| “Economia na real” são artigos que têm como objetivo demonstrar o conceito de marcação a mercado, que teve início no Brasil, em maio de 2002 e seus impactos. Datas ou períodos desse texto não prejudicam nosso objetivo.
BRASÍLIA - Foi antecipada para a próxima sexta-feira, dia 31, a entrada em vigor do ajuste dos Fundos de Investimento Financeiro (FIF) às novas regras para contabilidade de títulos de renda fixa. O prazo anterior era 30 de setembro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou instrução número 365, antecipando o prazo. Os novos critérios valem para registro e avaliação contábil de títulos e derivativos das carteiras dos fundos de investimento financeiro (FIF), Fundos de Aplicação em Cotas (FAC) e Fundos de Investimento no Exterior (Fiex). Com a mudança, os fundos terão de lançar o valor dos papéis pela chamada "marcação a mercado", isto é, converter, diariamente, o preço das cotas ao valor de mercado. Os papéis de renda fixa devem ser registrados "pelo valor efetivamente pago, inclusive corretagem e emolumentos", diz a norma. Além disso, os títulos precisam ser classificados como papéis para negociação ou títulos definitivos que serão mantidos até o vencimento. Baixada pela CVM, a regra foi elaborada em conjunto com o Banco Central (BC), ainda responsável pela normatização e fiscalização de aplicações em renda fixa. Em breve, entretanto, ficarão a cargo da CVM, conforme determinou a nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A). Para isso, foi criado um grupo de trabalho, com prazo que vence em meados de junho, para efetuar a transferência à CVM dos FIF que hoje são fiscalizados pelo BC.
Parte das pessoas com dinheiro aplicado em fundos de renda fixa pode tomar um susto hoje, ao tirar o seu extrato. O saldo da aplicação pode estar menor do que na quarta-feira. A possibilidade de que muitos fundos tenham suas cotas desvalorizadas foi reconhecida pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, na noite de quarta-feira, ao comentar os efeitos da Instrução Normativa 365 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em comum acordo com o BC, a CVM antecipou para hoje o prazo final de enquadramento dos fundos na regra que manda registrar os ativos de suas carteiras pelo valor de mercado (marcação a mercado). Como parte da indústria de fundos nem tinha começado a fazer o ajuste, admitiu Figueiredo, a mudança pode reduzir o valor das cotas. É o que vai acontecer precisamente com os fundos cujos ativos estavam sendo avaliados e registrados na contabilidade por um valor acima do de mercado - chamado curva do papel. Isso antes
era possível porque a regra anterior permitia que os ativos de
renda fixa fossem contabilizados de acordo com o preço de aquisição
atualizado pela curva de rentabilidade do papel. O problema é que,
em momentos de queda da cotação de um título no mercado
secundário, a avaliação por este critério
pode ficar superestimada, fora da realidade. |
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