| Na
ética-política aristotélica, o homem – um ser
natural como tantos outros – move-se na direção da sua
plenitude. Essa plenitude da felicidade e do bem viver faz parte de um longo
processo. O homem, nesse caminho, passa pela oikia, pela kome
até chegar à comunidade política, a mais completa e
perfeita associação natural. Somente nela o homem atinge sua
plenitude. Este longo processo, que culmina na plenitude, consiste numa árdua conquista de si. Essa auto-conquista tem início com a prática das virtudes e culmina na comunidade política. Segundo Aristóteles, a justiça é a virtude moral aglutinadora de todas as outras. Somente ela relaciona o homem com os outros homens. Só a virtude da justiça abre o indivíduo à comunidade, por isso a justiça é a virtude política por excelência. Nas concepções aristotélicas, Ética e Política visam ao mesmo fim: a vida virtuosa – o bem viver – e feliz. Como disse Aristóteles: “o bem supremo depende da ciência suprema e arquitetônica por excelência. Esta ciência é manifestamente a Política, porque ela dispõe quais são as ciências necessárias na polis e que tipo de ciência cada classe de cidadãos deve aprender”.
Aristóteles fala, especificamente, no exemplo da justiça: é praticando ações justas que nos tornamos justos. Donde concluímos que, em sua visão, as virtudes morais não são criadas em nós naturalmente, dado que nada do que é natural poderia ser modificado pelo hábito, pois, se tal ocorresse, seríamos, naturalmente, sempre virtuosos. Mas, também não são as virtudes separadas da natureza, e muito menos contrárias à natureza. A natureza deu ao Homem a capacidade de receber e cultivar as virtudes pelo hábito, ou seja, é pelo constante exercício das virtudes que as adquirimos. |
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