O brasileiro está vivendo mais num país que lhe é
perigoso
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A
expectativa de vida do brasileiro cresceu 2,6 anos durante a década
passada, seguindo uma tendência mundial de aumento da longevidade,
segundo dados do IBGE divulgados na segunda-feira 3. A mulher
está vivendo em média 72 anos e o homem, 64. Essa
é uma forma técnica de se ler a estatística.
Há outra no âmbito social e da saúde pública.
Não pessimista mas realista: a expectativa de vida no Brasil
é a segunda |
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pior da América do Sul, e aqui só se vive um pouco
mais do que na Bolívia. No mundo, os brasileiros estão
em 30º lugar. E os campeões da longevidade são
Japão, Suécia e Canadá (homem: 79 anos; a
mulher: 80). A diferença de expectativa de vida entre os
dois sexos no Brasil embute uma bomba-relógio: a mortalidade
entre os homens com idades de 15 a 35 anos é 3,5 vezes
maior do que entre as mulheres, motivada principalmente pelo aumento
da violência - incluídas as chacinas. Outra bomba:
a mulher, se está vivendo mais, nem por isso está
ganhando mais atenção social: uma entre quatro é
portadora de HPV, responsável pelo câncer de útero.
Some-se a isso o fato de que o brasileiro está ganhando
mais idade, mas num país que já aponta para cerca
de 1,3 milhões casos de mal de Alzheimer, sem uma política
de saúde para cuidar desse estado demencial que acomete
justamente os velhos. A última bomba, segundo o próprio
Ministério da Saúde, dá conta de um acelerado
avanço da hepatite C, que já atinge 3,3 milhões
de pessoas. |
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