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1 - Administração do capital de giro

A administração de capital de giro (circulante) envolve basicamente as decisões de compra e venda tomada pela empresa, assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras.

Dessa forma, é nítido que a administração do capital de giro deve garantir a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem, compra de materiais, produção, venda de produtos e prazo de recebimento.

Estas políticas têm impacto direto nos demonstrativos contábeis e é por meio deles que se procede às análises necessárias.

A administração de capital de giro é imprescindível num mundo altamente globalizado e pontuado pela abertura de mercado, em razão da forte concorrência, principalmente entre pequenas e médias empresas.



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Em recente estudo conduzido pelo IBGE e SEBRAE (2001), foram ouvidos microempresários de todo o país. O resultado desta pesquisa deixa claro que as microempresas brasileiras sofrem muito com a gestão do capital de giro, sendo essa a principal causa de falência.

Pela análise da pesquisa, é possível verificar alguns fatores críticos na gestão do capital de giro.

O primeiro deles é que a taxa de juros para capital de giro ainda possui um custo muito elevado, principalmente para empresas de pequeno porte que só tem como fonte de recursos o capital interno (nacional).

Causas das dificuldades e razões para
o fechamento das empresas
Categorias
Ranking
Dificuldade/Razões
Percentual de Empresários que Responderam
Falhas Gerenciais
Falta de capital de giro
42%
Problemas financeiros
21%
Ponto / local inadequado
8%
Falta de conhecimentos gerenciais
7%
Causas Econômicas
Falta de clientes
25%
Maus pagadores
16%
Recessão econômico no país
14%
Logística Operacional
12º
Instalações inadequadas
3%
11º
Falta de mão-de-obra qualificada
5%
Políticas Públicas e arcabouço legal
Falta de crédito bancário
14%
10º
Problemas com a fiscalização
6%
13º
Carga tributária elevada
1%
Outra razão
14%
Obs.: A questão admitia respostas múltiplas


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O segundo deles, é a falta de capacidade e de conhecimento dos gestores em utilizar metodologias para analisar os problemas que envolvem a gestão do capital de giro.

 
Empresas Ativas
Dificuldades
Nº de citações
Percentual
Carga tributária / encargos / impostos
549
29,1%
Falta de capital de giro
353
18,7%
Concorrência
236
12,5%
Falta de profissionais / mão-de-obra qualificada
158
8,4%
Dificuldades financeira
112
5,9%
Falta de clientes
102
5,4%
Maus pagadores / inadimplência
90
4,8%
Crise econômica do país
78
4,1%
Falta de crédito
77
4,1%
Burocracia
73
3,9%

Destinação dada aos recursos nas empresas por região.



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2 - Ciclo Operacional e Financeiro

É importante lembrar que o capital de giro corresponde, na contabilidade tradicional, ao ativo circulante de uma empresa.

Em sentido mais amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados por uma empresa para financiar seu ciclo operacional que engloba desde a aquisição da matéria prima até o recebimento dos recursos financeiros relativo às vendas de seus produtos e serviços.

Este ciclo é um processo que ocorre de maneira seqüencial, repetitiva e ininterrupta na atividade operacional de uma empresa, aumentando o caixa a cada ciclo junto com os lucros auferidos ao final do ano.

A cada fase deste ciclo, a empresa necessita de recursos financeiros de curto prazo ou, comumente chamado capital de giro para sustentar tais operações.



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Seja pela aquisição de recursos para a confecção de produtos e/ou serviços ou no seu processo de estocagem, a empresa gasta recursos financeiros, afinal estas atividades são as razões de sua existência.

A análise de ciclo operacional de uma empresa é muito importante para a gestão do caixa e consequentemente do capital de giro. Para tanto são utilizados os indicadores financeiros de rotatividade já estudados anteriormente.

É diante deste processo natural e permanente que sobressai o ciclo operacional da empresa, composto por todas as fases das atividades operacionais.

Vamos tomar, por exemplo, uma empresa industrial. Seu ciclo operacional inicia-se pela aquisição das matérias primas, à vista ou a prazo, passa pela armazenagem, produção, venda, também à vista ou a prazo e desemboca no efetivo recebimento das vendas realizadas, conforme diagrama abaixo.



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A fim de simplificar o processo, serão analisados quatro grandes processos:

• Compra
• Estocagem
• Venda
• Recebimento

Para efeitos didáticos, será assumido que as compras e as vendas são feitas a prazo, e que o recebimento de insumos e entrega de produtos e serviços ocorrem no momento da operação, fatos que se aproximam bastante da realidade das empresas.

Resgatando o cálculo dos indicadores do ciclo operacional anual temos:

O PME expressa o prazo médio em dias que os matérias/produtos/serviços permanecem estocados à espera de serem vendidos.

O PMP expressa o prazo médio em dias que a empresa paga seus fornecedores.

O PMR expressa o prazo médio em dias que a empresa recebe pelas vendas realizadas aos seus clientes.



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A administração do capital de giro deve monitorar os indicadores de ciclo operacional a fim de reduzir seu ciclo financeiro e, se possível, torná-lo negativo.

Como se consegue isso? Bem, este é o sonho de consumo de todos os gestores de empresas: receber de seus clientes antes de pagar aos seus fornecedores.

Ao se configurar este cenário, a empresa normalmente não possui problemas de giro. Isto porque a empresa recebe à vista e paga a prazo.

Um exemplo de ramo em que isto ocorre são as pequenas cafeterias cujo principal produto, café expresso, possui preços baixos e normalmente são pagos em dinheiro, ou seja, à vista. Contudo, a compra da matéria prima, como pó de café e água, normalmente é paga com mais de 30 dias.

Dessa forma, não há estocagem e a partir da compra de matéria prima, já há a entrada de receita. Colocando no diagrama de tempo têm-se o seguinte fluxo operacional:

Portanto, no exemplo anterior, o prazo de recebimento é zero. Já o prazo de pagamento é de 35 dias, enquanto o prazo de estocagem é inferior ao de pagamento, visto que há consumo e venda de produtos dentro do prazo de pagamento.



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Para simplificar, será utilizado um prazo de estocagem de 20 dias somente para efeito de entendimento.

Substituindo-se na fórmula, tem-se:


Ciclo Operacional = PME + PMR

Ciclo Operacional = 20 + 0

Ciclo Operacional = 20 DIAS

Cálculo do ciclo financeiro:


Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - PMP

Ciclo Financeiro = 20 - 35

Ciclo Financeiro = - 15 DIAS

Ou seja, a empresa possui 15 dias de folga em seu caixa para aplicar os recursos da forma que achar mais conveniente.

Assim, chega-se na análise do objetivo principal da administração de capital de giro quando da utilização dos indicadores dos ciclos operacionais. O gestor deve ter como meta a redução do ciclo financeiro da empresa sob pena de ter que financiar seu caixa com recursos de terceiros.

Como mencionado, idealmente toda empresa desejaria apurar um ciclo financeiro negativo, que refletiria sua capacidade de produzir, vender e receber antes dos pagamentos. Na prática, esta situação é bastante difícil de ocorrer.



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Diante da realidade de ciclos financeiros positivos, deve a empresa desenvolver estratégias de maneira a minimizar sua dependência por outras fontes de recursos, tais como giro dos estoques, redução de inadimplência e negociação de prazos.

Essas estratégias operacionais não devem, entretanto, sacrificar o volume de atividade da empresa. O gestor da empresa necessita ao gerir o caixa achar um ponto de equilíbrio entre as atividades demandadas à empresa e seus fatores operacionais. Um maior giro nos estoque não deve significar falta de produtos para a efetivação da venda.

Exemplo:

Uma empresa apresenta os seguintes demonstrativos contábeis:


 
Período 0
Período 1
 
Período 0
Período 1
ATIVO
280.000
330.000
PASSIVO
280.000
330.000
Circulante
130.000
160.000
Circulante
110.000
140.000
Caixa de bancos
2.000
5.000
Fornecedores
35.000
50.000
Aplicações Financeiras
28.000
29.000
Salários a pagar
10.000
30.000
Duplicatas a receber
50.000
57.000
Impostos a pagar
5.000
5.000
Estoques
50.000
69.000
Empréstimos
60.000
55.000
Realizável a longo prazo
30.000
35.000
Exigível a longo prazo

10.000

10.000
Permanente
120.000
135.000
PL
160.000
180.000
Investimento
20.000
20.000
Capital
150.000
150.000
Imobilizado
100.000
115.000
Lucros acumulados
10.000
30.000

Compras do período : R$ 300.000
Receita de vendas : Todas a prazo

DRE
Receita Vendas
434.286
CMV
(325.714)
Lucro Bruto
108.571
Despesas operacionais
(30.000)
Despesas administrativas
(35.000)
Lucro Operacional
43.571
Despesas Financeira
(15.000)
Lucro antes do I.R.
28.571
Imposto de renda (30%)
(8.571)
Lucro Líquido
20.000



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Ao calcular os indicadores de ciclo operacional desta empresa e montando o diagrama de tempo, tem-se:



Apesar de a empresa apresentar lucro líquido e capital circulante líquido positivo pode-se perceber que seu ciclo financeiro é longo. São quase dois meses financiando seu capital de giro.

Os 59 dias custam juros elevados para a empresa sejam tomados via capitais de terceiros (juros bancários) ou capitais próprios (custo de oportunidade).

A princípio, uma decisão imediata é reduzir este prazo. Nos atuais níveis de juros uma exposição desta proporção pode conduzir uma empresa a falência no longo prazo.



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3 - Tempo de Necessidade de Capital de Giro

A partir do cálculo dos indicadores do ciclo operacional e financeiro pode-se calcular a necessidade de capital de giro em forma de tempo.

Quando, no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, as operações da empresa criam uma necessidade de aplicação permanente de fundos que se evidencia no balanço por uma diferença positiva entre o valor das contas cíclicas do ativo e passivo. Como visto anteriormente, esta diferença denomina-se Necessidade de Capital de Giro (NCG).

O fato de uma empresa possuir capital de giro positivo não significa que é o capital que a empresa necessite. A necessidade de capital de giro é conceitualmente diferente do cálculo tradicional do capital de giro ou também conhecido capital circulante líquido.

Mas como saber qual o capital de giro que uma empresa necessita? O cálculo na forma temporal é obtido por meio da seguinte fórmula:


NCG = PME + PMR - PMP


Aproveitando o mesmo exemplo utilizado anteriormente, podemos calcular o tempo, em dias, de capital de giro necessário da empresa. Substituindo os valores, chega-se ao seguinte resultado:


NCG = 66 + 44 – 51 = 59 dias


São os mesmos 59 dias calculados quando da análise do ciclo operacional e financeiro, ou seja, o ciclo financeiro determina o tempo atual necessário de capital de giro da empresa.

Dessa forma, a empresa pode gerenciar o grau de dependência do seu caixa em relação às operações. Apesar de não saber qual o valor desta necessidade, a empresa pode tomar decisões em relação ao tempo das operações.

No caso acima, os gestores podem trabalhar reduzindo o tempo de estocagem, negociando melhores prazos de pagamentos com seus fornecedores ou reduzindo prazos de seus clientes.



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4 - O Giro Operacional

O giro é uma forma de evidenciar as informações relativas aos indicadores de ciclo operacional numa outra perspectiva. A rotação dos eventos indica o grau de atividade da empresa e é evidenciado na forma nominal medindo a performance de cada grupamento estudado.


O Giro do estoque - Para calcular o giro do estoque, basta dividir o período em que se deseja achar a quantidade de giros pelo prazo médio de estocagem.

No exemplo utilizado, calculou-se o prazo na base anual. Dessa forma, basta dividirmos 360 (período anual em dias) pelo prazo meio de estocagem (PME).




O resultado achado significa que o estoque da empresa levou, em média, 66 dias armazenado e dessa forma foi vendido também em média durante quase 6 vezes no ano.



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O Giro de Pagamento - O princípio é o mesmo e indica quantas vezes houve pagamento a fornecedores, bastando, para isso, dividir o período procurado pelo prazo médio de pagamento (PMP).




O resultado achado significa que o estoque da empresa levou, em média, 66 dias armazenado e dessa forma foi vendido também em média durante quase 6 vezes no ano.

O Giro de Recebimentos - Por fim tem-se o giro dos recebimentos que evidencia a quantidade de vezes em que a empresa recebeu de seus clientes. O cálculo segue o mesmo procedimento pagamentos






O resultado significa que suas vendas são recebidas em média com 44 dias após as vendas sendo que seus estoques de duplicatas a receber são renovados pouco mais de oito vezes ao ano.

A lógica de raciocínio é a mesma. A correta gestão do capital de giro preza por ciclos financeiros, ou de caixa como também são denominados, cada vez menores.

Para atingir este objetivo tem que se perseguir o alongamento dos prazos de pagamento a fornecedores o que implica na sua redução de giro.

Por outro lado, deve-se buscar a redução de prazos de recebimentos de clientes e aumento nas vendas o que provoca aumento dos respectivos giros. A análise ideal é acompanhar a evolução destes indicadores periodicamente em conjunto com as análise de políticas exercidas pela empresa.



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Resumo

A administração de capital de giro ou de caixa, como também é conhecido, envolve basicamente as decisões de compra e venda tomadas pela empresa, assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras.

Dessa forma é nítido que a administração do capital de giro deve garantir a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem, compra de materiais, produção, venda de produtos e prazo de recebimento, principalmente no ambiente de altas taxas de juros e pesada carga tributária existente no país.

Estas políticas têm impacto direto nos demonstrativos contábeis e é por meio deles que se procedem as análises necessárias.

Uma das metodologias comumente utilizadas é a análise e acompanhamento dos indicadores de ciclo operacional e financeiro, bem como seus respectivos indicadores de giro.



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1 - A Gestão do Capital de Giro

O capital de giro constitui-se o fundamento básico da avaliação do equilíbrio financeiro de uma empresa. Pela análise de seus elementos patrimoniais são identificados os prazos operacionais, o volume de recursos que financiam o giro e o permanente e as necessidades de investimento operacional.

Para uma melhor compreensão da análise financeira de uma empresa, é importante entender as dinâmicas empresariais retratadas nas contas de ativo e passivo, onde os valores são classificados em função do seu ciclo, ou seja, o tempo que leva para realizar uma rotação.

Quando, no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, a operação cria uma necessidade de aplicação permanente de fundos, que se evidencia no balanço por uma diferença positiva entre o valor das contas cíclicas do ativo e do passivo.

Antes de entender este novo conceito é necessário retomar a definição de outro conceito: capital de giro (CG) e necessidade de capital de giro (NCG).

O Capital de Giro pode ser calculado pela diferença entre Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Já a NCG contábil pode ser mensurada de forma direta por meio da diferença entre o Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante Operacional.



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Analisando o exemplo hipotético de uma empresa, é possível observar que:

Sabe-se que, na abordagem tradicional, o Capital de Giro (CG) - ou Capital Circulante Líquido (CCL) - é positivo de R$ 200, e corresponde ao resultado da diferença entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC).

Não obstante essa situação, aparentemente equilibrada pela visão tradicional do Capital de Giro ou Capital Circulante Líquido, não há nenhuma garantia de que essa folga financeira efetivamente ocorra.

É necessário reconhecer que parte relevante do ativo circulante possui natureza de longo prazo (permanente). Isto ocorre porque seus valores renovam-se continuamente, denotando um comportamento repetitivo, ou cíclico, do investimento.

Da mesma forma, o passivo circulante também inclui elementos cíclicos, determinados pelo ciclo operacional, cujos créditos renovam-se periodicamente, atribuindo um caráter permanente a seus valores.

Esses valores alteram-se unicamente consoante modificações no volume de atividade e nos prazos operacionais e não podem e nem devem ser financiados por passivos de curto prazo (não cíclicos) sob pena de a empresa depender de recursos de terceiros.



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2 - Necessidade De Capital De Giro – NCG

Diferentemente do conceito tradicional, denomina-se necessidade capital de giro (NCG) a aplicação permanente ou cíclica de fundos em operações da empresa.

Esta definição é um conceito econômico-financeiro, pois se refere ao saldo de contas cíclicas ligadas às operações da empresa e pode ser calculada por meio da seguinte fórmula:


NCG = Ativo Cíclico - Passivo Cíclico

Ativos Financeiros e Cíclicos - Os ativos não cíclicos são denominados financeiros e, assim como os ativos cíclicos, são reclassificações das contas exisentes no ativo circulante, em função do caráter operacional.

Em contrapartida, as contas cíclicas têm como característica sua repetição permanente em função do ciclo operacional da empresa.



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As contas tipicamente classificadas como ativos financeiros são: caixa, fundos de investimento, depósitos judiciais, restituições de I.R., dentre outras.



As contas do ativo circulante tipicamente cíclicas são: duplicatas a receber, adiantamento a fornecedores, estoques, adiantamento a empregados, despesas antecipadas, dentre outras.






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Passivos Financeiros e Cíclicos - Da mesma forma que o ativo, o passivo também deve ser reclassificado com vistas à análise da necessidade de capital de giro sob o ponto de vista econômico-financeiro.

As contas tipicamente classificadas como passivos financeiros são as de empréstimos e financiamentos bancários de curto prazo, duplicatas descontadas, e dívidas com coligadas e controladas, dentre outras.

No rol das contas de passivos cíclicos têm-se fornecedores, adiantamento de clientes, salários e encargos, despesas operacionais, participações de empregados, provisões trabalhistas, dentre outras.

Observe um exemplo, retomando o balanço anterior, cujo CCL era igual a $ 200,00.


A empresa detentora deste demonstrativo possui no seu ativo e passivo circulante contas que se renovam periodicamente, com as seguintes características:
Duplicatas a receber no valor de $ 200,00 por mês, cujo prazo médio seja de 45 dias. Dessa forma, seu investimento fixo necessário em duplicatas a receber é de $ 300,00 ($ 200,00 x (45/30)).
Necessidade de Estoque mínimo de $ 170,00 para atender à demanda de mercado de seus produtos.

• Fornecedores com prazo de pagamento médio de suas compras de 30 dias no valor de $ 270,00.


Como mencionado, o balanço é adaptado e reagrupado em função da natureza operacional de suas contas.

O critério contábil perde importância em detrimento de uma análise mais apurada em relação à gestão do giro. Calculando–se a Necessidade de Capital de Giro e o Capital Circulante Líquido tem-se:


CCL = $ 700,00 - $ 500,00 = $ 200,00
NCG = $ 470,00 - $ 230,00 = $ 240,00

Portanto, apesar desta empresa possuir um capital circulante líquido positivo de $ 200,00, sua necessidade de capital de giro é maior, evidenciando uma necessidade de financiamento com recursos de terceiros, normalmente a um custo elevado, da ordem de $ 40,00.



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3 - Características Da NCG

Como mencionado, a necessidade de capital de giro (NCG) é diferente do capital circulante líquido (CCL) no sentido financeiro clássico. Isto porque a simples classificação contábil não permite identificar com clareza as informações dos ciclos operacionais e econômico-financeiros.

É importante destacar algumas características da NCG:


• A NCG é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente econômico em que a empresa opera, ou seja, modificações tais como redução de crédito de fornecedores ou aumento da demanda, alteram, a curto prazo, a necessidade de capital de giro da empresa.

• A NCG também depende, basicamente, da natureza dos negócios, que determina seu ciclo financeiro, e do nível de atividades dos negócios da empresa que por sua vez é função das vendas.

• A NCG, quando positiva, reflete uma aplicação permanente de fundos que, normalmente, deve ser financiada com fundos permanentes utilizados pela empresa.

• Quando financiada com recursos de curto prazo, sempre empréstimos bancários, o risco de insolvência aumenta.

O confronto entre o capital circulante líquido (CCL) e a necessidade de capital de giro (NCG) é essencial para se avaliar o equilíbrio financeiro da empresa.

Uma empresa apresentará segurança financeira caso possua um CCL maior que a NCG, pois denota excesso de recursos.



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4 - Saldo Em Tesouraria (ST)

O saldo em tesouraria é o resultado da diferença entre o ativo financeiro e o passivo financeiro.

O ativo e o passivo financeiro, também denominado em muitas literaturas como errático, são as contas circulantes que não estão diretamente ligadas à operação e cujos valores se alteram de forma aleatória.


Saldo em Tesouraria = (Ativo Financeiro - Passivo Financeiro)
ST = ( CCL - NCG )

 

O saldo em tesouraria nada mais é que um valor residual correspondente entre o capital circulante líquido (CCL) e a necessidade de capital de giro (NCG). Como visto, se o CCL for insuficiente para financiar a NCG, o ST será negativo.

Se o saldo em tesouraria for negativo, o passivo financeiro ou errático será maior do que o ativo financeiro, indicando que a empresa financia parte da necessidade de capital de giro e/ou do ativo permanente com fundos de curto prazo, aumentando, portanto, seu risco de insolvência.

Se o saldo em tesouraria for positivo, a empresa disporá de fundos de curto prazo que poderão ser aplicados em títulos de liquidez imediata, como fundos de investimento, CDB, ações e open market.



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5 - Tipos de Balanço

O ciclo econômico e a rentabilidade das empresas conferem a seus demonstrativos financeiros um aspecto particular que permite enquadrá-los em quatro tipos de balanços:

Os dois primeiros tipos são os que mais aparecem na prática.

Balanço Tipo 1 - O aumento das vendas durante o exercício aumenta o capital de giro e a necessidade de capital de giro simultaneamente. O capital de giro cresce devido aos fundos gerados internamente (autofinanciamento), que em geral aumentam quando as vendas aumentam.

A necessidade de capital de giro (NCG) também aumenta, pois admitindo-se que a relação NCG e vendas (NCG/Vendas) permaneça constante, uma variação positiva das vendas provoca uma variação proporcional e positiva na NCG.

Apesar de possuir capital de giro positivo, a necessidade de capital de giro é maior e, dessa forma, provocando um saldo em tesouraria negativo. Isto ocorre, normalmente, em função da gestão dos ciclos operacionais das empresas. Os prazos de recebimentos são maiores que os de pagamento, o que acaba afetando o saldo em tesouraria das empresas.



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Balanço Tipo 2 - Este é um tipo de balanço de empresas cuja situação é de solidez na gestão do caixa, pois possui capital de giro maior que a sua necessidade de capital de giro em função da melhor composição de prazos de pagamento e recebimento, além de bom volume de recursos alocados no caixa.

Balanço Tipo 3 - Este tipo de balanço configura uma situação crítica, pois os indicadores evidenciam iminente insolvência.

A situação aqui é pior do a apresentada no primeiro tipo, pois ocorre a união do capital de giro negativo com uma necessidade de capital de giro positivo. O risco de insolvência é grande em função do financiamento de ativos permanentes e de longo prazo com recursos de curto prazo.



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Balanço Tipo 4 - Esta é a situação perfeita e almejada por todas as empresas, mas a mais rara de ser encontrada em função da existência de capital de giro e da inexistência da necessidade de capital de giro.

Conceitualmente com o aumento das vendas durante o exercício aumenta o Capital de Giro aumenta, em valor absoluto, a necessidade de capital de giro. Como neste caso a NCG é negativa, constitui-se em fonte de fundos. Portanto as variações na NCG e no CCL provocam aumento substancial no saldo em tesouraria (ST).

No caso de uma diminuição de vendas, a necessidade de capital de giro diminui, em valor absoluto, enquanto o capital de giro diminui ou apresenta um pequeno aumento.

RISCO

BAIXO

MÉDIO

ALTO

CCL>0

CCL>0

CCL>0

CCL<0

CCL<0

NCG<0

NCG>0

NCG>0

NCG>0

NCG<0

CCL>NCG

CCL>NCG

CCL<NCG

CCL<NCG

CCL<NCG

ST>0

ST>0

ST<0

ST<0

ST<0



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6 - Autofinanciamento

O autofinanciamento pode ser considerado como o motor da empresa. Destinada a produzir e a trocar bens e serviços, a empresa só pode desempenhar convenientemente seu papel sob uma dupla condição:

• A obtenção de um resultado econômico suficiente para garantir condições de as empresas competirem num ambiente bastante acirrado em que a concorrência é elevada.

• A busca de um equilíbrio financeiro permanente.

Todas as operações realizadas por uma empresa podem ser reagrupadas em quatro categorias, sendo que cada uma corresponde a uma função econômica:

Os dois primeiros tipos de operações formam o autofinanciamento da empresa.



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7 - Efeito Tesoura

O acompanhamento da evolução da necessidade de capital de giro (NCG) e do capital circulante líquido (CCL) é fundamental para uma melhor avaliação da saúde financeira de uma empresa. Muitas vezes, esse desempenho pode ocorrer de maneira desequilibrada, permitindo um crescimento da atividade empresarial acima de sua capacidade de financiamento.

Quando uma empresa apresenta por vários exercícios seguidos um crescimento da NCG superior ao do CCL, diz-se que ela convive com o chamado efeito tesoura, identificado por um crescente saldo em tesouraria negativo.

À medida que as necessidades cíclicas são financiadas por dívidas de curto prazo, há um aumento na diferença entre a NCG e o CCL.

Observe o seguinte exemplo:


Considere as vendas de uma empresa em cinco períodos consecutivos. A partir de análises, levantou-se que a empresa consegue converter 10% das vendas em giro, ou seja, seu autofinanciamento é de 10% em relação às vendas. Já a sua necessidade de capital de giro (NCG) se estabilizou em 45% das vendas conforme quadro abaixo:

Período
t1
t2
t3
t4
t5
Vendas
1.000,00
1.500,00
2.250,00
3.375,00
5.062,50
NCG (45% das vendas)
450,00
675,00
1.012,50
1.518,75
2.278,13
Autofinanciamento (10% das vendas)
100,00
150,00
225,00
337,50
506,25
CCL
638,00
788,00
1.013,00
1.350,50
1.856,75
Saldo em Tesouraria
188,00
113,00
0,50
(168,25)
(421,38)

Com as vendas estabilizadas em R$ 1.000.00 e o capital circulante líquido de R$ 638,00 no primeiro exercício, o saldo em tesouraria (ST) era tranqüilo. O comportamento de crescimento de 50% ao ano nas vendas contribui para a inversão da situação positiva na tesouraria no terceiro ano em função do percentual a ser alocado no giro (NCG) ser bastante elevado.




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Você pode pensar que a inversão ocorreu em função da baixa geração de capital de giro, apenas 10% das vendas, e do alto percentual que deve ser alocado no giro, que é de 45% das vendas. Todavia, isto é uma ilusão.

Caso a empresa, ao invés de crescer suas vendas a altas taxas de 50%, mantivesse um crescimento em torno de 20%, esta manteria seu saldo em tesouraria com folga, conforme evidenciado na tabela abaixo:

Período
t1
t2
t3
t4
t5
Vendas
1.000,00
1.200,00
1.440,00
1.728,00
2.073,60
NCG (45% das vendas)
450,00
540,00
648,00
777,60
933,12
Autofinanciamento (10% das vendas)
100,00
120,00
144,00
172,80
207,36
CCL
638,00
758,00
902,00
1.074,80
1.282,16
Saldo em Tesouraria
188,00
218,00
254,00
297,20
349,04

Alguns podem chegar à conclusão de que não se deve, então, aumentar as vendas de uma empresa sob pena de haver problemas de caixa.

A lógica não é bem essa. É preciso muita atenção na gestão do caixa para que, na iminência de elevação das vendas, a empresa tenha fontes para suportar o impacto no caixa seja por meio de recursos próprios, seja na gestão do seu ciclo operacional na ocasião da negociação com clientes e fornecedores.


Conforme mencionado, o efeito tesoura pode ocorrer por várias razões, tais como:

• crescimento elevado do nível da atividade empresarial, como as vendas da empresa (overtrade);
• a relação entre a NCG/vendas mantém-se mais elevada que a relação entre o autofinanciamento/vendas durante o período de crescimento de vendas;
• desvio de recursos do giro para o imobilizado;
• inflação.



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8 - Decisão de Investimento no Capital de Giro

Todas as inversões que a empresa realiza convertem-se novamente em dinheiro, a curto ou a longo prazo. Para que isso ocorra, é necessário que o prazo de retorno dos financiamentos efetuados seja maior, ou pelo menos igual, ao prazo de liquidez de seus correspondentes ativos.


Dessa forma, o conceito básico de equilíbrio financeiro fica claro ao ser demonstrado que toda aplicação de recursos no ativo deve ser financiada com fundos levantados a um prazo de recuperação proporcional à aplicação efetuada.

As decisões de investimento no capital de giro devem levar em consideração este equilíbrio financeiro. O prazo e o custo do capital são fatores primordiais na hora de tomar recursos, bem como a política de gestão.

Uma gestão mais conservadora ou agressiva dependerá dos fatores externos, mas principalmente do planejamento de curto prazo da empresa.

Vale lembrar que nem todo valor contabilizado no ativo circulante possui a mesma característica. O conceito gerencial de ativo circulante evidencia que uma parcela possui caráter permanente se repetindo periodicamente. São as já mencionadas contas cíclicas.

O ativo circulante ainda possui aquelas contas que podem ter um caráter financeiro cujo saldo pode ser maior ou menor em determinado período do ano. Estas contas são as financeiras ou também chamadas sazonais.



O capital de giro circulante sazonal mais o cíclico formam o ativo circulante total.



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A decisão de se investir mais ou menos em uma das contas pode definir o nível de risco na gestão do capital de giro.

Dessa forma, os investimentos em giro podem ser feitos com recursos de curto prazo e longo prazo. O que diferencia um do outro é o custo.

Os recursos de longo prazo são mais caros, já os de curto prazo são mais baratos. Isto por que o risco é proporcional ao tempo de empréstimo. Quanto maior o tempo, maior o risco.


 

Nota:
No Brasil, o comportamento das taxas de juros é anormal. Há uma situação invertida onde o capital de curto prazo é mais barato que o de longo prazo. É uma situação que vem se revertendo com a redução das atuais taxas de juros.


As empresas normalmente têm posturas diferentes frente ao financiamento do capital de giro.

Na abordagem tradicional, as empresas financiam seu capital de giro sazonal com recursos de curto prazo, mais baratos, enquanto que o financiamento do ativo permanente e do capital de giro permanente são financiados com recursos de longo prazo, cujo custo é mais alto.

Já na abordagem conservadora, o capital de giro sazonal, assim como o capital de giro cíclico e o ativo permanente, também é financiado com recursos de longo prazo.



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Resumo

O capital de giro constitui-se no fundamento básico da avaliação do equilíbrio financeiro de uma empresa. Pela análise de seus elementos patrimoniais, são identificados os prazos operacionais, o volume de recursos que financiam o giro e o permanente e as necessidades de investimento operacional.

Para uma melhor compreensão da análise financeira, é importante entender as dinâmicas empresarias retratadas em suas contas de ativo e passivo, onde os valores são classificados em função do seu ciclo. Ou seja, o tempo que leva para realizar uma rotação.

Nesse contexto, é imprescindível a análise detalhada do Capital Circulante Líquido (CCL) conjuntamente com a necessidade do capital de giro (NCG).

A partir desta análise, as empresas podem tomar suas decisões quanto ao investimento no giro conforme suas políticas e necessidades.



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1- BANCOS

Os conceitos, metodologias e indicadores apresentados até o momento são fundamentais para a gestão e análise de empresas comerciais, industriais e do setor de serviços.

Os bancos, como grandes deferidores de crédito, se valem dessas metodologias para analisar as estruturas das empresas e situações econômico-financeiras de seus clientes, a fim de definir limites de créditos para futuros empréstimos.

No entanto, os bancos, assim como as empresas comerciais, também possuem uma estrutura econômico-financeira que necessita ser gerida e avaliada sistematicamente.

Antes de proceder à análise da estrutura econômico-financeira dos bancos, é importante conhecer como um banco funciona e como ocorre sua dinâmica.


Dentro do contexto da economia monetária, um banco pode ser entendido como um local onde se executa a atividade de intermediação financeira, que recebe recursos de agentes econômicos superavitários e os transfere aos agentes carentes de recursos ou com problemas de liquidez.

Os bancos comerciais ou múltiplos devem ser tratados como entidades econômicas com finalidades lucrativas, tendo como principal produto a moeda, que normalmente é adquirida por meio de operações de captações financeiras que geram um custo e uma obrigação aos bancos (Passivo).

Em contrapartida, esta moeda captada é transferida a clientes que demandam crédito, a uma determinada taxa de juros, gerando, assim, bens e direitos aos bancos (Ativo).



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São as funções básicas de captação e aplicação de recursos a determinadas taxas de juros que permitem que os bancos sejam classificados como intermediadores financeiros.

O Balanço e o Demonstrativo de Resultado do Exercício dos bancos têm uma composição diferenciada das empresas comerciais ou industriais.

Os bancos não possuem estoques, fornecedores ou matéria prima, por exemplo.

Seus negócios são serviços financeiros e, dessa forma, as principais contas possuem caráter específico, assim como as contas de resultado proveniente deste negócio.

Uma característica interessante deste negócio é que os bancos mantêm em seus ativos contas com risco bem maior que as contas existentes no passivo.

Boa parte dos passivos bancários é originada de depósitos correntes, cujos valores podem ser exigidos a qualquer momento, enquanto seus ativos apenas são transformados em lucro e caixa na data do vencimento, em datas preestabelecidas (isso quando são pagos sem atrasos).

O diferencial de taxas entre o ativo e o passivo (spread), em conjunto com o volume de negócios executados, descreve o desempenho econômico das instituições financeiras. Por sua vez, o equilíbrio entre a liquidez dos elementos do ativo e de passivo reflete a política da empresa em relação à gestão do caixa.

O sucesso de um banco na gestão dessas variáveis depende da competência e do potencial de negociar prazos e taxas de juros com agentes, do nível de inadimplência de seus devedores, do comportamento do mercado e da legislação referente às instituições financeiras.



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Ao diferencial de taxas praticadas entre a captação de recursos (depósitos recebidos de clientes) e aplicação de recursos (empréstimos concedidos aos clientes) dá-se o nome de spread financeiro. Basicamente é este diferencial de taxas, em conjunto com as tarifas cobradas por serviços não bancários, que permitem que as instituições financeiras consigam pagar suas despesas e obtenham lucros.







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2 - Indicadores e critérios de análise de bancos

Um banco atua operacionalmente com base em duas grandes decisões financeiras: decisões de investimento, localizadas no Ativo (aplicações) e decisões de financiamento, localizadas no Passivo (captações).

Os recursos alocados aos ativos geram benefícios econômicos, definidos por receitas de intermediação financeira. Já os valores registrados no passivo produzem as despesas de intermediação financeira.

A subtração algébrica entre as receitas e as despesas de intermediação financeira produz o spread bancário.


Spread bancário = Receitas de Intermediação - Despesas de Intermediação

Solvência e liquidez

Uma instituição financeira pode ser considerada solvente quando o valor de seus ativos superar o valor de seus passivos, formando um excedente que é definido como Patrimônio Líquido, funcionando, assim, como uma reserva de segurança.

A solvência evidencia os recursos próprios de uma instituição oferecidos ao risco de sua atividade.



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É competência da administração dos bancos preservar um montante de patrimônio líquido mínimo adequado à legislação que rege o setor, de forma a manter seus ativos de risco em nível adequado à dinâmica de seus negócios.







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Índice de Basiléia

Em julho de 1988, na cidade de Basiléia na Suíça, foi firmado acordo entre os bancos centrais dos dez países mais ricos do mundo (G-10) cujo conteúdo regulava o sistema bancário mundial quanto aos padrões mínimos de riscos aceitáveis.

O acordo de Basiléia definiu princípios básicos para padronizar as normas de supervisão bancária quanto ao capital mínimo necessário para uma instituição operar (alavancagem).

Este acordo tinha como objetivo direto o reforço da liquidez e da estabilidade do sistema bancário internacional, além de proporcionar a igualdade competitiva entre os bancos.

Dessa forma, foi criado o índice de Basiléia (K), um importante indicador legal cujo parâmetro mínimo é definido pelo Banco Central de cada país.

No Brasil, o índice exigido atualmente é de 14% e é dado pela relação entre o Patrimônio Líquido (PL) e o Ativo da empresa ponderado pelo nível de risco (APR), que é definido pelo Banco Central.




Para compreender melhor, acompanhe um exemplo.



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Analisando-se os balanços do Banco A e do Banco B, nota-se que ambos possuem ativos no valor de R$ 600.000,00 e Patrimônio Líquido no valor de R$ 50.000,00.

Contudo, a composição entre eles se altera conforme o quadro abaixo. Utilizando fatores de ponderação de risco (FPR) hipotéticos, dentro da lógica utilizada pelo Banco Central do Brasil, é possível calcular o nível de risco do ativo de cada um dos bancos.

 
Banco A
Banco B
Ativo
Valor
FPR %
APR
Valor
FPR %
APR
Caixa e títulos federais
64.000
0%
-
160.000
0%
-
Títulos p/ Negociação
36.000
0%
-
40.000
0%
-
Ouro
23.000
20%
4.600
15.000
20%
3.000
Cheques enviados a compe
77.000
20%
15.400
75.000
20%
15.000
Aplicações em CDI
200.000
50%
100.000
180.000
50%
90.000
Empréstimo
150.000
100%
150.000
100.000
100%
100.000
Crédito Tributário
50.000
300%
150.000
30.000
300%
90.000
Total 600.000   420.000 600.000   298.000
 
Passivo
Valor
Valor
Depósitos  
550.000
 
550.000
Patrimônio Líquido  
50.000
 
50.000
Total
 
 600.000
 
 600.000

Apesar de os bancos registrarem os mesmos valores de ativos e patrimônio líquido (PL), estes possuem riscos diferentes em função das diferentes composições de seus Ativos. Isto fica evidenciado no cálculo do Ativo ponderado pelo nível do risco (APR) e, obviamente, se reflete no indicador de Basiléia.

BANCO A
BANCO B

50.000

50.000
ÍNDICE DE BASILÉIA
-------------
= 11,9%
--------------
= 16,8%
420.000
298.000

Conforme evidenciado no cálculo acima, nota-se que o indicador do Banco A fica aquém dos 14% mínimos exigidos pelo Banco Central. Esta é uma situação inaceitável e o Banco corre o risco de sofrer uma intervenção.

Por outro lado, o Banco B está enquadrado e possui margem para continuar operando com ativos de maior risco.






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Para responder esta questão, basta calcular o patrimônio líquido exigível (PLE) para a composição de ativos existentes e em seguida o APR máximo, da seguinte forma:


 
BANCO A
BANCO B
     
PLE = APR x K  
PLE = 420.000 x 0,14 = R$ 58.800 420.000 x 0,14 = R$ 41.720
APR máximo 50.000 = R$ 357.143 50.000 = R$ 357.143
  0,14 0,14

Verifica-se que, para o Banco A operar com o nível de risco que está exposto, necessitaria possuir um patrimônio líquido mínimo (PLE) de R$ 58.800,00, ou seja, R$ 8.800,00 a mais do que o atual PL do Banco.

Caso os sócios do Banco A não tenham como injetar recursos próprios no banco, terão que se desfazer de ativos até o limite de R$ 357.143,00, valor do APR máximo.

Já o Banco B está enquadrado e ainda pode expandir seus ativos ponderados pelo risco em R$ 59.143,00 (R$ 357.143 – R$ 298.000).

Portanto, quanto maior o índice de Basiléia, menor é o risco operacional de uma instituição financeira e maior sua solidez.



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3 - Encaixe voluntário

O encaixe voluntário identifica a capacidade financeira imediata de um banco em cobrir saques contra depósitos à vista na data de encerramento do exercício social.

Valores maiores de encaixe voluntário promovem maior segurança à instituição financeira, porém, reduzem a rentabilidade, uma vez que reduzem a aplicação em operações mais rentáveis como empréstimos.


Encaixe Voluntário = Disponibilidades
Depósitos à vista

A tendência dos bancos é manter as disponibilidades que não produzem rendimentos financeiros em níveis baixos.



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4 - Liquidez imediata

Na avaliação de liquidez imediata são geralmente incluídas as disponibilidades do banco e suas aplicações financeiras negociáveis a qualquer momento (mercado aberto e depósitos interfinanceiros). Esse índice, quando maior que 1,0, apresenta-se como favorável.

Isto significa que uma instituição financeira mantém recursos disponíveis para cobrir integralmente os depósitos à vista.


Liquidez Imediata = Disponibilidade + Aplicações Interfinanceiras de Liquidez
Depósito a vista



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5 - Índice empréstimo/depósito

Este índice de liquidez revela quanto existe de capital captado em depósitos para cada R$ 1,00 de capital emprestado.

Um incremento na relação empréstimo/depósitos identifica uma redução na capacidade do banco em atender a eventuais saques da conta de seus depositantes, ocorrendo o inverso no caso de diminuição do índice, ou seja, quanto menor o indicador, maior a liquidez do banco.

Por outro lado, uma maior participação dos empréstimos refletirá em melhoria nos indicadores de rentabilidade das instituições financeiras.


Índice empréstimos/depósitos = Operações de Crédito
Depósitos



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6 - Participação dos empréstimos

Este indicador de liquidez revela o percentual do ativo total de um banco que se encontra aplicado em operações de empréstimos.

Sabidamente, os empréstimos são ativos de baixa liquidez, apresentando-se geralmente inegociáveis até o momento de seu vencimento. Assim, índices mais elevados de empréstimos em relação aos ativos totais revelam baixo nível de liquidez.


Participação dos empréstimos =
Operações de Crédito
Ativo Total



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7 - Capital e risco

A atividade dos negócios bancários é bastante sensível às condições econômicas, à política monetária e ao comportamento da taxa de juros.

Conforme visto no índice de Basiléia, o montante de capital próprio é fortemente dependente do risco assumido em seus negócios, devendo ser suficiente para cobrir eventuais perdas que possam ocorrer.

Para tanto, existem alguns indicadores que auxiliam e facilitam a análise relativa à composição entre capitais próprios e de terceiros. Estes indicadores costumam também ser adotados pelas autoridades monetárias para definir normas com relação ao capital mínimo que deve ser mantido pelas instituições financeiras.



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Indicadores de análise do capital

Apesar da importância destes indicadores financeiros, é preciso ter-se em conta que seus resultados não avaliam o risco operacional dos bancos.

Mesmo que duas ou mais instituições apresentem o mesmo valor no indicador calculado a natureza e a qualidade das aplicações de uma podem diferenciar-se bastante de outra, como ficou evidenciado no cálculo do Índice de Basiléia.


Independência Financeira =
Patrimônio Líquido
Ativo Total



Leverage (Alavancagem) =
Ativo
Patrimônio Líquido



Relação Capital / Depósitos = Patrimônio Líquido
Depósitos (Passivo)



Imobilização do Capital Próprio = Ativo Permanente
Patrimônio Líquido


Dessa forma, a análise do risco de uma instituição financeira envolve necessariamente a determinação de indicadores proveniente dos relatórios contábeis, a maioria baseada na relação entre o patrimônio líquido e os depósitos, empréstimos e ativo total.


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8 - Taxa de reinvestimento do lucro

Um índice interessante, que evidencia a geração interna de caixa de um banco (autofinanciamento) é a taxa de reinvestimento do lucro – TRL, obtida de acordo com a seguinte expressão:


TRL = Lucro Líquido - Dividendos
Patrimônio Líquido


Este índice indica o incremento de capital próprio do banco mediante a retenção de seus resultados. Nada mais é que a parcela do resultado líquido apurado em determinado exercício que é reinvestido nas operações da empresa.

O cálculo pode ocorrer de maneira mais analítica por meio das seguintes variáveis:



TRL = Leverage x Retorno sobre Ativo Total x Índice de Retenção do Lucro



TRL = Ativo Total
x
Lucro Líquido
x
(Lucro Líquido - Dividendos)
Patrimônio Líquido Ativo Total Lucro Líquido


Em todas as expressões, deve-se considerar o patrimônio líquido e o ativo total em seus valores médios, sendo o PL, ainda deduzido do lucro líquido apurado no referido exercício.

Quanto maior for essa taxa, mais alta se apresentará a capacidade da instituição em financiar variações em seus ativos por meio de recursos próprios gerados pelas operações, exigindo-se menores captações passivas.



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9 - Rentabilidade e lucratividade

A atividade bancária comporta-se similarmente aos demais tipos de negócios, diferenciando-se basicamente pela natureza dos fatores colocados à disposição.

Numa instituição financeira, os recursos captados representam suas “matérias-primas”, que são negociadas principalmente sob a forma de créditos e empréstimos concedidos e investimentos.

O objetivo dos bancos é maximizar sua riqueza e seus resultados para preservar a remuneração dos seus sócios e acionistas. Basicamente, os indicadores de medidas financeiras que servem para analisar o desempenho econômico são:

• Retorno sobre o PL - indicador tradicional e muito utilizado também por empresas comerciais e industriais, fornece o ganho percentual auferido pelos sócios/acionistas. A performance deste indicador depende de fatores como a margem de lucro, da eficiência operacional, e do leverage.


RSPL = Lucro Líquido
Patrimônio Líquido


• Retorno sobre Investimento - também é um indicador tradicional e exprime os resultados das oportunidades de negócios acionadas pelo banco.

ROI = Lucro Líquido
Ativo Total

• Margem Líquida - formada pelos vários resultados da gestão de ativos e passivos dos bancos (taxas, prazos, receitas e despesas), permitindo avaliar a função básica de intermediação financeira de um banco.



Margem Líquida = Lucro Líquido
Receita da Intermediação Financeira

• Índice de Eficiência Operacional – este indicador é bastante utilizado na análise dos bancos e relaciona as despesas operacionais com sua eceita de intermediação financeira. Ao contrário dos outros indicadores, quanto menor o índice, melhor é a produtividade.


IE Operacional = Despesas Operacionais
Receita da Intermediação Financeira



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10 - Aplicação prática

A fim de colocar em prática os conceitos estudados, vamos tomar o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) do Banco Alfa & Beta Ltda.:

Balanço Patrimonial de 19X2
Ativo
26.800,00
Passivo
26.800,00
Circulante
21.200,00
Circulante
23.300,00
Disponibilidades
2.400,00
Depósito a vista
2.300,00
Aplicações Interfinanceiras
5.500,00
Depósito a prazo
11.500,00
Títulos e Valores Mobiliários
3.900,00
Poupança
5.100,00
Operações de crédito
9.400,00
Mercado aberto
3.800,00
 
 
Outras Obrigações

600,00

Realizável a Longo Prazo
2.200,00
 
 
Títulos e Valores Mobiliários

500,00

Realizável a Longo Prazo
500,00
Operações de crédito
1.700,00
Outras Obrigações
500,00
 
 
 
 
Permanente
3.400,00
PL
3.000,00
Investimentos
1.900,00
Capital
3.000,00
Imobilizado
1.500,00
 
 

DRE
19X2
Receitas de Intermediação Financeira
5.600,00
Operações de crédito
4.400,00
Operações com TVM
1.200,00
   
Despesas de Intermediação Financeira
(3.600,00)
Captação no mercado
(2.300,00)
Arrendamento Mercantil
(50,00)
PCLD
(1.250,00)
   
Resultado Bruto da Intermediação Financeira
2.000,00
Despesas Operacionais
(1.400,00)
Resultado Bruto
600,00
Imposto de Renda
(120,00)
Lucro Líquido
480,00

 


Calculando-se os índices de solvência e liquidez, tem-se:

Encaixe Voluntário =
2.400,00_
= 1,04
2.300,00

 

Liquidez Imediata=

2.400,00 + 5.500,00

= 3,43
2.300,00

 

Índice empréstimos/depósitos =

9.400,00 + 1.700,00

= 0,80
2.300,00 + 11.500,00

 

Participação dos empréstimos=


9.400,00 + 1.700,00

=0,41
26.800,00

 

Os indicadores de liquidez indicam uma folga e uma solidez, muito em função de recursos se sobra no caixa do banco. Isto fica claro quando da análise do Encaixe Voluntário e do índice de liquidez, ambos acima da unidade. Além disso, o indicador de participação dos empréstimos reforça esta análise visto que só representam 41% do ativo total do banco.



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Calculando-se os indicadores de análise do capital e risco tem-se:

Independência Financeira =
3.000,00
= 0,11

26.800,00

 

Levarage (Alavancagem) =
26.800,00
= 8,93

3.000,00

 

Relação Capital / Depósitos =
3.000,00
= 0,22

13.800,00

 

Imobilização do Capital Próprio =
3.400,00
= 1,13

3.000,00

 

TRL =
480,00 - 0,00
= 0,16
3.000,00

Analisando os indicadores de capital e risco fica clara a baixa participação de capitais próprios: apenas 11% do ativo total.

Diante desta característica, o banco mantém elevada dependência de recursos de terceiros, o que de fato ocorre na realidade também.

Isto fica evidente ao observarmos o indicador de alavancagem. O ativo do banco é 8,93 vezes maior que seus recursos próprios.



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Por fim, o cálculo dos indicadores de rentabilidade fecha a análise estática deste banco, conforme abaixo:


RSPL =
480,00
= 0,16

3.000,00

 

ROI =
480,00
= 0,018

26.800,00

 

Margem Líquida =
480,00
= 0,086

5.600,00

 

IE Operacional =
1.400,00
= 0,25
5.600,00

A taxa de rentabilidade dos sócios/acionista é de 16% e é formada principalmente pelo giro de recursos próprios, permitindo que a instituição incremente esse resultado mediante capital de terceiros.

Isto porque a capacidade de alavancar a rentabilidade do PL é alta (Leverage 8,93), o que compensa o baixo retorno do investimento que foi de apenas 1,8%.


RSPL = Levarage x ROI
RSPL = 8,93 x 1,8%
RSPL = 16%

O banco trabalha com uma margem líquida de 8,6% e para calcular o spread líquido (PCLD inclusa) dos bancos basta relacionar o Resultado da Intermediação Financeira como o resultado líquido entre as operações de crédito e os depósitos onerosos.

Para que a análise fique completa, seria interessante possuir demonstrativos financeiros de outros períodos para proceder às análises horizontais. Dessa forma, seria possível evidenciar a evolução destes indicadores e saber se estão melhorando ou piorando.



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Resumo

Os conceitos, metodologias e indicadores apresentados até o momento são fundamentais para a gestão e análise de empresas comerciais, industriais e do setor de serviços.

Os bancos, como grandes deferidores de crédito, utilizam as metodologias para analisar as estruturas das empresas e avaliar a situação econômico-financeira de seus clientes, a fim de definir limites de créditos para futuros empréstimos.

No entanto, os bancos, assim como empresas comerciais, também possuem uma estrutura econômico-financeira que deve ser gerida e avaliada sistematicamente.

Contudo, diferentemente de empresas comercias e industriais, sua dinâmica, contas patrimoniais e estrutura de resultado ocorre de forma diferenciada.

Dentro do contexto da economia monetária, um banco pode ser entendido como um local onde se executa a atividade de intermediação financeira, que recebe recursos de agentes econômicos superavitários e os transfere aos agentes carentes de recursos ou com problemas de liquidez.

Esta forma de negócios aparentemente simples requer indicadores específicos para uma melhor avaliação.



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1 - Indicadores de Planejamento Estratégico

As empresas - sejam elas micro, pequenas, grandes ou até mesmo sem fins lucrativos - normalmente possuem uma coisa em comum: a intenção de se perpetuar.

Para atingir este objetivo básico e natural, todas, invariavelmente, almejam criar riqueza e, para tanto, traduzem este objetivo natural em objetivos determinados como a missão. Seus conceitos e definições estão associados à apropriação de recursos e geração de riquezas.

Para tanto, se valem de um modelo, no intuito de desenvolver essas atividades da maneira mais eficaz possível. Ou seja, o modelo de gestão é a forma com que a empresa atinge seus objetivos e garante sua continuidade.

Uma das principais características, e ponto de partida, de um modelo de gestão é o planejamento estratégico. Normalmente, é a primeira etapa formal de um modelo de gestão e é a concretização da missão da empresa. Nele são definidos, dentre outros fatores, os objetivos de longo prazo.



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Módulo 03 -Reengenharia

As decisões de caráter estratégico são voltadas para problemas externos e de longo prazo, mais especificamente relacionadas com a escolha de compostos de produtos e de mercados, todas elas voltadas para o atingimento de objetivos de longo prazo.

Os objetivos de longo prazo têm por finalidade traduzir em metas tangíveis informações obtidas com base em análises de cenários dos ambientes externos e internos. Normalmente, os objetivos de longo prazo possuem três elementos básicos:

Atributo - é a informação escolhida para medir o desempenho. No caso de empresa, pode ser traduzido como um índice ou indicador, tais como Retorno sobre o Patrimônio Líquido, ROI, RSA e EVA®, por exemplo.

Padrões - diz respeito à escala com que se mede o atributo. No caso da empresa, definir o Retorno sobre o PL como o atributo, a empresa também pode definir que seu monitoramento se dará de forma anual, por exemplo.

Meta - é o valor explícito dos atributos e dos padrões. A mesma empresa pode definir que o Retorno sobre o PL perseguido será de 20% ao ano, por exemplo.



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2 - Custo de oportunidade e a criação de valor

Outra característica de um modelo de gestão eficiente deve ser o de se pautar no resultado econômico e não no resultado contábil ou financeiro. O modelo de gestão econômica tem como base o resultado econômico que, por sua vez, tem como principal premissa a avaliação do resultado em função do custo de oportunidade.

Os conceitos econômicos que fundamentam a gestão econômica buscam atribuir à empresa, ou a suas partes, ou a seus produtos, o valor correto e nunca o valor atrelado a princípios contábeis.


O custo de oportunidade retrata quanto uma empresa (pessoa) sacrifica de remuneração em função de tomar a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante. Pode-se também ser definido como a contribuição máxima de que se abre mão, utilizando-se recursos limitados para um determinado fim.

Portanto, o modelo de gestão econômica se diferencia de um modelo de gestão tradicional em função da existência do custo de oportunidade impactando a dinâmica empresarial e seu resultado. Num modelo tradicional só se leva em consideração o custo contábil e financeiro correspondente aos custos e despesas pagas a terceiros.



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O custo de oportunidade só incide e é veiculado aos recursos investidos pelos sócios/acionistas. A lógica é a de que se os sócios/acionistas estão investindo recursos em alguma empresa esperando que sejam remunerados de acordo com suas expectativas.






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Uma empresa é considerada como criadora de valor quando é capaz de oferecer aos seus proprietários/sócios/acionistas, detentores dos recursos próprios contabilizados no patrimônio líquido, uma remuneração acima de suas expectativas mínimas de ganhos (custo de oportunidade).

Em outras palavras, a criação de valor ocorre quando o resultado gerado pelos negócios superar a taxa de remuneração exigida pelos credores (terceiros) e pelos acionistas (próprio).

Criação de valor pode ser entendida também quando o preço de mercado da empresa apresentar uma valorização decorrente de sua capacidade em melhor remunerar o custo de oportunidade de seus proprietários.

A mera obtenção de lucro contábil não significa dizer que a empresa consegue construir ou agregar valor. Pelo contrário: em muitos casos, a geração de lucro pode camuflar uma situação de destruição de valor para os sócios/acionistas.

Portanto, a existência de lucro não garante a remuneração do capital aplicado pelos sócios e, consequentemente, a atratividade de um empreendimento.


Somente a maximização das riquezas dos proprietários de capital, expressa por meio dos indicadores existentes no modelo de gestão baseada no valor econômico, evidencia a qualidade das operações de uma empresa e sua geração de valor.

 


Lucro Contábil

Lucro Econômico
=
Criação de Valor

Dentre os indicadores contábeis veiculados aos objetivos de longo prazo, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), já estudado anteriormente, é um dos mais utilizados.



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Quando os sócios/acionistas, durante o processo de planejamento estratégico, definem uma meta para este indicador, estão expressando, de forma explícita, quanto desejam receber de remuneração ao final de um determinado período, pelo recurso alocado no negócio.

Se a relação entre o lucro contábil obtido e o patrimônio líquido for maior que o exigido pelos sócios, a empresa estará criando valor.


Veja um exemplo:



Uma empresa apresenta os seguintes demonstrativos contábeis:

DRE
Receita Vendas (400 x 9,00)
3.600
CMV (400 x 5,00)
(2.000)
Lucro Bruto
1.600
Despesas Administrativas
(320)
Lucro operacional
1.280
Despesas Financeiras
(500)
Lucro antes do I.R.
780
Imposto de renda (30,0%)
(234)
Lucro Líquido
546

Pode-se observar que os sócios/acionistas injetaram $ 3.000 na empresa que contribuíram para a geração de um lucro operacional de $ 1.280.

Este lucro foi suficiente para remunerar todos os agentes envolvidos nas operações da empresa: as despesas financeiras, referentes à remuneração dos recursos de terceiros ($ 500) e os impostos relativos às exigências legais dos agentes governamentais.

O lucro líquido de $ 546 gerado pela empresa deve ser suficiente para remunerar os sócios/acionistas. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), proporcionado por este resultado é de 18,2%.

RSPL = LL = 546 = 18,2%
PL 3.000

Se a exigência dos sócios for maior que 18,2%, como por exemplo, 20%, o lucro líquido não terá sido suficiente para remunerá-los.

Em contrapartida, se os sócios/acionistas possuírem uma expectativa de remuneração de 15%, o valor atingido terá sido superior e ainda gerará valor a empresa.

Ou seja, o resultado terá sido suficiente para remunerar bancos e instituições financeiras, governantes, sócios/acionistas e ainda terá “sobrado” recursos para serem reinvestidos ou distribuídos.

Portanto, a comparação entre o indicador contábil RSPL planejado e o atingido evidencia criação de valor, mas ainda é incipiente para conhecer mais profundamente quanto está se criando e como se forma esta geração de valor.

 
RSPL
RSPL
RSPL
 
Planejado
Realizado
Diferença
Destruição de Valor
20%
18,2%
(1,8%)
Construção de Valor
15%
18,2%
3,2%

 



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3 - Valor econômico agregado

O valor econômico agregado (VEA) ou Economic Value Added (EVA)®, como é mais conhecido, é a medida de criação de valor mais utilizada no mercado corporativo. É um indicador de gestão financeira gerencial importantíssimo cuja utilização é básica para todas as grandes corporações.

Assim como a comparação entre os RSPL (resultado sobre patrimônio líquido), o VEA pode ser entendido como o resultado apurado que excede à remuneração mínima exigida pelos sócios/acionistas, que são os credores do capital próprio. O cálculo do VEA possui algumas particularidades:

• Necessidade de conhecimento do custo total de capital da empresa;
• Definição do retorno esperado pelos acionistas;
• Conhecimento e relação entre o Balanço e a DRE.

O conhecimento do custo total de uma empresa é determinado pelo custo de cada fonte de financiamento, ponderado pela participação de cada tipo de capital no total. Esta metodologia é conhecida como WACC (Weighted Average Cost of Capital) que nada mais é que a definição do custo médio ponderado de capital.



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O cálculo do WACC (Weighted Average Cost of Capital) se dá pela seguinte fórmula:


(Part % capital terceiros x Custo financeiro - taxa juros empréstimos liquida I.R.)
+
(Part % capital próprio x Custo do capital - taxa mínima de atratividade)

Vejamos um exemplo:


A empresa Tudo e Nada Ltda. apresenta um balanço empresarial contendo passivo de $140 composto, por empréstimos bancários a uma taxa de juros de 18% ao ano e patrimônio líquido de $ 60 cuja taxa exigida pelos sócios é de 22% ao ano, conforme a seguir:

Com base na participação e no custo de cada capital, e sabendo-se que a alíquota do I.R. é de 30%, pode-se calcular o WACC da empresa:

WACC = ( 0,7 x (0,18 x 0,70) ) + ( 0,30 x 0,22 ) 0,0882 + 0,066 0,1542 ou 15,42%


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O VEA de uma empresa pode ser calculado de várias formas. A seguir evidenciamos algumas:


a) VEA ou EVA = LOPat - (WACC x Investimento)

Onde:
LOPat – Lucro Operacional líquido de imposto de renda
WACC – Custo médio ponderado do capital
Investimento – PL + Passivos Onerosos

Utilizando-se o exemplo anterior e sabendo-se que a DRE - Demonstração de Resultado do Exercício evidencia um lucro operacional de $30, tem-se:

VEA = ( $ 30 x 0,70 ) – ( 0,1542 x $ 200 ) = ($ 9,84)

Ou seja, o cálculo do valor econômico agregado indica que a empresa do exemplo anterior não apresenta performance operacional suficiente para remunerar suficientemente seus sócios/acionistas e, dessa maneira, não cria valor, mas sim, destrói $ 9,84.

Outra forma de se calcular o Valor Econômico Agregado é a clássica correlação entre o retorno do investimento (ROI) com o custo total do capital (WACC).


b) VEA ou EVA = (ROI - WACC) x Investimento

Onde:
ROI - Relação entre LOPat e o Investimento.

A expressão (ROI – WACC) é conhecida também como ROI Residual (RROI), indicando quanto o retorno dos investimentos superou as expectativas de remuneração dos proprietários.

Utilizando-se mais uma vez o exemplo anterior, percebe-se que o cálculo confirmará o mesmo resultado.

VEA = ((($ 30 x 0,70) / $ 200) – (0,1542)) x $ 200 = ($ 9,84)



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Se esta relação for positiva, significará que a empresa constrói valor. Isto porque as operações relativas aos investimentos feitos geram resultados maiores que o custo do capital alocado nestas operações. Por outro lado, caso seja negativa, ocorrerá a destruição de valor.






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Por fim, o VEA ainda pode ser calculado relacionando-se o Retorno sobre PL atingido com o esperado, conforme mencionado anteriormente, e multiplicando-se esta relação com o Patrimônio Líquido da empresa. Sabendo-se que o Lucro Líquido da empresa utilizada no exemplo anterior foi de $ 3,36, tem-se:


c) VEA ou EVA = (RSPL Atingido - RSPL Exigido) x PL

VEA = (( 3,36 / $ 60) – (0,22)) x $ 60 = ($ 9,84)

Ao estudar-se o VEA, pode-se perceber uma característica importante. O indicador é evidenciado em valor de moeda. Pelas análises financeiras tradicionais, é impossível identificar se a empresa está criando ou destruindo valor, pois, normalmente, os indicadores são percentuais ou números isolados que se não comparados com valores de mercado ou de concorrentes, tornam-se dispensáveis.

Uma segunda característica é a que o VEA possui implicitamente uma variável que faz com que sua análise, isoladamente, possa servir a uma decisão. O VEA considera o custo de oportunidade no seu cálculo e, dessa forma, seu resultado informa diretamente a performance da empresa em relação a todos os stakeholders envolvidos nos seus processos de gestão e operacionais.

O VEA também é capaz de revelar inúmeras outras oportunidades de ganhos econômicos, como as provenientes de uma melhor gestão de risco, escolha da melhor estrutura de capital e maior giro, que não são vislumbradas pelos indicadores financeiros tradicionais.



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4- Market value added – (MVA)®

O indicador EVA®, assim como os demais indicadores de rentabilidades, se baseia em dados passados, pois tem como fonte de informações os relatórios financeiros oriundas de transações já ocorridas. Dessa forma, seu direcionamento é para análise passada e não futura.

Contabilmente, o valor da empresa é formado pelos seus bens e direitos. No exemplo trabalhado neste módulo, este valor é de R$ 300.000,00. No entanto, o mercado tem uma perspectiva quanto aos seus resultados futuros que modifica este valor, aumentando ou diminuindo.

O valor de mercado agregado foi desenvolvido para suprir esta necessidade do mercado. Ele tem o objetivo de avaliar o valor econômico da empresa como um todo e em relação ao potencial de resultados futuros.

A visão é derivada, mas tem um sentido mais amplo que o EVA®. Esta é uma medida de valor da empresa. É uma avaliação de futuro, calculada com base nas expectativas do mercado com relação ao potencial demonstrado pelo empreendimento em criar valor.

Para se calcular o MVA é necessário conhecer-se o EVA® e o WACC. Com base no exemplo, pode-se proceder ao cálculo com base na fórmula abaixo:


MVA = EVA / WACC

No caso da empresa utilizada como exemplo, ter-se-ia o seguinte:

MVA = -$ 9,84 / 0,1542
MVA = -$ 63,81

Isto quer dizer que as operações da empresa, neste período analisado, desvalorizaram seu patrimônio de $ 200,00 em $ 63,81. Ou seja, o valor futuro desta empresa no mercado caiu para $ 136,18.



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Grau de Alavancagem Financeira – GAF

A alavancagem financeira é um conceito simples e está vinculada à capacidade das empresas em utilizar recursos de terceiros para financiar suas atividades e gerar riqueza aos seus acionistas, evidenciada no EVA®.

Ou seja, o conceito está diretamente associado ao diferencial de taxas de juros dos empréstimos tomados e da intensidade de uso destes recursos de terceiros. Quanto mais barato for o recurso de terceiros, mais a empresa se beneficiará.

É importante lembrarmos que estes recursos de terceiros devem possuir taxas menores que as margens operacionais da empresa, caso contrário, não haverá a alavancagem.

É comum ocorrer a inviabilidade de um projeto de investimento em função da existência de taxas de retorno abaixo do mínimo esperado e, ao conseguir-se linhas de financiamento à taxa de juros subsidiadas, o projeto tornar-se viável.

Uma das formas de se calcular o grau de alavancagem financeira é dada pela fórmula abaixo:

GAF =
_________Lucro Operacional _______ __
Lucro Operacional – Despesas Financeiras

A expressão revela a alteração percentual no lucro líquido (disponível aos sócios/acionistas) determinada por uma variação no lucro operacional. Por exemplo, se o GAF for de 1,25, indica que a cada 1% de incremento no resultado operacional mantido, constantes as margens e as taxas de juros, resulta num acréscimo de 1,25% no lucro líquido.

Mais uma vez, esta capacidade de elevar o retorno operacional ocorre pela existência de passivos mais baratos em relação ao retorno que os ativos produzem.



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O GAF é um indicador numérico e não percentual como os estudados anteriormente. Sempre que for maior que 1, denota que o capital de terceiros está influenciando positivamente o retorno de capital próprio da empresa. Por outro lado, se for menor que 1, reflete uma situação desfavorável.






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Utilizando a lógica matemática da fórmula anterior, pode-se constatar que se não existissem despesas financeiras, o valor do GAF seria unitário. Ou seja, não haveria o processo de alavancagem em função da inexistência de recursos de terceiros.

E se existissem valores de despesas financeiras maiores que o lucro operacional? Neste caso, também não haveria alavancagem. Na verdade, existiria uma relação inversa de destruição de resultado que impactará um indicador a ser estudado posteriormente, o qual mede a criação de valor da empresa.

Existe uma outra forma de se calcular o GAF, usualmente denominada em alguns livros de sintética. A fórmula é direta e utiliza dois indicadores de rentabilidade, conforme abaixo:


GAF = ROE (RSPL)
ROA (RSA)

Uma empresa que tem como política financiar suas atividades e seus projetos apenas com recursos próprios, apresentará um RSPL (ROE) igual ao RSA (ROA), e a razão entre esses dois indicadores será igual a 1. Isto é óbvio e se explica em razão de não existir despesas financeiras a serem deduzidas do lucro operacional.

Dessa forma, o lucro operacional será o mesmo que o lucro líquido. Lembrando-se sempre de que é necessário extirpar o efeito do imposto de renda.

Quando esta situação ocorre, não há processo alavancagem financeira.

 

Indicador

 

Situação
Razão

GAF > 1

RSPL > ROI

ROI > Custo da dívida (Ki)

GAF = 1


RSPL = ROI

ROI = Custo da dívida (Ki)

GAF < 1

RSPL < ROI

ROI < Custo da dívida (Ki)


Portanto, parece óbvio que, para os sócios/acionistas, quanto maior for o GAF maior serão seus retornos. Contudo, devemos alertar para o fato deste indicador também ser uma medida de risco. Quanto maior o GAF, maior é o risco em função da exigibilidade de pagamento aos agentes que estão proporcionando o financiamento.

     


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O GAF é um indicador numérico e não percentual como os estudados anteriormente. Sempre que for maior que 1, denota que o capital de terceiros está influenciando positivamente o retorno de capital próprio da empresa. Por outro lado, se for menor que 1, reflete uma situação desfavorável.






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RESUMO

A utilização de indicadores econômico-financeiros visa traduzir as informações dos relatórios contábeis aos administradores e acionistas.

Sua maior finalidade é facilitar a compreensão e entendimento da dinâmica da empresa. As análises são enriquecidas pela leitura, interpretação e análise dos relatórios contábeis, efetuadas a partir de relações percentuais horizontais, verticais e da análise de indicadores de liquidez, estruturais e, principalmente, os de rentabilidade.

Muitas empresas atrelam indicadores de longo prazo aos seus planos estratégicos. A intenção é possuir indicadores que traduzam em forma de números a missão e os objetivos das empresas.

Um dos mais importantes indicadores financeiros é o VEA (valor econômico agregado) ou EVA (Economic Value Added). Ele indica quanto a empresa gera de riqueza para seus sócios/acionistas. Dá-se pela relação entre a rentabilidade gerada pelas operações e o custo dos recursos que permitiram sua execução.

O valor do VEA positivo indica criação de valor, enquanto que a existência de valores negativos denota uma relação de altos custos de capitais para baixas taxas de rentabilidade operacional.

     


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