Em um primeiro momento, Ísis e Osíris são a representação mitológica da relação do homem com a natureza, que até o século XVI era basicamente orgânica. Essa visão de mundo, de acordo com Fritjof Capra, físico e pensador sistêmico, estava assentada em duas autoridades: Aristóteles e a Igreja. Este conceito foi fundamentado por São Tomás de Aquino que combinou conceitualmente o sistema de natureza de Aristóteles com a teologia e a ética cristãs.Segundo o autor, até então,


“Não havia distinção entre arte, conhecimento filosófico, científico ou religioso, pois o conhecimento do Real era direto; tampouco havia distinção entre ciência e tecnologia.”

Se Ísis e Osíris representam o conhecimento não destrutivo da natureza, Seth, irmão de Ísis, é a representação de um novo paradigma, em que a criação envolverá também a destruição: uma nova visão de mundo e um conjunto de valores que foram formulados basicamente entre os séculos XVI e XVII. Iniciado com Nicolau Copérnico (1473-1543), que se opõe à concepção geocêntrica de Ptolomeu, o desenvolvimento da Ciência e das disciplinas científicas assenta-se sobre as Ciências Físico-Naturais, e mudará completamente a concepção de mundo e o modo de pensar dos indivíduos, rompendo com a percepção orgânica – baseada nos sentidos – que estes possuíam sobre a realidade.



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