6 - Derivativos de crédito


Derivativos de crédito são contratos financeiros que permitem a transferência do risco de crédito de um agente de mercado para outro, potencialmente facilitando maior eficiência no apreçamento e distribuição do risco de crédito entre os agentes financeiros no mercado. Vejamos um exemplo.

Suponha que o banco assuma um contrato com a sociedade de crédito, financiamento e investimento (conhecida como “financeira”) pelo qual ele fará pagamentos periódicos à empresa em troca de pagamento total no evento de crédito da Corporação Vênus, durante a vigência do contrato derivativo. Como resultado da entrada em tal contrato, o banco efetivamente transferiu ao menos uma porção do risco associado com a inadimplência (default) da Corporação Vênus à “financeira”. O banco receberá pagamento total se a Corporação Vênus inadimplir. Em troca, a “financeira” adquire a exposição desejada ao risco de crédito da Corporação Vênus, e a seqüência de pagamentos que irá receber do banco representa a compensação por tolerar tal risco. Essa operação é conhecida como credit default swap. Na linguagem do mercado de derivativos de crédito, o banco citado no exemplo é tipicamente referido como o comprador de proteção, a “financeira” é conhecida como o vendedor de proteção, e a Corporação Vênus é chamada de entidade de referência.

Esse contrato pode ser realizado tanto para cobrir perdas relacionadas com a inadimplência associada com um instrumento de dívida específico da entidade de referência quanto pode cobrir a inadimplência de uma série de instrumentos de dívida emitidos por essa entidade, desde que esses instrumentos respeitem certos critérios, os quais podem estar relacionados com o nível de antiguidade na estrutura de capital da entidade de referência e com a moeda na qual estão denominados os instrumentos.

As vantagens principais dos derivativos de crédito são:

a) Aumento da liquidez no mercado de crédito. Os derivativos de crédito proporcionam aos participantes do mercado a habilidade de trocar riscos que eram virtualmente não-cambiáveis devido à baixa liquidez;
b) Custos de transação potencialmente mais baixos. Uma transação de derivativo de crédito pode freqüentemente, substituir duas ou mais transações no mercado à vista. Por exemplo, em vez de comprar um título corporativo prefixado e vender um título público, o agente poderá obter a exposição ao spread de crédito desejado ao vender proteção no mercado de derivativos de crédito;
c) Tratando as ineficiências relativas às exigências do capital regulamentar. Os bancos historicamente têm usado derivativos de crédito para ajudar a trazer seus requerimentos de capital regulatório mais próximos de seu capital econômico.



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