Ainda sobre as autoridades orientais, a advogada Rita Prates avisa que os negociadores não devem utilizar expressões como “isso não é correto”, ou mesmo perguntar “vocês têm poderes para fazer isso?” ou “quais as razões que levaram a essa decisão?”. A respeito da palavra “porquê”, Rita explica que ela os deixa confusos, pois não estão preparados para que as suas decisões sejam questionadas; estão habituadas a uma cultura de obediência.

A respeito dos exemplos apresentados pela advogada, é importante refletirmos que os orientais não agem da maneira relatada porque exigem a subordinação dos ocidentais. Essa postura é, na verdade, um traço cultural que faz com que, para eles, tal seja a forma “natural” de se negociar.

A título de curiosidade, a autora relata em seu artigo que os advogados chineses recebem os advogados da parte contrária com um banquete, onde se come e bebe em demasia. Quando chega o momento da reunião, a equipe que esteve no banquete é substituída por outra que irá efetivamente proceder à negociação. Quanto aos japoneses, ela recomenda cuidado com o “sim” que, para eles, não quer dizer que se aceita, mas simplesmente quer dizer que “entenderam”. Sobre os tailandeses, a recomendação é de não retirar qualquer conclusão, a partir da expressão facial; eles apresentam sorriso constante, o que não quer dizer que estejam concordando.



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