Resumo 

O cidadão não é um mero depositário de direitos. Ele é o criador, o ativador desses direitos. A cidadania é sempre processo em construção, é uma situação sempre dinâmica. O cidadão pleno participa ativamente no andamento da sociedade, na intervenção dentro do Estado, na criação de instituições.

Nomear os indivíduos como cidadãos implica na construção de uma identidade social. A identidade é uma condição forjada a partir de determinados elementos históricos e culturais. É um fator que instrumentaliza a ação e cuja eficácia é tanto maior quanto mais estiver associada a uma dimensão emocional da vida social.

A multiplicação de identidades possíveis, o reconhecimento do diverso, das diferenças, no interior de uma única sociedade – atualmente, de um mundo globalizado –, fenômenos como a “macdonaldização”, por um lado, e a “tribalização”, de outro, parecem ter diluído, fragmentado o conceito de identidade. Se a identidade emerge quando sujeitos políticos se constituem, e, neste sentido, permite a criação de um “nós” coletivo que leva à ação política eficaz, precisamos refletir, justamente, sobre aquilo que nos constitui como sujeitos políticos, a maneira como elaboramos a fala sobre nós mesmos, identificando o que significamos enquanto imagem e enquanto feixe de relações, cartografando um espaço próprio, uma condição assumida. Portanto, falar de identidade implica falar da emergência de uma condição comum que perdura apesar de diferenças específicas, implica a promoção de um reconhecimento.

A modernidade estrutura-se em um padrão socioconômico diverso da antigüidade, logo, a noção de Democracia, cidadania e participação política não poderia ser a mesma. Com a modernidade uma nova ordem de direitos passa a ser reivindicada.

Esses direitos relacionam-se à liberdade econômica. Já não é mais a participação na coisa pública o interesse fundamental. Procura-se mais a liberdade individual frente ao Estado do que a participação na gestão da coisa pública.

Na base da construção moderna da idéia de cidadania e participação política verifica-se a existência de uma nova concepção sobre a liberdade. Essa noção de cidadania baseia-se em valores políticos fundados no princípio da igualdade jurídica dos indivíduos diante do Estado.



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