O movimento de capitais (ou balança de capitais), como o próprio nome sugere, registra as transações envolvendo investimentos, empréstimos e financiamentos entre países.

Na conta investimentos diretos (5.1), contabilizam-se todas as aquisições e vendas de capital feitas por não residentes num determinado período. Incluem-se aí, portanto, as compras e vendas de empresas nacionais, privadas ou estatais, as aquisições ou vendas de participações societárias e a ampliação e/ou criação de capacidade produtiva no país por iniciativa de empresas ou grupos estrangeiros.

Evidentemente, o saldo da conta registra o resultado líquido das aquisições e vendas, visto que, em princípio, as aquisições representam entrada de divisas, enquanto as vendas representam saída de divisas. Assim, quando o resultado dessa conta é positivo, o que costuma acontecer em países menos desenvolvidos como o Brasil, que são importadores líquidos de capital.


A conta reinvestimentos registra todo o rendimento proporcionado pelo capital estrangeiro no país que, em vez de ser remetido para fora, aqui permanece, sendo reinvestido nas empresas.

Na realidade essa conta torna-se necessária em função justamente da existência de lucros reinvestidos (registrados na conta 2.3 da balança de serviços), ou seja, de rendimentos, propiciados pelo capital estrangeiro no país e que, portanto, encontram-se sob a forma de moeda doméstica, mas que não chega a se transformar em divisas, dada a decisão de seus detentores de reinvesti-los no negócio.

Na conta empréstimos e financiamentos (5.1) figuram todos os empréstimos contraídos no exterior – com exceção daqueles incluídos nos empréstimos de regularização (8.2) do (grupo 8), transações compensatórias – e todos os financiamentos externos obtidos por residentes. Um exemplo do primeiro tipo é uma empresa que consegue obter um empréstimo em dólares de um agente financeiro estrangeiro, viabilizando assim a entrada de divisas no país. Um exemplo do segundo tipo.

Nesse caso, ao invés de obter um financiamento, o país concede um financiamento. Da mesma maneira, um país pode também conceder empréstimos, ao invés de obtê-los. Assim, o valor registrado para essa conta indica o resultado líquido dessas operações. Todavia, países como o Brasil encontram-se de modo muito mais frequente na primeira posição, isto é, como tomadores de empréstimos e financiamentos externos.



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