Você pode pensar que a inversão ocorreu em função da baixa geração de capital de giro, apenas 10% das vendas, e do alto percentual que deve ser alocado no giro, que é de 45% das vendas. Todavia, isto é uma ilusão.

Caso a empresa, ao invés de crescer suas vendas a altas taxas de 50%, mantivesse um crescimento em torno de 20%, esta manteria seu saldo em tesouraria com folga, conforme evidenciado na tabela abaixo:

Período
t1
t2
t3
t4
t5
Vendas
1.000,00
1.200,00
1.440,00
1.728,00
2.073,60
NCG (45% das vendas)
450,00
540,00
648,00
777,60
933,12
Autofinanciamento (10% das vendas)
100,00
120,00
144,00
172,80
207,36
CCL
638,00
758,00
902,00
1.074,80
1.282,16
Saldo em Tesouraria
188,00
218,00
254,00
297,20
349,04

Alguns podem chegar à conclusão de que não se deve, então, aumentar as vendas de uma empresa sob pena de haver problemas de caixa.

A lógica não é bem essa. É preciso muita atenção na gestão do caixa para que, na iminência de elevação das vendas, a empresa tenha fontes para suportar o impacto no caixa seja por meio de recursos próprios, seja na gestão do seu ciclo operacional na ocasião da negociação com clientes e fornecedores.


Conforme mencionado, o efeito tesoura pode ocorrer por várias razões, tais como:

• crescimento elevado do nível da atividade empresarial, como as vendas da empresa (overtrade);
• a relação entre a NCG/vendas mantém-se mais elevada que a relação entre o autofinanciamento/vendas durante o período de crescimento de vendas;
• desvio de recursos do giro para o imobilizado;
• inflação.



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