Resumo

O pensamento sistêmico caracteriza-se por: analisar os problemas como um “grande quadro”; balancear perspectivas de curto e longo prazo; reconhecer a natureza dinâmica, complexa e interdependente dos sistemas; considerar fatores tangíveis e intangíveis e ter em mente que todos fazemos parte de sistemas nos quais temos uma função e, à medida que os influenciamos estes também nos influenciam. Sem uma perspectiva ampla, corre-se o risco de não encontrar uma solução efetiva para os problemas.

Ao invés de observar os intervalos em que aparecerão os resultados de suas atividades e a saúde da organização, algumas empresas fazem mudanças estratégicas – cortes nos custos de marketing, demitem ou contratam funcionários, elevam a produção – quando percebem uma necessidade imediata.

O pensamento sistêmico mostra os comportamentos que podem levar ao sucesso em curto prazo ou as medidas que podem conduzir a melhorias em longo prazo. Entretanto, a questão não é que uma visão de longo prazo seja melhor que uma visão de curto prazo. Em termos de decisão, o ideal é balancear as duas visões, considerar as opções de curto e longo prazo e analisar o decurso das ações decorrentes das mesmas.

Ao se observar o mundo sistematicamente, fica claro que todas as coisas são dinâmicas, complexas e interdependentes, ou seja, mudam o tempo todo, a vida é complexa e tudo está interligado. O pensamento sistêmico encoraja a utilização de informações mensuráveis, como o número de vendas, e informações difíceis de serem mensuradas, como motivação ou atitude dos clientes.

Importante ressaltar que contribuímos para o surgimento de nossos próprios problemas. Quando se pensa os problemas como um “grande quadro”, e a longo prazo, percebemos que desempenhamos algum papel no surgimento desses problemas.

O pensamento sistêmico tem qualidades únicas que o tornam uma poderosa ferramenta para a abordagem de sistemas complexos. Enfatiza a visão do todo e o papel das interconexões, reconhecendo-nos como parte do próprio sistema em que interferimos de forma que contribuímos na compreensão de como este funciona; é uma linguagem circular muito mais do que linear. O pensamento sistêmico tem um conjunto de regras que reduzem a ambigüidade e ruídos na comunicação, principalmente quando os problemas são discutidos em equipe e, por fim, oferece ferramentas visuais, como os diagramas de ciclos causais e a análise do comportamento de variáveis por meio de gráficos, os quais são ricos em conexões e favorecem os insights.

A linguagem do pensamento sistêmico oferece um amplo caminho de comunicação sobre a maneira como vemos o mundo e como se pode trabalhar mais produtivamente em equipe, compreendendo e solucionando problemas complexos. O processo de descoberta das estruturas de um sistema envolve a formulação do problema, identificação das variáveis-chave da situação e o desenho do comportamento dessas variáveis em um gráfico.

Todos os problemas têm origens sistêmicas. O segredo é escolher um que seja apropriado e significativo. A formulação de problemas inclui os seguintes componentes: o comportamento, uma descrição do comportamento do problema ao longo do tempo, uma medida de como o problema evoluiu através do tempo e o tempo de decurso do problema.

Decidir as variáveis a serem trabalhadas é muito importante, pois estas conduzirão o restante da análise. A identificação de variáveis é um processo interativo. Inicia-se com uma lista geral e, após muitas discussões e troca de opiniões, decide-se pela exclusão ou inclusão de novas variáveis. Em alguns casos, pode ser necessário até mesmo retrabalhar o problema, desde o início.

Uma vez que o problema tenha sido formulado e as variáveis escolhidas, o próximo passo é desenhar o comportamento das variáveis ao longo do tempo. Gráficos podem ser utilizados para construir hipóteses sobre o comportamento das variáveis ao longo do tempo, levando a uma compreensão mais profunda do problema.



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