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Módulo 03 -Reengenharia

1 - Os Grupos de Contas do Balanço

O Balanço Patrimonial é uma demonstração bastante utilizada pelos usuários internos e externos de uma empresa. Tais usuários não necessariamente são profundos conhecedores dos procedimentos contábeis, motivo pelo qual a estrutura do balanço obedece a uma lógica simples e de fácil entendimento.

O Balanço está subdividido em grupos de contas com características semelhantes. Esses grupos são distribuídos em ordem decrescente de liquidez, tanto no ativo quanto no passivo da seguinte forma:

ATIVO
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Circulante
São contas que estão constantemente em movimento, sendo facilmente conversível em dinheiro. Possuem alta liquidez.
Circulante
São obrigações exigíveis que serão liquidadas no próximo exercício social, ou seja, nos próximoss 365 dias após o levantamento do Balanço.
Realizável a Longo Prazo
São Bens e Direitos que se transformarão em dinheiro um ano após o levantamento do Balanço.
Exígivel a Longo Prazo
São as obrigações exígiveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano. São as dívidas de longo prazo

Permanente
São Bens e Direitos que não se destinam a venda e no caso dos Bens tem vida útil longa.
Subdivide-se em:

  • Investimento: são inversões de caráter permanente que geram rendimentos que não são necessários à manutenção da atividade fundamental da empresa;
  • Imobilizado: são itens de natureza permanente ue serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa;
  • Diferido: são aplicações que beneficiarão resultados de exercícios futuros.
  • Patrimônio Líquido
    São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o Capital mais o seu rendimento (Lucros e Reservas).

    Uma análise detalhada do Passivo permite avaliar a estrutura de capital da empresa, que seja o Capital de Terceiros e o Capital Próprio.

    O Capital de Terceiros é evidenciado no Balanço Patrimonial através dos grupos Passivo Circulante (PC) e Passivo exigível a Longo Prazo (ELP). O Patrimônio Líquido da empresa também é conhecido como Capital Próprio.

    Os Capitais de Terceiros e o Capital Próprio formam as fontes originais de recursos e são responsáveis por financiar o Ativo, grupos de contas onde estão evidenciadas as aplicações realizadas pela empresa.



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    2 - As Contas de Resultado

    O Patrimônio Líquido de uma empresa pode sofrer variações devido ao investimento inicial de Capital e seus aumentos e diminuições posteriores feitos pela entidade ou pelo resultado obtido do confronto entre as contas de Receitas e Despesas dentro de um exercício.

    As Receitas

    Entende-se por receita a entrada de elementos para o Ativo, sob a forma de dinheiro ou direito a receber. Correspondem normalmente a venda de mercadorias, de produtos ou a prestação de serviços.

    BALANÇO PATRIMONIAL

    ATIVO

    PASSIVO

  • Vendas de Produtos
  • Prestação de serviços
  • Aplicações financeiras
  •  

    Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários, aplicações financeiras e outros ganhos eventuais. A obtenção de uma receita resulta, pois, num aumento de Patrimônio Líquido.



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    As Despesas

    Entende-se por despesa o consumo de bens ou a prestação de serviços, que, direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita.

    Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma Receita cujo valor seja superior à diminuição que provoca no Patrimônio Líquido.


    Resultado

    Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período contábil será positivo, ou seja, haverá Lucro e, por conseqüência, aumento do Patrimônio Líquido.


    Receitas > Despesas = Lucro (aumento do Patrimônio Líquido)

    Se as despesas forem maiores que as receitas, haverá um prejuízo e a conseqüente redução do Patrimônio Líquido.


    Despesas > Receitas = Prejuízo (redução do Patrimônio Líquido)



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    3 - Mecanismos de Débito e Crédito

    Os registros de aumentos e diminuições das contas de Patrimônio Líquido obedecem às seguintes regras: os aumentos são registrados por créditos e as diminuições, por débitos.

    CONTAS

    EFETUA-SE UM LANÇAMENTO A:

    DÉBITO

    CRÉDITO

    DE

    PARA

    PARA

    ATIVO AUMENTAR DIMINUIR
    PASSIVO DIMINUIR AUMENTAR
    PATRIMÔNIO LÍQUIDO DIMINUIR AUMENTAR

    Em decorrência desta regra geral, as receitas obtidas, por aumentarem o Patrimônio Líquido, deverão ser creditadas em conta de receita.

    Por outro lado, as despesas incorridas, por diminuírem o Patrimônio Líquido, deverão ser debitadas em contas de despesa.


    Uma despesa é, portanto, elemento que diminui o resultado enquanto que uma receita é um elemento que aumenta o resultado.



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    4 - Período Contábil

    O período contábil é espaço de tempo escolhido para que a Contabilidade mostre a situação patrimonial e a financeira na revolução dos negócios da empresa, sendo também denominado exercício social ou exercício contábil.

    O período contábil normalmente é de um ano e, muitas vezes, corresponde ao ano-calendário. Todavia, algumas empresas adotam um período contábil não-coincidente com o calendário anual, em obediência às suas peculiaridades e interesses.

    Para finalidades internas, as informações dos resultados devem ser mostradas em intervalos menores, normalmente mensal, a fim de que os gestores acompanhem mais detalhadamente o desenvolvimento dos negócios por meio dos demonstrativos elaborados.



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    5 - O Encerramento das Contas de Resultado

    Toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma vez por ano.

    Do ponto de vista contábil, as contas dividem-se em patrimoniais e de resultados.

    As contas patrimoniais permanecem com os seus respectivos saldos no início de um novo exercício social, ou seja, o saldo de qualquer conta patrimonial é o saldo acumulado de todos os lançamentos efetuados nesta conta desde o início das atividades da empresa. O balanço é constituído exclusivamente de contas Patrimoniais, razão pela qual é denominado de Balanço Patrimonial.

    As contas de resultado começam cada exercício social com saldo nulo, como se a conta ainda não tivesse sido movimentada. Para que essas contas comecem cada exercício com saldo nulo, é necessário que no último dia do exercício anterior o saldo existente seja encerrado.

    As contas de resultado movimentadas em determinado exercício social comporão o que chamamos de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). De maneira geral, o encerramento das contas de resultado consiste na transferência dos saldos das contas de receitas e despesas para uma conta específica denominada resultado do exercício.

    O lucro ou o prejuízo de um exercício é resultante do confronto das contas de receita e despesa, e esse resultado líquido é apurado na conta denominada resultado do exercício.

    O encerramento das contas de receita é realizado pela transferência de seus saldos credores para crédito da conta resultado do exercício. Do mesmo modo, as contas de despesa são encerradas pela transferência de seus saldos devedores para débito da conta resultado do exercício.

    O ponto de partida para o encerramento das contas de resultado é o balancete mensal da empresa devidamente ajustado de acordo com os Princípios e Convenções Contábeis.



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    6 - Caso Prático 1: Encerramento das Contas de Resultado

    Para simplificar o entendimento sobre o encerramento das contas de resultado, imagine o seguinte exemplo hipotético:


    A empresa Granitos S.A., com sede em Brasília (DF), foi fundada em 2004 com um capital integralizado de R$ 15 mil.

    A empresa é especializada na fabricação e distribuição de pisos e revestimentos com alto padrão de qualidade.

    Por determinação de seu estatuto social, a empresa encerra seu exercício a cada final de mês e apura o respectivo resultado.

    As contas de receitas e despesas da Granitos S.A. registraram os seguintes movimentos no mês de agosto de 2006:

    DIA
    HISTÓRICO
    VALOR
    4
    pagamento de despesas para manutenção do escritório na Sede da Empresa
    R$ 1.500,00
    8
    compra a prazo de explosivos para exploração da pedreira
    R$ 8.000,00
    15
    Recebimento de receitas por venda de pisos e revestimento
    R$ 10.000,00
    22
    Venda a prazo de revestimento
    R$ 5.000,00
    29
    Pagamento de salário
    R$ 4.000,00

    O primeiro passo é o lançamento contábil das operações acima nos livros Diário e Razão obedecendo sempre ao princípio das Partidas Dobradas.



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    Diário
    O Livro Diário é aquele no qual são registradas todas as operações contabilizáveis de uma entidade, em ordem cronológica. O registro de uma operação no Livro Diário denomina-se “Partida de Diário”.



    Razão
    Antigamente, as contas eram registradas nas páginas de um Livro chamado Razão. Hoje, a grande maioria das empresas utiliza-se do registro computadorizado, porém, a denominação do arquivo continua com a denominação de Razão.

    Para o registro, devem ser utilizadas contas separadas e com denominação específica para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, como por exemplo: a Conta Caixa, a Duplicatas a Receber, a Duplicatas a Pagar etc



    Partidas Dobradas
    O método das partidas dobradas define que, para cada lançamento credor em uma ou mais contas, deve haver um ou mais lançamentos devedores de igual valor, ou seja: não existe(m) débito(s) sem crédito(s) correspondente(s).






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    Partidas de Diário da Granitos S.A:

     
    Brasília 04 de agosto de 2006
    Despesas de Material de Escritório a Caixa
    Histórico: Valor pago para a empresa xxx conforme nota fiscal nº xxx
    R$ 1.500,00

    Brasília 08 de agosto de 2006
    Despesa de Manutenção a Caixa
    Histórico: Valor pago para a empresa xxx conforme nota fiscal nº xxx
    R$ 8.000,00

    Brasília 15 de agosto de 2006
    Caixa a Receita de Serviço
    Histórico: Valor para a empresa xxx conforme nota fiscal nº xxx
    R$ 10.000,00

    Brasília 22 de agosto de 2006
    Contas a Receber
    Histórico: Valor para a empresa xxx conforme nota fiscal nº xxx
    R$ 5.000,00

    Brasília 29 de agosto de 2006
    Despesa de Salário a Caixa
    Histórico: Valor para a empresa xxx conforme nota fiscal nº xxx
    R$ 4.000,00

    Após a elaboração das partidas do diário, faz-se transportar as informações para os razonetes mensais da Empresa




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    No caso da Granito S.A., o exercício é encerrado mensalmente, portanto, o resultado deve ser apurado fazendo-se as partidas de encerramento e transportando-as para os razonetes.


    Encerramento das contas de Despesas no livro Diário:

    Brasília 31 de agosto de 2006
    Resultado do Exercício a Diversos
    Histórico: Encerramento das Contas de Despesas para apuração do resultado, conforme abaixo:
    a Despesas de Material de Escritório
    R$ 1.500,00
    a Despesas de Manutenção
    R$ 8.000,00
    a Despesas de Salários
    R$ 4.000,00
     
    R$ 13.500,00
     
    Encerramento das contas de receitas no livro Diário:

    Brasília 15 de agosto de 2006
    Caixa de Serviços a Resultado do Exercício
    Histórico: Encerramento das Contas de Receitas para apuração do resultado.
    R$ 15.000,00

    Encerramento dos Razonetes:

    Lançamento na conta Resultado do Exercício ou simplesmente Resultado:





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    7 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

    A conta resultado serve de intermediária na apuração dos créditos de um exercício.

    Entretanto, não basta apenas a conta de resultado, onde aparecem as contrapartidas das contas de receita e de despesa encerradas no fim do exercício, faz-se necessário, também, a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

    Ao contrário do Balanço Patrimonial, a DRE é um relatório dinâmico. Ele mede o desempenho durante um período específico e é apresentado na forma dedutiva, com detalhes de receitas, despesas e impostos, culminando com a apuração do lucro ou do prejuízo do exercício.

    Cabe ressaltar que o período coberto difere do balanço, que mostra a data em que este foi levantado, enquanto que a Demonstração de Resultados apresenta a movimentação dentro de determinado período.

    A Demonstração do Resultado deve ser elaborada pelo menos uma vez por ano e a sua forma mais utilizada é a seguinte:

    Demonstração do Resultado do Exercício DRE
    (+)
    Receita bruta de vendas/serviços
    (-)
    Tributos (ICMS/IPI)
    =
    Receita líquida de vendas/serviços
    (-)
    Custo das mercadorias/serviços vendidas
    =
    Lucro Bruto
    (-)
    Despesas administrativas
    (-)
    Despesas operacionais
    (-)
    Despesas de depreciação
    =
    Lucro Operacional
    (+/-)
    Receita/Despesas Financeiras
    (+/-)
    Resultado não operacional
    =
    Lucro antes do Imposto de Renda - LAIR
    (-)
    Imposto de renda
    (-)
    Contribuição social
    =
    Lucro/Prejuízo líquido


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    A elaboração de uma DRE inicia-se pela receita bruta das vendas ou prestação de serviços, o que pode variar de acordo com o ramo de atividade da empresa.

    A partir dessas receitas são extraídos os custos, os impostos, as despesas operacionais, financeiras e não operacionais e adicionadas as receitas financeiras e não operacionais.

    O resultado é subdividido em alguns subtotais como: lucro bruto, lucro operacional, lucro líquido antes do imposto de renda e lucro líquido. Cada subtotal da DRE possui sua função e característica específica.

    Dentre as finalidades da análise da Demonstração do Resultado do Exercício, destacam-se as seguintes:

    • Prestar informação sobre o resultado da empresa;

    • Juntamente com a análise do balanço, permitir a mensuração de uma série de indicadores de eficiência e da situação econômico-financeira da empresa;

    • Fornecer informações aos gestores da empresa para subsidiar decisões sobre o planejamento estratégico e operacional da empresa;

    • Fornecer informações a potenciais investidores que pretendam aplicar seus recursos em determinada empresa.



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    8 - Caso Prático 2: Elaboração da DRE

    Para evidenciar a importância da elaboração da DRE, observe, a seguir, como ficaria a Demonstração de Resultados da empresa Granito S.A.


    Voltando ao caso da Empresa Granito S.A., a Demonstração do Resultado do Exercício relativo ao mês de agosto de 2006 seria a seguinte:

    GRANITO S/A
    DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
    PERÍODO: AGOSTO DE 2006
    1
    Receitas:
    Receita de Serviços
    R$15.000,00
    2

    Despesas:
    Despesa de material p/escritório
    Despesa de manutenção
    Despesa de salários


    R$ 1.500,00
    R$ 8.000,00
    R$ 4.000,00



    R$ (13.500,00)
    3
    Lucro Líquido:
    R$ 1.500,00



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    9 - A Distribuição de Resultados

    Como visto no exemplo da empresa Granito S.A., a conta resultado recebe a débito o valor dos saldos das cotas de despesa e a créditos os saldos das contas de receita.

    Quando o total dos créditos da conta resultado for superior ao total dos débitos será caracterizado um lucro líquido. Porém, a situação em que o total dos débitos superar o total dos créditos é característica de um prejuízo contábil.

    Ocorrendo lucro ou prejuízo, o resultado apurado deverá ser transferido para conta patrimonial lucros ou prejuízos acumulados constante do Patrimônio Líquido da Empresa.

    Após a sua transferência para a conta lucros ou prejuízos, o resultado do exercício poderá ser distribuído para outras contas do Patrimônio Líquido.

    Mesmo com saldo devedor, a conta deverá aparecer no balanço, no grupo do Patrimônio Líquido, da seguinte forma:





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    Resumo

    O Balanço Patrimonial está subdividido em grupos de contas com características semelhantes distribuídos em ordem decrescente de liquidez tanto no ativo quanto no passivo.

    Os capitais de terceiros e o capital próprio formam as fontes originais de recursos e são responsáveis por financiar o ativo das empresas.

    O Patrimônio Líquido de uma empresa pode sofre variações devido ao investimento inicial de capital e seus aumentos e diminuições posteriores ou pelo resultado obtido do confronto entre as contas de resultado.

    Entende-se por receita a entrada de elementos para o ativo e por despesa o consumo de bens ou a prestação de serviços, que, direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita.

    Período contábil é espaço de tempo escolhido para que a Contabilidade mostre a situação patrimonial e a financeira na revolução dos negócios da empresa. A grande maioria das empresas adota como período contábil o intervalo de 01 ano, entre os meses de janeiro e dezembro.

    O encerramento das contas de resultado consiste na transferência dos saldos das contas de receitas e despesas para a conta Resultado do Exercício.

    O encerramento das contas de receita é realizado pela transferência de seus saldos credores para crédito da conta Resultado do Exercício e as contas de despesa são enceradas mediante a transferência de seus saldos devedores para débito da conta Resultado.

    Para uma boa gestão empresarial e até por questões legais não basta apenas a evidenciação da conta de Resultado, faz-se necessário também a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

    A DRE é um relatório dinâmico que mede o desempenho da empresa durante um período específico e é apresentado na forma dedutiva, com detalhes de receitas, despesas e impostos, culminando com a apuração do lucro ou do prejuízo do exercício.

    Ocorrendo lucro ou prejuízo, o resultado apurado através da DRE deverá ser transferido para conta patrimonial Lucros ou Prejuízos Acumulados do Patrimônio Líquido.



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    1 - Finanças Operacionais e Estruturais

    Na maioria das empresas brasileiras, os gestores com responsabilidades funcionais do tipo operacional, ou seja, a gestão diária do negócio, possuem uma imagem muito difusa sobre a gestão financeira da empresa.

    Esses dirigentes percebem a gestão financeira como algo secundário ou alheio às suas funções e responsabilidades. Por esse motivo, não tratam o assunto com a importância merecida.

    Entretanto, as decisões tomadas por esses gestores acabam por impactar as decisões tomadas sobre a realização de investimentos com a utilização de capital próprio ou de terceiros e até mesmo sobre a captação de recursos de longo prazo, fatores que definem a estrutura financeira básica de uma empresa.

    A análise detalhada do balanço e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pode esclarecer algumas questões ligadas ao modelo de gestão adotado pela empresa.

    Acompanhe, a seguir, a análise de algumas situações importantes.



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    O investimento no ativo permanente imobilizado: As empresas possuem regras, procedimentos ou algum tipo de análise, por mais subjetiva que seja, quando o assunto é decidir sobre investimentos em ativos permanentes, ou como é mais conhecido, decidir sobre a imobilização do capital da empresa.

    Normalmente, constam do contrato social, do estatuto ou do regulamento da empresa os responsáveis por decidir sobre a imobilização de seu capital.

    Neste caso, trata-se de uma decisão do tipo estrutural, que certamente será acompanhada das correspondentes discussões e decisões sobre a procedência dos recursos necessários para financiar os investimentos.

    O investimento no ativo circulante: A conta do ativo circulante reflete o valor que a empresa tem a receber de seus clientes pela venda de produtos ou serviços. No sentido estrito, isso também é um investimento e corresponde às vendas de mercadorias feitas a prazo, ou seja, o dinheiro emprestado aos clientes e que ainda não foi pago pelos mesmos.

    A princípio, este tipo de investimento é muito diferente do investimento no ativo permanente imobilizado, pois, em um prazo relativamente curto, estes clientes pagarão seus empréstimos.

    Porém, caso a empresa continue com suas atividades normais, outras vendas serão feitas e outros devedores irão surgir e até mesmo aqueles clientes que pagaram suas dívidas poderão contrair novas, e assim por diante.

    Isso quer dizer que o investimento na conta clientes ou contas a receber do ativo circulante de uma empresa pode ser tão permanente quanto o investimento feito no ativo permanente imobilizado.



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    A diferença entre os dois tipos de investimento é que, na maioria das empresas, no caso do ativo circulante, não existe um responsável direto para responder as seguintes perguntas:

    Como visto anteriormente, cabe à área de Controladoria da empresa responder tais questões, estabelecer as metas e orçamento para as vendas e otimizar o resultado da empresa. Em resumo, elaborar o seu planejamento operacional.

    Quando isso não está claramente definido e formalizado, podem acontecer as seguintes situações:

    • O prazo de pagamento concedido a cada cliente, em cada momento, pode ficar a critério do vendedor.
    • Nem o vendedor, nem muitas vezes a área comercial, sabem o volume de investimento gerado por meio de sua gestão.
    • Os descontos, a demora em conhecer o montante dos pagamentos em atraso e a demora em processar todas essas informações contribuem para que o saldo do investimento em devedores não seja apurado com a precisão necessária.


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    Estes breves comentários são suficientes para mostrar as diferenças, tanto de rigor como de procedimentos entre os investimentos em contas do ativo circulante e do ativo permanente imobilizado.

    Portanto, o planejamento e o controle financeiro não é um tema que interessa somente ao diretor financeiro. Interessa, também, a todo gestor que tenha responsabilidade sobre os recursos da empresa.

    Há a necessidade, portanto, de dispor de adequados mecanismos de diagnóstico e procedimentos que permitam a ação corretiva por parte dos dirigentes.

    O cenário mais habitual das crises costuma ser uma situação de falta de liquidez momentânea que avança para uma situação onde a empresa começa a atrasar e suspender os pagamentos de seus compromissos.


    É importante separar as questões de finanças operacionais, que se referem ao funcionamento do dia a dia da empresa, das questões de finanças estruturais, que se referem ao planejamento da estrutura financeira da empresa.



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    As funções da direção financeira: A direção financeira tem como missão principal obter recursos apropriados no que se refere à quantia, custo e prazo para financiar os investimentos necessários para cumprir os objetivos da empresa.

    Para essa finalidade específica, a palavra investimento deve ser entendida em sentido bastante amplo, indicando qualquer aplicação de dinheiro, seja de forma permanente ou transitória.

    Assim sendo, a responsabilidade da direção financeira se estende tanto na origem como na utilização dos recursos.

    Alguns autores classificam as finanças operacionais como finanças de curto prazo e as finanças estruturais como finanças de longo prazo. Referindo-se à primeira a gestão do ativo circulante (AC) e passivo circulante (PC) e a segunda a gestão do ativo permanente (AP) e dos recursos permanentes (RP), conforme mostra o diagrama a seguir.

    Fazem parte dos recursos permanentes as contas do passivo exigível a longo prazo e as contas do Patrimônio Líquido.



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    As finanças operacionais se ocupam de problemas que correspondem, fundamentalmente, ao que chamaremos de questões de funcionamento e aos planos financeiros de curto prazo.

    Já as finanças estruturais respondem a questões de delineamento ou estabelecimento estratégico da estrutura financeira da empresa e aos planos financeiros de longo prazo.

    • Os planos financeiros de longo prazo, também conhecidos como planos estratégicos ou planejamento estratégico, têm como finalidade planejar as ações financeiras da empresa e o impacto antecipado dessas ações em períodos que normalmente variam entre 02 e 10 anos.

    Esses planos estratégicos de longo prazo são apoiados pelos orçamentos anuais de curto prazo, ou seja, pelas ações operacionais dos planos financeiros de curto prazo.

    • Os planos financeiros de curto prazo estão relacionados com as finanças operacionais e segundo Gitman (2001) especificam as ações financeiras para um período de até 02 anos e o impacto antecipado dessas ações.

    Em linhas gerais, o planejamento financeiro de curto prazo começa com a previsão de vendas. A partir dessa previsão, são desenvolvidos os planos de produção da empresa.

    Com base nos planos de produção, é possível que a empresa estimar as necessidades de mão-de-obra, as despesas de fabricação e as despesas operacionais.

    Após esse refinamento das estimativas, pode-se elaborar a projeção do orçamento de caixa e a Demonstração de Resultado do Exercício da empresa.

    Esquematicamente, o planejamento de curto prazo de uma empresa pode ser descrito da seguinte maneira:



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    Previsão de vendas - pode ser entendida como a projeção das vendas da empresa por um determinado período de tempo. Pode ser elaborada com base na análise de uma série histórica de vendas da empresa juntamente com a análise do impacto de ações futuras que poderão influenciar o volume de vendas da empresa, tais como: lançamento de novos produtos, sazonalidades, mudança na política de marketing, posicionamento da concorrência, dentre outros.



    Orçamento de caixa - é um demonstrativo com as projeções das entradas e saídas de recursos, do caixa da empresa, em um determinado intervalo de tempo.






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    2 - O Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro

    O Capital de Giro pode ser calculado de duas maneiras:


    CG = AC - PC
    ou
    CG = RP - AP


    Ambos os cálculos resultam no mesmo valor, como se pode visualizar no esquema abaixo.

    A primeira definição (AC - PC) é a mais comum para o Capital de Giro, entretanto, conceitualmente, a segunda definição (RP - AP) esclarece melhor a verdadeira natureza do capital de giro, que são os recursos permanentes que sobram após os investimentos em ativos permanentes.

    Ao planejar o dimensionamento dos recursos permanentes da empresa, pode-se dimensionar um capital de giro que exceda, supra ou que seja insuficiente para atender às necessidades operacionais de capital de giro (NCG) durante a operacionalização de suas atividades.

    A necessidade operacional de capital de giro (NCG) reflete o volume de recursos demandado pelas atividades operacionais da empresa, determinadas em função de suas políticas de compra, vendas e estocagem e é representada pela seguinte equação:


    NCG = AC operacional – PC operacional



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    Ativo Circulante Operacional:

    O ativo circulante operacional é a soma de todos os devedores de contas a receber, ou seja, dos valores que a empresa tem a receber de seus clientes, incluindo os títulos ou duplicatas descontadas, as provisões do ativo e os estoques, além do valor do caixa operacional, também conhecida como tesouraria operacional ou caixa de funcionamento.

    A diferença entre o ativo circulante contábil, ou seja, o valor que aparece registrado no Balanço Patrimonial e o ativo circulante operacional está fundamentada na diferença entre a tesouraria real e a tesouraria desejável ou adequada para a empresa.



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    Caixa operacional
    O caixa operacional representa o volume de tesouraria que se considera adequado para as necessidades ordinárias de funcionamento da empresa.






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    Passivo Circulante Operacional:

    O passivo circulante operacional é a soma de todos os recursos que são obtidos de uma forma mais ou menos automática pela empresa. Por essa razão são também chamados de recursos espontâneos (RE) em oposição aos recursos negociados (RN) ou passivo circulante não operacional.

    Entre os recursos espontâneos mais comuns estão os fornecedores e impostos ou encargos pendentes de pagamento.

    Por recursos negociados entende-se a parte do passivo circulante que precisa ser negociada com os bancos ou fornecedores para suprir a diferença entre o capital de giro da empresa e a sua necessidade de capital de giro.

    Uma das características dos recursos negociados é a existência da cobrança de juros, seja por parte das instituições financeiras ou dos fornecedores.

    Os recursos negociados mais comuns são:

    • créditos de fornecedores, quando esses cobram juros;
    • empréstimos bancários;
    • descontos de duplicatas, cheques ou outros títulos recebidos dos clientes.



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    Excesso de Tesouraria e Recursos Negociados: Os conceitos de NCG (necessidade operacional de capital de giro) e de CG (capital de giro) são complementares, ainda que de natureza radicalmente distinta.

    Não necessariamente a magnitude numérica da NCG coincidirá com a magnitude numérica do CG.

    Dependendo da relação entre o CG e a NCG, podem acontecer as seguintes situações:


    CG > NCG: então CG - NCG = ET (Excesso de Tesouraria).


    CG < NCG: então NCG - CG = RN (Recursos Negociados).

    A distinção entre os conceitos de NCG e CG não é meramente semântica ou quantitativa. Esta distinção é crucial na hora de diagnosticar os possíveis problemas de uma empresa quanto às questões estruturais ou operacionais.


    Se a empresa tem problemas financeiros porque seu capital de giro (CG) é demasiado escasso, a empresa está mal planejada.



    Se os problemas financeiros provêm de um excesso de necessidade operacional de capital de giro (NCG), é porque a empresa está funcionando mal.

    Os responsáveis por ambos os tipos de situações são normalmente distintos e as soluções requerem tipos de ações corretivas distintas, que afetarão também, provavelmente, distintos gestores.



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    A Diferença entre a NCG Contábil e a NCG Real: A má gestão operacional, tanto do ativo circulante, como do passivo circulante, pode gerar excessivas necessidades operacionais de capital de giro (NCG).

    Se do valor do ativo circulante de um balancete for subtraído o passivo circulante, menos o endividamento bancário de curto prazo, o resultado será a necessidade operacional de capital de giro contábil, que costuma ser diferente da necessidade operacional de capital de giro real.

    Para simplificar, o esquema a seguir demonstra a diferença entre a NCG real e a NCG contábil.

    O Bloco 1 evidencia a NCG real de uma empresa, que em uma análise preliminar, estaria sendo financiada pelo Capital de Giro (CG) e pelos Recursos Negociados (RN), conforme explicitado no Bloco 2.




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    Somente analisando mais profundamente as contas da empresa, conforme demonstrado no Bloco 3, é possível perceber a diferença entre a NCG real e contábil.

    Conforme descrito, as necessidades de recursos negociados (RN) derivam da diferença entre as NCG real e do CG da empresa.

    No esquema analisado, os recursos negociados (RN) não puderam ser totalmente cobertos com recursos realmente negociados e, dessa maneira, o restante das necessidades de capital de giro real foi coberto pelos chamados recursos forçados (RF).

    Porém, a necessidade de capital de giro contábil, que se depreendem do balanço, não leva em consideração os recursos forçados (RF).

    Desta forma, a diferença entre NCG contábil e o capital de giro coincidirá sempre, por definição, com os recursos negociados, conforme evidenciado no Bloco 4.

    Para que ocorra um planejamento financeiro consistente é fundamental que os gestores trabalhem com o conceito de NCG real.

    Dessa forma, a empresa deve estabelecer um sistema que permita diagnosticar antecipadamente as suas necessidades reais de capital de giro, tomando as providências, cabíveis para fazer frente a essas necessidades.



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    Recursos forçados
    Os recursos forçados (RF) são recursos mal negociados. São evidenciados tipicamente por déficits de tesouraria ou dívidas não quitadas no prazo.






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    Resumo

    As finanças operacionais referem-se ao funcionamento do dia a dia da empresa e as finanças estruturais referem-se ao planejamento da estrutura financeira da empresa.

    Alguns autores classificam as finanças operacionais como finanças de curto prazo (gestão do ativo circulante (AC) e passivo circulante (PC)) e as finanças estruturais como finanças de longo prazo (gestão do ativo permanente (AP) e dos recursos permanentes (RP)).

    A vertente financeira da gestão das operações se resume em grande parte, na previsão antecipada das necessidades de recursos negociados, com a finalidade de poder negociá-los com tempo e sem sufoco. Cabe à direção financeira obter recursos apropriados no que se refere à quantia, custo e prazo para financiar os investimentos necessários para cumprir os objetivos da empresa.

    O capital de giro pode ser obtido subtraindo o passivo circulante do ativo circulante (CG = AC – PC) ou subtraindo os recursos permanentes do ativo permanente (CG = RP – AP).

    A necessidade operacional de capital de giro (NCG) reflete o volume de recursos demandado pelas atividades operacionais da empresa, determinadas em função de suas políticas de compra, vendas e estocagem.

    A diferença entre o capital de giro (fonte de recurso) e a necessidade de capital de giro (aplicação de recurso) determina o saldo em tesouraria.

    Se a empresa consegue negociar sempre os recursos de curto prazo na quantidade exata para atender as necessidades de recursos negociados (RN), o equilíbrio financeiro será perfeito, pagar-se-á a todos e em tempo hábil e se manterá igualmente a tesouraria desejada.

    Se os recursos de curto prazo são inferiores às necessidades de recursos negociados (RN) a diferença ficará coberta com recursos forçados (RF) ou mal negociados, evidenciados tipicamente por déficits de tesouraria ou dívidas não quitadas no prazo.



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    1 - Contextualização

    Segundo Iudícibus (2000), pode-se afirmar que a análise das demonstrações financeiras é tão antiga quanto a própria contabilidade, porém, apenas quando as instituições financeiras passaram a exigir o Balanço Patrimonial das empresas para fins de concessão de crédito é que as demonstrações financeiras realmente passaram a ser analisadas de forma consistente.

    Como, no início, o foco da análise estava voltada apenas para o Balanço Patrimonial, surgiu a expressão “análise de balanços”, que é utilizada até hoje para definir a análise dos demonstrativos e índices financeiros.

    A importância da análise dos demonstrativos financeiros pode ser observada quando uma determinada empresa decide abrir seu capital ou emitir novas ações.

    Os futuros acionistas utilizam-se da análise dos demonstrativos financeiros para elaborarem projeções sobre o futuro da empresa e tomarem a decisão de investir ou não os seus recursos na empresa.



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    Por meio da análise do Balanço Patrimonial e da demonstração do resultado do exercício é possível evidenciar a situação econômico-financeira de qualquer empresa.

    A análise de uma empresa é feita fundamentalmente por meio de comparações com indicadores setoriais ou com o desempenho passado da instituição.

    No entanto, o processo de comparação é complementado pela análise da evolução dos diversos montantes patrimoniais e de resultados absolutos ao longo do tempo, o que permite a identificação de tendências futuras.

    Dentre as técnicas mais utilizadas para análise das demonstrações financeiras estão a análise horizontal, a análise vertical e a análise dos indicadores financeiros, as quais veremos a seguir.



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    2 - Técnicas de Análise de Balanços

    Devido, principalmente, ao fácil desenvolvimento e entendimento por parte dos gestores, a análise horizontal da evolução dos dados apresentados nos demonstrativos contábeis, complementada pela análise horizontal dos mesmos, são as técnicas mais utilizadas na análise das demonstrações financeiras.

    Porém, a análise dos índices financeiros permite uma visão mais realista da situação patrimonial da empresa, motivo pelo qual é imprescindível o seu conhecimento por parte dos gestores.



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    Análise horizontal - é a comparação do desempenho dos vários grupos de contas por dois ou mais anos.






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    3 - Análise Horizontal das Demonstrações Financeiras

    Segundo Assaf Neto (2005) esse tipo de análise é uma das técnicas mais simples de aplicação e, ao mesmo tempo, mais importante no que se refere à riqueza das informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial.

    Por meio da análise horizontal é possível verificar rapidamente a evolução do lucro bruto e da receita operacional de uma determinada empresa nos últimos exercícios financeiros.

    Para realizar a análise horizontal, por exemplo, do desempenho do lucro bruto e da receita operacional dos três últimos exercícios de uma determinada empresa é necessário estabelecer um ano base para iniciar as análises e proceder conforme a tabela abaixo:

    Ano
    31/12/20x0
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    Receitas Operacionais
    R$ 25.000,00
    100%
    R$ 28.900,00
    116%
    R$ 30.200,00
    104%
    Lucro Bruto
    R$ 3.500,00
    100%
    R$ 3.900,00
    111%
    R$ 5.200,00
    133%
     
    Ano Base
     

    O ano base escolhido foi 20x0, ou seja, os valores tanto do lucro bruto como das receitas operacionais dos demais anos serão comparadas com o ano base.

    Para encontrar a variação do lucro bruto de 20x1 em relação à 20x0, 111%, divide-se o resultado de um pelo outro e colocar na forma percentual:


    [(R$ 3.900,00 / R$ 3.500,00) * 100]



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    Com base em uma análise horizontal apenas da variação dessas duas contas, é possível inferir que no exercício de 20x1 o crescimento proporcional do lucro bruto não acompanhou o crescimento das receitas operacionais.

    Ano
    31/12/20x0
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    Receitas Operacionais
    R$ 25.000,00
    100%
    R$ 28.900,00
    116%
    R$ 30.200,00
    104%
    Lucro Bruto
    R$ 3.500,00
    100%
    R$ 3.900,00
    111%
    R$ 5.200,00
    133%
     
    Ano Base
     

    Esse fato pode indicar que as despesas operacionais da empresa consumiram uma parcela maior das receitas operacionais e consequentemente do lucro bruto, ou seja, o crescimento do custo de produção foi proporcionalmente maior que suas respectivas receitas.

    Porém, no ano seguinte, a situação se inverte e o lucro bruto apresenta um crescimento proporcionalmente maior do que as receitas operacionais. Esse fato pode indicar uma redução do custo de produção empresarial ou até mesmo um aumento da margem de lucro da empresa por meio de uma política de aumento do preço dos produtos vendidos.

    Ano
    31/12/20x0
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    31/12/20x1
    Horizontal
    Receitas Operacionais
    R$ 25.000,00
    100%
    R$ 28.900,00
    116%
    R$ 30.200,00
    104%
    Lucro Bruto
    R$ 3.500,00
    100%
    R$ 3.900,00
    111%
    R$ 5.200,00
    133%
     
    Ano Base
     

    Quando uma empresa adota uma política de aumento da margem de lucro apenas através do aumento dos custos dos produtos vendidos é necessário que se tenha mapeado o comportamento da concorrência e, principalmente, que se tenha uma boa projeção sobre como os consumidores irão reagir a tal política.



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    4. Análise Vertical das Demonstrações Financeiras


    A análise vertical das demonstrações financeiras constitui-se de um processo desenvolvido por meio de comparações relativas entre valores relacionáveis identificados em uma mesma demonstração contábil.

    A análise vertical dos demonstrativos contábeis permite que se conheçam as alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, complementando as conclusões obtidas pela análise horizontal.

    Para realizar a análise vertical, por exemplo, do ativo de uma determinada empresa em um determinado exercício financeiro é necessário proceder conforme a tabela abaixo:

    Contas
    31/12/20x0
    Vertical
    Ativo Circulante
    R$ 30.000,00
    55%
    Realizável a Longo Prazo
    R$ 20.000,00
    36%
    Ativo Permanente
    R$ 5.000,00
    9%
    Ativo Total
    R$ 55.000,00
    100%

    Para encontrar o percentual do ativo circulante com relação ao ativo total da empresa, 55%, divide-se o valor do ativo circulante pelo valor do ativo total e coloca-se na forma percentual:


    [(R$ 30.000,00/R$ 55.000,00) * 100]


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    Com base em uma rápida análise dos números podemos inferir que mais da metade do ativo da empresa está concentrado em disponibilidades e que se a empresa estiver no ramo de varejo, uma parcela significativa de suas vendas é feita com prazo de recebimento superior a 12 meses, uma vez que 36% do seu ativo está no realizável a longo prazo.

    Contas
    31/12/20x0
    Vertical
    Ativo Circulante
    R$ 30.000,00
    55%
    Realizável a Longo Prazo
    R$ 20.000,00
    36%
    Ativo Permanente
    R$ 5.000,00
    9%
    Ativo Total
    R$ 55.000,00
    100%

    Outro dado que pode ser inferido é que o ramo de atividade da empresa não exige uma grande imobilização do ativo, pois menos de 10% do ativo da mesma encontra-se no ativo permanente.

    Contas
    31/12/20x0
    Vertical
    Ativo Circulante
    R$ 30.000,00
    55%
    Realizável a Longo Prazo
    R$ 20.000,00
    36%
    Ativo Permanente
    R$ 5.000,00
    9%
    Ativo Total
    R$ 55.000,00
    100%


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    5 - A Utilização Conjunta das Análises Horizontal e Vertical

    A análise complementar das variações horizontais e verticais das demonstrações financeiras permite uma visão mais ampla sobre o comportamento e desempenho das empresas.

    Analisando o Balanço Patrimonial de uma determinada empresa é possível verificar os benefícios da análise conjunta:

    Contas
    31/12/20x0
    Vertical
    31/12/20x1
    Vertical
    Horizontal
    Ativo Circulante
    R$ 30.000,00
    55%
    R$ 36.350,00
    48%
    88%
    Realizável a Longo Prazo
    R$ 20.000,00
    36%
    R$ 21.550,00
    39%
    108%
    Ativo Permanente
    R$ 5.000,00
    9%
    R$ 7.100,00
    13%
    142%
    Ativo Total
    R$ 55.000,00
    100%
    R$ 55.000,00
    100%
    100%
    Passivo Circulante
    R$ 32.000,00
    58%
    R$ 22.000,00
    40%
    69%
    Exigível a Longo Prazo
    R$ 19.000,00
    35%
    R$ 28.800,00
    52%
    152%
    Patrimônio Permanente
    R$ 4.000,00
    7%
    R$ 4.200,00
    8%
    105%
    Passivo Total
    R$ 55.000,00
    100%
    R$ 55.000,00
    100%
    100%

    Iniciando a análise pelo ativo da empresa, é possível observar, por meio da análise vertical, um decréscimo, ou seja, uma menor participação relativa dos investimentos de curto prazo, os quais passaram de 55% em 20x0 para 48% do ativo total em 20x1.



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    A análise horizontal do Balanço Patrimonial demonstra que o ativo circulante da empresa sofreu uma redução de 12%, passando de 100% no exercício de 20x0 para 88% no exercício de 20x1, complementando o observado na análise vertical.

    Contas
    31/12/20x0
    Vertical
    31/12/20x1
    Vertical
    Horizontal
    Ativo Circulante
    R$ 30.000,00
    55%
    R$ 36.350,00
    48%
    88%
     
    A análise do passivo circulante demonstra que as dívidas de curto prazo da empresa passaram de R$ 32 mil em 20x0 para R$ 22 mil em 20x1, ou seja, representavam 58% do passivo em 20x0 e passaram a representar apenas 40% do passivo em 20x1.

    Passivo Circulante
    R$ 32.000,00
    58%
    R$ 22.000,00
    40%
    69%
    Exigível a Longo Prazo
    R$ 19.000,00
    35%
    R$ 28.800,00
    52%
    152%
    Patrimônio Permanente
    R$ 4.000,00
    7%
    R$ 4.200,00
    8%
    105%
    Passivo Total
    R$ 55.000,00
    100%
    R$ 55.000,00
    100%
    100%
     
    A análise horizontal do passivo circulante complementa a análise vertical e demonstra uma redução de 31% da dívida de curto prazo, passando de 100% em 20x0 para 69% em 20x1.

    A conclusão mais importante realizada por meio das análises horizontais e verticais do ativo circulante e do realizável a curto prazo e do passivo circulante e do exigível a longo prazo do Balanço Patrimonial da empresa é uma mudança do perfil de sua dívida que estaria mudando do curto para o longo prazo. Esse tipo de migração de dívida costuma ser bastante recomendável para a saúde financeira das empresas e reflete uma gestão financeira eficiente e responsável.



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    6 - A Importância dos Índices Financeiros

    Os índices financeiros fornecem informações sobre a situação de uma empresa em um determinado período de tempo.

    Entretanto, a principal vantagem na utilização dos índices na análise dos demonstrativos financeiros está no fato de que eles podem ajudar a prever o potencial de geração de lucro e o caixa da empresa.

    Do ponto de vista do investidor, a análise de demonstrativos financeiros por meio dos índices auxilia na previsão do futuro da empresa e, em alguns casos, na projeção do desempenho das ações da empresa.


    Para os gestores, a análise dos índices financeiros serve para antecipar as condições futuras e, principalmente, como ponto de partida para planejar as ações que influenciarão o curso futuro dos eventos.

    Os índices também são conhecidos como indicadores econômico-financeiros ou quocientes financeiros e têm o objetivo de demonstrar claramente as relações entre as contas dos demonstrativos financeiros.

    Outra grande vantagem na análise dos índices ou quocientes, como prefere alguns autores, é a possibilidade de se analisar e correlacionar o comportamento do ativo em relação ao passivo, ao patrimônio líquido e até mesmo com as contas da demonstração do resultado do exercício. Esse tipo de análise é praticamente inviável apenas utilizando as técnicas de análise horizontal e/ou vertical.

    Há uma grande diversidade de terminologia, entre os diversos estudiosos de finanças, quando o assunto são os índices ou quocientes financeiros. Existe também divergência entre quais os melhores índices financeiros para analisar e diagnosticar a situação econômico-financeira de uma empresa.

    Vários índices buscam medir ou avaliar um mesmo item do balanço, do demonstrativo de resultado do exercício, ou do demonstrativo de fluxo de caixa. Nesses casos, recomenda-se escolher o índice de mais fácil interpretação e analisá-lo ao longo do tempo.



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    7 - Os Indicadores de Liquidez

    Uma das primeiras preocupações da maioria das análises financeiras é com a liquidez.

    Terá a empresa capacidade de honrar os seus compromissos?

    Nos departamentos de análise de crédito dos bancos, esse é tipicamente um dos principais índices que os analistas estudam.

    Os indicadores de liquidez visam medir a capacidade de pagamento de uma empresa, isto é, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas assumidas.

    Veremos, a seguir, os principais índices de liquidez. Os demais indicadores financeiros serão vistos em outra oportunidade.



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    Índice de Liquidez Imediata: Este índice representa o valor que a empresa possui de imediato para saldar suas dívidas de curto prazo. Pode ser representado pela seguinte operação:


    Liquidez imediata = Disponibilidades Passivo Circulante

    O numerador desse indicador reflete os recursos imediatamente disponíveis pela empresa, enquanto o denominador reflete as dívidas de curto prazo que vencerão em 30, 60, 90 e até 360 dias.

    Como nem todas as dívidas de curto prazo possuem a mesma data de vencimento, o mais correto no cálculo do índice de liquidez imediata seria calcular o valor presente de cada um dos vencimentos, ou seja, o valor de cada parcela da dívida de curto prazo se a mesma fosse paga hoje, em uma única parcela.

    Observe o seguinte exemplo:


    Com base no Balanço Patrimonial da empresa abaixo, qual seria o valor de sua liquidez imediata?

    Balanço Patrimonial (R$)

    Ativo Circulante

    30.000

      
    • Disponibilidade
    • Contas a Receber
    • Estoques
     
    10.000
    5.000
    15.000
    Realizável a Longo Prazo
    20.000
     
    Ativo Permanente
    5.000
      
    Ativo Total
    55.000
     
    Passivo Circulante
    32.000
     
    Exigível a Longo Prazo
    19.000
     
    Patrimônio Líquido
    4.000
     
    Passivo Total
    55.000
     

    Observando o valor das disponibilidades e do passivo circulante, o valor do quociente de liquidez imediata seria:



    Isso quer dizer que para R$ 1,00 de passivo circulante a empresa teria condições de liquidar de imediato apenas R$ 0,31.



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    Índice de Liquidez Corrente: O indicador de liquidez corrente refere-se à relação existente entre o ativo circulante e o passivo circulante ou seja, para cada R$ 1,00 em bens e direitos circulantes (tais como disponíveis, valores a receber e estoques), quanto a empresa deve no curto prazo (seja através de duplicatas a pagar, impostos, contribuições sociais ou empréstimos a curto prazo).



    Se a liquidez corrente for superior a 1, significa que a empresa possui capital circulante líquido positivo. Se o índice for inferior a 1, indica um capital de giro líquido negativo, o que quer dizer que o ativo circulante está menor que o passivo circulante.

    Se uma empresa trabalha com necessidade de capital de giro (NCG) positiva, então ela deve buscar maximizar esse índice.

    Na prática, se uma empresa trabalha com um índice de 1.3, significa que, para cada R$ 1,00 de passivo circulante, dispõe de R$ 1,30 de ativo circulante, que teoricamente poderia converter em dinheiro, tornar líquido, no curto prazo.

    Por outro lado, se esse índice cai para 0,7, significa que para cada real de passivo a empresa dispõe de apenas 70 centavos de ativos que poderia tornar líquido no curto prazo.



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    Para compreender melhor o índice de liquidez corrente, observe o seguinte exemplo:


    Com base no Balanço Patrimonial da empresa abaixo, qual seria o valor de sua liquidez corrente?

    Balanço Patrimonial (R$)

    Ativo Circulante

    30.000

      
    • Disponibilidade
    • Contas a Receber
    • Estoques
     
    10.000
    5.000
    15.000
    Realizável a Longo Prazo
    20.000
     
    Ativo Permanente
    5.000
      
    Ativo Total
    55.000
     
    Passivo Circulante
    32.000
     
    Exigível a Longo Prazo
    19.000
     
    Patrimônio Líquido
    4.000
     
    Passivo Total
    55.000
     




    Balanço Patrimonial (R$)

    Ativo Circulante

    30.000

    Passivo Circulante
    32.000

    Isso quer dizer que para R$ 1,00 de Passivo Circulante a empresa teria condições de liquidar, em um curto espaço de tempo, R$ 0,94.



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    Índice de Liquidez Seca: Buscando se obter uma melhor indicação de liquidez, alguns analistas preferem utilizar o índice de liquidez seca, que retira do numerador o ativo menos líquido que são estoques.

    Dessa maneira, sobrariam apenas as contas caixa e contas a receber, ou seja, dinheiro e haveres de mercadorias ou serviços que já foram vendidos e só faltam serem recebidos.



    Exemplo


    Com base no Balanço Patrimonial abaixo, qual seria o valor da liquidez seca?

    Balanço Patrimonial (R$)

    Ativo Circulante

    30.000

      
    • Disponibilidade
    • Contas a Receber
    • Estoques
     
    10.000
    5.000
    15.000
    Realizável a Longo Prazo
    20.000
     
    Ativo Permanente
    5.000
      
    Ativo Total
    55.000
     
    Passivo Circulante
    32.000
     
    Exigível a Longo Prazo
    19.000
     
    Patrimônio Líquido
    4.000
     
    Passivo Total
    55.000
     






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    Resumo

    A análise das demonstrações financeiras é tão antiga quanto a própria Contabilidade. A análise horizontal da evolução dos dados apresentados nos demonstrativos contábeis, complementada pela análise horizontal dos mesmos, são as técnicas mais utilizadas na análise das demonstrações financeiras.

    Outra forma de análise dos documentos contábeis são os chamados índices financeiros, pois permitem uma visão mais realista da situação patrimonial da empresa, além de possibilitar a correlação entre diferentes grupos de contas e até mesmo de diferentes demonstrações financeiras.

    A análise horizontal é a comparação do desempenho dos vários grupos de contas por dois ou mais anos.

    A análise vertical das demonstrações financeiras constitui-se de um processo desenvolvido por meio de comparações relativas entre valores relacionáveis identificados em uma mesma demonstração contábil.

    A principal vantagem na utilização dos índices financeiros na análise dos demonstrativos financeiros está no fato de que eles podem ajudar a prever o potencial de geração de lucro e o caixa da empresa.

    Os indicadores de liquidez visam medir a capacidade de pagamento de uma empresa, isto é, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas assumidas. Os principais indicadores de liquidez são o da liquidez imediata, o da liquidez corrente e o da liquidez seca.

    O quociente de liquidez imediata representa o valor que a empresa possui de imediato para saldar suas dívidas de curto prazo.

    O quociente de liquidez corrente refere-se à relação existente entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 em bens e direitos circulantes, quanto a empresa deve no curto prazo.

    Finalmente, o quociente de liquidez seca retira do numerador o ativo menos líquido que são estoques. Dessa maneira, sobrariam apenas as contas caixa e contas a receber, ou seja, dinheiro e haveres de mercadorias ou serviços que já foram vendidos e só faltam serem recebidos.



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    Quando o assunto em questão é a eficiência no planejamento e no controle financeiro de uma determinada empresa, é obrigatório que os gestores conheçam os conceitos e a utilidade de alguns dos principais indicadores financeiros de endividamento, rotatividade e rentabilidade. Vamos a eles.

    1 - Indicadores de Endividamento e Estrutura

    Os indicadores de endividamento e estrutura são utilizados para verificar a composição das fontes de recursos, ou seja, do passivo da empresa.

    Refletem a forma com que os recursos de terceiros (participação de capitais de terceiros) são utilizados pelos gestores e a participação relativa dos mesmos em relação ao capital próprio.

    A análise destes indicadores permite avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante os seus credores, bem como a capacidade desta em cumprir os compromissos financeiros assumidos.



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    Dentre os principais índices de endividamento e estrutura, destacam-se os seguintes:

    Relação Capital de Terceiros sobre Recursos Totais

    Esse índice busca relacionar o passivo operacional e financeiro com o total do passivo incluindo o patrimônio líquido. Mede a porcentagem dos recursos totais da empresa que se encontram financiados por capitais de terceiros.



    Ou como preferem alguns autores:



    o Índice menor do que 1: Se o valor do índice for igual a 0,5 significa que para cada real de capital de terceiros existem dois reais de capital próprio na empresa.

    o Índice maior que 1: Se o valor do índice for igual a 4 significa que para cada real de capital próprio existem 4 reais de capital de terceiros na empresa.



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    Se, no longo prazo, o valor do índice - resultado da relação capital de terceiros sobre recursos totais - for consistentemente maior do 1, poderia indicar uma redução na rentabilidade da empresa. Porém, essa não é uma afirmativa conclusiva, pois é necessário verificar o custo do endividamento em relação ao retorno produzido pelas aplicações desses recursos no ativo da empresa.

    É possível fazer a seguinte analogia: se uma empresa capta recursos junto ao banco a uma taxa de 1% ao mês, aplica na produção de bens em seu ativo e consegue gerar um retorno de 2% líquido com a venda das mercadorias, pode-se afirmar que a participação de capitais de terceiros é benéfica para a empresa.

    Por outro lado, se a mesma empresa capta recursos a 1% e gera um retorno líquido sobre as vendas de 0,5%, a empresa provavelmente enfrentará problemas de liquidez.

    É possível imaginar a tesouraria de um grande banco captar recurso junto ao público a 1% ao mês e emprestá-lo a 0,5% ao mês? A não ser que seja uma situação pontual de necessidade de recursos, tal instituição estará com sérios problemas de liquidez de curto prazo.



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    Relação Capital de Terceiros sobre Capital Próprio

    Esse índice é utilizado juntamente com a relação do capital de terceiros sobre recursos totais para ratificar o nível de dependência de capital externo que a empresa possui.



    Como dito anteriormente, grande parte das empresas que vão à falência apresentam, durante um período relativamente longo, altos quocientes desse indicador.

    No Brasil, não são raros os exemplos, sejam de instituições financeiras, de construtoras ou empresas ligadas a outros ramos de atividade, que foram obrigadas a fechar as portas devido à má utilização dos recursos de terceiros.

    Como afirmou Iudícibus (2000), “não se pode afirmar que toda empresa que apresente tal característica irá à falência, mas quase todas as empresas que vão à falência apresentam este sintoma”.



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    Participação do Exigível a Curto Prazo sobre o Exigível Total

    Esse indicador é bastante utilizado pelas instituições financeiras quando da análise de concessão de crédito para empresas.



    Os bancos analisam qual parcela da dívida da empresa que vence no curto prazo e como a empresa está financiando a sua expansão.

    Não é recomendável que uma empresa em fase de expansão financie seu projeto com recursos de curto prazo, ou seja, esta capte recursos de curto prazo nos bancos para imobilizá-lo, justamente para evitar um aumento exagerado em sua necessidade de capital de giro (NCG) real.

    O ideal é que as empresas financiem suas expansões com recursos de longo prazo e, de preferência, com linhas de crédito subsidiadas como as oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou pelos Fundos Constitucionais.



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    Imobilização de Recursos Totais

    Esse índice tem uma grande relação com o capital de giro, que é um item das finanças estruturais.



    Intuitivamente é fácil observar que se esse índice é maior do que um, significa que a empresa trabalha com capital de giro positivo.

    É bastante recomendável que as empresas procurem maximizar esse índice para que tenham um capital de giro robusto e consistente.

    Os bancos, ao analisarem esse indicador, observam com bastante prudência o valor do numerador e, muitas vezes, excluem o valor do Patrimônio Líquido e consideram como recursos permanentes apenas as dívidas da empresa.

    Essa prática é utilizada pelos bancos para certificarem-se que o valor das garantias reais, ou seja, ativos permanentes, é superior ao valor das dívidas que a empresa mantém junto à instituição financeira.



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    2 - Indicadores de Rotatividade


    Os indicadores de rotatividade expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovam durante certo período de tempo, além de fornecerem uma boa indicação da eficiência operacional da empresa.

    Segundo Iudícibus (2002), a importância de tais indicadores é representada pelo fato de expressarem relacionamentos dinâmicos, que acabam influenciando a posição de liquidez e rentabilidade da empresa.

    Para Assaf Neto (2005), a importância dos indicadores de rotatividade ou de atividade, está no fato de permitirem a mensuração das diversas durações do ciclo operacional da empresa, que vai desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas.



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    Rotatividade dos Estoques

    Esse índice demonstra quantas vezes a empresa teve que renovar o seu estoque de produtos ou mercadorias por causa das vendas em um determinado período, ou seja, reflete o seu giro de estoque.




    Observe o EXEMPLO 1:


    O valor das vendas da empresa Mercadinho Jeremias LTDA, no exercício de 20x5, foi de R$ 600 mil e, para isso, manteve um estoque médio de produtos de R$ 100 mil. Qual a rotatividade do estoque da empresa do Sr. Jeremias?






    Esse índice de rotatividade significa que o estoque da empresa do Sr. Jeremias se renovou 6 vezes no exercício de 20x5, ou seja, a cada 2 meses, a empresa conseguia girar o seu estoque.

    Para saber se esse giro foi bom ou ruim, os analistas de crédito devem compará-lo com a média da rotatividade de mercado das empresas que atuam no mesmo ramo de atividade que o Mercadinho Jeremias.

    A princípio, quanto maior o giro do estoque de uma empresa, maior a sua rentabilidade. Porém, essa afirmação não é uma verdade absoluta, pois uma empresa pode aumentar o giro de seu estoque a custo de uma grande redução da margem de lucro sobre as vendas e com isso, diminuir a rentabilidade no período.



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    Estoque médio dos produtos
    O estoque médio de produtos em um determinado período pode ser calculado de duas maneiras: a 1º é por meio da média aritmética entre o estoque final e o estoque inicial da empresa, a 2º maneira é por meio do estoque médio dos balancetes mensais.






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    Agora, veja o EXEMPLO 2:


    Analisando os demonstrativos financeiros de sua empresa, o Sr. Jeremias verificou que, em 20x5, o Mercadinho Jeremias obteve uma receita de vendas de R$ 900 mil, o que corresponde a uma margem de lucro de, aproximadamente, 33% no período.









    Entretanto, o Sr. Jeremias ouviu falar que, caso aumentasse o giro do estoque de sua empresa, conseguiria aumentar a sua margem de lucro. Com base em uma estratégia de venda bastante agressiva, o Mercadinho Jeremias aumentou o valor de venda no exercício de 20x6 para R$ 800 mil, mantendo o estoque médio em R$ 125 mil e a receita de vendas passou para R$ 1.050 mil.

    Analisando a estratégia adotada pelo Sr. Jeremias, é possível concluir que:

    1º) A rotatividade realmente aumentou do exercício de 20x5 para o exercício de 20x6.






    2º) Apesar de aumentar o giro do estoque, a estratégia do Sr. Jeremias não obteve o resultado esperado com relação ao aumento da margem de lucro.








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    Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber

    O prazo médio de recebimento (PMR) refere-se ao número de dias, em média, que a empresa financia os seus clientes, ou seja, se a empresa trabalha com 56 dias de recebimento, significa que ela está investindo o equivalente a 56 dias de vendas nos seus clientes.



    O contas a receber médio é calculado por meio do saldo médio da conta duplicatas a receber da empresa.

    As vendas médias são calculadas dividindo-se o valor das vendas a prazo pela quantidade de dias ou de meses do período.

    Exemplo:


    Com base nos dados dos balancetes mensais da Frutaria São Bento em 20x5, qual o prazo médio de recebimento de contas a receber?

     
    BALANCETES MENSAIS (R$ mil)
    CONTAS
    Janeiro
    Fevereiro
    Março
    Abril
    Maio
    Junho
    Duplicatas a Receber
    1.450
    1.750
    1.650
    1.550
    1.950
    2.150
    Vendas a Prazo
    1.600
    1.750
    1.300
    1.850
    2.050
    2.250

    1º passo: cálculo do contas a receber médio:





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    2º passo: cálculo do vendas média:



    3º passo: cálculo do Prazo Médio de Recebimento do Contas a Receber



    Isso significa que a Frutaria São Bento demora, em média, 29 dias para receber as suas vendas realizadas a prazo.

    Esse tipo investimento pode ser necessário para a empresa se manter competitiva e conseguir realizar as vendas.

    Entretanto, deve-se ter muito cuidado com o investimento no contas a receber que, obrigatoriamente, deve ser financiado e que pressupõe riscos de inadimplência e atrasos de pagamentos por parte dos clientes.



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    Prazo Médio de Pagamento

    O prazo médio de pagamento refere-se ao número de dias, em média, em que a empresa é financiada pelos seus fornecedores, ou seja, se o prazo médio de pagamento de uma empresa é de 45 dias, significa que ela está sendo financiada o equivalente a 45 dias de compras pelos seus fornecedores.

    Esse indicador evidencia o tempo médio que a empresa tarda em pagar suas dívidas com os seus fornecedores.



    Quando uma empresa fecha um contrato com um determinado fornecedor, e esse contrato prevê o pagamento de uma fatura em um prazo inferior ao prazo médio de pagamento da empresa, pode ocorrer um atraso no pagamento ao fornecedor, o que no balanço da empresa é configurado como um recurso forçado.

    A prática de atrasar o pagamento e, dessa forma, forçar recursos dos fornecedores, é muito comum, especialmente se a empresa estiver precisando financiar a sua necessidade de capital de giro durante períodos de elevada sazonalidade.

    Contudo, se essa prática for recorrente, os fornecedores tendem a elevar os seus preços, exigir pagamentos à vista ou mesmo cortar a empresa da sua lista de clientes.



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    Recurso forçado
    Recurso forçado - recurso que a empresa “capta” por meio do atraso de pagamento de tributos ou fornecedores.

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    Quociente de Posicionamento Relativo

    O prazo médio (PM) de recebimento pode ser comparado ao prazo médio de pagamento por meio do quociente de posicionamento relativo.



    O ideal é que o prazo médio de pagamento da empresa seja sempre maior que o prazo médio de recebimento. Para que isso ocorra, a empresa deve fazer o possível para tornar esse indicador inferior a 1.

    Nos casos em que o quociente apresenta valores maiores que um, a empresa está tendo que pagar por suas compras antes de receber por suas vendas.

    Essa situação gera a necessidade de capitais de giro adicionais, ou seja, a empresa precisa de capital de giro o suficiente para financiar a compra de novas mercadorias enquanto aguarda pelo recebimento das que já foram vendidas.



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    3 - Indicadores de Rentabilidade

    Como o próprio nome indica, estes índices medem a rentabilidade em função de alguns parâmetros, seja a rentabilidade sobre as venda, sobre o ativo, sobre o patrimônio líquido, dentre outros.

    Os índices de rentabilidade são de fundamental importância para se avaliar a eficácia das operações.

    A análise desses índices ajuda a responder uma série de questionamentos que permeiam frequentemente a cabeça dos gestores, tais como:



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    Rentabilidade Bruta

    O quociente de rentabilidade bruta serve para medir a eficiência fabril, incluindo a gestão de compras, produção e distribuição.

    Contudo, deve ser levado em conta que nem tudo que é produzido é vendido, e o lucro bruto serve para medir apenas a eficiência do que foi vendido.

    Para calcular a rentabilidade bruta e, consequentemente, a margem bruta de uma determinada empresa são utilizadas as seguintes equações:



    Então:


    Margem Bruta = Rentabilidade Bruta x 100

    Para se obter o lucro bruto, devem ser deduzidos das vendas os custos dos produtos vendidos ou os custos das mercadorias vendidas.

    Portanto, a rentabilidade bruta serve para medir a eficiência com que a empresa coloca os seus produtos ou serviços à venda.



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    Retorno sobre o Ativo (RSA)

    Esse indicador mensura o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos operacionais.



    O lucro gerado pelos ativos operacionais, também conhecido como lucro operacional, é determinado somente pelas decisões de investimento da empresa e representa o resultado antes das receitas ou despesas financeiras da empresa.

    Quando os gestores da empresa decidem captar recursos no mercado, precisam conhecer bem esse indicador, pois o RSA pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma empresa pode incorrer em suas captações de fundos.

    Caso uma empresa capte recursos, ou seja, obtenha empréstimos com taxas de juros superiores ao retorno gerado pelos seus ativos, o resultado produzido pela aplicação desses fundos será menor que a remuneração devida ao credor, prejudicando, dessa forma, a saúde financeira da empresa.

    A captação de recursos de terceiros somente é recomendável quando o seu custo for inferior ao retorno produzido pelos ativos da empresa.

    Devido a fatores como o aumento real da taxa de juros ou a redução do retorno dos ativos, um empréstimo negociado em condições favoráveis pode se tornar extremamente prejudicial à empresa. Por esse motivo, os gestores, além de conhecer, devem acompanhar com bastante atenção a performance desse indicador.



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    Retorno sobre o Investimento (RSI)

    O RSI é uma alternativa ao uso do RSA para mensurar o retorno produzido pelo total dos recursos aplicados pelos donos, acionistas e credores nos negócios da empresa.

    Segundo Assaf Neto (2005), enquanto os ativos incorporam todos os bens e direitos mantidos por uma empresa, o investimento equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios.



    O investimento é composto pelos passivos onerosos (empréstimos e financiamentos) e pelos recursos dos proprietários da empresa, cujos valores são registrados em contas do patrimônio líquido.

    Os passivos relacionados à atividade da empresa, tais como salários, encargos sociais, fornecedores e tributos, não são recursos efetivamente investidos na empresa pelos seus credores e acionistas, por isso, são considerados como passivos de funcionamento ou passivos não onerosos.

    O investimento de uma empresa pode ser calculado de duas maneiras:


    Investimento = Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido

    ou


    Investimento = Ativo Total – Passivo de Funcionamento



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    Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL)

    Segundo muitos analistas, esse é um dos principais indicadores financeiros, visto que eles consideram que a rentabilidade sobre o patrimônio líquido (RSPL) é o que realmente motiva aos acionistas a investirem nas empresas. Esse quociente busca indicar a parcela de lucro que sobraria para os acionistas após o pagamento do capital de terceiros.



    Pela análise da fórmula, é possível perceber que o RSPL mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus proprietários, ou seja, para cada real de recursos próprios investidos na empresa, medem-se quanto os proprietários auferem de lucro.

    Na realidade, na análise dos quocientes de rentabilidade é preciso um pouco de prudência visto que algumas empresas, por motivos diversos, podem manipulado o valor apresentado como “lucro” para reportar resultados maiores ou menores.

    Não obstante, o lucro da empresa continua sendo uma referência importante de geração de valor. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido é um dos mais utilizados pelas instituições financeiras para avaliar suas performances e projetar suas metas de desempenho.



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    A análise do RSPL é tão importante que os analistas costumam desmembrar o indicador para verificar qual dos seus sub-índices tem maior peso positivo ou negativo na formação de seu resultado.

    Dessa maneira, os gestores podem focar nos elementos individuais, buscando maximizá-los e, dessa forma, elevar o RSPL da empresa. Esse desdobramento é conhecido como a "Fórmula Dupont".

    Fórmula Dupont:



    Ao desdobrar o retorno sobre o patrimônio líquido, é possível observar três novos índices relacionados respectivamente à rentabilidade líquida, ao giro do ativo e à estrutura de capital da empresa.

    A primeira parte da fórmula de Dupont fornece uma indicação do negócio, no sentido que a rentabilidade segue padrões bastante definidos em determinados setores.



    A segunda parte da fórmula mede a eficiência das operações da empresa.



    A terceira parte da fórmula mede o grau em que a empresa está alavancada financeiramente.





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    Em suma, o estudo do desempenho de uma empresa por meio da decomposição lógica da fórmula do retorno sobre o patrimônio líquido é de grande importância para a identificação das efetivas causas do comportamento do indicador em um determinado intervalo de tempo.

    Isso permite aos gestores que identifiquem objetivamente as medidas que precisam ser adotadas para otimizar o retorno esperado.

    Observe o seguinte exemplo:


    Com base nas informações recolhidas dos demonstrativos financeiros da empresa Farmácia do Povo, analise detalhadamente o seu retorno sobre patrimônio líquido (RSPL).

    Contas
    Valores
    Ativo Médio
    R$ 724.200,00
    Patrimônio Líquido
    R$ 470.300,00
    Lucro Operacional
    R$ 223.428,00
    Lucro Líquido
    R$ 50.000,00
    Vendas Líquidas
    R$ 2.426.000,00

    O RSPL é calculado pela relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido.


    Esse resultado indica que os acionistas obtiveram um retorno de 10,63% sobre o capital aplicado, ou seja, para cada R$ 1,00 empregado, auferiram R$ 0,1063 de retorno.



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    Ao se comparar o resultado de 10,63% com os resultados de exercícios anteriores e até mesmo com rentabilidade média do mercado, é possível estimar se esse resultado foi satisfatório e se estava dentro das expectativas dos gestores e acionistas. Porém, não é possível identificar as causas que determinaram a rentabilidade da empresa.

    Por meio da utilização da fórmula de Dupont, é possível verificar que o comportamento desse indicador é função da rentabilidade das vendas, da composição do ativo e do giro do patrimônio líquido da empresa.

    Pela decomposição da fórmula, têm-se:








    10,63% = 2,06% X 3,35 vezes X 1,51 vezes

    Pela análise da Fórmula de Dupont, é possível verificar que apesar da pequena margem líquida (2,06%) e do giro sobre os recursos próprios ter sido relativamente pequeno (1,51 vezes), o RSPL de 10,63% foi devido basicamente à eficiência operacional da empresa, que permitiu um giro sobre o ativo de 3,35 vezes no período.



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    Resumo

    Os indicadores de endividamento e estrutura refletem a forma com que os recursos de terceiros são utilizados pelos gestores e a participação relativa dos mesmos em relação ao capital próprio. Os principais indicadores de endividamento são:

    Capital de Terceiros sobre Recursos Totais

    Exigível Total
    PassivoTotal

    Capital de Terceiros sobre Capital Próprio

    Exigível Total
    Patrimônio Líquido

    Exigível a Curto Prazo sobre Exigível Total

    Passivo Circulante
    Exigível Total

    Imobilização de Recursos Totais

    Recursos Permanentes
    Ativo Permanente

    Os indicadores de rotatividade expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovam durante certo período de tempo, além de fornecerem uma boa indicação da eficiência operacional da empresa. Os principais indicadores de rotatividade são:

    Rotatividade dos Estoques

    Custo das Vendas
    Estoque Médio de Produtos

    PM Recebimento Contas a Receber

    Contas a Receber Médio
    Vendas Média

    Prazo Médio Pagamento

    Contas a Pagar
    Compras a Prazo

    Os indicadores de rentabilidade medem a rentabilidade em função de alguns parâmetros, seja a rentabilidade sobre as venda, sobre o ativo, sobre o patrimônio líquido, dentre outros. Os principais são:

    Rentabilidade Bruta

    Lucro Bruto
    Vendas

    RSA

    Lucro Gerado pelos Ativos Operacionais
    Ativo Total Médio

    RSI

    Lucro Gerado pelos Ativos Operacionais
    Investimento Médio

    RSPL

    Lucro Líquido
    Patrimônio Líquido Médio

    A análise do RSPL é tão importante que os analistas costumam desmembrar o indicador para verificar qual dos seus sub-índices tem maior peso positivo ou negativo na formação de seu resultado. Esse desdobramento é conhecido como a Fórmula Dupont e é expressa da seguinte forma:





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