3 - Bem viver e a virtude


Para Aristóteles a polis não é fruto de uma convenção humana, não é o resultado da decisão dos homens. Ela é o coroamento de um processo natural. A realização do indivíduo ocorre somente na medida em que este transcende e integra-se na vida da polis.

A polis era concebida como a etapa final da evolução humana.
“Aquele que, por natureza e não por acaso, não tiver cidade será
decaído ou sobre-humano”, dizia Aristóteles.

Na sociedade grega da antigüidade, a cidadania tem um caráter ativo, pois ali o cidadão é o indivíduo que tem o direito à palavra na Ágora.

O cidadão toma seu lugar no espaço público, onde são definidas as leis e as questões de Estado.

A Assembléia de cidadãos detinha o poder de definir as normas a serem seguidas. Os cidadãos precisavam, por conseguinte, exercer seu poder de persuasão nestes debates travados na Assembléia, posto que deles advinham decisões que se refletiam na vida de todos os habitantes da polis.

A participação ativa do cidadão na Democracia grega consistia no fato de todos tomarem parte no processo de tomada de decisões sobre os assuntos que repercutiam na vida de toda a coletividade. Portanto, dois aspectos fundamentais para o funcionamento da polis eram:

Na experiência histórica do povo grego, humanizar-se era impregnar-se de racionalidade. A racionalidade, por sua vez, é inseparável da liberdade. A felicidade – eudaimonia – e o Bem viver – eu Zein – não existem sem a razão e a liberdade.



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