Imagine-se o que acontece quando o portador de pressão alta procura o médico. Uma vez que o problema é pressão arterial elevada, a solução óbvia será dar a essa pessoa algum medicamento para reduzi-la. O remédio reduz a pressão mas, ao mesmo tempo, faz com que o fluxo de sangue para os rins seja diminuído, fazendo aumentar a concentração de elementos tóxicos no sangue, o que leva a pressão da pessoa voltar a aumentar novamente. Se o médico decide dar à pessoa uma dose ainda maior do medicamento, isso fará com que o corpo reaja com mais intensidade, gerando verdadeira "guerra" entre ele e o medicamento. Se o remédio vencer, a pessoa poderá morrer envenenada pelo seu próprio sangue.

Imagine-se, agora, que o médico tenha noções de efeitos sistêmicos e procure saber o motivo pelo qual o medicamento não está fazendo efeito. Por meio de uma tomografia, ele localiza estreitamento na artéria renal que é retirado cirurgicamente, fazendo com que o paciente retorne à vida normal.

É muito importante enfatizar esse ponto: se uma solução óbvia não está funcionando é porque o feedback negativo do sistema está atuando no sentido de cancelar a intervenção externa.

De fato, como foi relatado, a solução óbvia pode fazer com que as coisas piorem ainda mais. Lembre-se: se tentar mudar determinada situação controlada por um loop de feedback negativo, é muito melhor tentar mexer na maneira com que os componentes interagem no sistema do que apelar para a força bruta, gerando "guerra". Porém isso pressupõe que se conheça primeiramente tanto o sistema quanto o seu funcionamento.



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