7 - Efeito Tesoura

O acompanhamento da evolução da necessidade de capital de giro (NCG) e do capital circulante líquido (CCL) é fundamental para uma melhor avaliação da saúde financeira de uma empresa. Muitas vezes, esse desempenho pode ocorrer de maneira desequilibrada, permitindo um crescimento da atividade empresarial acima de sua capacidade de financiamento.

Quando uma empresa apresenta por vários exercícios seguidos um crescimento da NCG superior ao do CCL, diz-se que ela convive com o chamado efeito tesoura, identificado por um crescente saldo em tesouraria negativo.

À medida que as necessidades cíclicas são financiadas por dívidas de curto prazo, há um aumento na diferença entre a NCG e o CCL.

Observe o seguinte exemplo:


Considere as vendas de uma empresa em cinco períodos consecutivos. A partir de análises, levantou-se que a empresa consegue converter 10% das vendas em giro, ou seja, seu autofinanciamento é de 10% em relação às vendas. Já a sua necessidade de capital de giro (NCG) se estabilizou em 45% das vendas conforme quadro abaixo:

Período
t1
t2
t3
t4
t5
Vendas
1.000,00
1.500,00
2.250,00
3.375,00
5.062,50
NCG (45% das vendas)
450,00
675,00
1.012,50
1.518,75
2.278,13
Autofinanciamento (10% das vendas)
100,00
150,00
225,00
337,50
506,25
CCL
638,00
788,00
1.013,00
1.350,50
1.856,75
Saldo em Tesouraria
188,00
113,00
0,50
(168,25)
(421,38)

Com as vendas estabilizadas em R$ 1.000.00 e o capital circulante líquido de R$ 638,00 no primeiro exercício, o saldo em tesouraria (ST) era tranqüilo. O comportamento de crescimento de 50% ao ano nas vendas contribui para a inversão da situação positiva na tesouraria no terceiro ano em função do percentual a ser alocado no giro (NCG) ser bastante elevado.




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