Uma das vantagens que as instituições financeiras possuem em relação a investidores individuais é a capacidade de diversificar parte do risco de crédito, explorando a lei dos grandes números em suas carteiras de ativos. A diversificação de ativos expostos a risco de crédito atenua a longa faixa de perdas na distribuição de retornos.

Para uma instituição financeira bem diversificada, a forma da distribuição de taxas de retorno numa carteira de títulos expostos a risco de crédito ou inadimplência é a que melhor se adequa entre todas as possibilidades existentes. O efeito da diversificação de riscos é truncar ou limitar as probabilidades de maus resultados na carteira.

A distribuição de retornos assemelha-se mais a uma distribuição normal simétrica. Na realidade, a diversificação reduz o risco de crédito específico, tal como o risco de investimento em obrigações ou empréstimos de empresas corporativas como Microsoft ou IBM, deixando a instituição financeira exposta ainda a risco de crédito sistemático, tais como fatores que aumentam o risco de inadimplência de todas as empresas na economia.

O risco de crédito não é um problema apenas nas áreas tradicionais de empréstimo e aplicação em obrigações. À medida que os bancos e outras instituições financeiras têm ampliado suas atividades de concessão de garantias de crédito e outras atividades extra-contábeis ou fora de balanço (off balance sheet), novos tipos de exposição a risco de crédito têm surgido, gerando preocupação entre administradores e autoridades reguladoras. Portanto, a análise de risco de crédito é importante, atualmente, para uma grande variedade de relações contratuais entre instituições financeiras e contrapartes, o que tem gerado motivos do novo enfoque das autoridades de regulamentação bancária à fixação de exigências de capital para risco de crédito.

Para calibrar a exposição ao risco de inadimplência em suas decisões de crédito e investimento, bem como avaliar sua exposição a risco de crédito em contratos fora de balanço, tais como compromissos de empréstimo, o administrador de uma instituição financeira precisa medir a probabilidade de inadimplência de um tomador. A capacidade de fazê-lo depende, em grande parte, do volume de informação que a instituição financeira possui a respeito do tomador.

Por isso é que uma das medidas nos últimos anos de regulação e supervisão bancária tomada pelo Conselho Monetário Nacional, que é o órgão máximo de política econômico-financeira, por meio de suas Resoluções editadas pelo Banco Central do Brasil, foi a criação da Central de Risco de Crédito, que hoje é conhecida como Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR), no qual existe um cadastro disponível a todo o sistema bancário de todas as pessoas físicas (CPF) e jurídicas (CNPJ) que se endividam acima de R$ 5 mil, no sistema financeiro nacional.



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