A visão arendtiana enquadra-se no proposto por Renan, quando este expõe que, além de partilhar um passado de experiências comuns, uma nação, para existir, exige o consentimento e a adesão a valores e propósitos comuns. É possível chegarmos a este consentimento e a esta adesão sem um Espaço Público onde seja possível o exercício da cidadania? E se cidadania é, em primeira instância, o direito de falar e de ser ouvido, ou seja, é o direito de constituir e ocupar o espaço de fala, como é possível haver Democracia se ignoramos o território simbólico que dá as marcas, marcos, limites de todo o discurso e toda a ação?

Cada sociedade constrói para si – dentro do imaginário social – representações do que ela assume como sendo:

  • direitos e deveres dos seus membros;
  • práticas legítimas para seu exercício.

A partir dessas construções, as sociedades estabelecem diferentes identidades sociais para o cidadão. É dentro desta identidade que as sociedades definem as possibilidades de ação política de seus membros bem como as práticas sociais legítimas para o seu exercício.

Este é um aspecto importante: veremos, mais adiante, como os conceitos de Cidadania Corporativa, responsabilidade social e participação social da empresa decorrem disso tudo.



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