O indicador Déficit/Superávit Primário é uma referência de como tem sido implementada a política fiscal, relacionando as receitas formadas pelos impostos com as despesas correntes (custeio) e de investimento do governo, desconsiderando as influências das taxas de juros da dívida sobre as necessidades financeiras públicas.

A situação atual existente no Brasil é de Superávit Primário, mas de Déficit Nominal em função da elevada despesa com juros que o governo paga. Essa diferença negativa (déficit nominal) pode ser financiada de três formas:

• Emissão de moeda;
• Alienação de patrimônio (privatizações);
• Emissão de títulos (recurso que o governo tem adotado nos últimos anos).

O financiamento através da privatização tem seu efeito limitado pelo tamanho e valor do patrimônio. O financiamento por meio da emissão de moeda provoca um efeito colateral nocivo que é a inflação. Dessa forma, o mecanismo mais utilizado para financiar e déficit público é a emissão de títulos no mercado.

A colocação de títulos públicos costuma vir acompanhada de aumento de juros, encarecendo o custo final dos bens e serviços. Em verdade, a economia entra num círculo vicioso ao financiar seu déficit público crescente: títulos promovem juros maiores, que são amortizados por novas emissões de títulos ou, até mesmo, por emissões monetárias, desequilibrando novamente o sistema econômico.



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