1 - Responsabilidade Social

Nos estudos anteriores, estudamos as importantes mudanças ocorridas no cenário mundial desde a Segunda metade do Século XX. Observamos inúmeras transformações de ordem política, econômica, social e cultural das últimas décadas, as quais criaram condições para o aparecimento de novos modelos de relações entre instituições e mercados, organizações e sociedade. Neste contexto, cabe-nos examinar o que é responsabilidade social empresarial e como o mundo empresarial pode colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

Vimos, também em módulo precedente, que a chamada “crise do Estado” – o questionamento quanto ao papel e as funções do mesmo – levou o governo e os agentes públicos a uma aliança com organizações não-governamentais visando garantir o desenvolvimento de ações sociais mais efetivas, pois havia, então, uma clara percepção das inúmeras e crescentes dificuldades do Estado em garantir a oferta adequada de bens sociais.

As ONGs começaram, assim, a ocupar espaço dentro deste cenário, desempenhando um importante papel. Estas passam a encontrar muito mais facilidade em diagnosticar, com maior precisão, as ações sociais a serem implementadas, devido à proximidade aos problemas que afligem a sociedade.

No entanto, apesar de não estarem sujeitas aos mesmos entraves burocráticos do setor público e desenvolverem sistemas de gestão mais modernos e flexíveis, as ONGs não conseguiam chegar a um nível excelente de gestão, pois lhes faltavam o conhecimento, os recursos e a capacitação encontrados na iniciativa privada. Finalmente, as empresas são chamadas a assumir sua responsabilidade e participar ativamente na implementação de programas e ações voltados para o desenvolvimento social.

A responsabilidade social envolve sempre a decisão da empresa em participar de forma mais direta e ativa das ações comunitárias na região em que está presente. Hoje, não basta apenas a determinação em minorar, por exemplo, possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade exercida. Ações preventivas nada mais são que obrigação indeclinável. Hoje, nem mesmo ações “compensatórias” satisfazem; a responsabilidade social surge de forma muito mais abrangente.

O empresariado começa a perceber a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para as atividades das empresas. A cultura centrada na maximização do lucro dos acionistas está cedendo espaço para uma nova maneira de enxergar e conceber o papel e a função do setor privado em suas relações com a sociedade na qual se insere e da qual depende.

Dentro dessa perspectiva é que o chamado capitalismo social propõe novas formas de relação entre as empresas e a sociedade. Ambas começam a compartilhar objetivos e buscar resultados que atendam aos interesses comuns. Neste ponto, aparece a “lógica do Terceiro Setor”, já discutida e considerada difícil de entender: lucro e atendimento das demandas sociais... juntos! Possível? Vejamos.

Todas as transformações da atualidade – sejam econômicas, políticas ou culturais – vêm sendo determinantes na geração de novas posturas empresarias.



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