireta vale lembrar que os custos com mão-de-obra incluem os encargos sociais. As anotações da empresa permitem a separação das horas gastas em cada produto, possibilitando a correta quantificação dos custos diretos.

Considerando os demais custos como indiretos, temos o seguinte quadro:

Do total dos custos incorridos, $ 360 mil já estão devidamente alocados aos produtos Alfa e Ômega. Os gastos gerais de fabricação ou custos indiretos de fabricação, que somam $ 120 mil, precisam ser rateados aos mesmos produtos.



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Módulo 01 - Custeio por absorção

É necessário adotar-se um critério para distribuição dos custos indiretos. Adotaremos uma distribuição proporcional aos custos diretos de cada produto, então vejamos:

Com o critério adotado, o produto Alfa recebe 1/3, $ 40.000,00, e o produto Ômega 2/3, $ 80.000,00.

Poderíamos, ainda, fazer o rateio de acordo com o gasto de mão-de-obra direta. Vejamos:

Esse rateio pode ser determinado utilizando-se a relação percentual entre os valores. Para o nosso exemplo, aplicaremos o percentual de gasto com mão-de-obra (obtido para cada produto) ao custo indireto total e obteremos o custo indireto rateado a cada produto:

Produto
Matria-prima
Mo-de-obra Direta
Custos indiretos rateados
Custos indiretos rateados
Total
Valor
Percentual
Alfa
80.000
40.000
44,44%
53.328
173.328
mega
190.000
50.000
55,56%
66.672
306.672
Total
270.000
90.000
100%
120.000
480.000

Observe-se que mudando a forma de calcular percebemos uma pequena diferença nos valores finais, mas quando mudamos o critério de rateio ou base de rateio (mudamos de custos diretos para mão-de-obra), a diferença pode ser significativa.

É importante a escolha do critério mais apropriado, levando em conta a relação entre os elementos de custos e ainda, a relação custo x benefício. O custo da obtenção da informação (mais correta e adequada) não deve ser maior do que o benefício obtido.



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Módulo 01 - Custeio por absorção

2 - Departamentalização

A departamentalização é o processo organizacional de dividir as funções da fábrica em departamentos. Aos departamentos são debitados os custos incorridos em cada um deles.

Dentro de uma fábrica, os departamentos podem ser divididos em dois grupos: departamentos de produção e departamentos de serviços.

Os Departamentos de produção têm atuação efetiva sobre os produtos e recebem a apropriação dos custos.

Veja alguns exemplos de Departamentos de produção:

Os Departamentos de serviços não têm atuação direta nos produtos e sua finalidade é prestar serviços aos Departamentos de produção.



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Corte
Aplainamento
Montagem
Tapeçaria
Acabamento
Usinagem
Moagem
Pintura
Perfuração
Galvanização
Malharia
Mistura
Refinaria
Engarrafamento







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Módulo 01 - Custeio por absorção

Os custos dos Departamentos de Serviços não são apropriados diretamente aos produtos. Vejamos alguns exemplos.

Na maioria dos casos, a unidade "Departamento" é um centro de custo.

Vamos considerar, em nossos estudos, para efeitos didáticos, que o Departamento é um centro de custo.



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É uma unidade mínima de acumulação de custos.



Manutenção
Almoxarifado
Administração Geral da Fábrica
Limpeza
Expedição
Controle de Qualidade







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Módulo 01 - Custeio por absorção

3 - Critério de Rateio dos CIF pelos Departamentos

Existem alguns critérios que podem ser utilizados para atribuir os Custos Indiretos de Fabricação aos Departamentos. Vejamos o quadro a seguir:



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Módulo 01 - Custeio por absorção

Estimativa dos CIF para um período de produção consiste em projetar o valor dos custos de produção para determinado período.

Em muitos casos, há a necessidade da aplicação de valores estimados à medida que os produtos vão sendo transferidos de um departamento para outro. Os custos indiretos e reais bem como o próprio volume de produção só são conhecidos no fim do período.

Vamos a um exemplo de como os CIFs poderiam ser distribuídos a cada produto, supondo o seguinte quadro de Custos Indiretos de Fabricação.



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Módulo 01 - Custeio por absorção

O item "Administração da fábrica" ($ 200) será rateado aos cinco departamentos com base na área utilizada pelos mesmos, ficando assim:

O Departamento de almoxarifado terá seus custos (agora $ 135.000) distribuídos entre os três departamentos produtivos (em partes iguais), já que o "Controle de Qualidade" não se utiliza do almoxarifado.



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Módulo 01 - Custeio por absorção

O Rateio dos custos do controle de qualidade, neste momento $ 95.000 ($ 60.000 + $ 35.000), é feito considerando o número de testes feitos para cada departamento.

Após os rateios, vimos todos os custos indiretos de fabricação distribuídos aos três departamentos de produção como se segue:



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Módulo 01 - Custeio por absorção

Agora, podemos fazer a transferência dos CIFs para cada produto fabricado.

Vamos supor que a produção do período tenha sido 1000 unidades dos produtos A e B, e que os apontamentos feitos indicam os totais de hora-máquina por produto, em cada departamento, da seguinte maneira:

O custo indireto por hora-máquina e por departamento seria:

Usinagem:

Cromeação:

Montagem:

Diante dos cálculos, podemos montar um quadro final com o total dos custos indiretos de fabricação atribuído aos produtos A e B.

Vejamos a apuração dos custos do produto A:

Os custos do produto B, calculados da mesma forma, seriam $ 361.950. Para se encontrar os custos unitários de cada produto, basta dividir os totais de custos de cada produto por 1000 (total produzido de cada produto).



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$ 325.300 ¸ 200 h/m = $ 1.626,5 h/m



$ 263.200 ¸ 400 h/m = $ 658 h/m



$ 251.500 ¸ 500 h/m = $ 503 h/m






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Módulo 01 - Custeio por absorção

Resumo

À medida que os administradores se preocupem com o gerenciamento de seus insumos, eles terão uma estrutura de custos mais enxuta.

No custeio por absorção, para se obter o custo do produto, leva-se em consideração todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos comuns são atribuídos aos produtos por algum critério de distribuição. Exclui-se os gastos não fabris (despesas).

A departamentalização é o processo organizacional de dividir as funções da fábrica em departamentos. Aos departamentos são debitados os custos incorridos em cada um deles.

A estimativa dos CIF, custos indiretos de fabricação, consiste em projetar o valor dos custos de produção para determinado período.



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Módulo 02 - Custeio direto

1 - Custeio Direto ou Custeio Variável

O custeio direto, também conhecido como custeio variável, consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos.

O custeio direto não leva em consideração o custo fixo, pelo fato de existirem mesmo que não exista produção, e estes são tratados como despesas do período. O que significa dizer que os estoques de produtos em elaboração e produtos finais, bem como o custo dos produtos vendidos só conterão os custos variáveis.

O custeio direto fundamenta-se na separação dos gastos, em gastos variáveis e gastos fixos.


Gastos Variáveis

variam proporcionalmente
ao volume
de produção/vendas

.

Gastos Fixos

são os que se mantêm estáveis diante de volumes de produção/venda

Os defensores do custeio variável valem-se dos seguintes argumentos:

O custeio direto pode ser utilizado internamente a níveis gerenciais, já que não é aceito pelo fisco.


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Módulo 02 - Custeio direto

2 - Custos e Despesas Variáveis

São os que variam diretamente com o volume de produção. Exemplo: mão-de-obra direta; matéria-prima.

Têm como características:



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Módulo 02 - Custeio direto

3 - Custos e Despesas Fixas

São os que não variam diretamente com o volume de produção. Exemplos: aluguel de fábrica, salários de gerentes, honorários de diretores.

Têm como características:

Observe que o comportamento dos custos fixos e variáveis devem ser analisados dentro de certa "faixa de produção", já que podem ser alterados a partir de certo volume de produção ou quando a empresa se aproxima de sua capacidade máxima de produção.



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Módulo 02 - Custeio direto

4 - Críticas e Pontos Positivos do Custeio Direto (variável)

Por outro lado, podemos enumerar os seguintes pontos positivos em relação ao custeio direto:



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Módulo 02 - Custeio direto

5 - Aplicação prática e comparação com o custeamento por absorção

Procuremos tornar o sistema mais claro com o exemplo de Crepaldi (1998):

E que tenha os seguintes custos de produção:



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Módulo 02 - Custeio direto

Considerando que a empresa utiliza o método PEPS para avaliar seus estoques e calcular o custo dos produtos vendidos, o custo de produção pelo custeio por absorção e pelo custeio direto bem como seus estoques finais em cada período seriam:

Para fins de comparação vamos utilizar aqui o custeio por absorção

1º período

2º período

3º período

4º período



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Custo de produção = (quant. produzida x custo variável unitário) + Custo Fixo
Custo de produção = (3.000 unid. X $ 50,00) + $120.000,00
Custo de produção = $ 150.000,00 + $ 120.000,00
Custo de produção = $ 270.000,00
Custo unitário = $ 270.000,00 / 3000 unid.
Custo unitário = $ 90,00
Custo do produto vendido/CPV = quantidade vendida x custo unitário
CPV = 2000 unid. X $ 90,00 = $ 180.000,00
Estoque Final = 1.000 unid. X $ 90,00 = $ 90.000,00




Custo de produção = (quant. produzida x custo variável unitário) + Custo Fixo
Custo de produção = (2.500 unid. X $ 50,00) + $120.000,00
Custo de produção = $ 125.000,00 + $ 120.000,00
Custo de produção = $ 245.000,00
Custo unitário = $ 245.000,00 / 2500 unid.
Custo unitário = $ 98,00
Custo do produto vendido/CPV = quantidade vendida x custo unitário
CPV = (1000 unid. X $ 90,00 = $ 90.000,00) + (2000 unid. X $ 98,00 =
           $ 196.000,00) = $ 286.000,00
Estoque Final = 500 unid. X $ 98,00 = $ 49.000,00




Custo de produção = (quant. produzida x custo variável unitário) + Custo Fixo
Custo de produção = (3.500 unid. X $ 50,00) + $120.000,00
Custo de produção = $ 175.000,00 + $ 120.000,00
Custo de produção = $ 295.000,00
Custo unitário = $ 295.000,00 / 3500 unid.
Custo unitário = $ 84,29
Custo do produto vendido/CPV = quantidade vendida x custo unitário
CPV = (500 unid. X $ 98,00 = $ 49.000,00) + (2000 unid. X $ 84,29 =
          168.580) = 217.580,00
Estoque Final = 1.500 unid. X $ 84,29 = $ 126.435,00




Custo de produção = (quant. produzida x custo variável unitário) + Custo Fixo
Custo de produção = (2.000 unid. X $ 50,00) + $120.000,00
Custo de produção = $ 100.000,00 + $ 120.000,00
Custo de produção = $ 220.000,00
Custo unitário = $ 220.000,00 / 2000 unid.
Custo unitário = $ 110,00
Custo do produto vendido/CPV = quantidade vendida x custo unitário
CPV = (1500 unid. X $ 84,29 = $ 126.435,00) + (2000 unid. X $ 110,00
          = 220.000,00) = 346.435,00
Estoque Final = 0,00







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Módulo 02 - Custeio direto

Supondo que o preço de venda unitário foi de $ 120,00, como ficariam as demonstrações de resultados dos períodos considerados:



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Módulo 02 - Custeio direto



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Módulo 02 - Custeio direto

Como seriam os resultados dos quatro períodos apurados pelo custeio direto (ou variável)?

Vale lembrar que no custeio direto, apenas os custos variáveis formam o custo dos produtos, sendo os custos fixos lançados integralmente na Demonstração de Resultado. No custeio por absorção, o estoque permanece com a parcela dos custos fixos correspondentes às unidades não vendidas, sendo levada à Demonstração de Resultado apenas a parcela dos custos fixos relativa aos produtos vendidos. Em consequência, o lucro contábil será sempre menor quando adotado o custeio direto ou variável.
Utilizando os dados do nosso exemplo, o custo unitário variável dos produtos foi o mesmo para os quatro períodos em análise, ou seja, R$ 18,00. Com isso, temos os seguintes Custos dos Produtos Vendidos (CPV):

Período Quantidade vendida Custo Unitário CPV
1 2.000 R$ 50,00 R$ 100.000
2 3.000 R$ 150.000
3 2.500 R$ 125.000
4 3.500 R$ 175.000

Temos, em seguida, a Demonstração dos Resultados dos quatro períodos:

Neste sistema, pode-se perceber que, aumentando-se as vendas, aumenta-se o lucro, que é o caso do 2º período, e que, reduzindo-se as vendas, reduz-se o lucro, que é o caso do 3º período.

Vejamos, a seguir, o comportamento do lucro pelo custeamento direto e pelo custeamento por absorção.

Pode-se perceber que o aumento de vendas causa o aumento do lucro, o que não acontece no custeio por absorção. Por isso, o custeio variável tem um melhor potencial gerencial: permite a análise da variação do volume de produção e vendas e os efeitos nos custos e lucros. Essa análise é chamada de custo x volume x lucro.

A margem de contribuição – também obtida no custeio variável - é outro instrumento de grande importância para avaliação da rentabilidade dos produtos, mix de produtos e determinação do ponto de equilíbrio da empresa.



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Módulo 02 - Custeio direto

Resumo

O custeio direto, também conhecido como custeio variável, consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Não leva em consideração o custo fixo, pelo fato de existirem mesmo que não exista produção, estes são tratados como despesas do período. Fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e gastos fixos.

Os custos e despesas variáveis são os que variam diretamente com o volume de produção. Exemplos: mão-de-obra direta, matéria-prima.

Os custos e despesas fixas são os que não variam diretamente com o volume de produção. Exemplos: aluguel de fábrica, salários de gerentes, honorários de diretores.

As principais críticas ao custeio direto:

  • Não atende ao Princípio Contábil da Competência, ou seja, da confrontação das receitas com os custos que contribuem para geração da receita;
  • Não considera os custos fixos para determinar o preço de venda;
  • Há uma separação categórica entre os gastos fixos e variáveis, quando na verdade, na prática, há variações;
  • No Brasil, não é aceito pelo Fisco.

Os principais pontos positivos são:

  • Os custos dos produtos podem ser comparados em base unitária;
  • Permite a análise da margem de contribuição dos produtos, possibilitando a determinação dos produtos com maior rentabilidade;
  • A apuração e a apresentação de informações é mais prática e rápida;
  • Possibilita melhor controle dos custos fixos por tratá-los separadamente;
  • Possibilita o cálculo do ponto de equilíbrio e outras análises de custo x volume x lucro.
  • Facilita a elaboração e o controle de orçamentos e a determinação e o controle de padrões.


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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

1 - Custo-Padrão

No sistema Custo-padrão, os custos são apropriados à produção, não pelo seu valor efetivo (ou real), mas por uma estimativa do que deveriam ser (custo-padrão). Podem ser utilizados quer a empresa adote o Custeio por Absorção, quer o Custeio Variável.

As diferenças entre custo-padrão e custo real são objetos de análise da Contabilidade de Custos, com o objetivo de controle dos gastos e medida de eficiência. Como se faz isso e como se contabiliza a diferença entre o padrão e o real são assuntos explicados mais adiante.

O custo-padrão tem como finalidade básica proporcionar um instrumento de controle à administração da empresa.



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Nesse sentido, podemos dizer que controle significa tomar conhecimento de uma determinada realidade, compará-la com aquilo que deveria ser, em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e tomar providências no sentido de correção de tais desvios.

Analisando esses conceitos de controle, podemos perceber que nenhum sistema de custo permite, por si só, controlar os custos de uma empresa. Isto ocorre porque a fase mais importante é a tomada de decisões com o objetivo de corrigir os desvios.

Assim, podemos definir contabilidade de custos como sendo:



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É um instrumento que tem como objetivo proporcionar à administração informações oportunas que lhe possibilitem a tomada de decisões ótimas.






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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Mas afinal o que é custo-padrão?

"Custo-padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta". Crepaldi (1998)

O custo-padrão é um poderoso instrumento à disposição da empresa onde ela projeta os custos para um período futuro e compara com o custo real (custo incorrido no período), possibilitando, pela diferença, saber se a empresa está atingido as metas estabelecidas, ou seja, se suas atividades estão sob controle.

A determinação do custo-padrão é feita com base nos padrões reais de produção. Mais adequado em empresas que produzem em série diferentes produtos e que se utilizam da mesma matéria-prima.



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Estudaremos aqui três tipos de custo-padrão. São eles:

O Custo-padrão ideal é um custo determinado da forma mais científica possível pela engenharia de produção da empresa, dentro de condições ideais de qualidade dos materiais, de eficiência de mão-de-obra, com o mínimo de desperdício de todos os insumos envolvidos. Pode ser considerado como uma meta de longo prazo da empresa.

Entretanto, a curto prazo, por existirem, na prática, deficiências no uso e na qualidade dos insumos, apresenta muita dificuldade para ser alcançado.

O Custo-padrão Estimado é aquele determinado, simplesmente, por meio de uma projeção, para o futuro, a partir da média dos custos observados no passado, sem qualquer preocupação de avaliar se ocorreram ineficiências na produção (por exemplo, se o nível de desperdício dos materiais poderia ser diminuído, se a produtividade da mão-de-obra poderia ser melhorada, se os preços pagos pelos insumos poderiam ser menores etc.).

O Custo-padrão corrente situa-se entre o ideal e o estimado. Ao contrário deste último, para fixá-lo, a empresa deve proceder a estudo para uma avaliação da deficiência da produção.



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

2 - Custeio-Padrão

No processo industrial, quando a empresa resolve controlar os custos na própria contabilidade dá-se o nome de custeio-padrão. De forma simplificada, significa registrar os valores-padrão nas contas referentes aos produtos em elaboração e controlar através de contas especiais a variação entre o real e o padrão.

O custo-padrão ou standard é aquele determinado como sendo o custo normal de um produto. É estabelecido com base em estudos e acompanhamento da realidade do processo produtivo da empresa, e utilizado como parâmetro para planejamento da produção.



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

3 - As Variações entre Custo-Padrão e Custo Real

A análise das variações (diferença) entre custo-padrão e custo real permite à empresa controlar seus custos e identificar deficiências que possam ocorrer na produção.

Por convenção, a variação será favorável à empresa, quando o custo real for inferior ao padrão, e desfavorável, quando o custo-padrão for inferior ao custo real. Vejamos:

As variações devem ter suas origens identificadas, já que, para encontrar a variação, basta comparar os custos. Quando comparamos o custo-padrão com o custo real podemos verificar diferença em relação à quantidade e em relação ao preço. Vejamos a representação gráfica a seguir:



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Vale lembrar que as três grandes categorias do custo de produção são:

As variações de matéria-prima e mão-de-obra direta podem ocorrer na quantidade ou no preço, ou, ainda, acontecer simultaneamente (variação mista).

Vamos considerar estabelecidos os seguintes custos por unidade, para um determinado produto.

Custo-padrão

Ao final do período, os custos reais foram

A comparação dos valores nos leva a concluir que:



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

4 - Variações de Preço, de Quantidade e Mista

Aprofundando um pouco mais a análise, teremos o seguinte:

Variação de quantidade
A variação (desfavorável) da mão-de-obra direta somou $ 500,00.
Vejamos a fórmula para apuração da variação da quantidade:

VQ = (Quantidade Real - Quantidade-padrão) x Preço-padrão


No caso analisado:
            VQ = (25-20) x 50,00
            VQ = 5 x 50,00
            VQ = $ 250,00

A variação de preço é resultante do aumento do preço da hora de mão-de-obra. Podemos encontrar essa variação, com a fórmula:

VP = (Preço Real - Preço-padrão) x Quantidade-padrão

No caso analisado:
VP = (60 - 50) x 20
VP = 10 x 20
VP = $ 200,00



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Variação Mista - Quando ocorre simultaneamente a variação do preço e da quantidade. A fórmula a ser aplicada é a seguinte:

VM = (Quantidade Real - Quantidade-padrão) x (Preço Real - Preço-padrão).

No caso analisado, a aplicação da fórmula ficaria assim:
VM = (25 - 20) x (60 - 50)
VM = 5 x 10
VM = $ 50,00

A variação pode ser visualizada por meio do esquema abaixo.

Variações de preço, de quantidade e mista

Para que os dados apurados sejam úteis para a administração da empresa, é necessário gerar relatórios com indicações de caminhos a serem seguidos. É necessário saber se os custos estão sob controle. Se não estiverem, é necessário identificar a causa dos desvios, e estudar alternativas para melhorar a situação.



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Módulo 03 - Custo-padrão (standard)

Resumo

Custo-padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta.

No custo-padrão, os custos são apropriados à produção, não pelo seu valor efetivo (ou real), mas por uma estimativa do que deveriam ser. Pode ser utilizado quer a empresa adote o Custeio por Absorção, quer o custeio variável.

Sua finalidade básica é proporcionar um instrumento de controle à administração da empresa. Neste sentido, podemos dizer que controle significa tomar conhecimento de uma determinada realidade, compará-la com aquilo que deveria ser em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e tomar providências no sentido de correção de tais desvios.

Os tipos de custo-padrão são: ideal; estimado; corrente.

A análise das variações (diferença) entre custo-padrão e custo real permite à empresa controlar seus custos e identificar deficiências que possam ocorrer na produção.

Por convenção, a variação será favorável à empresa, quando o custo real for inferior ao padrão, e desfavorável, quando o custo-padrão for inferior ao custo real.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

1 - Informação Contábil na Tomada de Decisão

E Você? Que tipos de informações contábeis são necessárias em determinados momentos para se tomar uma decisão de qualidade?

Em muitos casos, torna-se impossível avaliar alternativas sem a utilização de técnicas estatísticas ou da matemática financeira para auxiliar o momento da decisão, pois a complexidade organizacional e o número de variáveis a serem analisadas é crescente.

As maiores contribuições para o desenvolvimento das aplicações da matemática financeira no processo decisório vêm sendo apresentadas sob o nome de Engenharia Econômica. Alguns princípios da Engenharia Econômica, apresentados por Paulo Hummel e Mauro Taschner valem ser lembrados, pela importância em relação ao nosso conteúdo:

  • Não existe decisão a ser tomada considerando-se alternativa única;
  • Somente alternativas homogêneas podem ser comparadas;
  • Os critérios para decisão entre alternativas econômicas devem reconhecer o valor do dinheiro no tempo;
  • Não devem ser esquecidos os problemas relativos ao racionamento do capital;
  • Decisões separáveis devem ser tomadas separadamente;
  • Os graus de incerteza associados às previsões efetuadas devem ser tratados atribuindo-lhes um certo peso, conforme a importância;
  • As decisões devem levar também em consideração os eventos qualitativos não quantificáveis monetariamente e;
  • Utilizar sempre as informações contábeis e avaliar o impacto das alternativas.


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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

2 - Decisões do Tipo Fabricar ou Comprar

É o tipo de decisão que deve ser tomada pela gerência com constância relativa. Em determinado processo é comum ocorrerem avaliações ou reavaliações da situação operacional. Em alguns momentos, pode-se deparar com variações de preços que podem gerar grandes lucros ou, em outra via, grandes prejuízos para a Empresa. Ou seja, se a empresa resolve fabricar uma peça que é parte de um de seus produtos, sem comparar com a alternativa de comprar a mesma peça de terceiro e, mais adiante, descobre que seria mais barato comprar de terceiros, a empresa está tendo prejuízos. Esses prejuízos podem, inclusive, se perpetuar após a produção, pois provavelmente seu preço será superior aos praticados por seus concorrentes que se utilizaram de informações gerenciais para resolver o que fazer.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Para Iudícibus e Padoveze, a decisão de comprar ou fabricar envolve as seguintes variáveis:

Vejamos um exemplo adaptado de Iudícibus:

A administração da Industrial Serrana solicitou a opinião do contador a fim de decidir seria mais vantajoso continuar fabricando uma peça de um produto seu ou adquiri-la de um fornecedor. O preço de aquisição desta peça é de $ 469,12. A empresa precisa, atualmente, de 5.000 unidades de tais peças. Os custos para produzir as peças estão discriminados a seguir.

Peça XYZ
Quantidade: 5.000
Custos
 
Materiais
R$ 1.026.200,00
Mão-de-obra Direta
R$ 1.641.920,00
Mão-de-obra Indireta
R$ 351.840,00
Consumo de Energia
R$ 17.592,00
Outros Custos
R$ 32.448,00

Somando os custos necessários à fabricação das peças e dividindo pela quantidade produzida, teremos um custo unitário de R$ 614,00 (valor superior ao preço de aquisição das peças), mas deveremos analisar outras informações, a saber:

- possibilidade de redução de custos fixos: os equipamentos e ferramentas utilizados poderão ser vendidos, caso não tenham outra utilização no processo produtivo. Isso permitiria redução de depreciação e seguro. O espaço físico também pode ser reduzido ou reaproveitado, gerando também economia de recursos.
- utilização da capacidade ociosa: se a empresa apresenta grande capacidade ociosa, a alternativa de produzir merece maior atenção em virtude de possibilitar aproveitamento da capacidade instalada. Caso contrário, a aquisição permite a liberação de recursos (mão-de-obra, equipamentos e espaço físico) para fabricação de outros componentes ou do produto final.
- economia de custos: somente os valores evitáveis (custos evitáveis), ou seja, aqueles gastos que deixarão de existir quando a peça deixar de ser produzida, podem ser considerados economia de custos.
- cálculos adicionais por adquirir de terceiros: verificar os gastos adicionais, como seguro, frete, embalagens, etc.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Para o nosso exemplo, consideraremos que se as peças forem adquiridas de um fornecedor, as máquinas utilizadas atualmente para produzi-las poderão ser vendidas pelo valor contábil (valor de aquisição menos depreciações).

Vale lembrar que a aquisição das peças permitirá uma redução de custos com depreciação de equipamentos e seguros (já inseridos no custo do produto) no valor de R$ 32.448,00.

Por outro lado, no caso de adquirirmos de um fornecedor, incorreríamos nos seguintes custos adicionais:



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Que decisão tomar?

Podemos melhorar a visualização do problema com a construção do quadro de Comparação de Alternativas a seguir:

 
Custos
Fabricando a Peça $
Comprando a Peça $
Matérias-Primas
1.026.200
-
Valores das Peças
-
2.345.600
Fretes
-
5.000
Mão-de-obra Indireta
351.840
293.200
Mão-de-obra Direta
1.641.920
-
Energia e Outros Custos
50.040
-
Total
3.070.000
2.643.800

Assim, teremos um gasto de $ 3.070.000 para produzir e R$ 2.643.800 para adquirir as peças. Considerando os números, a decisão será pela aquisição, mas como salientamos anteriormente, a empresa deverá verificar outros aspectos como qualidade e continuidade do fornecimento.

Na base de tais números, provavelmente decidiríamos pela aquisição, em vez de fabricação.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Considerações

O importante numa decisão deste tipo é, por um lado, apresentar os custos de aquisição das peças e, por outro, apresentar os custos de fabricação das peças.

Se, por outro lado, os custos mão-de-obra indireta antes da fabricação forem de $ 100.000,00 e, com a decisão de fabricar, subirem para $ 120.000,00, somente a diferença de $ 20.000,00, poderá ser apropriada como custos da alternativa de fabricar.



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3 - Decisões sobre Substituição de Equipamentos

O que acontece quando as empresas e, particularmente, as indústrias não acompanham o desenvolvimento de novas tecnologias, a utilização de novos métodos e máquinas no processo produtivo?

Certamente você responderia de imediato que ela deverá estar fora do mercado em pouco tempo, em função da perda de competitividade.

Esse é um dos motivos pelos quais a substituição de equipamentos é um tema em constante estudo pela administração de qualquer empresa, sobretudo aquelas cujos produtos apresentam maior velocidade de mudanças.

Afinal, quais as principais razões que levam à substituição de equipamento?

- Obsolescência física: equipamento muito utilizado que exige elevados gastos com manutenção;
- Existência de alternativas tecnicamente melhores;
- Obsolescência funcional: equipamento com pouca utilização devido à redução de demanda dos respectivos produtos;
- Possibilidade de substituição por equipamentos arrendados ou outras mudanças no processo produtivo.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Existem diversas alternativas quanto à substituição de equipamentos, pois pode ser adquirido um equipamento similar, um equipamento tecnicamente superior, ou até mesmo um equipamento usado. Essas alternativas devem ser analisadas, levando-se em conta os efeitos, a longo prazo, sobre os lucros e fluxos de caixa. Apresentaremos algumas técnicas e exemplos para ilustrar, de forma introdutória, o tipo de decisão pretendido.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Um dos procedimentos mais utilizados para avaliação de investimentos consiste na verificação da taxa de remuneração do capital investido. A opção mais conhecida para verificação da taxa de rentabilidade do capital investido é a Taxa Interna de Retorno (TIR), também chamada de Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo.

A análise de valores agregados ao fluxo de caixa, gerados pelo novo investimento, também é uma metodologia muito utilizada. Esses fluxos de caixa são comparados ao custo de oportunidade dos recursos investidos. Quando a análise da viabilidade é realizada por meio do somatório dos fluxos de caixa descontados para a data atual, denomina-se Valor Presente Líquido(VPL) ou Valor Atual Líquido. É possível também levar os fluxos de caixa para o valor futuro, dependendo do interesse e possibilidades informacionais.

Trataremos então dessas duas metodologias para subsidiar a decisão sobre substituição de equipamentos:


  • Taxa Interna de Retorno (TIR) ou Taxa de Retorno Ajustada Pelo Tempo
  • Valor Presente Líquido (VPL) ou Valor Atual Líquido.

Para decidir entre alternativas ou projetos que envolvam fluxos de longo prazo, ambas as metodologias podem ser utilizadas.

A Metodologia da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo ou Taxa Interna de Retorno (TIR):

O Método do Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL):



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Vejamos um exemplo de aplicação dos dois métodos:

Certa empresa poderia adquirir, por $ 300.000,00, uma nova máquina, e esta economizaria $ 29.000,00 por ano em despesas operacionais desembolsáveis. Sua vida útil estimada é de 20 anos, e o valor residual estimado é nulo.

Solução pelo Método da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo ou Taxa Interna de Retorno (TIR).

Na verdade, segundo esta metodologia, $ 300.000,00 corresponde ao valor atual de uma anuidade de $ 29.000,00 a x % (porcentagem que estamos, justamente, procurando), durante 20 anos.

Como já mencionado anteriormente, o cálculo da TIR pode ser feito utilizando uma calculadora financeira ou em uma planilha Excel. Veja os valores na planilha.

Caso não possamos utilizar os recursos de planilha ou calculadora, poderemos utilizar uma tabela que facilmente encontramos nos livros de matemática financeira. Para isso, precisamos identificar o Fator (TR) na seguinte equação:

Verificando em uma tabela de Valor Atual de Anuidades e procurando, na linha de 20 anos, deve-se identificar a coluna que mais se aproxima de 10,345.

Assim, encontram-se a coluna de 7%, apontando 10,594, e a de 8%, apontando 9,8181.

A verdadeira taxa ajustada pelo tempo estará entre estas duas (7% e 8%).

Assim, por interpolação, uma diferença de 10,594 menos 9,8181, ou seja, 0,7759, corresponde a uma diferença percentual de 1%.

Considerando que 10,345 está mais próximo de 7% (Fator 10,594), significa que a verdadeira TIR será 7% mais um pequeno percentual.

Assim:

como

0,7759 está para 1%.
0,249 está para X%.

Logo, a TIR será de 7% + 0,32% = 7,32%

Observem que a TIR encontrada apresenta uma pequena diferença em relação ao cálculo realizado na planilha Excel, mas isso é normal devido à interpolação.



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Fator de acumulação em séries uniformes postecipadas :

n

i (taxa de juros ao período)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

1

0,9901

0,9804

0,9709

0,9615

0,9524

0,9434

0,9259

0,9259

0,9174

0,9091

0,9009

0,8929

0,8850

0,8772

2

1,9704

1,9416

1,9135

1,8861

1,8594

1,8334

1,8080

1,7833

1,7591

1,7355

1,7125

1,6901

1,6681

1,6467

3

2,9410

2,8839

2,8286

2,7751

2,7232

2,6730

2,6243

2,5771

2,5313

2,4869

2,4437

2,4018

2,3612

2,3216

4

3,9020

3,8077

3,7171

3,6299

3,5460

3,4651

3,3872

3,3121

3,2397

3,1699

3,1024

3,0373

2,9745

2,9137

5

4,8534

4,7135

4,5797

4,4518

4,3295

4,2124

4,1002

3,9927

3,8897

3,7908

3,6959

3,6048

3,5172

3,4331

6

5,7955

5,6014

5,4172

5,2421

5,0757

4,9173

4,7655

4,6229

4,4859

4,3553

4,2305

4,1114

3,9975

3,8887

7

6,7282

6,4720

6,2303

6,0021

5,7864

5,5824

5,3893

5,2064

5,0330

4,8684

4,7122

4,5638

4,4226

4,2883

8

7,6517

7,3255

7,0197

6,7327

6,4632

6,2098

5,9713

5,7466

5,5348

5,3349

5,1461

4,9676

4,7988

4,6389

9

8,5660

8,1622

7,7891

7,4353

7,1078

7,8017

6,5152

6,2469

6,9952

5,7590

5,5370

5,3282

5,1317

4,9464

10

9,4713

9,9826

8,5302

8,1109

7,7217

7,3601

7,0236

6,7101

6,4177

6,1446

5,8892

5,6502

5,4262

5,2161

11

10,368

9,7868

8,5302

8,7605

8,3064

7,8869

7,4987

7,1390

6,8052

6,4951

6,2065

5,9377

5,6869

5,4527

12

11,255

10,575

9,9540

9,3851

8,8633

8,3838

7,9427

7,5361

7,1607

6,8137

6,4924

6,1944

5,9176

5,6603

13

12,134

11,348

10,635

9,9856

9,3936

8,8527

8,3577

7,9038

7,4869

7,1034

6,7499

6,4235

6,1218

5,8424

14

13,004

12,106

11,296

10,563

9,8986

9,2950

8,7455

8,2442

7,7862

7,3667

6,9819

6,6282

6,3025

6,0021

15

13,865

12,849

11,938

11,118

10,380

9,7122

9,1079

8,5595

8,0607

7,6061

7,1909

6,8109

6,4624

6,1422

16

14,718

13,578

12,561

11,652

10,838

10,106

9,4466

8,8514

8,3126

7,8237

7,3792

6,9740

6,6039

6,2651

17

15,562

14,292

13,166

12,166

11,274

10,477

9,7632

9,1216

8,5436

8,0216

9,5488

9,1196

7,7291

7,3729

18

16,398

14,992

13,754

12,659

11,690

10,828

10,059

9,3719

8,7556

8,2014

7,7016

7,2497

6,8399

6,4674

19

17,226

15,678

14,324

13,134

12,085

11,158

10,336

9,6036

8,9501

8,3649

7,8393

7,3658

6,9380

6,5504

20

18,046

16,351

14,877

13,590

12,462

11,470

10,594

9,8181

9,1285

8,5136

7,9633

7,4694

7,0248

6,6231



É muito fácil calcular:

- Coloque em uma célula (B1) o valor do investimento inicial (negativo): -300.000
- Coloque o fluxo de caixa do período (no nosso caso, 29.000 em 20 anos)
- Em seguida, coloque a fórmula =TIR(B1:B21; 0,07). B1 a B21 compreende o intervalo das células com o investimento inicial e o fluxo de caixa, enquanto o 0,07 significa a TIR estimada (podemos estimar isso não afeta o resultado).
* Observe que o resultado do cálculo encontrado na planilha será 7,308%.



É muito fácil calcular:

- Coloque em uma célula (B1) o valor do investimento inicial (negativo): -300.000
- Coloque o fluxo de caixa do período (no nosso caso, 29.000 em 20 anos)
- Em seguida, coloque a fórmula =TIR(B1:B21; 0,07). B1 a B21 compreende o intervalo das células com o investimento inicial e o fluxo de caixa, enquanto o 0,07 significa a TIR estimada (podemos estimar isso não afeta o resultado).
* Observe que o resultado do cálculo encontrado na planilha será 7,308%.



Investimento

-300000

 

Fluxo de caixa

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

TIR:

29000

7,308%

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 






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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

O que significa a taxa de retorno ajustada pelo tempo?

É a taxa que iguala o valor investido de $ 300.000,00 ao valor atual das economias de despesas de desembolso (ou ao valor das entradas de caixa) de $ 29.000,00 anuais durante 20 anos.

Esta taxa deve ser comparada com a taxa de juros sobre os recursos tomados emprestados. Se tomamos um empréstimo à taxa de 7,32% ao ano para adquirir a máquina, as economias de despesas de $ 29.000,00, durante 20 anos, produzidas pela máquina, pagariam exatamente o empréstimo e os juros durante os 20 anos. Se o custo de captação de capital for inferior a 7,32%, o projeto será lucrativo; caso contrário, será deficitário.

A taxa de retorno ajustada pelo tempo, portanto, foi de 7,32% ao ano.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Solução pelo Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL):

Neste caso, todavia, iremos substituir $ 300.000,00 por uma incógnita, e o x% será substituído pela taxa desejada de retorno de 6%.

X = valor atual de uma anuidade de $ 29.000,00 a 6%, por 20 anos.
      O fator, na tabela para 6% e 20 anos, é, como vimos, 11,470.
      Substituindo este fator na última expressãoteremos: Valor Atual = 29.000 x 11,470 = 332.630

  Valor Atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . $ 332.630,00
(-) Custo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . $ 300.000,00
= Valor Atual Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . $   32.630,00

O projeto é favorável, portanto, pois o valor computado é superior ao custo investido.

Consideramos o método do valor atual líquido melhor do que o da taxa de retorno ajustada pelo tempo, pois não exige interpolações e é aplicável com igual facilidade quando os fluxos não são constantes. Entretanto, os contadores e gerentes parecem entender melhor o método da taxa ajustada de retorno, pois comparamos uma taxa com outra, ao passo que, no método do valor atual líquido, comparamos um valor atual de um fluxo futuro com o custo do investimento.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

No exemplo apresentado, aceitaríamos o projeto pelas duas metodologias.

Metodologia da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo


  • projeto aprovado, pois a taxa ajustada, de 7,32%, é superior à taxa de juros de custo do dinheiro, de 6%.

Metodologia do Valor Atual Líquido


  • projeto aprovado, pois o valor atual do fluxo futuro a uma taxa de 6% (taxa de desconto) é superior ao custo do investimento.

A empresa "New Option S.A." está estudando a possibilidade de adquirir uma nova máquina de beneficiamento de algodão para substituir a máquina em uso.

A máquina, atualmente em uso, está relativamente bem conservada e poderá durar mais 10 anos. Mas a nova máquina é muito superior tecnicamente e permitirá a redução de custos de matéria-prima, materiais e outros custos diretos de operação em $ 50.000,00 por ano. A nova máquina custa $ 150.000,00, já instalada. A taxa de retorno desejada é de 25% e o tempo de vida útil da nova máquina é de 10 anos.

A depreciação da máquina atual é de $ 15.000,00 por ano, e seu valor contábil (custo menos depreciação) é de $ 9.000,00. Se for vendida agora, poderá receber $ 11.000,00. Daqui a 10 anos, não terá valor comercial.

Vejamos então se é viável a aquisição da nova máquina, utilizando o método da Taxa Interna de Retorno (TIR):

- Usando o Excel teremos:

-150000

 

50000

TIR

50000

31,113%

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

- Utilizando o cálculo manual teremos:

TR = 150.000 / 50000 = 3 Assim, verificando na tabela mencionada anteriormente (disponível nos livros de Matemática Financeira), encontraremos o Fator 3,0091 para a taxa de 31%, sendo n = 10; encontraremos o Fator 2,9304 para a taxa de 32%. Seguindo o raciocínio do exemplo apresentado anteriormente, a diferença será de 0,0787 (3,0091 – 2,9304) correspondente a 1%, mas queremos encontrar o percentual representado pela diferença de 0,0091 (3,0091 – 3).

Se 0,0787 corresponde a 1%, então 0,0091 corresponde a 0,11%. Assim, devemos somar 0,11 ao percentual encontrado na tabela para o fator 3,0091 e encontraremos a TIR, ou seja: 31,11%.

Vamos utilizar o método do Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL).

Assim, verificamos que as economias derivadas da compra da nova máquina são de $ 50.000,00 anuais, durante 10 anos. Vamos então calcular o Valor Presente Líquido (VPL) utilizando a calculadora HP12C:

Passo
Teclas
1
[ON]
2
[f] [Reg]
3
150000 [CHS] [g] [CFo]
4
50000 [g] [CFj]
5
10 [g] [Nj]
6
25 [i]
7
[f] [NPV]
8
[ENTER] 150000 [+]

Observe que limpamos os registros da calculadora, informamos o valor do investimento, fluxo de caixa e número de períodos e, finalmente, informamos a taxa de retorno desejada. O resultado deverá ser de $ 178.525,16.

Poderemos aproveitar e confirmar o cálculo da TIR, utilizando as informações já incluídas na calculadora. Para isso basta dar mais um passo:

Passo
Teclas
9
[f] IRR

O resultado deverá ser 31,11, ou seja, 31,11% calculado na planilha Excel, certo?

O valor do investimento é de $ 150.000,00, logo, aparentemente, vale a pena adquirir a máquina, pois o valor atual dos rendimentos futuros proporcionados pela nova máquina é superior ao seu custo.

Entretanto, para tomar uma decisão final, precisamos levar em conta as informações sobre o provável valor da venda da máquina antiga e as depreciações.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

As depreciações são alocações contábeis que não implicam saídas específicas de caixa (são chamadas despesas extra-caixa). As depreciações e os valores contábeis são, portanto, desprezados nas decisões envolvendo fluxos descontados de caixa, pois representam custos "expirados".

No que se refere ao valor de venda da máquina antiga, poderíamos receber $ 11.000,00 se fosse vendida agora.

Portanto, ao adquirir novo equipamento, venderíamos o antigo e receberíamos $ 11.000,00. Isto faz com que o custo efetivo da nova aquisição seja de $ 150.000,00 - $ 11.000,00 = $ 139.000,00.

Assim, o fluxo futuro de economias resulta num valor atual de $ 178.525, e o valor efetivo de custo do investimento é de $ 139.000,00. O projeto seria, portanto, aprovado.



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Outras Considerações

Freqüentemente, o problema da decisão é complicado por um ou vários dos seguintes fatores:

É preciso considerar, por outro lado, que o fluxo descontado não é a única forma de avaliar projetos. Contadores e administradores freqüentemente usam outros métodos, a saber: Método do Payback, Método da Taxa Contábil de retorno e outros baseados, em nenhuma fórmula, apenas no "bom senso".

Alguns supervisores decidem por adquirir novo equipamento apenas quando o antigo, literalmente, "pifar".

É o mesmo tipo de comportamento de um dono de automóvel que substitui seu carro quando realmente estiver "caindo aos pedaços". Provavelmente, todavia, as despesas de manutenção e reparos que ele teve para poder andar com o carro antigo por tanto tempo, ou os aborrecimentos, perdas de tempo (mensuráveis em dinheiro), falta de segurança, etc., teriam tornado mais viável a alternativa de adquirir um carro novo, antecipadamente.



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4 - Outros métodos de análise de investimentos

Método do payback

Um dos métodos mais utilizados para avaliação de investimentos consiste no cálculo do prazo de recuperação do capital investido, o payback. Este método dá muita ênfase ao tempo que demorará a recuperar o investimento e tira o destaque da lucratividade do projeto. Entretanto, é, provavelmente, o método mais usado, na prática, para avaliação de projetos.

Suponhamos duas alternativas de investimento. Uma implica o desembolso de $ 100.000,00, porém economiza (em despesas operacionais desembolsáveis) $ 30.000,00 por ano. A vida estimada é de seis anos.



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Outra máquina custaria $ 66.667,00 e economizaria $ 33.000,00 por ano. Sua vida seria de quatro anos.

No Caso da Máquina 1, P = 100.000,00 = 3,33 anos
                                       30.000,00

Se utilizássemos o método do payback puro, seríamos levados a escolher a máquina 2, pois o investimento inicial é recuperado mais rapidamente do que pela máquina 1.

Entretanto, a máquina 1 proporcionará 2,67 anos de economias (6 anos da vida útil menos 3,33 do payback) adicionais, ao passo que a máquina 2 proporcionará somente mais 1,98 ano (4 - 2,02).



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

É possível que, se levarmos em conta este fato adicional, a escolha recaia na máquina 1 (seria necessário, de qualquer forma, para ter certeza, o cálculo dos valores atuais, logo, cairíamos no método do fluxo descontado). Entretanto, existem variantes do método do payback que podem ser realmente úteis em várias decisões.

Uma delas é conhecida com "Payback Recíproco" e é definida como:

No caso do exemplo utilizado no estudo da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo, teremos:

PR = $ 29.000 = 0,097, ou 9,7%.
       $ 300.000

Entretanto, com relação ao Payback Recíproco, pode-se demonstrar que é um método válido apenas se:

Note-se, de qualquer forma, que o Payback Recíproco sempre será algo maior que a verdadeira taxa de retorno (no caso do exemplo citado, esta taxa era de 7,32%).



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Apesar das técnicas de fluxos descontados serem, normalmente, as melhores para o tipo de decisão que estamos tratando, alguns contadores e administradores estão mais familiarizados com a taxa contábil de retorno. Conquanto seja superior ao Payback, no sentido de preocupar-se com a lucratividade, tem o grave defeito de ignorar o efeito tempo nos fluxos.

A taxa contábil de retorno pode ser definida como:

TCR = Lucro médio adicional esperado
          Investimento adicional inicial

Alguns preferem que o denominador seja representado pelo investimento médio.

No caso do 1º exemplo, a taxa de retorno seria assim calculada:

TCR = $ 30.000,00 - $ 16.667,00 (depreciação) = 13,3%
                            $ 100.000,00



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Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Resumo

No processo decisório, existe o momento anterior à decisão, o atual e o novo, que dependerá da decisão tomada. Deve-se avaliar que tipo de informação contábil é necessária em determinado momento? Em muitos casos, torna-se impossível avaliar as alternativas sem a utilização de técnicas estatísticas ou da matemática financeira para auxiliar a tomada de decisão.

As decisões do tipo Fabricar ou Comprar devem ser tomadas pela gerência com constância relativa. Em determinado processo, é comum ocorrerem avaliações ou reavaliações da situação operacional.

As decisões podem envolver as seguintes variáveis: a) comparação entre custos; b) grau de ocupação da capacidade da fábrica antes da decisão; c) problemas de mercado, tempos de espera e qualidade das partes; d) segurança no longo prazo.

As decisões sobre substituição de equipamentos devem avaliar se: a) continuamos a utilizar um equipamento já existente - parcialmente depreciado e quase sempre necessitando de muita manutenção e oferecendo produtividade apenas razoável; b) se adquirimos um novo equipamento, assumindo o custo do investimento e tendo as vantagens de maior produtividade e menor manutenção.

Para decidir que curso de ação tomar, vimos que é preciso calcular taxas de retorno ajustadas pelo tempo ou valores atuais. Dinheiro tem valor diferente, conforme seja recebido em épocas diferentes, não somente pelo fenômeno inflacionário, mas porque é muito mais proveitoso, sob todos os aspectos, receber $ 100 hoje do que daqui a um mês ou daqui a um ano.

Destacamos as principais taxas e suas aplicações, tais como: TCR - taxa contábil de retorno, TIR - taxa interna de retorno; o método do Payback.



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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

1 - Informação para Avaliação de Desempenho

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviço.

O ponto mais importante da avaliação de desempenho consiste em aplicar instrumentos que dimensionem de forma clara e objetiva o desempenho dos diversos setores da empresa em relação às metas previamente estabelecidas.

Para Iudícibus (2000), "Tradicionalmente, a contabilidade gerencial tem dado muita ênfase ao centro de custo e chegou-se a pensar em contabilidade por responsabilidade, ficando esta, limitada ao mapeamento dos custos que seriam controláveis e dos que não seriam controláveis".

Contudo, hoje em dia, esta noção de contabilidade por responsabilidade está associada a conceitos mais avançados, como centro de lucro e centro de investimento, como veremos a seguir.



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A alta administração deve acompanhar, controlar e cobrar com base em responsabilidades claramente atribuídas aos diversos setores.






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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

2 - Centro de Custo

É a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custo (HORNGREN apud IUDÍCIBUS, 2000).

Centros de Custos podem coincidir com Departamentos, mas em alguns casos um departamento pode conter vários centros de custo. Por exemplo, um departamento de beneficiamento pode ter apenas um supervisor, mas pode ter várias linhas de beneficiamento. Para cada linha, poderíamos criar um centro de custo à parte e avaliá-lo separadamente.

No caso de uma Instituição de Ensino Superior, os Departamentos podem ser a menor unidade administrativa, sendo caracterizado como Centro de Custo.



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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Quando são criados centros de custos, os chefes ou supervisores dos centros passam a ser responsáveis pelos respectivos custos. Considerando que alguns custos não podem ser controlados por esses supervisores, sugiram os conceitos de custos controláveis e não controláveis. Pode-se dizer que custos controláveis são os passíveis de serem influenciados diretamente por um supervisor ou gerente durante certo interregno de tempo.

É importante notar que o maior ou menor grau de controle de um supervisor sobre um item de custo está diretamente associado ao nível de sua autoridade. Um custo pode recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu supervisor.

Por exemplo, o custo da mão-de-obra indireta de certo departamento produtivo, numa empresa altamente centralizada, quanto à política de pessoal e salários, pode não ser controlável pelo supervisor do departamento produtivo, mas pelo Diretor ou Responsável pela área de Recursos Humanos, e assim por diante.

Por causa de problemas deste tipo, é que existe uma contradição entre a acumulação tradicional de custos em centros de custo e suas conseqüentes variações entre previsões e realizações, e a necessidade de se atribuírem responsabilidades em nível de pessoas, pelo desempenho.

Verifique que a depreciação pelo método da linha reta é incontrolável por qualquer setor ou função da empresa, pois está associada ao uso de um critério pré-definido.

Puramente sob um ponto de vista de contabilidade por responsabilidade, somente deveriam ser reportados como responsabilidade de um departamento os custos controláveis pelo responsável do departamento, excluindo-se os não controláveis, que seriam alocados como responsabilidade de mais alguém, dentro da organização.



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3 - Centro de Lucro e Investimento

Centro de lucro é um segmento da empresa, às vezes constituído por uma divisão, que é responsável não apenas por custos (centro de custo), mas também por receitas e, portanto, por resultados.


 

Centro de investimento - É um centro de lucro, porém, o sucesso relativo não é mensurado pela diferença entre receitas e despesas, mas por esta diferença relacionada com o investimento realizado.

É o melhor conceito de Centro, pois o lucro deve ser relacionado com o que foi investido, a fim de obtermos a lucratividade relativa.



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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

4 - A Descentralização

As empresas centralizadas reservam maior parte do poder de decisão para os seus principais executivos. Em contraste, as empresas descentralizadas delegam muita autoridade para que ocorram decisões importantes nos níveis intermediários.

Normalmente, as empresas altamente centralizadas têm maior dificuldade de responder rapidamente às mudanças exigidas pelos seus ambientes interno e externo. Podemos então dizer que a centralização é mais cabível nas empresas que atuam em ambientes estáveis.

Por outro lado, as empresas que atuam em ambientes dinâmicos precisam pensar na descentralização por duas razões:

• As pessoas que se encontram na linha de frente são as primeiras a ver ou sentir a necessidade de mudança.
• Essas pessoas estão em melhor posição para desenvolver o conhecimento e habilidades exigidas para entender as mudanças necessárias em seus próprios trabalhos.

Segundo Atkinson e Kaplan (2000), existem três condições necessárias para a descentralização eficiente:

• devem ser dadas aos funcionários a autoridade e a responsabilidade para tomar decisões;
• os funcionários devem ter treinamento e habilidades para aceitar a responsabilidade da tomada de decisão;
• a empresa deve ter um sistema para guiar e coordenar as atividades dos tomadores de decisões descentralizados.

A descentralização de atividades em unidades distintas de uma mesma empresa deve ser acompanhada por uma adequada criação de centros de custos e centros de lucro ou investimento. Contudo, a descentralização não acontece simplesmente com a criação de centros de custo e de lucro. Caso os gerentes de tais centros precisem de autorização da administração central para decidir, constata-se que de fato não existe descentralização.

Decidir entre centralização e descentralização de uma atividade requer a análise de muitas variáveis.

A descentralização de uma atividade é mais vantajosa quando as unidades da empresa forem independentes. Isto não quer dizer que a descentralização seja desvantajosa nas outras circunstâncias.



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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Todo esquema de descentralização na área industrial envolve o estabelecimento de preços de transferência entre as subunidades.

Várias teorias entrechocam-se a respeito da forma de cálculo de tais preços. A forma mais encontrada, na prática, é transferir na base do custo total mais alguma porcentagem de mark-up.

A polêmica sobre preços de transferência abrange tanto o campo da contabilidade quanto o da economia.

Vários fatores, segundo Iudícibus apud Horngren, são críticos na escolha desta ou daquela forma para o preço de transferência: conciliação entre fatores econômicos e de avaliação de desempenho, existência de mercados intermediários, grau de interdependência das subunidades (o método do preço de mercado seria mais apropriado no caso de haver bastante independência entre as subunidades), etc.

Segundo Iudícibus (2000),"... será interessante resumir o assunto da avaliação de desempenho da seguinte forma:



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5 - O lucro como Medida de Desempenho

O lucro serve em muitos casos para simplificar toda a problemática de medir desempenho.

As maiores dificuldades para medir lucros são:


  • Escolher um índice de lucro que trate da alocação de custos e receitas ao centro de lucro.
  • Precificar a transferência de bens entre centros de lucros.

Vejamos um demonstrativo divisional construído com dados de uma Organização:

Receita $ 20.000
Custo variável $ 15.000
Margem de contribuição (*) $   5.000
Custos fixos controláveis $      800
Margem de contribuição controlável (*) $   4.200
Custos fixos não controláveis $   1.200
Margem de contribuição divisional (*) $   3.000
Despesas gerais e administrativas $   1.000
Lucros antes do IR (*) $   2.000

Os itens marcados acima (*) podem ser os indicadores de desempenho da divisão. Procure verificar cada um deles.

Lucro antes do IR - divisional - muitas empresas alocam as despesas gerais e administrativas às divisões no sentido de alerta, para que gerem lucros suficientes para cobri-las.

Um critério de alocação pode ser as vendas de cada unidade em relação ao investimento.



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Importante para entender a relação custo/volume/lucro dentro da divisão.



Receita menos custo variável e custo fixo, controlável.



Mede o desempenho da divisão, uma vez que decisões de investir do passado influenciam o resultado presente.






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Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Resumo

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviço.

O Centro de custo é a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custo.

Aprendemos que Centros de Custos podem coincidir com Departamentos, mas em alguns casos um departamento pode conter vários centros de custo.

Os custos controláveis são os passíveis de serem influenciados diretamente por um supervisor ou gerente durante certo interregno de tempo.

Um custo pode recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu supervisor, caracterizando-os, portanto, como custos incontroláveis.

Centro de lucro é um segmento da empresa, às vezes constituído por uma divisão, que é responsável não apenas por custos (centro de custo), mas também por receitas e, portanto, por resultados.

Centro de investimento é um centro de lucro, porém o sucesso relativo não é mensurado pela diferença entre receitas e despesas, mas por esta diferença relacionada com algum conceito de investimento realizado.

A descentralização de execução deve ser acompanhada por uma adequada criação de centros de lucro ou investimento.

O lucro serve, em muitos casos, para simplificar toda a problemática de medir desempenho. Contudo as maiores dificuldades para medir lucros são: escolher um índice de lucro que trate da alocação de custos e receitas ao centro de lucro; precificar a transferência de bens entre centros de lucros.



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