| “Economia na real” é um artigo que tem como objetivo ilustrar a importância do monitoramento das variáveis econômicas da dívida interna e externa de um país. Datas ou períodos desse texto não prejudicam seu objetivo. Dívida
interna do País cai para R$ 1,204 trilhão A dívida interna do governo em títulos atingiu em janeiro de 2008 R$ 1,204 trilhão. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 21, pelo Tesouro Nacional, o valor caiu 1,71% em relação à dívida verificada no final do ano passado, de R$ 1,224 trilhão. De dezembro para janeiro, a dívida interna em títulos caiu R$ 20,909 bilhões. Esta queda ocorreu porque o Tesouro fez um resgate líquido (resgate de títulos públicos descontadas as emissões) no valor de R$ 34,3 bilhões. Este resgate foi suficiente para compensar o impacto de R$ 13,389 bilhões dos juros da dívida. A dívida pública externa fechou o mês de janeiro em R$ 107,388 bilhões, com uma queda de R$ 1,504 bilhão em relação ao saldo de dezembro (-1,38%). O recuo, segundo o Tesouro Nacional, ocorreu devido à valorização do real frente ao dólar. A dívida pública total (interna e externa) atingiu em janeiro o patamar de R$ 1,311 trilhão, com queda de 1,68% em relação a dezembro. Perfil da dívida Apesar da redução da dívida interna do País, o perfil dos papéis piorou. O governo reduziu a parcela de títulos prefixados, com juros definidos no momento da operação, e aumentou a parcela de papéis pós-fixados. Isso é ruim para o perfil da dívida porque o governo fica mais vulnerável à oscilação das taxas de juros. Segundo dados do Tesouro Nacional, a participação de papéis prefixados caiu de 37,31% em dezembro para 34,92% em janeiro. Essa queda, de acordo com o Tesouro, foi devido ao resgate líquido de R$ 40,9 bilhões desses papéis. É que no primeiro mês de cada trimestre, há sempre uma concentração forte de vencimentos desses papéis. A participação de títulos indexados à taxa Selic, por outro lado, aumentou no mesmo período de 33,39% para 34,77%, considerando os contratos de swap cambial (troca de papéis indexados em dólar por títulos em juros). A parcela atrelada à Selic subiu de 36,63 para 38,02%. Outro dado
ruim foi que aumentou a parcela dívida a vencer no curto prazo
— próximos 12 meses — passando para 32,79% do estoque
da dívida, segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro
Nacional. Em dezembro, essa fatia foi de 30,15%. A parcela que vence de
um a dois anos ficou praticamente estável, passando de 22,59% para
22,62%. Os títulos que expiram dentro de dois a três anos
tiveram perda de participação, recuando de 18,29% para 14,56%.
Os papéis entre três e quatro anos subiram de 6,92% para
8,92%. Os de quatro a cinco anos recuaram de 7,06% para 5,07%. E os títulos
acima de cinco anos subiram de 14,98% para 16,04%. Já o prazo médio
da dívida interna melhorou, passando de 36,47 meses para 37,61
meses. Segundo a nota do Tesouro, isso ocorreu por conta do resgate líquido
de papéis prefixados. |
Copyright © 2010 AIEC.
|