A Dinâmica de Sistemas se apresenta como uma metodologia extremamente útil na abordagem dessas variáveis – também conhecidas como soft variables – porque, antes de quantificá-las, é possível analisar o seu comportamento sobre as organizações e o ambiente. Desse modo, a princípio, torna-se indiferente atribuir valores de 0 a 10 ou de 0 a 100, ou mesmo de 0 a 1000 ao valor do conhecimento, por exemplo, dentro de uma organização. O que realmente importa em um primeiro plano é a compreensão de seu comportamento dinâmico, como afirma Verna Lee na citação inicial desse módulo. Essa compreensão dinâmica torna-se a base da aprendizagem de processos de conversão de comportamentos de variáveis intangíveis em valores tangíveis.

Muitas afirmam orgulhosamente que “as pessoas são nossos maiores ativos”. No serviço público e em muitas empresas de serviços, as pessoas são, praticamente, as únicas geradoras de valores. Dependendo do problema que está sendo tratado, simular tomadas de decisão em organizações como essas implica, quase que necessariamente, utilizar variáveis intangíveis como motivação, produtividade ou qualidade do trabalho. Contudo, a utilização dessas variáveis deve ser feita de forma contenciosa, tanto na modelagem de sistemas dinâmicos como em outras áreas das ciências sociais.

Existe certa separação entre o que os pensadores sistêmicos dizem e os modelos que desenvolvem, nos quais tem prevalecido a utilização de métodos lineares, relacionamentos entre variáveis que não formam ciclos causais fechados e uma orientação fortemente baseada em dados quantitativos. As principais razões para esse fato seriam a simplicidade e o forte relacionamento do que a empresa realiza com o que pensa. Em outras palavras, se a empresa pensa linearmente, tenderá a aceitar apenas modelos lineares para explicar seu comportamento. Trata-se, na verdade, de uma indução ao processo de modelagem e o modelador que se submete ao pensamento linear está criando modelos para confirmar a crença dos gerentes da organização e não para questioná-la, que é base da inovação.



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