O campo do simbólico constitui-se como espaço da ação humana. E é a forma como os sujeitos históricos interpretam o real que dá significado ao plano do simbólico; portanto, são essas interpretações que nos interessam, posto que, a partir delas, os sujeitos assumem uma condição e se constituem politicamente.
Benedict Anderson (s/d), em seu livro "Imagined communities – reflexions on the origin and spread of nationalism”, descreveu as nações como sendo tais “comunidades imaginadas”, construídas pelos mitos de origem, ancestrais comuns, heróis, folclore, pela paisagem que marca e define a sua identidade. Se a memória é “a história ajustada às necessidades da construção da identidade nacional” – e para isto ela exige o “esquecimento”, como propunha Ernest Renan –, não seria este “esquecimento” uma exclusão espacial do território simbólico onde as estruturas de Poder forjaram o cenário e o suporte que possibilitam o seu exercício e a sua continuidade? Continuidade e ruptura, tradição e inovação, mudança e permanência: Hannah Arendt 1997 em seu livro “Entre o passado e o futuro” traz à tona a idéia de uma brecha – gap. Brecha que é sempre crítica, pois traduz o sentido do presente como crise que incessantemente se põe diante de nós, mediante as escolhas e opções que nos permitem ou não a composição de um novo repertório de possibilidades futuras propostas a partir do passado. |
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