Resumo

O processo de tomada de decisões é uma constante dentro das organizações e se torna cada vez mais difícil, à medida que aumenta a complexidade das empresas e do ambiente em que elas estão inseridas.

As pessoas usam modelos mentais diariamente. Suas ações são baseadas não no mundo real, mas nas imagens mentais desse mundo, nas relações entre seus componentes e das influências que suas ações têm sobre ele.

Um modelo mental é flexível, podendo levar em consideração uma variedade de informações que não exatamente dados precisos; pode adaptar-se a novas situações e ser modificado à medida que recebe novas informações.

Os modelos computadorizados realizaram avanços em relação aos modelos mentais em diferentes aspetos: são explícitos, totalmente documentados e podem ser revistos por qualquer pessoa; infalivelmente, eles demonstram as conseqüências das “verdades” assumidas pelo modelador; são compreensíveis e capazes de inter-relacionar muitos fatores simultaneamente.

Um modelo computadorizado com tais características, atualmente tem grandes vantagens sobre um modelo mental. Na prática, contudo, modelos computadorizados estão em um nível abaixo do ideal: a documentação é pobre e complexa dificultando seu estudo e compreensão; são tão complicados que os usuários não têm confiança em sua consistência e exatidão; incapazes de tratar relacionamentos e fatores difíceis de quantificar, para os quais não existam dados ou fujam ao leque de conhecimentos da pessoa que está modelando.

Fazer um modelo é, de certa forma, limitar e reduzir um sistema, isto é, de todas as múltiplas variáveis que compõem um sistema real, seleciona-se aquelas responsáveis por seu comportamento. O desenho de modelos com um número relativamente pequeno de variáveis pode ser muito útil aos objetivos e fins para os quais o modelo foi construído.

Em função da influência exercida pela pesquisa operacional nas ciências administrativas ficou-se com a impressão de que apenas modelos matemáticos são úteis e interessantes. Uma distinção entre modelagem Soft e Hard faz-se necessária, de forma a desvincular a idéia de que modelos sempre oferecem respostas precisas e exatas sobre os problemas enfrentados nas organizações e de que este é o único fator relevante na modelagem.

Para as abordagens Hard, os modelos são uma representação apropriada do mundo real e os resultados da simulação podem ser confrontados diretamente com a realidade.

Observe as diferenças de abordagens hard e soft visando isolar-se as distinções entre os dois estereótipos e as diversas matizes entre os dois.

Tipo
Abordagens hard
Abordagens Soft
Definição do problema
Vista como direta, unitária
Vista como problemática, pluralista
A organização
Assumida tacitamente
Requer negociação
O modelo
Uma representação do mundo real
Uma forma de gerar debate e insight a respeito do mundo real
Resultado
Um produto ou recomendação
Progresso por meio da aprendizagem
      Tabela: Abordagem hard versus soft
      Fonte PITT (1998)


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