2. Uma breve história do risco

Damodaran, em obra que é referência no estudo da gestão de riscos, afirma que ao longo da maior parte da história da civilização, risco e sobrevivência andaram de mãos dadas. Ao desenvolver o tema, descreve que o homem pré-histórico, para ser bem sucedido na luta pela sobrevivência, expunha-se rotineiramente a riscos para obter o alimento, seja diante da ameaça de animais ferozes, seja pelos riscos de não obter comida pelas péssimas condições climáticas de então.

De fato, naquele tempo, risco físico e recompensa material andavam lado a lado: o troglodita, ao se expor ao risco, obtinha meios de prover alimento à companheira e à prole; aquele que por qualquer motivo se esquivasse aos riscos, pereceria de fome.

O advento do uso de embarcações para diversos empreendimentos econômicos, que vão da guerra (a pilhagem foi importante sustentáculo da cultura viking) ao comércio, mais uma vez propiciou oportunidades de se verificar a associação entre o risco e a recompensa material.

O desenvolvimento da atividade mercantil unida à navegação propiciou o surgimento de um processo de diferenciação em atividades de risco: comerciantes de Londres, Lisboa e Amsterdã, com apoio de seus reis, iniciaram a investir na construção de navios e na aquisição dos suprimentos (alimento, água, barris, velas) necessários à realização de longas viagens com o objetivo de estabelecer o comércio com povos distantes.



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