Assim, a criação de um código de ética para os negociadores não é idéia fácil de concretizar-se, pois não há entidades de classe, associações ou qualquer outra forma de representação formal da categoria. Isso não significa que as empresas para as quais os negociadores trabalham não possam desenvolver o seu código de ética.

Hipoteticamente, um código específico para situações negociais, poderia estabelecer os deveres dos profissionais que atuam em negociações e, também, as ações que lhe são vedadas. A seguir, apresentamos um quadro com sugestões que podem ser incorporadas por empresas que desejem construir o seu código, ou por pessoas que resolvam ter o seu próprio código de ética aplicado a negociações.

São deveres fundamentais dos negociadores:
Aos negociadores é vedado:
Esforçar-se para obter eficiência máxima em seus serviços; procurar sempre atualizar seus conhecimentos e aprimorar suas habilidades e atitudes. Utilizar qualquer técnica ou artifício para criar motivações inconscientes na outra parte, de forma a priva-la de livre arbítrio.
Assumir responsabilidades somente por negociações para as quais esteja capacitado, reconhecendo suas limitações e renunciando trabalho que possa prejudicar. Aproveitar-se da negociação para benefício próprio, quando estiver no processo negocial, em nome de uma organização.
Antes, durante e depois das negociações, apresentar à outra parte apenas informações verdadeiras. Ser cúmplice de pessoas que cometam ações ilegais ou não éticas, em negociações.
Respeitar a outra parte com quem está negociando, independe de raça, cor, sexo ou empresa representada. Apresentar informações falsas ou enganosas ou permitir a difusão dessas informações durante uma negociação.
Assumir, nos acordos negociais, apenas compromissos que possam de fato ser cumpridos. Divulgar informações inverídicas da organização que representa.

Se a empresa optar pela criação de um código de ética escrito, ele deve ser feito de forma clara, com detalhes que auxiliem a compreensão; mas não pode ser documento engessado, devendo refletir a realidade da empresa. Não basta escrever o código; é preciso distribuí-lo em todas as áreas da empresa e praticá-lo. Mais do que documento formal que garanta a integridade das ações da empresa, é necessário o compromisso de seus dirigentes e de todos os colaboradores com a verdade e a ética. Sem isso, a ética empresarial ficará apenas em duas dimensões: a teórica e a semântica; não chegará à dimensão que de fato faz a diferença: o agir eticamente.



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