1 - Dificuldades em trabalhar com variáveis intangíveis


“Antes de definir uma abordagem às competências nucleares ou antes de tentar calcular os objetos de conhecimento, é importante ter uma estrutura que incorpore diversos níveis de complexidade. A maioria das estruturas de conhecimento perdem este aspecto ao tentar criar categorias para o conteúdo do conhecimento, ao invés de focar nos níveis de complexidade do conhecimento."

Allee, 1997

A importância do capital intelectual e dos ativos intangíveis tem sido foco de muitas publicações, eventos e discussões. O valor imaterial das empresas como os relacionamentos entre parceiros, marcas, clientes, sistemas etc. e a habilidade de inovar, bem como a capacidade de multiplicar conhecimentos, têm crescido de modo significativo nas últimas décadas. Infelizmente, os instrumentos de gestão financeira e contábil não estão ainda aptos a capturar esses valores e disponibilizá-los de maneira efetiva. São necessárias ferramentas que permitam às empresas gerenciar esses ativos de maneira sistemática, convertendo-os em valores agregados aos seus produtos e serviços. Empresas – como a Skandia, na Suécia – adotaram o conceito de contabilizar esses ativos em seus relatórios anuais para os acionistas desde o início da década de 1990. De acordo com o consultor empresarial Juergen H. Daum, esse procedimento é, desde 1º de janeiro de 2002, parte das regras de contabilidade das empresas dinamarquesas. Isso aumenta a capacidade dos investidores compreenderem melhor o valor potencial dos recursos intelectuais de uma organização, colaborando em julgamentos mais precisos sobre o desempenho futuro das mesmas.

A Dinâmica de Sistemas sempre se ocupou (e se preocupou) em atribuir valores a variáveis intangíveis, como motivação, qualidade, liderança, sinergia entre equipes, informação, conhecimento etc. Não que seja fácil quantificar essas variáveis, mas é praticamente impossível construir modelos organizacionais úteis sem levar em consideração algumas delas.



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