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3 - Fatores de risco de mercado
Por exemplo, o Banco Barings, banco inglês de investimento, faliu em 1995 devido a oscilações desfavoráveis nos preços de negociação de seus títulos no mercado. O banco apostou alto na subida do Índice Nikkei, índice da bolsa de valores do Japão, e diante dessa expectativa de valorização fez vultosos investimentos no mercado futuro, algo em torno de US$ 8,0 bilhões. O comportamento do mercado agiu derrubando o índice Nikkei, e o banco titular dos contratos futuros perdeu mais de 15% do capital aplicado. Como essa perda superou seus recursos próprios, o Banco Barings tornou-se insolvente, sendo sempre referenciado na literatura financeira como um exemplo de risco de mercado. Se o mercado tivesse se comportado de forma a elevar o índice Nikkei, evidentemente o Barings teria apurado enormes ganhos e teria outra situação nos dias de hoje. O risco de mercado se destaca nesse exemplo pela posição que o banco assumiu – apostou forte na alta de um ativo –, e os seus preços de negociação caminharam para uma situação oposta à prevista. Quanto mais voláteis se apresentarem os preços dos ativos (títulos de renda fixa, ações, derivativos, commodities, etc.), mais altos serão os riscos de mercado das instituições financeiras que operam na expectativa de determinado comportamento em seus preços. Essa situação exige que se acompanhe diariamente o valor dos ativos negociáveis, atualizando sempre seus resultados e posições futuras. O impacto das mudanças nos últimos 30 anos pode ser retratado pelas oscilações do dólar, das taxas de juros, dos preços do petróleo e dos preços das ações, desde 1962. Em 30 anos, o dólar perdeu cerca de dois terços de seu valor contra o iene e o marco. A taxa de câmbio de ienes por dólar caiu de 361 para menos de 100; a de marcos por dólar sofreu retração de 4,2 para 1,5. O dólar valorizou-se 75% diante da libra no mesmo período. Nesse ínterim, o dólar atingiu máximas inacreditáveis e quedas inéditas, que fizeram que a vantagem competitiva das nações oscilasse violentamente, criando verdadeiros pesadelos para empresas que não realizaram hedge. |
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