Para confirmar o Projeto A como o escolhido, vamos calcular a VPL dos referidos projeto, metodologia esta já dominada.

Incrivelmente, o método do VPL indica a aceitação, preferencialmente, do Projeto B. Um valor presente líquido de $ 12.678 maior do que o Projeto A.

A pergunta é: por que isto ocorre? Para respondermos a esta pergunta, precisamos valer-nos de um artifício para evidenciar a questão por meio de números. Imagine que exista um terceiro projeto, representado pela diferença entre os projetos A e B.

Vamos criar uma terceira coluna, que corresponde à diferença entre estes dois projetos. Ou seja, a diferença entre os investimentos, que é de $ 120.000, conforme “Projeto Incremental” abaixo:

Se a empresa tomar a decisão com base na metodologia TIR, obviamente optará pelo Projeto A, pois é o que possui a maior taxa. Dessa forma, aplicará $ 130.000 e terá uma TIR de 16,32% e um VPL de $ 21.631.

E os $ 120.000 restantes? O que a empresa fará com este recurso, caso opte pelo projeto A? Não pode optar pelo projeto B, pois este exige investimento mínimo de $ 250.000. Então, só resta uma única opção. A empresa pode aplicar o recurso no mercado que pagará a taxa de 10%a.a.. Como estudamos, esta aplicação proporcionará um VPL nulo.

Esta aplicação é inferior ao do “Projeto Incremental”, cujo VPL possui valor positivo de $ 12.678 e uma TIR de 14,05%. Contudo, a opção de aplicar os recursos restantes no fictício “Projeto Incremental” não existe, correto?


Errado
. Se a empresa tomar a decisão de escolher o Projeto B, ao invés do Projeto A, estará implicitamente aplicando o restante do recurso a uma taxa maior que a de mercado.

Este é um dos problemas envolvendo a TIR. Ela não deve ser utilizada envolvendo comparações de projetos que possuam valores iniciais diferentes, pois, em muitos casos, induz a uma decisão equivocada. A metodologia não leva em consideração aqueles recursos que não serão aplicados nos projetos, como foi o caso explicitado. Para que o Projeto A fosse tão bom quanto o Projeto B, os $ 130.000 restantes precisavam ser aplicados a uma taxa de 14,05% a.a. para se conseguir um valor equivalente.

Esta “ilusão de ótica” proporcionada pela TIR desaparece quando se confronta o VPL. Isto porque esta metodologia, como já foi visto, além de levar em conta o fluxo de caixa, considera em seu cálculo a taxa mínima.


Portanto, lembrem-se sempre que a TIR não deve ser utilizada envolvendo comparações de projetos que possuam valores iniciais diferentes.



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